Regimento de Infantaria N.º 11

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Regimento de Infantaria N.º 11

Quartel do 11 - Av. Luísa Todi

O Regimento de Infantaria N.º 11 (RI11) é uma unidade da Estrutura Base do Exército Português.[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

Teve sua origem no Terço de Penamacor, organizado em 1643, como Regimento de Infantaria de Penamacor. Em 1762 foi desdobrado formando os Regimentos de Luís de Vasconcelos de Almeida Castelo-Branco e de Dennis Foulis, sendo reagrupado em 1763.

As maiores mudanças aconteceram após o Decreto de 19 de maio de 1806. Este Decreto teve como objetivo reorganizar o Exército e ao mesmo tempo modernizá-lo, no que concerne aos efetivos. A composição dos regimentos em nada foi alterada. O Exército, foi pela primeira vez organizado, mesmo em tempo de paz, em Divisões e Brigadas e os Corpos das diversas Armas numerados, devendo tal numeração regular de futuro o seu lugar constante na linha. Até então esses lugares eram determinados pela graduação e antiguidade dos chefes que os comandavam. Os regimentos até essa altura eram conhecidos ou pelo nome do seu comandante ou pelo nome da localidade onde tivessem os seus quartéis permanentes.No início das campanhas, o Regimento recrutava em Vilas e Concelhos das Comarcas de Viseu e da Guarda, incluindo as cidades de Viseu e da Guarda.

Em 19 de Maio de 1806 o Regimento tomou a designação de Regimento de Infantaria nº 11. Em 22 de Dezembro de 1807 foi licenciado por ordem do general Junot, integrando o 3º Regimento de Infantaria da futura Legião Portuguesa, comandado pelo coronel Francisco Antônio Freire de Andrade Pego. No contexto da Guerra Peninsular, a criação desta Legião deveu-se a uma ordem direta de Napoleão a Jean-Andoche Junot, datada de 12 de Novembro de 1807, tendo-se materializado em Fevereiro de 1808 com as melhores unidades do Exército Português. A Legião Portuguesa partiu para Salamanca em Abril de 1808 e depois de um longo périplo pela Espanha e França participou nas campanhas da Alemanha, Áustria e Rússia, tendo participado nas batalhas de Wagram, Smolensk, Vitebsk e Borodino (Moscovo) e sofrendo pesadas baixas. Altamente apreciada por Napoleão, as tropas da Legião eram referidas por este enquanto "Infantaria Negra". Em 30 de Setembro de 1808 o Regimento Nº 11 foi mandado reunir em Viseu, e em 14 de Outubro foi formalmente restabelecido. A organização das unidades de infantaria, então em vigor, era a estabelecida pelo Decreto de 1 de Agosto de 1796 e que sofrera alterações de fundo durante a Guerra peninsular em 19 de Maio de 1806 e em 13 de Julho de 1808. [3] [2] [4] [5] [6] [7] [8] [9] [10] [11]

Setubal 1860

Em 1899, o Regimento de Infantaria Nº 11 (RI 11) é transferido para o Baluarte de Nossa Senhora da Conceição, a instalação fica popularmente conhecida como Quartel do Onze e, estabelecido na localidade de Setúbal pelo Decreto de 14 de Setembro de 1899. (Ordem do Exército nº 10 de 18 de Setembro de 1899). Passou a denominar-se, em 1975, de Regimento de Infantaria de Setúbal, de acordo com o Decreto-Lei nº 181/77. (Ordem do Exército nº 05 de 31 de Maio de 1977). Foi extinto, em 1980, pelo Decreto-Lei nº 191/81 de 7 de Julho de 1977 – Ordem do Exército nº 7 de 31 de Julho de 1981. [12] [13] [14] [15] [16]

Ações em Campanha [17][editar | editar código-fonte]

