Usuário(a):Camillo Cavalcanti/Alceu Amoroso Lima

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Alceu Amoroso Lima
Camillo Cavalcanti/Alceu Amoroso Lima
Manuel Bandeira (3º da esquerda para direita em pé), Alceu Amoroso Lima (5ª posição) e Dom Hélder Câmara (7ª) e sentados (da esquerda para direita), Lourenço Filho, Roquette-Pinto e Gustavo Capanema
Rio de Janeiro, 1936
Nascimento 11 de dezembro de 1893
Rio de Janeiro
Morte 14 de agosto de 1983 (89 anos)
Petrópolis
Nacionalidade  Brasileiro
Ocupação Crítico literário, professor, pensador, escritor e líder católico

Alceu Amoroso Lima (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1893Petrópolis, 14 de agosto de 1983) foi um crítico literário, professor, pensador, escritor e líder católico brasileiro. Foi Conde Romano, pela Santa Sé [1] Adotou o pseudônimo de Tristão de Ataíde.

Vida[editar | editar código-fonte]

Filho do industrial Manuel José Amoroso Lima e da dona-de-casa Camila Peixoto da Silva, Alceu era neto do 1º Visconde de Amoroso Lima. Tinha duas irmãs: Carmen (1889) e Zaíra (1891).

Ao completar cinco anos, foi alfabetizado, no Rio de Janeiro, por sua mãe, com o método criado pelo professor João Köpke (com quem teria aulas particulares nos anos seguintes). Em 1900, viajou pela Europa com a família, tendo se matriculado num colégio frequentado por aristocratas para aprender a língua francesa.

De volta ao Brasil, cursou o Colégio Pedro II, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro (1913), atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O paraninfo de sua turma foi o professor de filosofia do Direito Sílvio Romero. Estagiou e advogou no escritório do advogado João Carneiro de Sousa Bandeira, que foi seu professor na Faculdade de Direito. Adotou o pseudônimo Tristão de Ataíde, ao se tornar crítico (1919) em O Jornal. O pseudônimo servia para distinguir a atividade de industrial da literária: Alceu então dirigia a fábrica de tecidos Cometa, que herdara de seu pai.

Casou-se com Maria Teresa de Faria, filha do escritor Alberto de Faria,que também foi membro da Academia Brasileira de Letras. O escritor e acadêmico Octávio de Faria era irmão de Maria Teresa e cunhado de Alceu Amoroso Lima e o escritor e Acadêmico Afrânio Peixoto era casado com uma irmã de Maria Teresa de Faria, sendo assim concunhado de Alceu Amoroso Lima

Aderiu ao modernismo em 1922, sendo responsável por importantes estudos sobre os principais poetas do movimento.

Após publicar seu primeiro livro, o ensaio Afonso Arinos em 1922, travou com Jackson de Figueiredo um famoso e fértil debate, do qual decorreu sua conversão ao catolicismo em 1928. Tornou-se um líder da renovação católica no Brasil. Em 1932, fundou o Instituto Católico de Estudos Superiores, e, em 1937, a Universidade Santa Úrsula. Após a morte de Jackson de Figueiredo, o substituiu na direção do Centro Dom Vital e da revista A Ordem.

Em 1941, participou da fundação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde foi docente de literatura brasileira até a aposentadoria em 1963.

Foi representante brasileiro no Concílio Vaticano II, o que o marcaria profundamente. Foi um dos fundadores do Movimento Democrata-Cristão no Brasil.

Publicou dezenas de livros sobre os temas mais variados. Morou na França e nos Estados Unidos no início da década de 50, onde foi diretor do Departamento de Assuntos Culturais da União Panamericana, cargo em que foi sucedido por Érico Veríssimo em 1952. Durante esse período, ministrou cursos sobre civilização brasileira em universidades inclusive na Sorbonne e nos Estados Unidos.

Tornou-se símbolo de intelectual progressista na luta contra às transgressões à lei e à censura que o regime militar após 1964 iria impor ao povo brasileiro.

