Antônio Luís von Hoonholtz
A. L. von Hoonholtz | |
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Antônio Luís von Hoonholtz, 1º tenente da armada e comandante da Canhoneira Araguary. | |
Nome completo | Antônio Luís von Hoonholtz |
Dados pessoais | |
Nascimento | 09 de maio de 1837 Itaguaí, Brasil |
Morte | 6 de fevereiro de 1931 (94 anos) Petrópolis |
Nacionalidade | brasileira |
Vida militar |
Antônio Luís von Hoonholtz,[1] primeiro e único barão de Tefé com honras de grandeza[2][3] (Itaguaí, 9 de maio de 1837 — Petrópolis, 6 de fevereiro de 1931) foi um nobre, almirante da marinha do Brasil, diplomata, geógrafo e político brasileiro, além de ter sido um conceituado literato no final de sua vida.
Biografia
Era filho de Frederico Guilherme von Hoonholtz, conde von Hoonholtz[carece de fontes][4] e da condessa[carece de fontes][5] Joana Cristina van Engel Alt von Hoonholtz.
Ingressou aos quinze anos de idade na Academia de Marinha. Foi nomeado guarda-marinha em 1854. Recebeu seu primeiro comando, a Canhoneira Araguari, no posto de primeiro-tenente. A bordo dela, von Hoonholtz se notabilizaria pelas ações empreendidas na guerra do Paraguai, sobretudo na batalha Naval do Riachuelo. Pela sua atuação recebeu a medalha de prata do Riachuelo, a medalha do mérito militar e a medalha da campanha geral do Paraguai.
Como capitão-tenente, comandou, ainda durante a guerra, a Corveta Niterói e o Encouraçado Bahia. Findas as hostilidades e já de volta ao Rio de Janeiro, receberia as insígnias de capitão-de-fragata em 1869. Foi agraciado com o título nobiliárquico de barão em 11 de junho de 1873, título nunca antes concedido a um capitão-de-fragata.[6]. Posteriormente recebeu o segundo baronato, este com honras de grandeza [7], e o título de grande do Império.
Foi promovido a capitão-de-mar-e-guerra em 1878 e, posteriormente, a almirante (chefe de divisão), em 1883. Recebeu a promoção a vice-almirante em 1891, quando foi transferido para a reserva. Em 1912, foi reformado no mesmo posto tornando-se Almirante. No decorrer de sua vida, recebeu o grau de oficial das imperiais ordens do Cruzeiro e da Rosa, além de ter recebido a grã-cruz da Imperial Ordem de São Bento de Avis e da Ordem de Isabel a Católica. O barão Antônio Luís von Hoonholtz foi também veador da última imperatriz do Brasil, D. Teresa Cristina, pertenceu ao Instituto de França juntamente a D. Pedro II, foi membro honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia de Ciências de Madrid, da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, da Sociedade de Geografia Comercial de Paris, do Conselho Diretor da Sociedade Central de Imigração do Trinity Historical Society of Dallas(Texas), e presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, no Rio, e da Liga Marítima Brasileira. Além de ter sido vice-presidente do Instituto Politécnico do Rio de Janeiro.
Foi o fundador e diretor do Serviço Hidrográfico do Império, e durante sua vida, exerceu os cargos públicos de diretor da hidrografia da marinha brasileira, membro do conselho diretor da Sociedade de Imigração, de chefe da comissão de demarcação de fronteiras com o Peru, de ministro plenipotenciário do Brasil na Bélgica, na Itália e na Áustria[8], e foi eleito senador do Brasil pelo Amazonas.[9]
O barão de Tefé viveu os últimos anos de sua vida em Petrópolis, em um dos solares da rua Silva Jardim.
Como homenagem, o (H-42), um navio oceanográfico da Marinha do Brasil, recebeu a denominação de Navio Barão de Teffé.
Casamento e descendência
Casou-se aos 28 de março de 1868 com Maria Luísa Dodsworth, filha do inglês George John Dodsworth[10] e de Leocádia do Nascimento Lobo Dodsworth, irmã do 2.º barão de Javari[11] e tia da condessa de Frontin, D. Maria Leocádia Dodsworth de Frontin, casada com o conde Paulo de Frontin[12]. Baronesa Maria Luísa pertencia à uma família tradicional do Rio de Janeiro. Tiveram quatro filhos:
- Nair de Tefé von Hoonholtz, considerada por Hermes Lima e por artistas e intelectuais, a primeira mulher caricaturista do mundo. Foi a primeira-dama do Brasil no mandato de Hermes da Fonseca. Além de ter sido uma conceituada cantora, pianista e pintora.
- Álvaro de Tefé von Hoonholtz, oficial de registros de títulos e secretário da presidência da República dos Estados Unidos do Brasil.
