Ricardo Costa (cineasta): diferenças entre revisões
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'''Ricardo Costa''' ([[Peniche]], [[25 de Janeiro]] de [[1940]]), [[cineasta]] e [[produtor cinematográfico]] [[Portugueses|português]], é também autor de artigos e ensaios, na sua maioria sobre [[cinema]], [[visão]] e [[linguagem]]. |
'''Ricardo Costa''' ([[Peniche]], [[25 de Janeiro]] de [[1940]]), [[cineasta]] e [[produtor cinematográfico]] [[Portugueses|português]], é também autor de artigos e ensaios, na sua maioria sobre [[cinema]], [[visão]] e [[linguagem]]. |
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==Obra== |
== Obra == |
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A maior parte dos filmes que realiza têm sido na área do [[documentário]], associado a um estilo ficcional ([[docuficção]] e [[etnoficção]]), usando as técnicas do [[cinema directo]]. A sua primeira [[longa-metragem]] intitula-se [[Avieiros]], obra que se insere, como documentário, na linha do [[Novo Cinema]] português. Utiliza técnicas do [[cinema directo]] não apenas enquanto ferramenta na prática da [[etnografia de salvaguarda]] mas também como instrumento que lhe permite compor uma narrativa poética, sóbria e musical,<ref>[http://rcfilmes.com/fluir.pdf Ricardo Costa e o fluir das imagens] – artigo de [[José de Matos-Cruz]]</ref> podendo interessar tanto a [[cinéfilo]]s como a um público mais vasto. |
A maior parte dos filmes que realiza têm sido na área do [[documentário]], associado a um estilo ficcional ([[docuficção]] e [[etnoficção]]), usando as técnicas do [[cinema directo]]. A sua primeira [[longa-metragem]] intitula-se [[Avieiros]], obra que se insere, como documentário, na linha do [[Novo Cinema]] português. Utiliza técnicas do [[cinema directo]] não apenas enquanto ferramenta na prática da [[etnografia de salvaguarda]] mas também como instrumento que lhe permite compor uma narrativa poética, sóbria e musical,<ref>[http://rcfilmes.com/fluir.pdf Ricardo Costa e o fluir das imagens] – artigo de [[José de Matos-Cruz]]</ref> podendo interessar tanto a [[cinéfilo]]s como a um público mais vasto. |
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Filmada no limiar do [[documentário]] e da [[ficção]], |
Filmada no limiar do [[documentário]] e da [[ficção]], [[Brumas]] é a sua ante-penúltima longa metragem (60º [[Festival de Veneza]], [[2003]] – ''New Territories''). Estreia em Nova Iorque no Cinema QUAD <ref>[https://quadcinema.com/ Cinema Quad]</ref>, em março de 2011. É o primeiro filme de uma [[trilogia]] sobre a errância. [[Derivas]], o segundo, é “um retrato de Lisboa traçado pelas andanças de dois veneráveis irmãos desfasados que vagueiam pela cidade” e ao mesmo tempo retrato de uma geração ([[autobiografia]], [[docuficção]], [[comédia]]). Teve ante-estreia nacional em 2016 no cineclube da [[Universidade de Évora]]. <ref>[https://matines-cinefilas.blogspot.pt/2016/01/cinema-fora-dos-leoes.html Derivas] ante-estreia no Auditório Soror Mariana</ref> <ref>[http://rcfilms.dotster.com/drifts_production.htm Página de Derivas]</ref> O último filme desta trilogia, Arribas (''Cliffs'' <ref>[http://cliffs.name Arribas] – página do filme</ref>), de 2018, é um retorno do protagonista aos locais de [[Brumas]], sua terra natal, e uma viagem no tempo. Aí se confronta com situações surpreendentes e com personagens inquietantes. |
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==Biografia== |
== Biografia == |
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Estuda na [[Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa|Faculdade de Letras]] da [[Universidade de Lisboa]] até 1967, onde defende [[tese]] sobre os romances de [[Franz Kafka]] (''Franz Kafka, Uma Escrita Invertida'' - 1969).<ref>[http://alumni.letras.ulisboa.pt/memorias-vivas/biografias/decada-60?id=608 Biografia] de Ricardo Costa na Faculdade de Letras de Lisboa</ref> Lecciona no ensino secundário e torna-se editor de textos sociológicos e de obras de vanguarda, de literatura, de teatro e de cinema na [[MONDAR editores]]. |
