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Bruxa da Sapolandia[editar | editar código-fonte]

Historia Sobre a Lenda[editar | editar código-fonte]

Nos anos 1950, Campo Grande capital do estado do Mato Grosso do Sul situada na região centro oeste do pais. Devido o grande numero de trabalhos na cidade os pais e mães da mesma foram obrigados a deixar seus filhos e filhas com um tutor ou uma tutora responsável por cuida-las e alimenta-las. A Maioria dos pais deixavam seus filhos sozinhos em casa para trabalhar no campo ou em lojas da cidade, foi este fator que deu início a lenda da "Bruxa da Sapolândia"[nota 1], história real ocorrida na Capital e que teve ares trágicos e misteriosos, ocorrida no final dos anos 60 colocando por fim nos anos 70.

A bruxa existiu realmente, crianças desapareceram e ossadas foram encontradas. A lenda se formou e muita investigação em torno da história passada no bairro Taquarussu exatamente no local (G999+Q8 Vila Taquarussu, Campo Grande - MS), aonde a casa da lenda da "bruxa" ainda continua em pé.

"Célia de Souza" [nota 2], a personagem principal, nasceu em Rio Negro por volta de 1920 e veio para Campo Grande nos anos 50 do século passado. Com experiência em benzas e magia negra, se tornou conhecida na Sapolândia, zona oeste da Cidade, com esse nome providencial por conta das lagoas e brejos, que juntavam muitos sapos.

A renda extra de Célia vinha da creche que mantinha em casa, cuidando de crianças cujos pais não tinham onde as deixar.

Quatro crianças foram mortas por espancamento, fome, maus-tratos e rituais de Magia negra

Sua Chegada na Cidade[editar | editar código-fonte]

"Ao chegar, ela percebeu que podia cuidar dos filhos dos trabalhadores da região. Os pais saiam para trabalhar em fazendas do interior e alguns ficavam até meses fora, deixando as crianças sob os cuidados de Célia", explica André Luiz Alvez, autor do livro "A Bruxa da Sapolandia", lançado em 2017 pela Chiado Editora.

Segundo o autor, os pais das crianças pararam de enviar dinheiro pela creche, gerando abandono na creche de Célia. Aí começa o terror.

 "A qualidade de vida das crianças caiu muito. Eles viviam em condições precárias e os pequenos passavam fome e maus tratos. Duas crianças morreram de desnutrição", diz.

A aparição de sapos com a boca costurada, caldeirões, pentagramas e linguagens estranhas começou a fazer parte do folclore de quem passava perto da casa. O que era lenda se materializou em 1969, após denúncias de moradores levarem à Polícia a investigar a casa, principalmente pelas crianças que estavam descuidadas.

O desaparecimento de algumas também foi notado.

"Não podemos confrontar com fotos e fatos de que as crianças morreram sob os cuidados dela. Ela não contava detalhes, mas confirmava o acontecido", diz André Luiz.

Prisão[editar | editar código-fonte]

Célia foi presa e confirmou que havia crianças enterradas no quintal. Seu companheiro João Luiz da Silva também foi levado ao cárcere.

Com grande parte dos moradores indignados e imprensa acompanhando a prisão, Célia retirou os restos mortais das crianças que haviam sido enterradas em pequenos caixotes, entre elas Jesus Aparecido Larson e Dirce Silva. Em um dos laudos, há comprovação que uma delas morreu com forte pancada na cabeça.

Durante sua estadia na cadeia, de 1969 a 1971, Célia teria se transformado em um ser que não falava, irreconhecível e abandonado. Bruxaria ou reflexo das péssimas condições dos presídios no Brasil? Em 1971 ela foi solta por ser absolvida e passou da vida para a história. Na sentença, o juiz Milton Malulei descreve não haver laudo comprovando que a morte das crianças foi culpa de Célia. Alias, a história remonta diversas casas Brasil afora de pessoas humildes e sem cuidados para os pequenos, falta de saúde pública, programas sociais e tudo mais que tão descreve o Brasil real.

Desaparecida, há relatos que foi para o Paraguai aprimorar suas técnicas de bruxaria. Outros relatos apontam suicídio, prostituição e que virou espírito errante que ainda ocupa a antiga casa.

Para Alvez, é mais provável que ela tenha voltado para a casa e por lá ficou até morrer.

Depoimento[editar | editar código-fonte]

Ficheiro:Retiradacaixaosapolandia.jpg
Célia de Souza desenterrando os caixões apos assumir os atos, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul

No depoimento, José Fernandes afirma que os três casais chegaram a dividir o mesmo teto e que as crianças davam banho em Célia e João Luiz. A comida era folhas de cenoura e feijão carunchado. “E quando matava galinha fazia com que aquelas pessoas comessem as penas e tripas”. Na casa, moraram, ao menos, 11 crianças. Na casa de mãe de Célia, foram encontradas duas crianças em “deplorável” estado de saúde, levadas para a Santa Casa de Campo Grande.