Denunciou pela imprensa a repressão que se abatia sobre a liberdade de pensamento em sua coluna semanal no Jornal do Brasil e na Folha de S.Paulo. Patrocinou em múltiplas ocasiões as cerimônias de formatura de estudantes de diversas especializações que rendiam tributo à sua luta constante contra os regimes de caráter autoritário.

Foi reitor da então Universidade do Distrito Federal, atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro e também membro do Conselho Nacional de Educação.

Antepassados[editar | editar código-fonte]

Mesmo tendo enriquecido (graças às suas obras literárias, bastante apreciadas no Brasil e no Exterior), Alceu Amoroso Lima pertencia à uma família tradicional da elite: A família Amoroso Lima. Seu avô, Manuel José Amoroso Lima, foi nomeado como o 1º visconde de Amoroso Lima. Era também, por via de sua mãe, um sobrinho-neto de Adelaide de Morais e Barros, primeira-dama do Brasil.

Obras[editar | editar código-fonte]

Impõem-se ao olhar de quem lê os seus textos os termos interligados de pessoa, ser, liberdade, eterno e moderno. Estas palavras são recorrentes em muitos de seus livros.

  • Estudos — Segunda série (1927)
  • Política (1932)
  • Idade, sexo e tempo (1938)
  • Elementos de ação católica (1938)
  • Mitos de nosso tempo (1943)
  • O problema do trabalho (1946)
  • O existencialismo e outros mitos de nosso tempo (1951)
  • Meditações sobre o mundo interior (1953)
  • O gigantismo econômico (1962)
  • O humanismo ameaçado (1965)
  • Memórias improvisadas (1973), um livro muito importante, produto de um diálogo com o jornalista Cláudio Medeiros Lima
  • Os direitos do homem e o homem sem direitos (1975)
  • Revolução suicida (1977)
  • Tudo é mistério (1983)