Estuda na [[Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa|Faculdade de Letras]] da [[Universidade de Lisboa]] até 1967, onde defende [[tese]] sobre os romances de [[Franz Kafka]] (''Franz Kafka, Uma Escrita Invertida'' - 1969). <ref>[http://alumni.letras.ulisboa.pt/memorias-vivas/biografias/decada-60?id=608 Biografia] de Ricardo Costa na Faculdade de Letras de Lisboa</ref> Lecciona no ensino secundário e torna-se editor de textos sociológicos e de obras de vanguarda, de literatura, de teatro e de cinema na [[MONDAR editores]]. <ref>[http://alexandrepomar.typepad.com/alexandre_pomar/2007/07/bergman-no-cerc.html Referência] de [[Alexandre Pomar]]</ref> |
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Com o [[Revolução dos Cravos|25 de Abril]] em [[1974]], ao mesmo tempo que colabora com o redactor [[Horst Hano]] da cadeia de televisão alemã [[ARD]] e com a norte-americana [[Columbia Broadcasting System|CBS]] na cobertura dos acontecimentos da época em Portugal, inicia-se como realizador e produtor. Faz parte da [[cooperativa]] ''Grupo Zero'', com [[João César Monteiro]], [[Jorge Silva Melo]], [[Alberto Seixas Santos]], [[Margarida Gil]], [[Solveig Nordlund]] e [[Acácio de Almeida]]. Torna-se depois produtor independente com a |
Com o [[Revolução dos Cravos|25 de Abril]] em [[1974]], ao mesmo tempo que colabora com o redactor [[Horst Hano]] da cadeia de televisão alemã [[ARD]] e com a norte-americana [[Columbia Broadcasting System|CBS]] na cobertura dos acontecimentos da época em Portugal, inicia-se como realizador e produtor. Faz parte da [[cooperativa]] ''Grupo Zero'', com [[João César Monteiro]], [[Jorge Silva Melo]], [[Alberto Seixas Santos]], [[Margarida Gil]], [[Solveig Nordlund]] e [[Acácio de Almeida]]. Torna-se depois produtor independente com a Diafilme, onde produz muitos dos seus filmes e alguns de outros realizadores. Organiza projecções, em [[Paris]], na [[Cinemateca Francesa]] e no [[Museu do Homem]] <ref>[http://cineuropa.org/newsdetail.aspx?documentID=9171&.html Ciclo de filmes] portugueses em Paris</ref> <ref>[https://www.publico.pt/2002/09/30/culturaipsilon/noticia/cinemateca-francesa-homenageia-dupla-reiscordeiro-181118 Cinemateca Francesa homenageia dupla Reis-Cordeiro] – artigo de no Ipsilon, jornal Público, 30 de Setembro de 2002</ref> |
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[[Mau Tempo, Marés e Mudança]], a segunda longa-metragem de Ricardo Costa é, juntamente com [[Gente da Praia da Vieira]] ([[1976]]), de [[António Campos]], e com [[Trás-os-Montes (filme)|Trás-os-Montes]], de [[António Reis (cineasta)|António Reis]] e de [[Margarida Cordeiro]], uma das primeiras [[docuficções]] do cinema português. Obras do mesmo ano, têm como precursoras [[O Acto da Primavera]] ([[1962]]), de [[Manoel de Oliveira]], e [[Ala-Arriba! (filme)|Ala-Arriba!]] ([[1948]]), de [[Leitão de Barros]]. Caracterizam-se ainda estas obras como sendo [[etnoficções]]. |
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De algum modo movidos pela ideia que explica a máxima do [[sociólogo]] e [[antropólogo]] francês [[Marcel Mauss]] (''Há mais poesia num grão de realidade do que no cérebro dos poetas''), alguns cineastas portugueses, em particular no pós 25 de Abril, percorrem o seu país de ponta a ponta, câmara nas mãos, praticando a sua [[etnografia de salvaguarda]]. Com apoios oficiais ou em co-produções com a [[RTP]] (Rádio Televisão Portuguesa), uns apostam no [[cinema militante]] fazendo filmes marcantes, não despojados de encanto, outros filmes em que a realidade se revela com essa espessura poética de que Mauss falava. Filmes feitos com baixos orçamentos, mas em total liberdade. O "cinema de intervenção", género em que quase toda essa produção se encaixa, reinaria por alguns anos e deixaria obras marcantes ou mesmo notáveis, muitas delas entretanto esquecidas. |