À polícia, Célia negou os maus-tratos e disse que as mortes foram por causas naturais. Já o relato de João Luiz fala em saravá e maus tratos.

“O qualificado era ciente de que Célia pegava menores para curar e cuidar, porém isto não fazia, porque não fornecia aos referidos menores uma alimentação sadia e um conforto condigno, os espancando, resultando desses espancamentos de quatro dêles faleceram; que por várias vezes ele qualificado também foi espancado por sua amásia por não querer compartilhar de seus instintos bestiais de fera humana”.

Bertolino também afirmou que as crianças morreram devido a espancamento e maus-tratos. Na delegacia, ainda disse que praticamente fugiu da casa de Célia em companhia da família.


Justiça[editar | editar código-fonte]

Em juízo, Célia afirmou que falou para os pais levarem Jesus Aparecido ao médico, mas os pais diziam só confiar nela e que a mãe não quis que o menino fosse enterrado no cemitério de Campo Grande. João Luiz, por sua vez, disse não saber de nada e que quase não parava em casa. “Vendo apenas umas crianças brincarem lá”. - Na defesa, o advogado Odir Vidal aponta que a Célia acabou protagonista da “sanha policial com ânimo sanguinolento de perturbar a Justiça injustiçando uma pobre mulher que serviu de pasto ao noticiário impudico e sem entranhas da empresa desenfreada e desabrida”.

Na sentença que absolveu os três acusados, o juiz da 5ª Vara, Milton Malulei, afirma que não há nexo causal entre as lesões e a morte.

“Ora, está patente no autos que nem direta, nem indiretamente, tais lesões restaram provadas. Como então, admitir-se como provada a morte dos menores em consequência de tais lesões? Morreram, é verdade que sabe lá, se não foi como tem morrido milhares de seres humanos, vítimas de suas próprias desgraças: a ignorância, o desamparo, a desnutrição, a fome e a debilitação. A decisão foi publicada em 24 de maio de 1971. A história documentada acaba em primeiro de junho de 1971, com o alvará de soltura.

No curso do processo judicial, atuou até mesmo o ex-senador e ex-prefeito Juvêncio César da Fonseca. À época defensor público, ele foi nomeado para atuar na defesa de Célia em uma única audiência, diante da ausência do advogado da ré. “Não me recordo. Trabalhava demais, era muita gente na Defensoria”, conta. O fato foi em 17 de junho de 1969.

Hoje[editar | editar código-fonte]

Na rua Dracena, Vila Afonso Pena, região do Taquarussu, até mesmo que só está “parando” na cidade conhece a fama do lugar. “Na época, morava em Fátima do Sul. Não sei contar a história, mas lembro de ter ouvido”, diz o solícito Oliveira José Palma, 79 anos, que logo indica a casa onde morou Célia de Souza.

Ao lado da residencia aonde ocorreu os fatos mora Marcos de Oliveira, 36 anos, faz as honras da casa. Desde 2005, ele mora no terreno, perto da casa atração do bairro.

Ele conta que já recebeu muitos curiosos. Gente que vai tirar foto e até um estudioso estrangeiro. “Ele me disse que parece a história da bruxa de Blair”, diz. Entre os visitantes, ele garante ter até mesmo quem pague para levar terra próxima do imóvel.

Enquanto muitas galinhas circulam pelo quintal, Marcos conta que cachorro não fica por perto. Além disso, já viu vultos e que o ar fica “pesado” no Dia de Finados.

De concreto, relata que o maior susto foi ter encontrado um caixão no forro da casa. “Foi em 2009, o caixão era grande, não tinha pintura e estava cheio de roupas de criança”, diz. Em seguida, completa que o objeto pode ter sido obtido de uma fábrica de caixão que funcionava nas imediações.

40 anos no bairro, há tempo de ver a farra dos sapos no brejo, Ester Barbosa de Souza, 70 anos, afirma já ter ouvido a história, mas duvida que tenha sido verdadeira. Aliás, a proporção foi tão grande que se fala em até 20 crianças enterradas no quintal.

Entre o diz que me disse, a construção de madeira parece parada no tempo. Dando a estranha impressão que tanto pode ser 1969, quanto 2020.

Marcos afirma escutar gritos de crianças, um amigo morador de um apartamento ao fundo comentou ter visto durante uma noite uma mulher com um vestido branco e cabelos longos e grisalhos caminhando pelo terreno aonde os fatos ocorreram, o prédio da de fundo para a residência de "Bruxa", aonde na mesma época foi encontrada ossadas de crianças desaparecidas, o mesmo ainda comentou que seu falecido irmão com deficiência mental relatava ter visto crianças e ate conversava com algumas delas, alguns amigos também já visitaram e não se sentiram confortáveis no local assumindo uma sensação "pesada", no ambiente. Relatos de Marcos também afirmam ter recebido visita de uma suposta bruxa ao local, a mesma procurava sobre um livro que possivelmente estaria enterrado em algum lugar da casa ou do terreno, a suposta "Bruxa" com quem Marcos conversou afirma que Célia de Souza possuía este livro para realizar os atos de magia negra, porem nunca fora encontrado.

