Santo Antônio do Monte
| |||
---|---|---|---|
Município do Brasil | |||
Vista parcial do Centro de Santo Antônio do Monte | |||
Símbolos | |||
| |||
Hino | |||
Gentílico | santo-antoniense | ||
Localização | |||
Localização de Santo Antônio do Monte em Minas Gerais | |||
Localização de Santo Antônio do Monte no Brasil | |||
Mapa de Santo Antônio do Monte | |||
Coordenadas | 20° 05′ 13″ S, 45° 17′ 38″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Minas Gerais | ||
Municípios limítrofes | Divinópolis, Lagoa da Prata, Formiga, Pedra do Indaiá, São Sebastião do Oeste, Arcos, Japaraíba, Bom Despacho, Moema, Araújos e Perdigão[1] | ||
Distância até a capital | 198 km | ||
História | |||
Fundação | 16 de novembro de 1875 (148 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Leonardo Lacerda Camilo[2] (Avante, 2021–2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [4] | 1 129,365 km² | ||
População total (estimativa IBGE/2020[5]) | 28 427 hab. | ||
Densidade | 25,2 hab./km² | ||
Clima | Tropical de altitude | ||
Altitude | 1052 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
CEP | 35560-000 a 35564-999[3] | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010 [6]) | 0,724 — alto | ||
PIB (IBGE/2008[7]) | R$ 222 422,501 mil | ||
PIB per capita (IBGE/2008[7]) | R$ 8 656,59 | ||
Sítio | www.samonte.mg.gov.br (Prefeitura) www.camarasam.mg.gov.br (Câmara) |
Santo Antônio do Monte é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Sua população estimada em julho de 2020 era de 28 427 habitantes.[5]
É conhecida como a "capital brasileira dos fogos de artíficio", devido a este ser sua principal atividade econômica.[8]
História
[editar | editar código-fonte]Santo Antônio do Monte é um município de origem portuguesa, em particular de açorianos, que chegaram a estas terras através de Pitangui.[8][9]
O primeiro colonizador a chegar no território de Samonte foi o bandeirante Antônio Rodrigues Velho, conhecido como Velho da Taipa,[10] que descobriu ouro em Pitangui e passou pela região por volta de 1730. Conforme relatou seu neto Inácio de Oliveira Campos em um processo de sesmaria.[11]
De um acampamento bandeirante à cidade dos fogos de artifício
[editar | editar código-fonte]Nos primeiros dias de setembro de 1731 a primeira estrada real com seus pontos de acampamento foram abertos pelo bandeirante paulista João Batista Maciel, pois não havia qualquer estrada na região e precisou abrir uma quando encontrou ouro próximo ao rio Piumhi e foi à cidade de Pitangui em uma rota mais direta possível entre as duas cidades,[12] voltando em seguida com uma grande comitiva, conforme está escrito na história da cidade de Piumhi. A existência da estrada desde 1731 é confirmada por um requerimento dos moradores montenses ao prefeito em 1933, dizendo que a estrada tinha mais de 200 anos. Este requerimento é citado por Dilma Moraes no livro "Santo Antônio do Monte - Doces namoradas políticos famosos", 1983, pg 86.[13]
O local onde hoje é a cidade de Santo Antônio do Monte foi escolhido como ponto de parada, conforme uma escritura de sesmaria de 1769,[14] citando a "paragem denominada Santo Antônio do Monte". O nome da paragem, e consequentemente da cidade, pode ter sido escolhido pelo Sargento-mor Gabriel da Silva Pereira, durante uma bandeira em 1758 este esteve na região[15] e era devoto do Santo, além já haver erguido uma capela com este nome em outra localidade.[16][17]
