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Friedrich Hayek: diferenças entre revisões

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O trabalho acadêmico de Hayek (exceto por sua contribuição para a Psicologia), divide-se em três partes: a primeira, teoria econômica; a segunda, problemas de economia política; a terceira, filosofia política e teoria do direito.
O trabalho acadêmico de Hayek (exceto por sua contribuição para a Psicologia), divide-se em três partes: a primeira, teoria econômica; a segunda, problemas de economia política; a terceira, filosofia política e teoria do direito.

== Biografia e contribuições ==

=== Primeiros anos ===

Friedrich von Hayek nasceu em 8 de Maio de 1889, em Viena. Seu pai, August von Hayek, foi um renomado botânico e um notável médico. Descendendo de uma família nobre, Hayek teve uma boa educação. Porém, em 1919 da Áustria banir os títulos de nobreza, sua família teve de retirar a etiqueta “von” do nome. O pai de Hayek deu sequência à tradição escolar da família, comprometendo-se com a botânica e escrevendo vários tratados no assunto. <ref>[http://www.thefamouspeople.com/profiles/friedrich-von-hayek-288.php]</ref>

Um fato interessante é que Hayek era primo-segundo de Ludwig Wittgenstein, o renomado filósofo, e foi um dos primeiros sortudos a ter lido o ‘Tractatus Logico-Philosophicus’, a obra inovadora de Wittgesntein. Mais tarde, Hayek admitiu que a filosofia e as técnicas analíticas de Wittgesntein exerceram profundo impacto na sua vida e em suas próprias ideias. Quando criança, seu pai surgeriou que ele lesse as obras de Hugo de Vries, conjuntamente com os trabalhos filosóficos de Ludwig Feuerbach. Durante seus anos escolares, Hayek ficou muito impressionado com as palestras sobre a ética aristotélica de um de seus tutores. Em 1917, foi para um regimento de artilharia no exército Áustro-Húngaro e lutou bravamente na fronteira da Itália, e perdeu parte da audição de sua orelha esquerda. Hayek até brincava com isso, dizendo que era uma coincidência ele ter perdido parte da audição da orelha esquerda, enquanto Karl Marx havia perdido parte da audição da orelha direita. <ref>[https://mises.org/library/friedrich-hayek-teacher]</ref> Depois da guerra, Hayek trabalhou o resto da vida buscando uma carreira acadêmica com o principal propósito de impedir as situações que causaram a Primeira Guerra.
Educação

Hayek tinha uma ânsia por conseguir conhecimento, e, durante seus anos na Universidade de Viena, estudou extensivamente filosofia, psicologia e economia, e recebeu doutorados em direito e ciência política. Entre seus colegas de universidade, estavam pessoas que se tornariam proeminentes economistas, como Fritz Machlup, Gottfried von Haberler, e Oskar Morgenstern. Durante o tempo em que a universidade permaneceu fechada, Hayek se matriculou no Constantin von Monakow's Institute of Brain Anatomy. Nesse tempo, ele gastou mais seu tempo manchando células cerebrais. O tempo gastou no Laboratório de Monakow deu vazão à sua profunda curiosidade pelo trabalho de Ernst Mach, motivando seu primeiro projeto acadêmico, na área de psicologia, o qual foi publicado mais tarde sob o título de The Sensory Order (1952). Em seu último ano na Universidade de Viena, o trabalho de Carl Menger sobre a estratégia explanatória das ciências sociais, juntamente com instrutiva presença de Friedrich Wieser na sala de tutorial, teve um efeito permanente em Hayek. Sobre a tutorial do último, Hayek recebeu um doutorado em economia política.<ref>[http://www.britannica.com/biography/F-A-Hayek </ref> Em 1923, ele foi para Nova York e na Nova York University se inscreveu para o programa de P.h.D, porém nesse tempo lhe faltou dinheiro, e ele teve de retornar a Viena. Depois desse retorno a Viena, ele começou a trabalhar no campo econômico.<ref>[http://www.thefamouspeople.com/profiles/friedrich-von-hayek-288.php]</ref>

=== Casamento ===

Friedrich August von Hayek se casou com Helen Berta Maria von Fritsch em Agosto de 1926. Ela foi secretária do escritório de serviço civil do governo da Áustria. Eles tiveram duas crianças. Em Júlio de 1950, se divorciaram e Hayek se juntou com Helene Bitterlich.<ref>[http://www.thefamouspeople.com/profiles/friedrich-von-hayek-288.php]</ref>