De algum modo movidos pela ideia que explica a máxima do [[sociólogo]] e [[antropólogo]] francês [[Marcel Mauss]] (''Há mais poesia num grão de realidade do que no cérebro dos poetas''), alguns cineastas portugueses, em particular no pós 25 de Abril, percorrem o seu país de ponta a ponta, câmara nas mãos, praticando a sua [[etnografia de salvaguarda]]. Com apoios oficiais ou em co-produções com a [[RTP]] (Rádio Televisão Portuguesa), uns apostam no [[cinema militante]] fazendo filmes marcantes, não despojados de encanto, outros filmes em que a realidade se revela com essa espessura poética de que Mauss falava. Filmes feitos com baixos orçamentos, mas em total liberdade. O "cinema de intervenção", género em que quase toda essa produção se encaixa, reinaria por alguns anos e deixaria obras marcantes ou mesmo notáveis, muitas delas entretanto esquecidas. <ref>[http://www.davidpinhobarros.com/Cinema-e-Intervencao Cinema e Intervenção] – artigo de [http://www.davidpinhobarros.com/ David Barros]</ref> |
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Tenaz na sua independência, mais empenhado na expressão da [[verdade]] que na [[verosimilhança]], Ricardo Costa, que se identifica mais com essa simples ideia do que com o propósito de mudar o mundo, cultiva um estilo em que o real se transfigura em expressão poética, em [[retrato]], em ponto de interrogação sobre um tempo que escapa ao tempo, sem se cingir ao lugar em que, filmada, a tal [[realidade]] se manifesta. A |
Tenaz na sua independência, mais empenhado na expressão da [[verdade]] que na [[verosimilhança]], Ricardo Costa, que se identifica mais com essa simples ideia do que com o propósito de mudar o mundo, cultiva um estilo em que o real se transfigura em expressão poética, em [[retrato]], em ponto de interrogação sobre um tempo que escapa ao tempo, sem se cingir ao lugar em que, filmada, a tal [[realidade]] se manifesta. A [[mise-en-scène]], a vertente ficcional, será na sua obra uma tentação permanente. |
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Nesta perspectiva, segue a tradição da [[antropologia visual]], iniciada no cinema português por [[Leitão de Barros]] (incluindo a [[docuficção]] e a [[etnoficção]]), tradição essa praticada por [[Manoel de Oliveira]] e por [[António Campos]] : Oliveira com |
Nesta perspectiva, segue a tradição da [[antropologia visual]], iniciada no cinema português por [[Leitão de Barros]] (incluindo a [[docuficção]] e a [[etnoficção]]), tradição essa praticada por [[Manoel de Oliveira]] e por [[António Campos]] : Oliveira com [[Douro, Faina Fluvial]], [[1931]], depois com o [[Acto da Primavera]] ([[1963]]), e Campos com a [[Almadraba Atuneira]] ([[1961]]). Seguem a mesma tradição [[António Reis (cineasta)|António Reis]], [[João César Monteiro]], na ficção, e ainda [[Pedro Costa]], este num registo urbano (ver: [[Novo Cinema]]). |
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*[[1975]] ''[[As Armas e o Povo]]'' (filme colectivo : imagens do [[25 de Abril de 1974]]) |
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*[[1978]]: ''Abril no Minho'' (produção ARCA filmes - série TV) <ref>[http://www.imdb.com/title/tt0121972/ Abril no Minho] no [[IMDB]]</ref> |
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* Das Ruínas do Império (28') <ref>[https://arquivos.rtp.pt/conteudos/das-ruinas-do-imperio/#sthash.2m7frdwF.KLfLecx8.dpbs Das Ruínas do Império] – filme online na [[RTP]]</ref> |
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* [[Cravos de Abril]] (27') - a [[Revolução dos Cravos]]. <ref>[http://rcfilms.dotster.com//cravosentretien.htm Les œillets d'avril], entrevista na revista Latitudes ([http://www.revues-plurielles.org/php/index.php?nav=revue&no=17&sr= Cahiers Lusophones]) nº6, setembro 1999, Paris (fr)</ref> |