Alceu Amoroso Lima tenta, em seu livro “Introdução a Literatura Brasileira”, introduzir o leitor ou aluno na nossa literatura. A primeira parte nos conduz as origens de nossa literatura. Mostrando o curso de nossas letras através da história. As repercussões dos movimentos histórico-culturais, que por muitas vezes precedem nossa literatura, mas que mesmo assim, atua sobre ela. Ele cita três movimentos de grande impacto: O Renascimento, a reforma e a revolução. E suas respectivas repercussões em nossas letras. Na segunda parte ele se ocupa das divisões da literatura brasileira e da preocupação em escolher um método de análise das nossas letras que altere o menos possível a realidade complexa e vasta como uma literatura nacional. Alceu faz um histórico analítico das principais divisões da literatura brasileira, proposta por vários críticos e suas diferentes abordagens, sem deixar de levar em conta os eventos histórico-sociais. Entre os primeiros críticos citados temos: Bouterwek, alemão, discípulo de Leising, o primeiro crítico universal que se ocupou das letras brasileiras; Sismonde de Sismondi, na França, que deposita expectativas na literatura dessa província brasílica do império lusitano; Ferdind Denire, três anos após a independência, pela primeira vez considera a independência literária brasileira. Nosso território, já independente, se desprende de alguns ideais europeus e dá lugar a manifestações de nosso povo. A resposta a esse apelo vem de o Parnaso brasileiro de Januário da Cunha Barbosa, que constituiu a primeira defesa contra a dispersão do nosso passado literário. Em Portugal no período pré-romântico, Gama Barros contesta a existência de uma literatura brasileira, em contraste a esse pessimismo, surge o otimismo romântico. O primeiro crítico a analisar esse otimismo romântico foi Joaquim Norberto, que estudou nossa história literária usando o critério cronológico. Escolhido por D. Pedro II, Ferdinand Wolf recebe a missão de divulgar nossas letras. Ele adota o critério de Joaquim Nabuco, fazendo apenas algumas modificações. Em 1850, Vernhagem publicara um Florilégio da Poesia Brasileira, não sistematizando mas fazendo apenas um esboço histórico. Um segundo crítico otimista romântico foi Fernandes Pinheiro, adotou o critério da divisão dos períodos. Silvio Romero, em 1882, contribuiu para a crítica ao naturalismo, ele fez estudos sistemáticos sobre o tema. Seis anos mais tarde publica História da Literatura. Silvio não enfocava a formas estéticas, mas sociológicas e filosóficas. Em suas obras, Livro do Centenário, Compêndio de Literatura Brasileira, ele vária de critério entre divisão por período e por século. O crítico José Veríssimo reagia contra a sistematização, apresentando as nossas letras em seu valor próprio. Ele usou do critério cronológico procurando simplificar as divisões, negando a classificação em níveis estéticos, ele usa de uma divisão política, usando de dicotomias para simplificar. Araripe Júnior, terceiro maior crítico dessa geração, focou nas monografias e estudo de autores, movimentos e períodos isolados, abriu uma nova janela para a compreensão da nossa literatura a partir da sua multiplicidade de aspectos. O primeiro a dar depoimento dos novos 1917, Ronald de Carvalho, voltou a classificação de Romero, distinguindo os três períodos de formação, de transformação e autonômico, fazendo subdivisões. Ele também publica Pequena História da Literatura Brasileira, sendo apenas um compêndio, trata de uma visão sintética acentuado por um ponto de vista estético. A obra de Artur Motta, A História da Literatura Brasileira, em 1930,é uma verdadeira oposição a obra de Ronald, onde a objetividade e uma considerável bibliografia caracteriza a obra. Ele também adotou a divisão tríplice_ formação, transformação e expansão autonômica_sua obra foi de grande importância para as nossas letras, mas sua morte interrompeu essa obra que viria a ser monumental. Nos últimos anos houve várias contribuições didáticas, sistemáticas, na base de um caráter mais bibliográfico. As contribuições são de Antônio Peixoto, Manoel Bandeira e Bezerra de Freitas. Manoel