Sigride da Suécia

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Sigride
Princesa da Suécia
Sigride da Suécia
Retrato de Sigride por artista desconhecido que faz parte da coleção do Castelo de Gripsholm.
Nascimento 15 de outubro de 1566
  Castelo de Svartsjö, Färingsö, Reino da Suécia
Morte 24 de abril de 1633 (66 anos)
  Mansão de Liuksiala, Kangasala, Finlândia, Reino da Suécia
Sepultado em Catedral de Turku, Finlândia
Cônjuge Henrik Klasson Tott
Nils Nilsson
Descendência Åke Henriksson Tott
Anna Henriksdotter Tott
Erik Henriksson Tott
Casa Vasa (por nascimento)
Pai Érico XIV da Suécia
Mãe Catarina Månsdotter

Sigride Eriksdotter da Suécia (Castelo de Svartsjö, 15 de outubro de 1566 – Mansão de Liuksiala, 24 de abril de 1633)[1][2] foi uma princesa da Suécia como a filha legitimada do rei Érico XIV e de sua amante, mais tarde esposa, Catarina Månsdotter. Seguindo a deposição do pai como rei pelo seu meio-irmão, a família ficou presa por vários anos, até a morte de Érico. Mais tarde, ela dividia o seu tempo na corte sueca onde servia como dama de companhia de sua prima antes de se casar, e também na Finlândia, ao lado da mãe, onde Sigride possuía as suas próprias propriedades, e onde veio a falecer e foi enterrada.

Família[editar | editar código-fonte]

Sigride era a filha primogênita de Érico XIV e de Catarina Månsdotter.

Os seus avós paternos eram o rei Gustavo I da Suécia e sua primeira esposa, Catarina de Saxe-Lauemburgo. Os seus avós maternos eram o guarda de prisão, Måns, e sua esposa, Ingrid, que vinha de uma família de camponeses de Uppland.

Ela teve três irmãos mais novos: Gustavo, que ficou noivo da princesa Xenia Borisovna of Russia, porém, o casamento foi cancelado pelo pai da moça, Boris Gudonov, devido à vida dissoluta que ele levava, Henrique e Arnoldo, ambos os quais morreram cedo.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Apesar de seus pais não estarem casados quando ela nasceu, Sigride foi tratada como uma filha legítima desde o início. A menina foi colocada sob os cuidados de Jeanne de Herboville, a esposa de um nobre huguenote da França que tinha imigrado para a Suécia.[3] Érico se casou morganaticamente com Catarina em 1567, e em 1568, os dois tiveram um casamento oficial, e Catarina foi coroada em 5 de julho daquele ano. Catarina e o irmão, Gustavo, estiveram presentes no casamento e na coroação, o que era inédito para os filhos de um casal real. Em ambas as ocasiões, ela foi autorizada a ficar ao lado deles sob um dossel com o irmão, como forma de demonstrar a sua nova legitimidade e estatuto.[2] A presença das crianças era uma forma de demonstrar a sua nova posição: eles foram confirmados como legítimos, e receberam todos os privilégios de uma princesa e príncipe reais.

Em janeiro de 1569, o rei foi formalmente deposto pelo meio-irmão, João III, e preso junto com a família. Foi permitido à jovem, de vez em quando, que vivesse fora da prisão domiciliar dos pais, sob os cuidados de Jeanne de Herboville e da rainha viúva, Catarina Stenbock, madrasta de Érico e do novo rei.[3] Em 1573, Sigride foi tirada do pai, e levada, junto com a mãe, ao Castelo de Turku, na Finlândia. Em 1575, ela foi separada do irmão, que também foi removido da tutela da mãe. Em fevereiro de 1577, com a morte do pai por envenenamento, Sigride e a mãe foram libertadas, e passaram a morar na Mansão de Liuksiala, na cidade finlandesa de Kangasala.