=== Influência de Ludwig von Mises ===
Em Viena, Hayek conheceu Mises, um economista bastante conhecido na época por sua teoria monetária, e autor da obra Socialismo, que influenciou bastante Hayek. Segundo Hayek, essa obra fez com que ele deixasse de ter tendências socialistas fabianas e passasse a defender o liberalismo.<ref>http://www.hayek.ufm.edu/index.php?title=Axel_Leijonhufvud</ref> A obra foi publicada em 1922.<ref>[http://www.britannica.com/biography/F-A-Hayek]</ref> Nessa época, Hayek, junto com seus colegas Felix Kaufmann, Fritz Machlup, Alfred Schutz and Gottfried Haberler, passou a frequentar o seminário privado de Ludwig von Mises.<ref>[http://www.thefamouspeople.com/profiles/friedrich-von-hayek-288.php]</ref>

Por recomendação de Wieser, quando voltou dos EUA Hayek foi contratado por Mises como diretor do Instituto Austríaco de Ciclos Econômicos. Mises queria alguém que tivesse formação na área jurídica e entendesse economia. Para Wieser, Hayek tinha as duas características, e assim foi aceito no instituto. <ref>[http://www.hayek.ufm.edu/index.php?title=Axel_Leijonhufvud]</ref> Por influência da Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos, defendida por Mises, Hayek escreveu o livro Monetary Theory and the Trade Cycle, em 1929. <ref> [http://www.britannica.com/biography/F-A-Hayek]</ref>

=== Na London School of Economics ===
Em 1931, Hayek foi convidado por Lionnel Hobbins a apresentar quatro palestras sobre economia monetária na Inglaterra, na London School of Economics and Political Science (LSE). Em razão das palestras, Hayek foi nomeado, para a universidade, como ‘Tooke Professor of Economic Science and Statistics’, cargo no qual ele permaneceu até 1950, tendo sido naturalizado britânico em 1938. Logo após entrar na LSE, Hayek se envolveu em um debate com John Maynard Keynes da Cambridge University. Hayek escreveu uma crítica extensa ao livro de Keynes Treatise on Money (1930), e Keynes replicou seu ataque criticando seu livro Prices and Production (1931). Ambos os economistas foram criticados por outros economistas, e isso os fizeram pensar sobre suas próprias teorias. Keynes concluiu essa auto-crítica primeiro, publicando em 1936 o que se tornaria o livro de economia mais conhecido da época, The General Theory of Employment, Interest and Money. O livro de Hayek foi aparecer apenas em 1941, The Pure Theory of Capital, mas o livro teve uma fama muito menor do que o livro de Keynes.

Em meados da década de 1930, Hayek travou um intenso debate com outros economistas sobre o socialismo. Esse debate foi sobre a (im)possibilidade de um sistema totalmente planificado. Esse debate começou com Mises, que na obra Socialismo falou que um sistema em que falta mercado e, assim, sistema de preços, não é possível fazer um cálculo econômico racional.<ref>[ https://mises.org/library/moral-imperative-market]</ref> Esse debate ajudou a diferenciar abordagem da Escola Austríaca de outras Escolas Neoclássicas, que se focavam mais na teoria do equilíbrio geral.<ref>[http://mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=594]</ref> Nesse debate, Hayek desenvolveu suas teses sobre o conhecimento aplicado à economia. Segundo ele, o conhecimento é sempre disperso na sociedade, usado de forma descentralizada e até contraditória entre cada indivíduo. Um planejador central nunca será capaz de obter o conhecimento de todos os processos econômicos, e sempre será menos eficiente na alocação dos recursos do que a ação empreendedora (ver Hayek e a Wikipédia).<ref>[ http://mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=593]</ref> Esses trabalhos foram apresentados no London Economic Club em 1936.

Durante os anos da Segunda Guerra, a LSE evacuou para Cambridge. Nessa época, Hayek começou a criticar algumas doutrinas que ele chamou de “cientismo”, que ele definiu como a imitação do método das ciências naturais nas ciências sociais. Em 1944, ele publicou seu livro mais conhecido, The Road to Serfdom (O Caminho da Servidão), no qual ele mostra o perigo para a liberdade das ideologias que pregavam planejamento central no pós-guerra, e mostrou a similaridade entre nazifascismo com o socialismo. No mesmo ano, Hayek foi eleito como um fellow na British Academy.

=== Final da Segunda Guerra, Chicago e a Mont Pèlerin Society ===

Em 1950, Hayek deixou a LSE para participar do Comitê sobre o Pensamento Social, na Universidade de Chicago.
No final da Segunda Guerra, Hayek escreveu um trabalho sobre a psicologia baseado em seus estudos na área na Universidade de Viena. O livro se chamou Sensory Order (1952). Nesse livro, Hayek teoriza o mecanismo de plasticidade cerebral e de organização nos neurônios no cérebro, o que passou a se chamar “aprendizado hebbiano”, o qual hoje é uma teoria relativamente bem aceita na academia científica. Seu trabalho em psicologia despertou atenção nas áreas de ciência cognitiva, ciência computacional, neurociência, ciência comportamental e psicologia evolutiva.