- Oscar de Tefé von Hoonholtz, embaixador do Brasil.
- Otávio de Tefé von Hoonholtz, escritor[13].
Seu neto Manuel de Tefé von Hoonholtz,[14][14][15][16] filho de Oscar de Tefé, foi embaixador do Brasil e piloto de corrida de carros. Quando regressou da Europa, onde teve alguns êxitos neste esporte, teve a idéia de trazer para o Brasil o circuito de corridas de automóvel, a fim de promover o evento internacionalmente. A idéia foi aceita e levada ao então presidente da República, Getúlio Vargas, que prometeu todo o apoio. Na temporada oficial de turismo de 1933, o Automóvel Club do Brasil promoveu o circuito Niemeyer–Gávea, com o título "1.º Prêmio Cidade do Rio de Janeiro", no domingo 1.º de outubro, que contou com a participação do piloto Chico Landi.[17]
Um bisneto do barão de Tefé foi o ator ítalo-brasileiro Anthony Steffen,[18][19][20][21] filho de Manuel de Tefé, tendo nascido na embaixada do Brasil em Roma, no Palácio Pamphilj.[22] E um sobrinho-neto foi o jurista e político brasileiro Darcy von Hoonholtz, deputado estadual à Assembleia Legistativa do Estado do Rio Grande do Sul
Notas e referências
- ↑ Pela grafia arcaica, Antônio Luiz von Hoonholtz.
- ↑ Pela grafia arcaica, barão de Teffé.
- ↑ O decreto conferindo as honras de grandeza do seu segundo baronato de Tefé não foram localizadas, segundo Carlos Rheingantz – Anuário da Nobreza Brasileira, Rio de Janeiro, 1960, páginas 112 a 121. Embora as honras de grandeza do segundo baronato sejam amplamente reconhecidas em vários sites e obras brasileiras e européias.[carece de fontes]
- ↑ Para mais detalhes a respeito da legitimidade do título nobiliárquico de conde, veja o artigo sobre Frederico Guilherme von Hoonholtz.
- ↑ Se o título de nobreza de seu marido for legítimo ela seria condessa von Hoonholtz, para mais detalhes veja o artigo sobre Frederico Guilherme von Hoonholtz.
- ↑ [1]
- ↑ O decreto conferindo as honras de grandeza do seu segundo baronato de Tefé não foram localizadas, segundo Carlos Rheingantz – Anuário da Nobreza Brasileira, Rio de Janeiro, 1960, páginas 112 a 121. Embora as honras de grandeza do segundo baronato sejam amplamente reconhecidas em vários sites e obras brasileiras e européias.[carece de fontes]
- ↑ [2]
- ↑ Biografia de Antônio Luís von Hoonholtz no Senado Federal
- ↑ Jornal Folha Real
- ↑ «Site Navios Brasileiros»
- ↑ «Catálogo "Processos da Nobreza Brasileira", no site do TJRJ.» (PDF)
- ↑ Barão de Teffé, militar e cientista, Biografia do Almirante Antônio Luís von Hoonholtz. Editado e publicado pelo Serviço de Documentação Geral da Marinha Brasileira em 1977. Escrito pela nora do barão, Tetra de Tefé. O livro foi elogiado por um importante Almirante da Marinha do Brasil.
- ↑ a b [3]
- ↑ [4]
- ↑ [5]
- ↑ Federação de Automobilismo de São Paulo
- ↑ [6]
- ↑ [7]
- ↑ Livro sobre a vida de Antônio de Tefé
- ↑ Site Italia Oggi
- ↑ Site Otempo
Ver também
Ligações externas
- «Associação da Turma Barão de Teffé»
- «Site Sfreinobreza» Página transcrita do Arquivo Nobiliárquico Brasileiro com as respectivas adendas e correções.
- «Barão de Tefé, patrono do Instituto Histórico e Geográfico de Santos».
- «Biografia do barão Antônio Luís von Hoonholtz no Senado Federal»
- «Biografia de Antônio Luís von Hoonholtz no Site Nação Mestiça».
- Nascidos em 1837
- Mortos em 1931
- Homens
- Naturais de Itaguaí
- Senadores do Amazonas
- Grandes do Império do Brasil
- Baronatos do Brasil
- Teuto-brasileiros
- Oficiais da Imperial Ordem do Cruzeiro
- Oficiais da Imperial Ordem da Rosa
- Grã-cruzes da Imperial Ordem de São Bento de Avis
- Almirantes do Brasil
- Ordem de Isabel a Católica
- Engenheiros do Rio de Janeiro
- Militares do Rio de Janeiro
- Pessoas da Guerra do Paraguai