A sua posição após a deposição do pai era incerta, porém, ela não possuía a posição completa de uma princesa real. Numa pintura atribuída à ela, ela é chamada de "Fröken Sigrid Vasa, Konung Eriks äkta dotter" (Senhora Sigride Vasa, filha legítima do Rei Érico). Neste caso, o título de senhora (Mamsell) apenas foi usado por mulheres nobres no século XIX na Suécia. Mesmo assim, Sigride tinha um bom relacionamento com a família paterna. Ela foi nomeada dama de companhia da prima, a princesa Ana, em 1582, e acompanhou-na em sua viagem para a Polônia, onde esteve presente na coroação do irmão de Ana, Sigismundo III Vasa da Polônia, em 1587. Logo após isso, ela se encontrou com o irmão, Gustavo, na Polônia.

Ainda no ano de 1587, Sigride recebeu o feudo da residência da mãe, a Mansão de Liuksiala, assim como o direito de herdá-la.[3] Não é claro se isso significava que agora a casa era propriedade da princesa e não de Catarina, porém, em seguida, Sigride recebeu a sua própria renda advinda da propriedade.[3] Mãe e filha tinham um relacionamento próximo, e Sigride costumava visitá-la com frequência na Finlândia.

Não se sabe quanto tempo a jovem permaneceu na corte da princesa Ana, mas, em 1596, ela estava novamente morando na Finlândia, e, em 1597, recebeu permissão de Ana para se casar com Henrik Klasson Tott, o que indicava que, formalmente, ela ainda era uma dama de companhia na época. Ela se tornou, então, senhora da Mansão de Sjundby, também na Finlândia.

Em 1599, Sigride seguiu o marido no seu exílio em Riga, na atual Letônia, para onde ele fugiu do rei Carlos IX, pois ele era leal ao rei Sigismundo.[3] Após ficar viúva, ela retornou à Finlândia em 1603.

Sigride visitou a Mansão Sjundby na primavera de 1603, encontrando uma fazenda em ruínas. As casas de madeira são descritas como podres e em ruínas, e o castelo sofreu muitos danos. Ela permanece na Finlândia, mas não se sabe se residia em Sjundby. É sabido que ela morou pelo menos, ocasionalmente, na fazenda Gerknäs, em Lojo. Da mesma forma que ela frequentemente visitava sua mãe, Catarina, em Liuksiala, Catarina também visitava Sigride em Sjundby. A sala sudoeste no segundo andar do castelo de Sjundby é chamada de sala de Catarina Månsdotter. Acredita-se que ela passou a noite lá quando visitou a filha. Em 1618, o filho da princesa, Åke Henriksson Tott, do seu primeiro casamento, viria a assumir a administração de Sjundby.[4]

Em 10 de setembro de 1609, no Castelo das Três Coroas, ela se casou com Nils Nilsson, e a partir daí, passou a viver na corte sueca, onde Nils tinha um cargo. Ocasionalmente, Sigride tinha conflitos com Carlos IX em relação a assuntos financeiros, e, o rei, em tais ocasiões, a chamava de "bastarda", mas não há nada que indique que ela era desrespeitada na corte.[3]

Sigride faleceu em 24 de abril de 1633, aos 66 anos de idade, e foi enterrada na Catedral de Turku, na Finlândia.[5]

Descendência[editar | editar código-fonte]

  • Åke Henriksson Tott (4 de junho de 1598 – 14 de julho de 1640), participou da Guerra dos Trintas Anos, comandando tropas na Batalha de Grubin em 1627, e na Batalha de Breitenfeld, em 1631. Também foi nomeado Conselheiro Privado em 1630, e Marechal de Campo da Suécia em 1631. Foi casado duas vezes, primeiro com Sigrid Bielke e depois com Christina Brahe. Teve descendência;
  • Anna Henriksdotter Tott, morreu quando criança;
  • Erik Henriksson Tott (m. 1621)
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Referências

  1. «SWEDEN». Foundation for Medieval Genealogy 
  2. a b «Sigrid Eriksdotter (abt. 1566 - 1633)». Wiki Tree 
  3. a b c d e f Arnell, Sture (1951). Karin Månsdotter. Estocolmo: Wahlström & Widstrand, 
  4. «Sjundby på 1600-talet». sjundby.fi 
  5. «Sigrid of Sweden». Find a Grave