No mesmo ano, sua obra The Counter Revolution of Science (1952) foi publicada. Nela, Hayek explica seus trabalhos sobre o “abuso da razão” e o “cientismo”.

Em 1947, ele organizou 39 eruditos de 10 países diferentes, em Mont Pèlerin, no Lago de Gêneva, nos Alpes Suíços. Esse foi o começo da Mont Pèlerin Society, organização fundada com o objetivo de reunir intelectuais alinhados aos princípios liberais clássicos em todo o mundo. Entre esses intelectuais, estavam Lionel Robbins, Ludwig von Mises, Milton Friedman, Fritz Machlup, Frank Knight, George Stigler, Walter Eucken, Aaron Director, Michael Polanyi e o filósofo austríaco Karl Popper. Hayek ajudou Popper a ir à LSE e a publicar seu livro A Sociedade Aberta e Seus Inimigos (1945).<ref>[ http://www.britannica.com/biography/F-A-Hayek]</ref> Os dois permaneceram amigos para o resto da vida. Trocavam cartas, debatiam temas filosóficos, e ambos dedicaram alguns de seus livros ao outro.

Em Chicago, Hayek permaneceu por 12 anos. Lá, ele escreve artigos sobre vários assuntos, como filosofia política, história das ideias e metodologia das ciências sociais. Aspectos dessa ampla gama de assuntos foram mostrados em seu livro The Constitution of Liberty (1960), o qual ele teria preferido se fizesse mais sucesso do que O Caminho da Servidão.

=== Saída de Chicago, nobel e últimos anos ===

Em 1962, Hayek deixa a Universidade de Chicago e vai para a Universidade de Friburgo em Breisgau, na Alemanha Ocidental. Lá ele permaneceu até 1968, quando aceitou o cargo de professor honorário na Universidade de Salzburg, na Áustria.

Em 1974, Hayek ganhou o Prêmio Nobel de economia “por seu trabalho pioneiro na teoria da moeda e flutuações econômicas e pela análise penetrante da interdependência dos fenômenos econômicos, sociais e institucionais", que, ironicamente, dividiu com seu principal rival ideológico, o economista socialista Gunnar Myrdal. O Prêmio Nobel fez com que Hayek se revigorasse intelectualmente, voltando à produção intelectual de forma mais consistente. <ref>[http://www.thefamouspeople.com/profiles/friedrich-von-hayek-288.php]</ref>

Ele retornou para Friburgo em 1977, e finalizou seu trabalho de três volumes Law, Legislation and Liberty (1973-1979), em português, Direito, Legislação e Liberdade.<ref>[http://www.libertarianismo.org/livros/fahdllvol1.pdf http://www.britannica.com/biography/F-A-Hayek]</ref> Nessa obra, Hayek trabalha foca seus esforços em explicar as relações entre o sistema jurídico e a liberdade. Segundo ele, a lei deve ser mais descentralizada, como a commom law dos países de tradição inglesa, e menos estatutária como a civil law. No segundo volume, ele critica as concepções de “justiça social”, que cresceram bastante depois da publicação de Uma Teoria da Justiça, de John Rawls. No terceiro livro, ele tenta conceber um modelo político ideal. A principal característica é que o legislativo deve ter mais limitações na criação das leis.

Cético quanto à democracia, Hayek elogiou o governo de Pinochet no Chile, que implantou um modelo liberal baseado nos Chicago Boys, discípulos da economia de seu amigo Milton Friedman. Segundo Hayek, a democracia não é condição essencial à liberdade. O Chile, sob o governo de Salvador Allende (que possuía ideias comunistas), estava muito pior do que sobre Pinochet, embora o último tenha sido anti-democrático.

Com a deterioração de sua saúde, o filósofo William Bartley o ajudou a editar e publicar sua última obra, The Fatal Conceit (A Arrogância Fatal), em 1988. Hayek morreu quatro anos depois, em 1992, com 92 anos, chegando a ter visto a queda da União Soviética e a reunificação da Alemanha.<ref>[http://www.britannica.com/biography/F-A-Hayek]</ref>


== Influência pelo mundo ==
== Influência pelo mundo ==

Revisão das 01h06min de 28 de janeiro de 2016

Friedrich Hayek
Friedrich Hayek
Nascimento 8 de maio de 1899
Viena, Cisleitânia, Áustria-Hungria
Morte 23 de março de 1992 (92 anos)
Friburgo em Brisgóvia, Baden-Württemberg, Alemanha
Nacionalidade Áustria Austríaco
Reino Unido Britânico
Prêmios Predefinição:Ícone/Medalha Nobel Nobel de Economia (1969)
Magnum opus O Caminho da Servidão
Escola/tradição Escola Austríaca
Principais interesses Economia, Filosofia Social, Filosofia Política, Filosofia da mente, Epistemologia
Ideias notáveis Problema do cálculo econômico, Ordem espontânea, Conhecimento disperso, Catalaxia, Crítica ao planejamento da economia, Socialismo e Nazismo como formas de totalitarismo
Assinatura

Frederich August von Hayek (Viena, 8 de Maio de 1899Friburgo em Brisgóvia, 23 de Março de 1992) foi um economista e filósofo austríaco, posteriormente naturalizado britânico. Defensor do liberalismo clássico, Hayek é provavelmente melhor conhecido por sua associação à Escola Austríaca de pensamento econômico e por sua atuação como professor da London School of Economics.

