Alberto Salvá

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Alberto Salvá
Nascimento 13 de abril de 1938
Barcelona
Morte 13 de outubro de 2011 (73 anos)
Rio de Janeiro
Cidadania Brasil
Ocupação diretor de cinema, roteirista

Alberto José Bernardo Salvá Contel (Barcelona, 13 de abril de 1938Rio de Janeiro, 13 de outubro de 2011 [1] ) foi um cineasta brasileiro nascido na Espanha e radicado no Brasil desde 1952, naturalizado em 1961.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Em 1952, emigrou com a família para o Rio de Janeiro. Ainda adolescente, trabalhou como pedreiro, pintor de paredes, escriturário e fotógrafo. Interessado desde cedo por cinema, em 1964 passou a assinar críticas de filmes no Jornal dos Sports e matriculou-se num seminário sobre documentário, ministrado pelo sueco Arne Sucksdorff, e promovido pelo Itamaraty no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.[3]

Em seguida passou a realizar curtas, sendo que já o primeiro, Paixão de Aleijadinho (1965), foi premiado como melhor documentário no Festival de Curtas-metragens da Bahia. Foi diretor de fotografia no média-metragem Nossa Escola de Samba (1964), de Manoel Gimenez, episódio do histórico longa Brasil Verdade, um dos marcos do surgimento do Cinema Novo.

Entre 1966-67, fotografou e montou vários curtas para o Instituto Nacional de Cinema e fundou o grupo Câmara, uma cooperativa a partir da qual produziu, fotografou, montou e dirigiu três episódios de Como Vai, Vai Bem? (1968), sua estréia em longas-metragens. No mesmo período, montou os longas Um Homem e Sua Jaula, de Fernando Cony Campos, e Edu, Coração de Ouro, de Domingos de Oliveira. Em 1972, fundou a produtora Thor Filmes, com Teresa Trautman, para quem foi diretor de fotografia em Os Homens que Eu Tive (1973).

No período da pornochanchada, fotografou, roteirizou e até dirigiu algumas comédias eróticas. Mas seus temas mais recorrentes são as dificuldades de relacionamento, analisadas de forma cômica, como em A Cama ao Alcance de Todos, ou dramática, como em Confissões de uma Mulher Casada. O que não o impediu de enveredar com qualidade autoral pelo relato autobiográfico existencial de Um Homem sem Importância, ou mesmo pelo cinema infantil, em As Quatro Chaves Mágicas, uma recriação do conto João e Maria dos irmãos Grimm.

Na TV Globo, dirigiu vários casos especiais, como Tudo Cheio de Formiga (1975), além de documentários para o Globo Repórter e episódios das séries Aplauso (1979), Carga Pesada (1980-81), Obrigado Doutor (1985) e Você Decide (1992).

Em 1983 fotografou Me Beija, de Werner Schünemann. Contratado para dirigir S.O.S. Sex Shop, desentendeu-se com o produtor Pedro Carlos Rovai, que acabou refilmando e remontando o material, creditando a direção a "Alberto S. Contel".

Ainda em 1983 ganhou o concurso nacional de contos eróticos da revista Status, com Alice, que viria a ser a base para o roteiro de A Menina do Lado, uma história de amor entre um escritor quarentão (Reginaldo Farias) e sua vizinha adolescente (Flávia Monteiro, em seu primeiro papel). O filme, além de ter sido um grande sucesso comercial, ganhou prêmios nos festivais de Gramado e Natal.

No período Collor, Salvá foi produtor de Manobra Radical (1991), de Elisa Tolomelli. Em 1997, publicou pela Editora Revan o livro Sexo em Casa ou Tudo que Você Sempre Quis Fazer e Nunca Teve Coragem de Pedir.

A partir de 1990, começou a ministrar cursos de roteiro, a princípio no Parque Lage, na Casa da Gávea e na Casa de Cultura Laura Alvim, mais tarde nas Universidades Cândido Mendes e Estácio de Sá, e mais recentemente no Instituto Brasileiro de Audiovisual – Escola Darcy Ribeiro e na Oficina de Atores do Rio de Janeiro.[4]

Em 2008 dirigiu o filme independente, Na Carne e na Alma,[5] com Karan Machado e Raquel Maia, baseado no livro Deusa Cadela, do escritor fluminense André Abi Ramia.[6][7]

Faleceu em decorrência de um câncer de fígado.[8]

Filmografia como diretor e roteirista [9][editar | editar código-fonte]

Longas-metragens[editar | editar código-fonte]

Curtas e média-metragens[editar | editar código-fonte]

  • 2000: Amigas
  • 1997: O Bailarino e a Contorcionista
  • 1996: Antártida, o Último Continente (co-dir. Monica Schmiedt)
  • 1990: O Vendedor
  • 1982: O Ritual
  • 1982: Sem Intermediários
  • 1980: Baloeiros
  • 1967: Sala dos Milagres
  • 1966: Aspectos da Segunda Guerra Mundial
  • 1966: Sol no Labirinto (co-dir. Fernando Cony Campos)
  • 1965: Paixão de Aleijadinho

Filmografia: apenas como roteirista[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Morre Alberto Salvá, ex-diretor do "Globo Repórter"[ligação inativa] Uol, 13 de outubro de 2011.
  2. «Perfil de Alberto Salvá no "Quem é quem" da Filme B"». Consultado em 20 de dezembro de 2009. Arquivado do original em 26 de dezembro de 2009 
  3. MIRANDA, Luiz F.A.: Dicionário de cineastas brasileiros. São Paulo: Art Editors, 1990 (p. 292).
  4. Dados mais recentes conferidos em: NAGIB, Lúcia: O Cinema da retomada - depoimentos de 90 cineastas dos anos 90. Editora 34, São Paulo, 2002 (pp. 423-425)
  5. Em 23 de junho de 2010, no twitter, o cineasta escreve: "O nome do meu filme não é mais Deusa Cadela, que sempre vai parecer o que não é: pornô. O título agora é Na Carne e na Alma.
  6. «Registro do projeto do filme "Deusa cadela" na Ancine». Consultado em 20 de dezembro de 2009 
  7. Página do filme Na carne e na alma, no Facebook.
  8. Morre Alberto Salvá, diretor de "A Menina do Lado". Folha de S.Paulo, 14 de outubro de 2011.
  9. «Filmografia no IMDb». Consultado em 20 de dezembro de 2009 
  10. Site do filme Na carne e na alma.