Bandeira, poeta e iniciador da poesia moderna entre nós, adota as divisões por séculos e escolas. O compêndio de Bezerra, adota a divisão tríplice: fase de formação, fase de desenvolvimento e fase de reação crítica. Nelson Werneck Sodré adota um modelo sociológico estudando sistematicamente a literatura “em seus fundamentos econômicos”, destacando a íntima ligação que existe entre os fatos sociais e culturais, particularmente a economia em sua obra História da Literatura Brasileira em seus fundamentos econômicos. O crítico Viana Moog reage contra o critério cronológico adotando uma visão espacial, formando “como que arquipélago cultural”. Ele divide a literatura brasileira segundo a adequação das obras as realidades culturais. O Sr, Múcio Leão contribuiu para nossas letras com uma fonte de referências bibliográficas, que mesmo incompleta é de grande importância. São ainda mencionados os trabalhos bibliográficos de Simões dos Reis, do Dr. José Cruz Medeiros, Fidelino de Figueiredo, Sr. Agripino Grieco. Para o autor as divisões de obras e autores é apenas um ponto de vista, não é irredutível ou inquestionável, é um instrumento de “valorização do objeto em mira”. Quatro são, ao ver do autor, os critérios principais que podem reduzir toda multiplicidade dos pontos de vista para encarar a realidade literária: o genético (estuda o objeto segundo sua origem e sua natureza), o cronológico (divisão segundo a disposição de suas várias fases no tempo), o geográfico (divisão segundo a distribuição pelo espaço interno), o estético (dividir a realidade brasileira segundo o espírito dominante e o ideal de expressão procurado). Alceu propõe as variáveis segundo o critério genético ou específico: a questão psicológica ou individual, mesológica ou social. Das origens; culta ou popular, masculina ou feminina, infantil ou adulta. Do tema; naturalista ou citadina, social ou individual. Do temperamento; racional, afetiva e instintiva. Da cultura; empírica e elevada. Das ideias; espiritualista, naturalista, eclética e céptica. Da política; colonial, imperial e republicana. Da econômica; ciclo do açúcar, ciclo da mineração, ciclo do café e ciclo da indústria. Da étnica; lusa, indígena, africana e cósmica. Na divisão segundo o critério cronológico ele propõe as divisões: divisão cronológica por séculos que vai do XVI ao XX e por fases literárias que são: iniciação (1553-1768), emancipação (1768-1836) e independência (1836 ao contemporâneo). No critério espacial devem ser considerados, segundo o autor, a repercussão; transmissiva e receptiva com Portugal e os países como Espanha, Itália e França via Portugal e também diretamente com a França, Inglaterra, Alemanha, Rússia, norte da América e Oriente. A distribuição; norte-sul, litoral-sertão e cidade-campo. Por último fica a divisão segundo o critério estético. O autor considera quatro divisões para nossas letras: a escola literária (entendemos como conjunto de personalidades e obras unidas segundo um ideal estético), personalidade literária (autor marcante de obra escrita ou oral), corrente literária (o aspecto dinâmico de uma escola, no qual predomina um tema ou uma influência em comuns) e por fim o gênero literário (uma modalidade de expressão segundo sua finalidade). O autor não deixou de citar nossas personalidades marcantes nas divisões citadas, vejamos alguns: I- Escola clássica, entre os séculos XVI a XIX, temos: Anchieta, Gregório de Matos, Antônio Vieira, Basílio da Gama, Silvio Alvarenga, José Bonifácio, entre outros. II- Escola romântica, entre 1830-1870: D. G. de Magalhães, Gonçalves Dias, Alencar, Castro Alves, Joaquim Nabuco, entre outros. III- Escola naturalista, entre 1870-1890: Tobias Barreto, Rui Barbosa, Aluísio Azevedo, Olavo Bilac, Araripe Jr., Machado de Assis, entre outros. IV- Escola simbolista, entre 1890-1920: Gonzaga Duque, Farias Brito, Cruz e Souza, entre outros. V- Escola moderna, entre 1920 ao contemporâneo: Mário de Andrade, Oswaldo de Andrade, Monteiro Lobato, Jorge de lima, entre outros.17h54min de 19 de março de 2013 (UTC)Keilla Dos Santos (discussão)--Keilla Dos Santos 17h14min de 7 de novembro de 2012 (UTC)