Hayek deixou marcantes contribuições para a psicologia, a teoria do Direito, a economia e a política. Recebeu o Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel de 1974 "por seu trabalho pioneiro na teoria da moeda e flutuações econômicas e pela análise penetrante da interdependência dos fenômenos econômicos, sociais e institucionais", que dividiu com seu principal rival ideológico, o economista socialista Gunnar Myrdal.

Nascido em Viena, em uma família de cientistas e professores acadêmicos (seu pai era professor de Botânica na Universidade de Viena), quando jovem, esteve indeciso entre seguir a carreira de economista e a de psicólogo. Escolheu a Economia e seu trabalho nesse campo é notável: em 1974, ganhou o Prêmio de Ciências Econômicas. Hayek poderia ter-se tornado um psicólogo de igual destaque: em 1952 publicou um livro sobre a percepção sensorial, The Sensory Order, que passou a ser incluído entre as obras de maior relevo na Psicologia.

Na Psicologia, Hayek propôs uma teoria da mente humana segundo a qual a mente é um sistema adaptativo. Em Economia, Hayek defendeu os méritos da ordem espontânea.

Hayek por ser um economista com ideias liberais, era um crítico do intervencionismo estatal (defendido pelo economista intervencionista britânico John Maynard Keynes). Segundo Hayek, "o controle econômico não é meramente o controle de um setor na vida humana que pode ser separado do resto. É o controle dos meios para os nossos fins"[1], ou seja, ele defendia que não se pode separar a economia da vida humana. Se o Estado controlar completamente a economia, o Estado poderá controlar a vida pessoal de todas as pessoas, privando os indivíduos completamente de suas liberdades. Para Frederich Hayek, a economia pode ser considerada como um sistema muito complexo para ser planejada apenas por uma instituição central, a economia deve ser evoluída espontaneamente, a partir do livre mercado, não havendo nenhuma intervenção do Estado. As economias de planejamento central, segundo ele, impõem a visão de uma pessoa, restringindo sua liberdade individual de se comunicar e também a capacidade das empresas de fazer comércio. Sendo assim, o Estado, de acordo com Frederich Hayek, na posição de interventor máximo pode ser encarado também como uma força que paralisa a iniciativa dos outros atores sociais, pois para ele "quanto mais o Estado "planeja", mais difícil se torna o planejamento para o indivíduo"[2]. Hayek também defendia, junto a outros colegas da Escola Austríaca de Economia, que pelo fato de as pessoas e as empresas serem mal informadas e a sociedade, imperfeita, o mecanismo de mercado é a melhor maneira de distribuir os produtos. Na situação de ignorância permanente, o mercado é o melhor meio existente não para dar informação, mas para adquiri-la. Cada indivíduo e cada empresa sabem melhor de sua situação. Hayek afirma que a ordem espontânea é a melhor forma de organizar a complexa economia moderna, já que o conhecimento sobre a sociedade nunca é perfeito.

A mesma ideia foi aplicada ao Direito: Hayek sustentou que um sistema jurídico produzido pela gradual interação entre os tribunais e os casos específicos funciona melhor que um sistema legal planejado a priori por um legislador. Na política, propôs uma fórmula constituinte que procura garantir as ideias liberais, com ênfase no conceito de "governo limitado".

As ideias de Hayek assumem especial importância por terem servido como um contraponto teórico ao crescimento socialista, que propunha um modelo econômico pré-planejado.

Foi um dos expoentes da Escola Austríaca de Economia e um dos mais importantes pensadores liberais do século XX. Conhecido internacionalmente por suas contribuições importantes no campo da economia, a partir dos anos 1940 passou a ser igualmente respeitado pelas novas visões que trouxe ao pensamento liberal, nos campos jurídico, político, filosófico e histórico.

Embora quando muito jovem, em Viena, tenha sido socialista, diz ter percebido "…como estava no caminho errado" após ter tido contato, em 1922, com os trabalhos de Ludwig von Mises. Em 1944, publicou o best-seller O caminho da servidão (Road to Serfdom). O livro foi um brado de alerta contra os movimentos totalitários que então se expandiam na Europa continental, obra que dedicou a seus "amigos socialistas de todos os partidos". Hayek procurou mostrar que a tendência de substituir-se a ordem espontânea e infinitamente complexa de mercado por uma ordem deliberadamente criada pelo engenho humano e administrada por um sistema de planejamento central acabava resultando inexoravelmente no empobrecimento e na servidão.