Mortes[editar | editar código-fonte]

Em um a caixão ou caixote rasos, Célia de Souza sepultou o corpo de Jesus Aparecido Larson de três anos, filho de Bertolino e Luzia Larson, Dirce, de sete anos, filho de Manoel Joaquim e Júlia, foi sepultada apenas em volta de uma rede, também em uma profundidade considerada rasa, noticiou o jornal Diário da Serra em 12 de janeiro de 1969. Ela também foi denunciada pela morte de um menino, que morreu em janeiro de 1969 e foi sepultado no cemitério.

Á relatos do morador atual de que pessoas que visitaram o local afirmam ter comentado com o mesmo ter escutado relatos na época que o numero de crianças seria maior, porem este nao foi comprovado, as crianças foram mortas de forma cruel e desumano perante a sociedade, um dos crimes mais violentos da historia da cidade, comoveu diversas pessoas da época e ate hoje comove quem escuta a lenda da "Bruxa da Sapolandia".




Escritor[editar | editar código-fonte]

Livro[editar | editar código-fonte]

Ficheiro:Andrechiadosapolandia.jpg
A bruxa da Sapolândia Autor(a): André Alvez Editora: Chiado Páginas: 488, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul

O livro escrito por André é uma obra de ficção com elementos da vida real e uma personagem intrigante. Intitulada "A Bruxa da Sapolândia", a obra oferece ao leitor pitadas de aventura, suspense e resgate de uma lenda urbana das mais famosas de Campo Grande.

É exatamente o mistério em torno dessa personagem o que inspirou André. "Cresci nessa região ouvindo histórias da Célia e por muito tempo isso era usado para impor medo às crianças: olha, não faça isso que a bruxa vai te pegar. Portanto, meu livro é um romance, mas com um personagem e passagens reais, que extrai de sua pouco conhecida história e, principalmente, do processo judicial que culminou na condenação dela", explica o autor. Para adquirir o livro.

Antes de escrever a obra, lançada em 2017, André se muniu de diversos documentos, obtidos junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), para retratar com muita propriedade os fatos que chocaram Campo Grande, decorrentes das ações de espancamento, fome, maus-tratos e rituais de magia negra praticados contra crianças por Célia de Souza, na época com 51 anos. A magia do livro também está em seu narrador: um gato chamado Ranulfo.    

É por meio do gato de Célia – personagem fictício –, que o leitor fica sabendo da história dela. Em sua casa, que funcionava como uma hospedaria em que pessoas que trabalhavam longe de Campo Grande deixavam os filhos ali e pagavam mensalidades. A mulher também fazia trabalhos de curas milagrosas e volta de amores perdidos e para isso usava sapos, diversas magias e também as crianças, num ritual de assombros e feitiçaria.  

Além do gato, André também dá voz a Natanael, um garoto perturbado, levado pelas sombras amigas até o interior da casa de madeira escura, na qual tudo acontecia, sempre ao lado de Sofia, figura ruiva misteriosa, dotada de poderes sobrenaturais, espalhando pelo ar o mistério em forma de sussurros.

No processo da escrita do livro, Alvez entrevistou muitas pessoas, inclusive algumas que acompanharam o caso de perto. “Procurei retratar com mais transparência possível esse caso, já que eu era criança nessa época e ouvi muito a minha mãe me falar sobre ele. Mexia muito com meu imaginári e acredito que com o imaginário de muita gente até hoje”.

Além do livro A Bruxa da Sapolândia, André já escreveu outros livros, inclusive de contos. Seu trabalho pode ser conferido aqui. 

Fontes[editar | editar código-fonte]

- Jornal Digital Campo Grande News ( Campo Grande News Jornal digital conceituado da cidade de Campo Grande - Mato Grosso do sul atende toda a regial territorial podendo ser visualizado mundialmente e teve inicio de suas atividades por Miro Ceolim e o jornalista Lucimar Couto em março de 1999) ( Jornalismo Digital Campo Grande News)

- Jornal A Critica (O jornal A Crítica, um dos veículos de comunicação mais tradicionais do Estado de Mato Grosso do Sul teve inicio em 1980) ( Jornal A Critica)

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Bruxa da Sapolandia Nome fictício dado a uma mulher acusada de cometer crimes em Campo Grande - Mato Grosso do Sul na década de 60 e 70
  2. Célia de Souzaé o nome do meio constante em sua certidão de nascimento estadual e na maioria dos documentos oficiais no período da infância à juventude