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* E do Mar Nasceu (40') <ref>[https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-festival-de-verao-que-faz-a-historia-do-cinema-desconhecido-1737121 O festival de Verão que faz a história do cinema desconhecido] – artigo de Jorge Mourinha, jornal Público, 9 julho 2016</ref><ref>[http://www.pressreader.com/portugal/jornal-de-not%C3%ADcias/20160709/282647506849251 E do mar nasceu : a revolução] – notícia, Press Reader, 9 julho, 2016</ref><ref>[https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-curtas-no-limbo-entre-o-ceu-e-o-inferno-o-amor-e-o-desejo-1738015?frm=ult O Curtas no limbo, entre o céu e o inferno, o amor e o desejo] – artigo de Jorge Mourinha, jornal Público, 12 julho 2016</ref><ref>[https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/e-viemos-nascidos-do-mar-1738251 E viemos nascidos do mar] – artigo de Alexandra João Martins, jornal Público, 14 julho 2016</ref><ref>[http://observador.pt/2016/07/16/curtas-vila-do-conde-documentario-sobre-as-caxinas-estreia-39-anos-depois/ Curtas Vila do Conde. Documentário sobre as Caxinas estreia 39 anos depois] – notícia, jornal Observador, 17 julho, 2016</ref><ref>[http://www.porto24.pt/cultura/curtas-vila-do-conde-despede-domingo/ Curtas Vila do Conde despede-se este domingo] – notícia, Porto 24, 17 julho 2016</ref> |
* E do Mar Nasceu (40') <ref>[https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-festival-de-verao-que-faz-a-historia-do-cinema-desconhecido-1737121 O festival de Verão que faz a história do cinema desconhecido] – artigo de Jorge Mourinha, jornal Público, 9 julho 2016</ref> <ref>[http://www.pressreader.com/portugal/jornal-de-not%C3%ADcias/20160709/282647506849251 E do mar nasceu : a revolução] – notícia, Press Reader, 9 julho, 2016</ref> <ref>[https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-curtas-no-limbo-entre-o-ceu-e-o-inferno-o-amor-e-o-desejo-1738015?frm=ult O Curtas no limbo, entre o céu e o inferno, o amor e o desejo] – artigo de Jorge Mourinha, jornal Público, 12 julho 2016</ref> <ref>[https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/e-viemos-nascidos-do-mar-1738251 E viemos nascidos do mar] – artigo de Alexandra João Martins, jornal Público, 14 julho 2016</ref><ref>[http://observador.pt/2016/07/16/curtas-vila-do-conde-documentario-sobre-as-caxinas-estreia-39-anos-depois/ Curtas Vila do Conde. Documentário sobre as Caxinas estreia 39 anos depois] – notícia, jornal Observador, 17 julho, 2016</ref> <ref>[http://www.porto24.pt/cultura/curtas-vila-do-conde-despede-domingo/ Curtas Vila do Conde despede-se este domingo] – notícia, Porto 24, 17 julho 2016</ref> |
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* GIG – filme-ensaio em [[plano-sequência]] de dez minutos numa homenagem aos [[Pink Floyd]] ([[The Dark Side of the Moon]]) |
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===Artigos=== |
=== Artigos === |
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Os artigos sobre [[cinema]], [[visão]] e linguagem são os seguintes : |
Os artigos sobre [[cinema]], [[visão]] e linguagem são os seguintes : |
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*[[1982]] O olhar antes do cinema |
*[[1982]] O olhar antes do cinema <ref>[http://rcfilms.dotster.com/olhar.pdf O olhar antes do cinema]</ref> |
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*[[2000]] A outra face do espelho - [[Jean Rouch]] e o "outro" |
*[[2000]] A outra face do espelho - [[Jean Rouch]] e o "outro" <ref>[http://rcfilms.dotster.com/espelho.pdf A outra face do espelho]</ref> |
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*[[2017]] Jean Rouch do avesso <ref>[http://rcfilms.dotster.com/jean-rouch-do-avesso.pdf Jean Rouch do avesso] (2017) – anexo ao artigo A outra face do espelho</ref> |
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*[[2017]] Jean Rouch do avesso |
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===Ensaios=== |
=== Ensaios === |
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Os ensaios encontram-se reunidos sob a designação A Linha do Olhar ([[cinema]] e transfiguração, [[percepção]] e [[imagem]]) : |