A carreira de Hayek desenvolveu-se em quatro fases. De 1927 a 1931, dos 28 aos 32 anos de idade, foi diretor do Instituto Austríaco de Pesquisas Econômicas e de 1929 a 1931, professor de Economia na Universidade de Viena, onde seguiu a tradição de Menger, Wieser, Böhm-Bawerk e Mises. Em 1931, foi convidado a assumir uma cátedra na London School of Economics, onde permaneceu até 1950; tornou-se cidadão britânico em 1938. (Durante a II Guerra Mundial foi transferido para a Universidade de Cambridge, onde conviveu com John Maynard Keynes.) No ano de 1950, Hayek aceitou uma cátedra na Universidade de Chicago, o mais famoso centro americano de especialistas que defendem a economia de livre mercado. Permaneceu em Chicago até 1962. De 1962 a 1969, ocupou uma cátedra em Friburgo, base acadêmica do professor Eugen Böhm-Bawerk, onde foi Professor Emérito.(CP)* No início dos anos 1970, a produção intelectual de Hayek estava desacelerada. Seu vigor foi retomado com a conquista do Prêmio Nobel de 1974, concedido por suas teorias sobre o capital e por elucidar a interdependência dos fenômenos econômicos, sociais e institucionais.


O trabalho acadêmico de Hayek (exceto por sua contribuição para a Psicologia), divide-se em três partes: a primeira, teoria econômica; a segunda, problemas de economia política; a terceira, filosofia política e teoria do direito.

Biografia e contribuições

Primeiros anos

Friedrich von Hayek nasceu em 8 de Maio de 1889, em Viena. Seu pai, August von Hayek, foi um renomado botânico e um notável médico. Descendendo de uma família nobre, Hayek teve uma boa educação. Porém, em 1919 da Áustria banir os títulos de nobreza, sua família teve de retirar a etiqueta “von” do nome. O pai de Hayek deu sequência à tradição escolar da família, comprometendo-se com a botânica e escrevendo vários tratados no assunto. [3]

Um fato interessante é que Hayek era primo-segundo de Ludwig Wittgenstein, o renomado filósofo, e foi um dos primeiros sortudos a ter lido o ‘Tractatus Logico-Philosophicus’, a obra inovadora de Wittgesntein. Mais tarde, Hayek admitiu que a filosofia e as técnicas analíticas de Wittgesntein exerceram profundo impacto na sua vida e em suas próprias ideias. Quando criança, seu pai surgeriou que ele lesse as obras de Hugo de Vries, conjuntamente com os trabalhos filosóficos de Ludwig Feuerbach. Durante seus anos escolares, Hayek ficou muito impressionado com as palestras sobre a ética aristotélica de um de seus tutores. Em 1917, foi para um regimento de artilharia no exército Áustro-Húngaro e lutou bravamente na fronteira da Itália, e perdeu parte da audição de sua orelha esquerda. Hayek até brincava com isso, dizendo que era uma coincidência ele ter perdido parte da audição da orelha esquerda, enquanto Karl Marx havia perdido parte da audição da orelha direita. [4] Depois da guerra, Hayek trabalhou o resto da vida buscando uma carreira acadêmica com o principal propósito de impedir as situações que causaram a Primeira Guerra. Educação

Hayek tinha uma ânsia por conseguir conhecimento, e, durante seus anos na Universidade de Viena, estudou extensivamente filosofia, psicologia e economia, e recebeu doutorados em direito e ciência política. Entre seus colegas de universidade, estavam pessoas que se tornariam proeminentes economistas, como Fritz Machlup, Gottfried von Haberler, e Oskar Morgenstern. Durante o tempo em que a universidade permaneceu fechada, Hayek se matriculou no Constantin von Monakow's Institute of Brain Anatomy. Nesse tempo, ele gastou mais seu tempo manchando células cerebrais. O tempo gastou no Laboratório de Monakow deu vazão à sua profunda curiosidade pelo trabalho de Ernst Mach, motivando seu primeiro projeto acadêmico, na área de psicologia, o qual foi publicado mais tarde sob o título de The Sensory Order (1952). Em seu último ano na Universidade de Viena, o trabalho de Carl Menger sobre a estratégia explanatória das ciências sociais, juntamente com instrutiva presença de Friedrich Wieser na sala de tutorial, teve um efeito permanente em Hayek. Sobre a tutorial do último, Hayek recebeu um doutorado em economia política.[5] Em 1923, ele foi para Nova York e na Nova York University se inscreveu para o programa de P.h.D, porém nesse tempo lhe faltou dinheiro, e ele teve de retornar a Viena. Depois desse retorno a Viena, ele começou a trabalhar no campo econômico.[6]