A primeira capela já aparece em um mapa da década de 1770[18] e foi construída pelo Guarda-Mor Francisco Pereira Tavares, confirmada em 08 de junho de 1782, pelos herdeiros do Guarda-Mor, dono da Sesmaria “Alta Serra”, foi lavrada uma escritura onde se legalizava a doação de terras do patrimônio do local, feita, tempos atrás, pelo antigo proprietário. As terras passaram a pertencer à Sesmaria da Capela do Alto Santo Antônio do Monte.[19] Estes são os mais antigos registros sobre o local. A capela teve concessão de pia batismal em 16 de maio de 1802.[20]
Em 1847, o povoado se tornou distrito e em 24 de maio de 1854, pela lei nº. 693, o Curato foi elevado a Paróquia e recebeu seu primeiro vigário, o Padre Francisco Alexandrino dos Santos. Em 3 de junho de 1859, o Distrito foi elevado à categoria de Vila, pela lei nº.981, mas só foi instalada em 29 de julho de 1862, após cumprir as determinações legais, quando alcançou sua emancipação político-administrativa. Em 1865, devido a disputas provinciais entre liberais, no poder e, conservadores, na oposição, a Assembléia Geral aprovou a supressão da Vila de Santo Antônio do Monte, que foi posteriormente restaurada em 1871, graças aos esforços dos deputados provincianos Revmo. Vigário Francisco Alexandrino da Silva e Dr. Antônio da Silva Canedo. Em 16 de novembro de 1875, após intensos esforços de toda a comunidade, a Vila de Santo Antônio do Monte foi elevada à categoria de cidade, por meio da lei 2.158.[20] O início da fabricação de fogos na cidade foi em 1859.[21]
Estradas reais
[editar | editar código-fonte]Estradas que eram abertas e mantidas pelo governo na época da coroa portuguesa são consideradas estradas reais.
Conforme mapas antigos,[22] a primeira aberta no território de Santo Antônio do Monte foi em setembro de 1731 e que fazia a rota de Pitangui a Piumhi, chegando pela estrada de terra de Araújos e passando pelo povoado de Francisco Brás, centro da cidade, povoado Ponte Pedra, povoado Espraiado Veloso, e saindo em direção à cidade de Arcos. Esta estrada passa pelas cidades de Pitangui, Conceição do Pará, Nova Serrana, Perdigão, Araújos, Santo Antônio do Monte, Arcos, Pains, Pimenta e Piumhi.[23][24]
A segunda estrada foi feita em 1739 e era um desvio no povoado de Francisco Brás com destino a Itapecerica, passando pelo distrito de São José dos Rosas, povoado de Raposo e pela cidade de Pedra do Indaiá.[22]
Localização
[editar | editar código-fonte]Santo Antônio do Monte está inserida na região centro-oeste do estado de Minas Gerais e possui aproximadamente 40 mil habitantes.[8]
Seus principais acessos se dão por uma importante ferrovia, a Linha Garças a Belo Horizonte da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas (atualmente concedida ao transporte de cargas) e pelas rodovias estaduais MG-164 e MG-429.[25][26]
Economia
[editar | editar código-fonte]Tem como principal atividade econômica à produção de fogos de artifício e pólvora que garante emprego e renda a um expressivo contingente de trabalhadores, além de outros ramos dinâmicos nos setores da indústria e de serviços. Paralelo a essa produção industrial, há um importante setor agropecuário que contribui de forma eficaz para o desenvolvimento municipal.[8] A fabricação começou na cidade em 1859.