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*[[1997]] - Os olhos e o cinema |
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*[[2000]] - Olhos no ecrã |
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*[[2002]] - Os olhos da ideia |
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*[[1997]] – OS OLHOS E O CINEMA (estudo teórico e histórico sobre a evolução do [[cinema]] desde a sua invenção, dando relevo ao contributo decisivo de [[Georges Méliès]]) <ref>[http://rcfilms.dotster.com/olhos.pdf Os olhos e o cinema], texto online do primeiro volume da série LINHA DO OLHAR</ref> |
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*[[2000]] – OLHOS NO ECRÃ (desenvolve os temas do ensaio anterior dando relevo às ideias e teorias que mais contribuíram para a evolução do cinema de arte) <ref>[http://rcfilms.dotster.com/ecran.pdf Olhos no ecrã] texto online do segundo volume da série LINHA DO OLHAR</ref> |
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*[[2002]] – OS OLHOS DA IDEIA (projeta o essencial dos ensaios anteriores relativos à teoria do cinema, restringindo-os aos da [[visão]] e da [[linguagem]], abrindo perspectivas quanto à questão central da [[ideia|IDEIA]], desde [[Platão]] e [[Aristóteles]]) <ref>[http://rcfilms.dotster.com/ideia.pdf Os olhos da ideia] texto online do terceiro volume da série LINHA DO OLHAR </ref> |
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*[[2010]] - Linguagem do cinema |
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*[[2010]] - Linguagem do cinema <ref>[http://rcfilms.dotster.com/Termos.pdf Linguagem do cinema]</ref> |
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{{referências}} |
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==Ver também== |
==Ver também== |
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* [[Cinema de Portugal]] |
* [[Cinema de Portugal]] |
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* [[Cinema de arte]] |
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* [[Docuficção]] |
* [[Docuficção]] |
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* [[Filme etnográfico]] |
* [[Filme etnográfico]] |
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* [[Novo Cinema]] |
* [[Novo Cinema]] |
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==Ligações externas== |
== Ligações externas == |
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* [http://www.imdb.com/name/nm0182283/ Ricardo Costa] na IMDb |
* [http://www.imdb.com/name/nm0182283/ Ricardo Costa] na IMDb |
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* [http://rcfilms.dotster.com/longas.docx Longas |
* [http://rcfilms.dotster.com/longas.docx Longas metragens] |
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* [http://rcfilms.dotster.com/curtas.docx Curtas e médias |
* [http://rcfilms.dotster.com/curtas.docx Curtas e médias metragens] |
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* [http://ricardocosta.net Ricardo Costa] – pág. web |
* [http://ricardocosta.net Ricardo Costa] – pág. web |
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* [http://rcfilmes.com/fluir.pdf Ricardo Costa e o fluir das imagens] |
* [http://rcfilmes.com/fluir.pdf Ricardo Costa e o fluir das imagens] – artigo de [[José de Matos-Cruz]] |
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{{Biografias}} |
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[[Categoria:Naturais de Peniche]] |
[[Categoria:Naturais de Peniche]] |
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[[Categoria:Cineastas de Portugal]] |
[[Categoria:Cineastas de Portugal]] |
Revisão das 18h48min de 27 de maio de 2018
Ricardo Costa | |
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Ricardo Costa aos 63 anos | |
Nascimento | 25 de janeiro de 1940 (84 anos) Peniche |
Nacionalidade | português |
Ricardo Costa (Peniche, 25 de Janeiro de 1940), cineasta e produtor cinematográfico português, é também autor de artigos e ensaios, na sua maioria sobre cinema, visão e linguagem.
