Salomão e a Rainha de Sabá

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Solomon and Sheba
Salomão e a Rainha de Sabá
Cartaz do filme
No Brasil Salomão e a Rainha de Sabá
Em Portugal Salomão e a Rainha de Sabá
Salomão e a Rainha do Sabá
 Estados Unidos
1959 •  cor •  141 min 
Gênero drama histórico-romântico
Direção King Vidor
Produção Ted Richmond
Roteiro Anthony Veiller (roteiro)
Paul Dudley (roteiro)
George Bruce (roteiro)
Crane Wilbur (história)
Elenco Yul Brynner
Gina Lollobrigida
George Sanders
Música Mario Nascimbene
Idioma inglês

Solomon and Sheba (bra: Salomão e a Rainha de Sabá[1][2]; prt: Salomão e a Rainha de Sabá[3] ou Salomão e a Rainha do Sabá[4]) é um filme épico estadunidense de 1959, do gênero drama histórico-romântico, dirigido por King Vidor,[1] com roteiro de Anthony Veiller, Paul Dudley e George Bruce baseado em história de Crane Wilbur, por sua vez inspirada no Livro dos Reis e nas II Crônicas, da Bíblia.[5]

Realizado em Technirama com colorido Technicolor, Salomão e a Rainha de Sabá foi distribuído pela United Artists.[6]

Tyrone Power morreu durante as filmagens na Espanha e teve que ser substituído por Yul Brynner no papel de rei Salomão.[7]

A trama cinematográfica diverge substancialmente das fontes bíblicas, principalmente na representação da rainha de Sabá como aliada do Antigo Egito e em oposição ao rei Salomão, de Israel, além de seu caso amoroso com o monarca.[carece de fontes?]

A produção alcançou notoriedade devido a uma cena de orgia ritual,[carece de fontes?] que incluía uma dança sensual de Gina Lollobrigida, intérprete da rainha de Sabá — mesmo sem nudez, foi uma sequência bastante licenciosa para os padrões da época.

Elenco[editar | editar código-fonte]

Yul Brynner em cena do trailer do filme

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Gina Lollobrigida na cena da dança do ritual pagão

Depois de quarenta anos sob a liderança do Rei Davi, Israel está unificado e próspero e os beligerantes inimigos fronteiriços, que incluía o Egito e aliados, foram derrotados. Agora moribundo, Davi escolhe como seu sucessor por inspiração divina seu filho mais novo Salomão, contrariando o guerreiro Adonias que se considerava com o direito de ser o próximo rei. Coroado, Salomão não quer entrar em guerra com o irmão e deixa o comando do exército para Adonias e o braço-direito dele Joabe, enquanto constrói um Templo como prometera a seu pai. Reinando com sabedoria, Salomão torna Israel ainda mais próspero e sem guerras. Mas os reinos da fronteira temem o crescimento e a religião dos israelitas e articulam para derrubar Salomão. Um desses inimigos de Israel é a rainha de Sabá que prefere evitar a guerra e se oferece para ir à corte de Salomão, com o intuito de espioná-lo e assassiná-lo. Mas acaba cativada pela sabedoria e personalidade do rei e se apaixona, mas o culto pagão dela, ao ser tolerado por Salomão de ser praticado em Jerusalém, desagrada Deus e acaba com a unificação de Israel. Adonias, que nunca desistira de ficar com a coroa, resolve se aproveitar e planeja atacar o irmão se aliando ao Egito.[carece de fontes?]

Produção[editar | editar código-fonte]

Edward Small anunciou planos para um filme sobre o Rei Salomão no início de 1953.[8] No ano seguinte, Julius Epstein tinha escrito o roteiro para ele que pretendia contar com a produção de Clarence Greene e Russell Rouse (sob a supervisão de Small).[9] Small então anunciou que estava desenvolvendo o projeto com Arthur Hornblow Jr. e em 1955 Gina Lollobrigida foi contratada.[10] A United Artists concordou em ser a distribuidora no ano seguinte.[11] Small providenciou antecipadamente 75% (do total de 6 milhões de dólares) do orçamento do filme, cabendo a United Artists o restante 25%.[12]

Lollobrigida tornou-se parceira financeira, sob a garantia de uma porcentagem dos lucros[13] O papel do Rei Salomão ficara entre Tyrone Power e Yul Brynner; o primeiro assinou após parte do roteiro ter sido reescrito.[14]

O envolvimento de Power fez com que o filme se tornasse uma coprodução com a produtora dele, a Copa Productions, liderada por Ted Richmond. Nesse intervalo, Small e Hornblow tinham realizado juntos Witness for the Prosecution e mantinham um contrato mas decidiram terminar a sociedade. Small se associou à Copa Productions, com Hornblow retendo um ganho financeiro[15]

O filme foi realizado em Madri e Valdespartera, Zaragoza, Espanha. A produção começou em 15 de setembro de 1958 e esperava-se terminá-la em meados de dezembro daquele ano.