Na atividade pirotécnica, diversas indústrias de fogos de artifício, o sindicato de classe e um centro de pesquisa tecnológico em pirotecnia estão localizados na cidade.[27] Existem cerca de 76 empresas deste ramo na cidade.[27]
Capital nacional dos fogos de artifício
[editar | editar código-fonte]Com início da fabricação em 1859 pelas mãos de Luiz Mezêncio da Silva, o macota[28], os fogos de artifício hoje são tão importante para a cidade que em seu brasão, estão representados em forma de foguetes entre as engrenagens. A cidade possui cerca de 60 indústrias de fogos de artifício.[9][27]
Em 2002, a Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais transformou em Pólo Industrial de Pirotecnia, a região de Santo Antonio do Monte e cidades ao redor como: Lagoa da Prata, Pedra do Indaiá, Japaraíba, Itapecerica, Arcos, Araújos, Moema e Luz.[27] Empresas como Fogos Caramuru, Inbrasfogos, Fogos Caruaru, Pirocolor, Fogos Confiança, dentre outras possuem suas fábricas na cidade.[29]
Anualmente, a cidade recebe a Feira Nacional de Pirotecnia (FENAPI), realizada desde 2019 pela AME Pirotecnia em parceria com a FIEMG e as indústrias da região.[30]
Referências
- ↑ «Santo Antônio do Monte». Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais. Consultado em 11 de dezembro de 2018
- ↑ «Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais». Tribunal Superior Eleitoral. Consultado em 7 de janeiro de 2021
- ↑ Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. «Busca Faixa CEP». Consultado em 1 de fevereiro de 2019
- ↑ IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010
- ↑ a b «Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 1 de julho de 2020» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 27 de agosto de 2020. Consultado em 23 de outubro de 2020
- ↑ «Santo Antônio do Monte, MG». Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2013. Consultado em 2 de dezembro de 2016
- ↑ a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dez. 2010
- ↑ a b c d «História de Santo Antônio do Monte». www.camarasam.mg.gov.br. Consultado em 20 de agosto de 2020
- ↑ a b «IBGE: Santo Antonio do Monte». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 20 de agosto de 2020
- ↑ Penna, João Delco Mesquita (13 de maio de 2022). «O Velho da Taipa, desbravador de Pitangui». Fundação Educaciona de Cultural Metropolitana. Consultado em 10 de agosto de 2024
- ↑ Martins, Tarcísio (2003). MOEMA, doces lembranças. [S.l.: s.n.]
- ↑ «Mapa de 1777 com a estrada Pitangui Piumhi»
- ↑ Moraes, Dilma (1983). Santo Antônio do Monte - Doces namoradas amoradas e políticos famosos. [S.l.: s.n.]
- ↑ http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/acervo/docs/SC-156/31057.jpg?fbclid=IwZXh0bgNhZW0CMTEAAR3AqhFLJ7yHpg8n9b3A1AME-Va9QU5vtCOmVBlpT_cpEDd9cxz7tIUf7So_aem_WgX6yetOBIYU52dUEBzHBA
- ↑ Martins, Tarcísio (2003). MOEMA - As origens do povoado do doce. [S.l.: s.n.]
- ↑ https://prefeiturapiumhi.mg.gov.br/historia/
- ↑ https://www.geneaminas.com.br/genealogia-mineira/fontepesquisa.asp?codfonte=7376
- ↑ https://drive.google.com/file/d/1Sr5d14zThC_cSj94yXxpAy4TU9LPWhVv/view?usp=drivesdk
- ↑ Moraes, Dilma (1983). Santo Antônio do Monte - Doces namoradas e políticos famosos. [S.l.: s.n.]
- ↑ a b Samonte l, Prefeitura l (2000). «História de Santo Antônio do Monte». Consultado em 27 de julho de 2020
- ↑ Moraes, Dilma (1997). Famílias que Construíram a História de Santo Antônio do Monte. [S.l.: s.n.]
- ↑ a b https://www.facebook.com/61554941692778/posts/pfbid02YHGY3TtankV4ZTGzEmUYsyjXRiA6vLbNMXs5UctdryNCDvkzQpoNhxLSDoA5ebz8l/?app=fbl
- ↑ Freitas, Orlando (2013). Genealogia e História do Cercado de Pitangui. [S.l.: s.n.]
- ↑ Moraes, Dilma (1983). Santo Antônio do Monte - Doces Namoradas e políticos famosos. [S.l.: s.n.]
- ↑ «Santo Antonio do Monte -- Estações Ferroviárias do Estado de Minas Gerais». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 23 de outubro de 2020
- ↑ «Condições de rodovias no entorno de Lagoa da Prata preocupa motoristas e passageiros». www.jornalcidademg.com.br. Consultado em 23 de outubro de 2020
- ↑ a b c d «Instituição - Sindiemg». www.sindiemg.com.br. Consultado em 20 de agosto de 2020
- ↑ Moares, Dilma (1997). Famílias que Construíram a História de Santo Antônio do Monte. [S.l.: s.n.]
- ↑ «Associados». www.sindiemg.com.br. Consultado em 20 de agosto de 2020
- ↑ «Fenapi». www.facebook.com. Consultado em 20 de agosto de 2020