Quadro Sintético da Literatura Brasileira[editar | editar código-fonte]

O livro Quadro Sintético da Literatura Brasileira de Alceu Amoroso Lima, possui um caráter didático, facilitando a compreensão do processo de constituição da literatura brasileira. O autor busca essencialmente mostrar personalidades e obras que fizeram parte de um determinado grupo de intelectuais, que de alguma forma marcaram época, seja por dispor de idéias revolucionárias, ou por possuírem características marcantes, no mundo das letras. Para isso, fragmenta o escrito em três fases: a colonial; a imperial; e a moderno, subdividindo-as em escolas literárias. Na primeira temos o Classicismo, na segunda o Romantismo e o Realismo e Parnasianismo, e na terceira o Simbolismo, o Pré-Modernismo, o Modernismo e o Neomodernismo. Alceu Amoroso mostra que a fase colonial (Classicismo 1550-1830) foi marcada pela chegada dos jesuítas no Brasil, iniciando o processo intelectual brasileiro, e estes utilizam o teatro como instrumento de catequização, que conseqüentemente marca a primeira etapa da história literária. Destaca-se nessa área José de Anchieta, S.J., que é considerado o percussor da literatura brasileira. Temos como primeiro escrito a carta de Pero Vaz de Caminha. Chega o Classicismo no Brasil, e quatro figuras se sobre saem: Botelho de Oliveira; Gregório de Matos; Frei Vicente do Salvador e o Padre Antônio Vieira, e a inspiração vinda de elementos locais começa a aparecer na literatura dos filhos da terra. Gregório de Matos é a figura mais significativa da literatura colonial, por sua poesia rica em expressões e finura satírica. Acontece no século XVIII dois marcos literário: fundação das Academias e o surgimento de um núcleo de poetas, formado por três classes: os épicos, os líricos e os satíricos. O processo de colonização é caracterizado por reprimir qualquer tipo de autonomia intelectual. E é a partir de 1808 com a vinda do governo português para o Brasil, inicia-se uma etapa de transição clássico-romântico. Partindo para o Romantismo (1830-1870) (que surge no período imperial), o autor busca inicialmente ressaltar as peculiaridades que marcaram esse momento. Coloca que o romantismo nasce a partir de um sentimento de independência nacional, e enfatiza os principais precussores dessa escola como sendo: José Bonifácio e o Padre Antônio Pereira de Sousa Caldas, atestando que estes possuem em suas obras um caráter religioso, (um dos diferenciais do Romantismo). Outras marcas do Romantismo são a inspiração nacional e a preocupação nacionalista. Nesse momento das letras considera-se que a inteligência brasileira começa a se formar no próprio país, assegurando na prosa e poesia uma literatura independente, mesmo que seja com inspirações vindas da França. Alceu Amoroso destaca alguns dos grandes poetas romancistas: Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Fagundes Varela, Casimiro de Abreu e Castro Alves. E considera o primeiro um grande poeta dessa geração, por ser profundamente romântico, com poemas de pura ciência lingüística. Também realça a importância de Castro Alves o poeta da abolição ou dos escravos, por ter se dedicado a essa causa, toda sua ação poética. Joaquim Manuel de Macedo autor de A moreninha (grande obra romântica). E José de Alencar, um romântico de escrita, elegante, fácil e suave. Também acontece nesse momento da história das letras, o florescer da crítica literária e do teatro (quase todos os romancistas escreveram para o teatro). O Realismo/Parnasianismo (1870-1890) é prescrito pelo autor como sendo um movimento de idéias modernas que golpearam o auge do Romantismo, destacando Tobias Barreto, figura de grande importância dentro dessa agitação. Idéias filosóficas contribuem significadamente para essa nova direção da literatura. Surgem novos tipos de poesia, romance, teatro e crítica literária, esta, destaca grandes personagens: Sílvio Romero, José Veríssimo e Araripe Júnior. Nesse momento o autor começa a descrever grandes nomes da literatura brasileira, suas peculiaridades e obras marcantes: Aluísio Azevedo, Júlio Ribeiro, Rui Barbosa, Machado de Assis (considerado um autor cuja obra não se enquadra em nenhuma estética particular que tenha marcado época) e Joaquim Nabuco. Estes dois últimos foram os principais instituidores da Academia Brasileira de Letras, em 1896. A poesia nessa época Realista foi nomeada parnasiana, e se popularizou em 1880 com a divulgação dos novos ideais estéticos. Grandes nomes: Alberto de Oliveira, Olavo Bilac, Raimundo Correia e Vicente de Carvalho. Influência francesa predomina e a portuguesa se enfraquece. Após esse momento inicia-se a terceira e ultima fase, a moderna, que é estreada pelo Simbolismo (1890-1900), este reage totalmente contra os movimentos anteriores. Proeminentes: Antônio Nobre, Guerra Junqueiro, Eugênio de Castro, João