Obra
A maior parte dos filmes que realiza têm sido na área do documentário, associado a um estilo ficcional (docuficção e etnoficção), usando as técnicas do cinema directo. A sua primeira longa-metragem intitula-se Avieiros, obra que se insere, como documentário, na linha do Novo Cinema português. Utiliza técnicas do cinema directo não apenas enquanto ferramenta na prática da etnografia de salvaguarda mas também como instrumento que lhe permite compor uma narrativa poética, sóbria e musical,[1] podendo interessar tanto a cinéfilos como a um público mais vasto.
Filmada no limiar do documentário e da ficção, Brumas é a sua ante-penúltima longa metragem (60º Festival de Veneza, 2003 – New Territories). Estreia em Nova Iorque no Cinema QUAD [2], em março de 2011. É o primeiro filme de uma trilogia sobre a errância. Derivas, o segundo, é “um retrato de Lisboa traçado pelas andanças de dois veneráveis irmãos desfasados que vagueiam pela cidade” e ao mesmo tempo retrato de uma geração (autobiografia, docuficção, comédia). Teve ante-estreia nacional em 2016 no cineclube da Universidade de Évora. [3] [4] O último filme desta trilogia, Arribas (Cliffs [5]), de 2018, é um retorno do protagonista aos locais de Brumas, sua terra natal, e uma viagem no tempo. Aí se confronta com situações surpreendentes e com personagens inquietantes.
Biografia
Estuda na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa até 1967, onde defende tese sobre os romances de Franz Kafka (Franz Kafka, Uma Escrita Invertida - 1969). [6] Lecciona no ensino secundário e torna-se editor de textos sociológicos e de obras de vanguarda, de literatura, de teatro e de cinema na MONDAR editores. [7]
Com o 25 de Abril em 1974, ao mesmo tempo que colabora com o redactor Horst Hano da cadeia de televisão alemã ARD e com a norte-americana CBS na cobertura dos acontecimentos da época em Portugal, inicia-se como realizador e produtor. Faz parte da cooperativa Grupo Zero, com João César Monteiro, Jorge Silva Melo, Alberto Seixas Santos, Margarida Gil, Solveig Nordlund e Acácio de Almeida. Torna-se depois produtor independente com a Diafilme, onde produz muitos dos seus filmes e alguns de outros realizadores. Organiza projecções, em Paris, na Cinemateca Francesa e no Museu do Homem [8] [9]
Mau Tempo, Marés e Mudança, a segunda longa-metragem de Ricardo Costa é, juntamente com Gente da Praia da Vieira (1976), de António Campos, e com Trás-os-Montes, de António Reis e de Margarida Cordeiro, uma das primeiras docuficções do cinema português. Obras do mesmo ano, têm como precursoras O Acto da Primavera (1962), de Manoel de Oliveira, e Ala-Arriba! (1948), de Leitão de Barros. Caracterizam-se ainda estas obras como sendo etnoficções.