Casamento

Friedrich August von Hayek se casou com Helen Berta Maria von Fritsch em Agosto de 1926. Ela foi secretária do escritório de serviço civil do governo da Áustria. Eles tiveram duas crianças. Em Júlio de 1950, se divorciaram e Hayek se juntou com Helene Bitterlich.[7]

Influência de Ludwig von Mises

Em Viena, Hayek conheceu Mises, um economista bastante conhecido na época por sua teoria monetária, e autor da obra Socialismo, que influenciou bastante Hayek. Segundo Hayek, essa obra fez com que ele deixasse de ter tendências socialistas fabianas e passasse a defender o liberalismo.[8] A obra foi publicada em 1922.[9] Nessa época, Hayek, junto com seus colegas Felix Kaufmann, Fritz Machlup, Alfred Schutz and Gottfried Haberler, passou a frequentar o seminário privado de Ludwig von Mises.[10]

Por recomendação de Wieser, quando voltou dos EUA Hayek foi contratado por Mises como diretor do Instituto Austríaco de Ciclos Econômicos. Mises queria alguém que tivesse formação na área jurídica e entendesse economia. Para Wieser, Hayek tinha as duas características, e assim foi aceito no instituto. [11] Por influência da Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos, defendida por Mises, Hayek escreveu o livro Monetary Theory and the Trade Cycle, em 1929. [12]

Na London School of Economics

Em 1931, Hayek foi convidado por Lionnel Hobbins a apresentar quatro palestras sobre economia monetária na Inglaterra, na London School of Economics and Political Science (LSE). Em razão das palestras, Hayek foi nomeado, para a universidade, como ‘Tooke Professor of Economic Science and Statistics’, cargo no qual ele permaneceu até 1950, tendo sido naturalizado britânico em 1938. Logo após entrar na LSE, Hayek se envolveu em um debate com John Maynard Keynes da Cambridge University. Hayek escreveu uma crítica extensa ao livro de Keynes Treatise on Money (1930), e Keynes replicou seu ataque criticando seu livro Prices and Production (1931). Ambos os economistas foram criticados por outros economistas, e isso os fizeram pensar sobre suas próprias teorias. Keynes concluiu essa auto-crítica primeiro, publicando em 1936 o que se tornaria o livro de economia mais conhecido da época, The General Theory of Employment, Interest and Money. O livro de Hayek foi aparecer apenas em 1941, The Pure Theory of Capital, mas o livro teve uma fama muito menor do que o livro de Keynes.

Em meados da década de 1930, Hayek travou um intenso debate com outros economistas sobre o socialismo. Esse debate foi sobre a (im)possibilidade de um sistema totalmente planificado. Esse debate começou com Mises, que na obra Socialismo falou que um sistema em que falta mercado e, assim, sistema de preços, não é possível fazer um cálculo econômico racional.[13] Esse debate ajudou a diferenciar abordagem da Escola Austríaca de outras Escolas Neoclássicas, que se focavam mais na teoria do equilíbrio geral.[14] Nesse debate, Hayek desenvolveu suas teses sobre o conhecimento aplicado à economia. Segundo ele, o conhecimento é sempre disperso na sociedade, usado de forma descentralizada e até contraditória entre cada indivíduo. Um planejador central nunca será capaz de obter o conhecimento de todos os processos econômicos, e sempre será menos eficiente na alocação dos recursos do que a ação empreendedora (ver Hayek e a Wikipédia).[15] Esses trabalhos foram apresentados no London Economic Club em 1936.

Durante os anos da Segunda Guerra, a LSE evacuou para Cambridge. Nessa época, Hayek começou a criticar algumas doutrinas que ele chamou de “cientismo”, que ele definiu como a imitação do método das ciências naturais nas ciências sociais. Em 1944, ele publicou seu livro mais conhecido, The Road to Serfdom (O Caminho da Servidão), no qual ele mostra o perigo para a liberdade das ideologias que pregavam planejamento central no pós-guerra, e mostrou a similaridade entre nazifascismo com o socialismo. No mesmo ano, Hayek foi eleito como um fellow na British Academy.

Final da Segunda Guerra, Chicago e a Mont Pèlerin Society

Em 1950, Hayek deixou a LSE para participar do Comitê sobre o Pensamento Social, na Universidade de Chicago. No final da Segunda Guerra, Hayek escreveu um trabalho sobre a psicologia baseado em seus estudos na área na Universidade de Viena. O livro se chamou Sensory Order (1952). Nesse livro, Hayek teoriza o mecanismo de plasticidade cerebral e de organização nos neurônios no cérebro, o que passou a se chamar “aprendizado hebbiano”, o qual hoje é uma teoria relativamente bem aceita na academia científica. Seu trabalho em psicologia despertou atenção nas áreas de ciência cognitiva, ciência computacional, neurociência, ciência comportamental e psicologia evolutiva.