Barreira, Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens. Durante essa escola literária a poesia e a prosa não se difundirão. Foi uma nova era literária, extremamente condenada pelos pontífices da literatura dominante. Na dita segunda geração simbolista, destaca-se Mário Pederneiras, grande utilizador do verso livre (característica assumida pelo Modernismo). Alceu considera que o Pré-modernismo (1900-1920) tem em seu começo, um espírito de valorização cultural. Dentro desse quadro surgem figuras como: Euclides da Cunha (com Os Sertões, livro de caráter nacionalista), Lima Barreto (dedicou-se em suas obras a questões locais e nacionais), Afrânio Peixoto (um dos maiores nomes das letras de sua época) e Coelho Neto (dono de uma mente criativa e escrita expressiva). O Modernismo (1920-1945) surge como resposta da inconformidade da nova geração. Já existia um esgotamento das grandes obras passadas, e o desejo pelo novo era predominante. Essa nova escola literária atacava vigorosamente a velha guarda literária. Considera o autor, que os escritores dessa escola aparecem em três categorias: os passadistas, os modernos, e os independentes. Nessa ultima destaca-se: Jackson de Figueiredo; Monteiro Lobato; Raul de Leoni; Humberto de Campos e Martins Fontes. Monteiro Lobato provocou uma revolução quanto à literatura infantil, era radicalmente individualista, não se considerava integrante de qualquer escola ou movimento. Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswaldo de Andrade foram percussores do abalo renovador. Mário de Andrade consagrou-se como um dos mais representativos do Modernismo. Utilizou de seu conhecimento musical para revolucionar os ritmos poéticos. Já Manuel Bandeira também promove sua grandessíssima contribuição a arte literária, com sua sensibilidade e perspicácia poética. Oswaldo de Andrades é considerado um dos mais instáveis e espetaculares. Chega à segunda geração modernista em 1930, momento em que o Brasil também enfrenta abalos políticos. Com essa nova geração a prosa, que vinha sendo um pouco esquecida reaparece no cenário da escrita literária. Carlo Drummond de Andrade se revela nesse período, com uma poesia intensa, aguda, precisa, e expressiva, e por isso alcançou tamanho prestígio. Outro grande nome da poesia moderna foi: Jorge de Lima nordestino que se tornou famoso com a expressão africanismo modernista. Vinícius de Moraes foi uma figura modernista, avaliado como original e tocante. Nesse ponto Alceu Amoroso Lima inicia uma seqüência de citações de escritores (e obras) que fortaleceram esse movimento. Cecília Meireles (grande voz feminina); Cassiano Ricardo (demonstração máxima do nacionalismo modernista). A prosa nordestina estréia no cenário das letras como sendo de primeira linha, e traz consigo grandes nomes de valor: José Américo de Almeida; José Lins do Rêgo (com a obra Menino de Engenho); Raquel de Queirós (grande cronista e romancista); Graciliano Ramos (Vidas Secas); e Jorge Amado (tradução de ideais políticos). A última escola literária desenvolvida por Alceu é o Neomodernismo (1945-19...), considerada por este “(...) uma nova era literária, (...)” que é vista no horizonte. Um movimento que começou calmamente, sem grandes personalidades à frente, sem “confrontos”. Uma passagem de gosto, que não tinha o intuito de chamar a atenção da sociedade. Assim, assume mais um aspecto de evolução do que de revolução. É algo mais global do que social, indefinido, complexo e limitado. Ele não nega o Modernismo, mas o supera. Os neomodernistas parecem querer aprimorar-se em cada gênero ao invés de os confundirem. Aqui a prosa se faz poesia. Percebe-se que Alceu Amoroso Lima ao escrever este ensaio, procura ao máximo nos proporcionar uma visão geral do quadro da literatura brasileira. Despertando-nos um maior interesse de aprofundamento no conhecimento do campo literário em suas mais diversas vertentes. Cabe-nos o reconhecimento da importância desse escrito para a literatura, assim como, para sua ciência de formação. Glaucia Dniele (discussão) 17h19min de 7 de novembro de 2012 (UTC)

Academia Brasileira de Letras[editar | editar código-fonte]

Foi eleito em 29 de agosto de 1935 para a cadeira 40 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Miguel Couto, sendo recebido em 14 de dezembro de 1935 pelo acadêmico Fernando Magalhães.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

FILHO, Alceu Amoroso Lima. Cartas do pai: De Alceu Amoroso Lima para sua filha, madre Maria Teresa. Moreira Salles, São Paulo, 2003.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Família Amoroso Lima, família de Alceu.

Referências

  1. Carlos Eduardo de Almeida Barata. «Subsídios para um Catálogo dos Títulos de Nobreza concedidos pela Santa Sé aos Brasileiros». Colégio Brasileiro de Genealogia - Arquivos Genealógicos - Tabela I, Nº 3. Consultado em 22 de junho de 2010