De algum modo movidos pela ideia que explica a máxima do sociólogo e antropólogo francês Marcel Mauss (Há mais poesia num grão de realidade do que no cérebro dos poetas), alguns cineastas portugueses, em particular no pós 25 de Abril, percorrem o seu país de ponta a ponta, câmara nas mãos, praticando a sua etnografia de salvaguarda. Com apoios oficiais ou em co-produções com a RTP (Rádio Televisão Portuguesa), uns apostam no cinema militante fazendo filmes marcantes, não despojados de encanto, outros filmes em que a realidade se revela com essa espessura poética de que Mauss falava. Filmes feitos com baixos orçamentos, mas em total liberdade. O "cinema de intervenção", género em que quase toda essa produção se encaixa, reinaria por alguns anos e deixaria obras marcantes ou mesmo notáveis, muitas delas entretanto esquecidas. [10]
Tenaz na sua independência, mais empenhado na expressão da verdade que na verosimilhança, Ricardo Costa, que se identifica mais com essa simples ideia do que com o propósito de mudar o mundo, cultiva um estilo em que o real se transfigura em expressão poética, em retrato, em ponto de interrogação sobre um tempo que escapa ao tempo, sem se cingir ao lugar em que, filmada, a tal realidade se manifesta. A mise-en-scène, a vertente ficcional, será na sua obra uma tentação permanente.
Nesta perspectiva, segue a tradição da antropologia visual, iniciada no cinema português por Leitão de Barros (incluindo a docuficção e a etnoficção), tradição essa praticada por Manoel de Oliveira e por António Campos : Oliveira com Douro, Faina Fluvial, 1931, depois com o Acto da Primavera (1963), e Campos com a Almadraba Atuneira (1961). Seguem a mesma tradição António Reis, João César Monteiro, na ficção, e ainda Pedro Costa, este num registo urbano (ver: Novo Cinema).
Filmografia
Longas-metragens
- 1975 As Armas e o Povo (filme colectivo : imagens do 25 de Abril de 1974)
- 1975: Avieiros
- 1976: Mau Tempo, Marés e Mudança
- 1978: Abril no Minho (produção ARCA filmes - série TV) [11]
- 1979: Castro Laboreiro (1º filme da tetralogia Homem Montanhês)
- 1979: Pitões, Aldeia do Barroso (2º filme da tetralogia Homem Montanhês)
- 1980: Verde por Fora, Vermelho por Dentro
- 1981: Longe é a Cidade (3º filme da tetralogia Homem Montanhês)
- 1981: Ao Fundo desta Estrada (4º filme da tetralogia Homem Montanhês)
- 1983: O Pão e o Vinho
- 1985: O Nosso Futebol
- Trilogia LONGES:
Outros géneros
- 1998 Paroles (Palavras) – Entrevistas com Jean Rouch (Paroles)
Curtas e médias-metragens
Série Mar Limiar para a RTP
- No Fundo de Troia (26')
- Apanhadores de Algas (28')
- Agar-Agar (filme) (27')
- Tresmalho (27')
- O Trol (25')
- O Arrasto (29')
- Oceanografia Biológica (28')
- Ti Zaragata e a Bateira (27') - 1ª parte de Avieiros
- Pesca da Sardinha (29')
- Conchinha do Mar (26')
- Às Vezes Custa (26') [14]
- A Sacada (26')
- Os Irmãos Severo e os Cem Polvos (29')
- À Flor do Mar (29')
- A Colher (29')
- O Velho e o Novo (28')
- A Falta e a Fartura (26')
- Quem só muda de Camisa (28') - 2ª parte de Avieiros
- A Máquina do Dinheiro (28')
- Viver do Mar (28')
- Uma Perdiz na Gaiola (26')
- O Rei dos Peixes (27')
- Nas Voltas do Rio (30') - 3ª parte de Avieiros
- O Submarino de Vidro (28')
- Mau Tempo, Marés e Mudança – exibido na RTP em três partes
- Do Mal o Mar (29')
- Das Ruínas do Império (28') [15]
Outras curtas-metragens
- Cravos de Abril (27') - a Revolução dos Cravos. [16]
- Música do Quotidiano (25')