Morte de Tyrone Power[editar | editar código-fonte]

Dois terços foram filmados pela unidade que estava em Madri quando, em 15 de novembro, Tyrone Power, encenando um duelo com George Sanders, reclamou de dores em seu braço esquerdo e no peito. Internado às pressas num hospital, morreu de enfarte pouco depois; sua esposa, grávida, o acompanhava. Um funeral foi realizado em 16 de novembro, na base aérea norte-americana de Torrejon.[16]

Os produtores do filme ficaram abalados. As cenas de amor ainda não haviam sido feitas, outro ator deveria entrar para o elenco se o roteiro continuasse como estava; as cenas de batalha tinham sido filmadas e a maior parte poderia ser aproveitada, apenas adicionando-se close-ups do novo ator.[17] Outra possibilidade discutida era reescrever o roteiro aproveitando as cenas de Power, ou usar o trabalho do ator na primeira metade do filme (como "Salomão jovem"), ficando o novo ator para aparecer na segunda metade. Isso ficou difícil pois tinha que ter a aprovação de três parceiros, estrela e diretor: Small, Copa Productions e Gina Lollobrigida.[12]

Em 16 de novembro Small ofereceu o papel de Salomão a Yul Brynner, amigo de Power, e o ator aceitou.[18] Com isso o ator desistiu do papel em Spartacus, com o qual tinha se comprometido.Mas a United Artists não tinha conversado com Brynner e ficou relutante em aceitar as condições oferecidas a ele. Ted Richmond queria deixar a produção e por algum tempo o destino do filme ficou incerto.[12]

Outra opção para o cancelamento fora cogitada: os produtores haviam feito um seguro de 3 milhões de dólares no caso do falecimento de um dos seis protagonistas[19] Lloyds de Londres pagava 100.000 dólares diários durante a interrupção.[20] Ao final, decidiram continuar com o projeto com Brynner no papel de Salomão.

O filme foi completado em dez semanas após muitas dificuldades em manter-se o orçamento estimado de 6 milhões de dólares.[21][22] Mas era relativamente barato considerando-se a escala do projeto e a Espanha se tornou preferencial para produções de Hollywood.[23]

Lançamento[editar | editar código-fonte]

Solomon and Sheba estreou mundialmente em 27 de outubro de 1959 no Cine Astoria, Charing Cross Road, Londres, apresentado em película de 70mm.

Recepção[editar | editar código-fonte]

Solomon and Sheba foi recebido com indiferença ou negativamente e a atuação de Yul Brynner foi criticada por nada menos que o diretor do filme, King Vidor, que achava que Tyrone Power se saíra melhor como um rei em conflito do que Brynner, que aparentemente mostrava estar inseguro[24] A revista Variety, contudo, elogiou algumas cenas escrevendo (tradução livre/aproximada) "cenas magnificamente produzidas", e descreveu Lollobrigida como tendo exibido "a rainha que era uma mulher cerebral e também com uma beleza sensual".[25] Continuando, a revista disse que Brynner "teve uma atuação refinada ao apresentar Salomão como um cantor e poeta, mas que ao final se mostra um homem comum de carne e sangue que não resistiu à Rainha de Sabá".[25]

Bilheteria[editar | editar código-fonte]

O filme arrecadou cerca de 5,5 milhões de dólares na América do Norte[26] e no total 12,2 milhões.