No mesmo ano, sua obra The Counter Revolution of Science (1952) foi publicada. Nela, Hayek explica seus trabalhos sobre o “abuso da razão” e o “cientismo”.

Em 1947, ele organizou 39 eruditos de 10 países diferentes, em Mont Pèlerin, no Lago de Gêneva, nos Alpes Suíços. Esse foi o começo da Mont Pèlerin Society, organização fundada com o objetivo de reunir intelectuais alinhados aos princípios liberais clássicos em todo o mundo. Entre esses intelectuais, estavam Lionel Robbins, Ludwig von Mises, Milton Friedman, Fritz Machlup, Frank Knight, George Stigler, Walter Eucken, Aaron Director, Michael Polanyi e o filósofo austríaco Karl Popper. Hayek ajudou Popper a ir à LSE e a publicar seu livro A Sociedade Aberta e Seus Inimigos (1945).[16] Os dois permaneceram amigos para o resto da vida. Trocavam cartas, debatiam temas filosóficos, e ambos dedicaram alguns de seus livros ao outro.

Em Chicago, Hayek permaneceu por 12 anos. Lá, ele escreve artigos sobre vários assuntos, como filosofia política, história das ideias e metodologia das ciências sociais. Aspectos dessa ampla gama de assuntos foram mostrados em seu livro The Constitution of Liberty (1960), o qual ele teria preferido se fizesse mais sucesso do que O Caminho da Servidão.

Saída de Chicago, nobel e últimos anos

Em 1962, Hayek deixa a Universidade de Chicago e vai para a Universidade de Friburgo em Breisgau, na Alemanha Ocidental. Lá ele permaneceu até 1968, quando aceitou o cargo de professor honorário na Universidade de Salzburg, na Áustria.

Em 1974, Hayek ganhou o Prêmio Nobel de economia “por seu trabalho pioneiro na teoria da moeda e flutuações econômicas e pela análise penetrante da interdependência dos fenômenos econômicos, sociais e institucionais", que, ironicamente, dividiu com seu principal rival ideológico, o economista socialista Gunnar Myrdal. O Prêmio Nobel fez com que Hayek se revigorasse intelectualmente, voltando à produção intelectual de forma mais consistente. [17]

Ele retornou para Friburgo em 1977, e finalizou seu trabalho de três volumes Law, Legislation and Liberty (1973-1979), em português, Direito, Legislação e Liberdade.[18] Nessa obra, Hayek trabalha foca seus esforços em explicar as relações entre o sistema jurídico e a liberdade. Segundo ele, a lei deve ser mais descentralizada, como a commom law dos países de tradição inglesa, e menos estatutária como a civil law. No segundo volume, ele critica as concepções de “justiça social”, que cresceram bastante depois da publicação de Uma Teoria da Justiça, de John Rawls. No terceiro livro, ele tenta conceber um modelo político ideal. A principal característica é que o legislativo deve ter mais limitações na criação das leis.

Cético quanto à democracia, Hayek elogiou o governo de Pinochet no Chile, que implantou um modelo liberal baseado nos Chicago Boys, discípulos da economia de seu amigo Milton Friedman. Segundo Hayek, a democracia não é condição essencial à liberdade. O Chile, sob o governo de Salvador Allende (que possuía ideias comunistas), estava muito pior do que sobre Pinochet, embora o último tenha sido anti-democrático.

Com a deterioração de sua saúde, o filósofo William Bartley o ajudou a editar e publicar sua última obra, The Fatal Conceit (A Arrogância Fatal), em 1988. Hayek morreu quatro anos depois, em 1992, com 92 anos, chegando a ter visto a queda da União Soviética e a reunificação da Alemanha.[19]

Influência pelo mundo

Influência na política da Europa Central

O presidente dos EUA Ronald Reagan colocou Hayek entre as duas ou três pessoas que mais influenciaram sua filosofia, e o acolheu na casa branca como convidado especial. Nos anos 70 e 80, os escritos de Hayek também exerceram uma grande influência nos líderes da revolução “velvet”, na Europa Central, durante o colapso da União Soviética. Aqui estão alguns exemplos que suportam essa influência:

Não há nenhuma figura que teve influência tão grande, nenhuma pessoa que teve mais influência sobre os intelectuais por trás da Cortina de Ferro do que Friedrich Hayek. Seus livros foram traduzidos e publicados por edições em mercados negros e secretos, lidos amplamente, e sem dúvida influenciaram o clima da opinião, o que, em última instância, trouxe o colapso da União Soviética.[20]
Milton Friedman (Hoover Institution)
Os mais interessantes entre os dissidentes de 1980 foram os liberais clássicos, discípulos de F. A. Hayek, de quem eles haviam aprendido sobre a importância crucial da liberdade econômica e da, na maioria das vezes ignorada, diferença conceitual entre liberalismo e democracia. [21] :::—Andrzej Walicki (History, Notre Dame)
O primeiro ministro da Estonia Mart Laar veio ao meu escritório outro dia para verificar a notável transformação desse país. Ele descreveu uma nação de pessoas que trabalhavam duro, mais virtuosas – sim, mais virtuosas, porque o mercado pune a imoralidade – e mais esperançosas sobre o futuro do que nunca foram em toda a história. Eu perguntei ao senhor Laar sobre onde o governo obteve a ideia dessas reformas. Você imagina o que ele respondeu? Ele disse: “Nós lemos Milton Friedman e Friedrich Hayek.” [22]
—US Representative Dick Armey
Eu tinha 25 anos de idade e estava à busca de meu doutorado em economia quando a mim foi permitido gastar seis meses de estudos de pós-graduação em Nápoles, Itália. Eu li os livros-texto de economia do Ocidente e também o trabalho mais geral de pessoas como Hayek. No tempo em que eu retornei à Czechoslovakia, eu tinha um entendimento dos princípios do mercado. Em 1968, eu estava contente com o liberalismo político de Dubcek Prague Spring, mas fui bastante crítico da Terceira Via que eles buscaram na economia. [23]
Václav Klaus (former President of the Czech Republic)

Hayek e a Wikipédia

O fundador da Wikipédia, Jimmy Wales, disse que Hayek é de importância central para se entender a Wikipédia. Quando graduando, Wales leu seu artigo The Use of Knowledge in Society (O Uso do Conhecimento na Sociedade), que o influenciou bastante. Segundo Hayek, a informação sempre se encontra dispersa, e nunca de forma centralizada. É impossível para um planejador central, ou uma autoridade central, conhecer melhor como controlar o sistema econômico do que a “soma” do conhecimento local de cada pessoa na sociedade. Dessa forma, sistemas sociais descentralizados tendem a administrar melhor essa informação, obtendo uma eficiência maior que uma autoridade central.

A Wikipédia é um exemplo de “ordem espontânea hayekiana”, em que não há uma autoridade central, mas é uma ordem resultante dos esforços conjuntos e descentralizados de milhões de pessoas.

Segundo Wales, “não se pode entender minhas ideias sobre a Wikipédia sem entender Hayek”. E ele acrescenta: “O trabalhos de Hayek sobre o sistema de preços é central para a maneira como eu administro o Wikipedia Project”.[24]

Bibliografia

  • Monetary Theory and the Trade Cycle, 1929.
  • Prices and Production, 1931.
  • Monetary Nationalism and International Stability, 1937.
  • Profits, Interest and Investment - and other essays on the theory of industrial fluctuations, 1939.
  • O Caminho da Servidão, 1944.
  • Individualism and Economic Order, 1948.
  • The Counter-Revolution of Science: Studies on the Abuse of Reason, 1952.
  • The Constitution of Liberty, 1960.
  • Studies in Philosophy, Politics and Economics, 1967.
  • A Tiger by the Tail, 1972.
  • Law, Legislation and Liberty, 3 volumes, 1973.
  • Denationalisation of Money, 1976.
  • New Studies in Philosophy, Politics, Economics and the History of Ideas, 1978.
  • 1980s Unemployment and the Unions, 1980.
  • The Fatal Conceit: The Errors of Socialism, 1989.

Livros disponíveis em português

Ligações externas

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Artigos de von Hayek disponíveis em português:

Precedido por
Wassily Leontief
Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel
1974
com Gunnar Myrdal
Sucedido por
Leonid Kantorovich e Tjalling Koopmans


Predefinição:Economistas da Escola Austríaca

Referências

  1. Hayek, Frederich. O Caminho da Servidão. [S.l.: s.n.] 
  2. Hayek, Frederich. O caminho da servidão. [S.l.: s.n.] 
  3. [1]
  4. [2]
  5. [http://www.britannica.com/biography/F-A-Hayek
  6. [3]
  7. [4]
  8. http://www.hayek.ufm.edu/index.php?title=Axel_Leijonhufvud
  9. [5]
  10. [6]
  11. [7]
  12. [8]
  13. [ https://mises.org/library/moral-imperative-market]
  14. [9]
  15. [ http://mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=593]
  16. [ http://www.britannica.com/biography/F-A-Hayek]
  17. [10]
  18. http://www.britannica.com/biography/F-A-Hayek
  19. [11]
  20. «Transcript for: Friedrich Hayek». pbs.org. Consultado em February 14, 2015  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  21. Andrzy Walicki, "Liberalism in Poland", Critical Review, Winter, 1988, p. 9.
  22. Dick Armey, "Address at the Dedication of the Hayek Auditorium", Cato Institute, Washington, D.C., 9 May 1995.
  23. Vaclav Klaus, "No Third Way Out: Creating a Capitalist Czechoslovakia", Reason, 1990, (June): 28–31.
  24. Wikipedia and Beyond, Reason TV, 2007