- A Feira (8')
- A Lampreia (10’)
- O Pisão (9’)
- A Coca (10’)
- O Outro Jogo (10’)
- Dezedores (8’)
- Barcos de Peniche (13’)
- O Queijo da Serra (8’)
- Histórias de Baçal (10’)
- Esta Aldeia, Rio de Onor (10’)
- O Jogo da Malha em Benespera (10’)
- Vimes de Gonçalo (11’)
- O Parque Nacional de Montesinho (37’)
- Lisboa e o Mar (Lisbon and the International Court for the Law of the Sea - para a UNESCO) - (38')
- 2015
- GIG – filme-ensaio em plano-sequência de dez minutos numa homenagem aos Pink Floyd (The Dark Side of the Moon)
Artigos
Os artigos sobre cinema, visão e linguagem são os seguintes :
- 1982 O olhar antes do cinema [23]
- 2000 A outra face do espelho - Jean Rouch e o "outro" [24]
- 2017 Jean Rouch do avesso [25]
Ensaios
Os ensaios encontram-se reunidos sob a designação A Linha do Olhar (cinema e transfiguração, percepção e imagem) :
- 1997 – OS OLHOS E O CINEMA (estudo teórico e histórico sobre a evolução do cinema desde a sua invenção, dando relevo ao contributo decisivo de Georges Méliès) [26]
- 2000 – OLHOS NO ECRÃ (desenvolve os temas do ensaio anterior dando relevo às ideias e teorias que mais contribuíram para a evolução do cinema de arte) [27]
- 2002 – OS OLHOS DA IDEIA (projeta o essencial dos ensaios anteriores relativos à teoria do cinema, restringindo-os aos da visão e da linguagem, abrindo perspectivas quanto à questão central da IDEIA, desde Platão e Aristóteles) [28]
Textos pedagógicos
Referências
- ↑ Ricardo Costa e o fluir das imagens – artigo de José de Matos-Cruz
- ↑ Cinema Quad
- ↑ Derivas ante-estreia no Auditório Soror Mariana
- ↑ Página de Derivas
- ↑ Arribas – página do filme
- ↑ Biografia de Ricardo Costa na Faculdade de Letras de Lisboa
- ↑ Referência de Alexandre Pomar
- ↑ Ciclo de filmes portugueses em Paris
- ↑ Cinemateca Francesa homenageia dupla Reis-Cordeiro – artigo de no Ipsilon, jornal Público, 30 de Setembro de 2002
- ↑ Cinema e Intervenção – artigo de David Barros
- ↑ Abril no Minho no IMDB
- ↑ MISTS – página do filme
- ↑ Arribas – página do filme
- ↑ Ás Vezes Custa – filme online na RTP
- ↑ Das Ruínas do Império – filme online na RTP
- ↑ Les œillets d'avril, entrevista na revista Latitudes (Cahiers Lusophones) nº6, setembro 1999, Paris (fr)
- ↑ O festival de Verão que faz a história do cinema desconhecido – artigo de Jorge Mourinha, jornal Público, 9 julho 2016
- ↑ E do mar nasceu : a revolução – notícia, Press Reader, 9 julho, 2016
- ↑ O Curtas no limbo, entre o céu e o inferno, o amor e o desejo – artigo de Jorge Mourinha, jornal Público, 12 julho 2016
- ↑ E viemos nascidos do mar – artigo de Alexandra João Martins, jornal Público, 14 julho 2016
- ↑ Curtas Vila do Conde. Documentário sobre as Caxinas estreia 39 anos depois – notícia, jornal Observador, 17 julho, 2016
- ↑ Curtas Vila do Conde despede-se este domingo – notícia, Porto 24, 17 julho 2016
- ↑ O olhar antes do cinema
- ↑ A outra face do espelho
- ↑ Jean Rouch do avesso (2017) – anexo ao artigo A outra face do espelho
- ↑ Os olhos e o cinema, texto online do primeiro volume da série LINHA DO OLHAR
- ↑ Olhos no ecrã texto online do segundo volume da série LINHA DO OLHAR
- ↑ Os olhos da ideia texto online do terceiro volume da série LINHA DO OLHAR
- ↑ Linguagem do cinema
Ver também
Ligações externas
- Ricardo Costa na IMDb
- Longas metragens
- Curtas e médias metragens
- Ricardo Costa – pág. web
- Ricardo Costa e o fluir das imagens – artigo de José de Matos-Cruz