Referências

  1. a b «Salomão e a Rainha de Sabá». Brasil: CinePlayers. Consultado em 18 de maio de 2019 
  2. «Salomão e a Rainha de Sabá». Brasil: AdoroCinema. Consultado em 18 de maio de 2019 
  3. «Descoberto palácio da rainha de Sabá». Diário de Notícias. Lisboa. 9 de maio de 2008. Consultado em 18 de maio de 2019. Até Hollywood se rendeu à sua história, em 1959, com Solomon and Sheba, de King Vidor (Salomão e a Rainha de Sabá, no título português). 
  4. «Salomão e a Rainha do Sabá». Portugal: CineCartaz. Consultado em 18 de maio de 2019 
  5. Oviatt, Ray (29 de janeiro de 1960). «New Biblical Epic Stays With Formula». Toledo Blade. Consultado em 21 de setembro de 2013 
  6. «'Solomon and Sheba': Art of War Varies Little Over Years». The Milwaukee Sentinel. 3 de janeiro de 1960. Consultado em 21 de setembro de 2013 
  7. Campbell, Richard H.; Pitts, Michael R. (1981). The Bible on Film. Londres: The Scarecrow Press. p. 44-5. ISBN 0810814730 
  8. Hopper, Hedda (30 de outubro de 1953). «Looking at Hollywood: Spencer Tracy to Do 'Digby' Film Version». Chicago Daily Tribune. p. a11 
  9. THOMAS M. PRYOR Special to The New York Times. (31 de agosto de 1954). «GREENE AND ROUSE TO MAKE 12 FILMS: They Form Team to Produce, Write and Direct With the Backing of Edward Small». New York Times. p. 26 
  10. «Drama: Lollobrigida to Star in 'Solomon and Sheba'». Los Angeles Times. 4 de novembro de 1955. p. B10 
  11. THOMAS M. PRYOR Special to The New York Times. (8 de maio de 1956). «UNIVERSAL IS HOST TO FOREIGN AIDES: Movie Studio Greets Sales Officials From Abroad in First Global Conference Of Local Origin». New York Times. p. 28 
  12. a b c «Future Still in Doubt for Power's Last Film: One of 3 Coproducers Reportedly Engaged Yul Brynner Without Consulting Partners». Los Angeles Times. 19 de novembro de 1958. p. 28 
  13. THOMAS M. PRYOR Special to The New York Times. (6 de fevereiro de 1958). «FOX BUYS RIGHTS TO AUTOBIOGRAPHY: Studio Will Film 'Beloved Infidel' by Sheilah Graham -- 'Solomon' Advances». New York Times. p. 24 
  14. Special to The New York Times. (17 de novembro de 1958). «BRYNNER TO ASSUME TYRONE POWER ROLE». New York Times. p. 38 
  15. THOMAS M. PRYOR Special to The New York Times. (20 de junho de 1958). «PHIL CAREY CAST IN DISNEY MOVIE: Actor to Star With Mineo in 'Tonka' -- Negulesco to Direct 'The Blessing'». New York Times. p. 27 
  16. «Tyrone Power, 44, Dies in Spain; Stricken After Duel on Film Set: Tyrone Power, 44, Dies in Spain; Stricken After Duel on Film Set». New York Times. Associated Press. 16 de novembro de 1958. p. 1 
  17. «Movie Halted; Some Scenes May Be Saved». Los Angeles Times. 16 de novembro de 1958. p. A 
  18. «Yul Brynner to Take Over Tyrone Power's Film Role: Immediate Resumption Set in Spain». Los Angeles Times. 17 de novembro de 1958. p. B1 
  19. THOMAS M. PRYOR Special to The New York Times. (18 de novembro de 1958). «METRO WILL FILM PLAY TO BOW IN '59: Buys 'The Golden Fleecing' by Lorenzo Semple Jr. -- Donen Comedy Scheduled». New York Times. p. 43 
  20. «Tyrone Power's Body Due to Arrive Today: Widow and His Secretary Also Coming by Air; Funeral Service Being Arranged». Los Angeles Times. 18 de novembro de 1958. p. 5 
  21. Gies, Joseph (1 de fevereiro de 1959). «Sheba Was An Expensive Girl!: Problems? Everything From Jets To Vanishing Helmets». Los Angeles Times. p. i10 
  22. Scheuer, Philip K (17 de julho de 1959). «Shooting, Dubbing of Spectacle Told: 'Solomon and Sheba' Giant Undertaking for King Vidor». Los Angeles Times. p. 23 
  23. «HOLLYWOOD STAND: Case for Shooting in Spain Upheld by 'Solomon and Sheba' Producer By MURRAY SCHUMACHHOLLYWOOD.». New York Times. 4 de outubro de 1959. p. X7 
  24. «TCM – "Solomon and Sheba"». Consultado em 13 de agosto de 2012 
  25. a b «Review: "Solomon and Sheba"». Variety. Consultado em 21 de setembro de 2013 
  26. "All-Time Top Grossers", Variety, 8 de janeiro de 1964 p 69
Ícone de esboço Este artigo sobre um filme estadunidense é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.