Ações do RI11 Durante a Guerra Peninsular
Tipo de Ação Localização Ação Data Divisão Brigada
Campanha Norte de Portugal Combate de Moledo 11 de Maio de 1809 Bacelar
Batalha Buçaco Batalha do Buçaco 27 de Setembro de 1810 4ª (Cole) Collin
Combate Dois Portos Combate de Dois-Portos 13 de Outubro de 1810
Combate Redinha Combate da Redinha 12 de Março de 1811
Sítio Olivença 1º Sítio da Praça de Olivença 9 a 15 de Abril de 1811
Sítio Badajoz Sítio da Praça de Badajoz 5 a 16 de Maio de 1811
Batalha Albuera Batalha de Albuera 16 de Maio de 1811 4ª (Cole) Harvey
Combate Bodon Combate de Bodon 25 de Setembro de 1811
Combate Alfaiates Combate de Alfaiates 27 de Setembro de 1811
Sítio Castelo Rodrigo Sítio de Ciudad Rodrigo 7 a 9 de Janeiro de 1812
Sítio Badajoz 3º Sítio da Praça de Badajoz 17 de Março a 6 de Abril de 1812
Assalto Badajoz Assalto e Tomada da Praça de Badajoz 6 de Abril de 1812
Assalto Badajoz Tomada do Forte de S. Cristóvão de Badajoz 7 de Abril de 1812
Combate Caniçal 1º Combate do Caniçal 19 de Julho de 1812
Batalha Salamanca Batalha de Salamanca 22 de Julho de 1812 4ª (Cole) Stubbs
Batalha Tormes Defesa da Passagem do Tormes 8 a 14 de Novembro de 1812
Combate Osma Combate de Osma 18 de Junho de 1813
Combate Morillas Combate de Morillas 19 de Junho de 1813
Batalha Vitória Batalha de Vitória 21 de junho de 1813 4ª (Cole) Stubbs
Batalha Pamplona Bloqueio da Praça de Pamplona 30 de junho a 18 de julho de 1813
Combate Roncesvalles Combate de Roncesvalles 25 de julho de 1813
Combate Viscarrete Combate de Viscarrete 26 de julho de 1813
Batalha Pirenéus Batalha dos Pirenéus 28 a 30 de julho de 1813
Combate San Estevan Combate de San Estevan 1 de agosto de 1813
Combate Echalar Combate de Echalar 2 de agosto de 1813
Assalto S. Sebastião de Guipúzcôa 2.º Assalto da Praça de S. Sebastião de Guipúzcoa 31 de agosto de 1813
Combate Salin Combate das alturas de Salin 31 de agosto de 1813
Combate Vera Combate do Porto de Vera 7 de outubro de 1813
Batalha Nivelle Batalha de Nivelle 10 de novembro de 1813
Batalha Nive Batalha de Nive 9 de dezembro de 1813
Combate Adour Combate da Ilha de Adour 22 de dezembro de 1813
Combate La Bastide-Clairence Combate de La Bastide-Clairence 3 a 6 de janeiro de 1814
Batalha Orthez Batalha de Hortés 27 de fevereiro de 1814
Batalha Toulouse Batalha de Toulouse 10 de abril de 1814

Referências

  1. Amaral, Manuel. «Infantaria 11». www.arqnet.pt. Consultado em 17 de março de 2018 
  2. a b «Viriatus - Miniaturas e Figurinos Militares». portugalweb.net. Consultado em 17 de março de 2018 
  3. Gazeta de Lisboa. [S.l.]: Na officina de Antonio Correa Lemos. 1816 
  4. Brazil), Pedro I. (Emperor of; Portugal), John VI (King of (1822). Cartas e mais peças officiaes: dirigidas a Sua Magestade o Senhor D. João VI pelo Principe Real o Senhor D. Pedro de Alcantara, e junctamente os officios e documentos que o General Commandante da tropa expedicionaria existente na Provincia do Rio de Janeiro tinha dirigido ao Governo. [S.l.]: Na Imprensa Nacional 
  5. «Ofício de Francisco António Freire de Andrade Pego, brigadeiro comandante da força armada da Beira Alta, para José da Silva Carvalho sobre inspecções no Regimento de Infantaria 11.». arqhist.exercito.pt. Consultado em 17 de março de 2018 
  6. Cláudio, Mário (10 de janeiro de 2017). Os Naufrágios de Camões. [S.l.]: Leya. ISBN 9789722062060 
  7. Mesquita, Manuel de Castro Pereira de (1814). Historia da Legiaõ Portugueza em França. [S.l.]: T.C. Hansard 
  8. Diário do governo: 1822. [S.l.]: Impressa Nacional. 1822 
  9. «O Portal da História - Invasões Francesas: A Legião Portuguesa». www.arqnet.pt. Consultado em 17 de março de 2018 
  10. «Regiments d'Infanterie Etrangers and the Colonels who led them during the Period 1804-1815: the Spanish and Portuguese Regiments». www.napoleon-series.org. Consultado em 17 de março de 2018 
  11. «O Portal da História - Invasões Francesas: A Legião Portuguesa a serviço de Napoleão». www.arqnet.pt. Consultado em 17 de março de 2018 
  12. «Roteiro de Setúbal - Antigo Quartel do Regimento de Infantaria 11» 
  13. «Servidões Militares.». arqhist.exercito.pt. Consultado em 17 de março de 2018 
  14. «Inauguração no Regimento de Infantaria nº 11 da lápide comemorativa dos mortos na Grande Guerra.». arqhist.exercito.pt. Consultado em 17 de março de 2018 
  15. «Fábricas de Soldados – 1ª parte (Introdução)». UNIDADES DO EXÉRCITO PORTUGUÊS. 2 de julho de 2014 
  16. Oliveira, Aquiles José de. «Planta do quartel do Regimento de Infantaria nº 11 : Setubal». 1935. Consultado em 17 de março de 2018. Arquivado do original em 17 de março de 2018 
  17. «Ações da Infantaria Portuguesa Durante a Guerra Peninsular». portugalweb.net. Consultado em 17 de março de 2018