Basílica de São Lourenço em Lucina

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Basílica de São Lourenço em Lucina
San Lorenzo in Lucina
Basílica de São Lourenço em Lucina
Fachada da igreja
Início da construção século IV
Fim da construção século V
1650
Religião Igreja Católica
Diocese Diocese de Roma
Ano de consagração 440
Website Site oficial
Área 1040 m2 (65 x 16)
Geografia
País Itália
Região Roma
Coordenadas 41° 54' 12" N 12° 28' 43" E

San Lorenzo in Lucina, conhecida como Basílica de São Lourenço em Lucina (em latim: S. Laurentii in Lucina), é uma paróquia, igreja titular e basílica menor de Roma, Itália, localizada na Piazza San Lorenzo, no rione Colonna, a cerca de dois quarteirões do Palazzo Montecitorio e próxima da Via del Corso.

O cardeal-presbítero do Título de São Lourenço em Lucina é Malcolm Ranjith, arcebispo de Colombo, no Sri Lanka.

História[editar | editar código-fonte]

A igreja é dedicada a São Lourenço, diácono e mártir romano. O nome Lucina vem de uma matrona romana do século IV que deu permitiu que os cristãos construíssem ali uma casa de devoção. Acredita-se, tradicionalmente, que o papa Marcelo I teria se escondido ali durante as perseguições de Maxêncio. O papa Dâmaso I foi eleito ali em 366 e uma igreja foi consagrada no local pelo papa Sisto III em 440. Na época, já era conhecida como Titulus Lucinae e assim aparece nos atos de um sínodo de 499 convocado pelo papa Símaco. Foi reformada pela primeira vez na década de 1100 por ordem do papa Pascoal II.

Em 1606, o papa Paulo V colocou a igreja sob os cuidados dos clérigos regulares menores. Neste mesmo século, o edifício foi completamente transformado por Cosimo Fanzago, que converteu os corredores laterais da nave em capelas e mandou pintar com afrescos o teto, uma obra do napolitano Mometto Greuter.

No século XIX, uma nova reforma no interior, encomendada pelo papa Pio I, removeu as decorações barrocas da nave e as substituiu por afrescos de Roberto Bompiani.

Charles Stewart, um oficial do exército papal que morreu em 1864, está enterrado na igreja. Ele era filho de John Stewart, o maestro di casa do príncipe Charles Edward Stuart ("Carlos III", o "Jovem Pretendente") e que fora criado baronete por este em 1784.

Arte e arquitetura[editar | editar código-fonte]

Na reconstrução de 1650, o plano basílical de uma nave com dois corredores foi substituído por capelas barrocas, que foram então alugadas para algumas famílias ricas, que as decoraram e utilizaram como jazigos. Esta alteração foi feita através da construção de paredes atrás dos pilares quadrados e robustos das arcadas. O teto plano, decorado com caixotões quadrados em talha dourada decorados por rosetas, traz uma pintura da "Apoteose de São Lourenço" no painel central e foi encomendado durante o papado de Pio IX em 1857.

"Cristo na Cruz", de Guido Reni, decora o altar-mor, que também tem seis colunas coríntias de mármore negro. Debaixo dele está um relicário que guarda a grelha na qual se acredita tradicionalmente que São Lourenço tenha sido martirizado. O trono de mármore do papa Pascoal II, na abside atrás do altar, tem uma inscrição que recorda o translado para a igreja das relíquias de São Lourenço. Uma "Madona com o Menino, São João Nepomuceno e São Miguel Arcanjo", de Onofrio Avellino, decora a abside atrás do altar-mor.

A "Capela Fonseca", quarta à direita, foi projetada por Gian Lorenzo Bernini para Gabriele Fonseca, o médico do papa Inocêncio X (r. 1644–1655). Estão ali diversos bustos feitos por Bernini e sua oficina, incluindo um belo retrato do próprio Fonseca à direita do altar. É nesta capela também que está uma pintura de Giacinto Gimignani chamada "Eliseu Jogando Sal na Fonte Amarga", de 1664.

O artista francês Nicolas Poussin (1594–1665) está enterrado na segunda capela da direita e é comemorado por um monumento doado por Chateaubriand em 1830.

A segunda capela na esquerda ostenta uma peça-de-altar de Carlo Saraceni. A quinta foi projetada e decorada por Simon Vouet com duas pinturas suas sobre São Francisco de Assis; a primeira mostra-o recebendo seu hábito e a outra, suas tentações. A peça-de-altar é "São Francisco Aparecendo para Giacinta Marescotti em seu Leito de Morte", de Marco Benefial.

O batistério, à esquerda da entrada, foi projetado no século XVII por Giuseppe Sardi.

É nesta igreja também que está o túmulo do compositor Bernardo Pasquini (1637–1710). Três anos depois de sua morte, um retrato esculpido em mármore de Carrara por Pietro Francesco Papaleo (ca. 1642–1718) foi colocado sobre o túmulo. A obra foi encomendada pelo sobrinho do compositor, Felice Bernardo Ricordati, e seu pupilo Bernardo Gaffi.

Outros sepultamentos[editar | editar código-fonte]

Galeria[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Titi, Filippo (1763). Descrizione delle Pitture, Sculture e Architetture esposte in Roma. [S.l.]: Marco Pagliarini, Rome. pp. 367–369 
  • D. Mondini, "S. Lorenzo in Lucina", in: P. C. Claussan, D. Mondini, D. Senekovic, Die Kirchen der Stadt Rom im Mittelalter 1050–1300, Band 3 (G-L), Stuttgart 2010, pp. 261–309, ISBN 978-3-515-09073-5
  • R. Krautheimer, Corpus basilicarum christianarum Romae. The early Christian basilicas of Rome, 2, Città del Vaticano 1959, 178–179.
  • M. E Bertoldi, "L'area archeologica di San Lorenzo in Lucina a Roma", Bollettino di archeologia, 13–15, 1992, 127–134.
  • M. E. Bertoldi, S. Lorenzo in Lucina (Le chiese di Roma illustrate. Nuova serie 28), Roma 1994.
  • Olof Brandt, "Sul battistero paleocristiano di S. Lorenzo in Lucina", Archeologia laziale XII (Quaderni di archeologia etrusco-italica 23), 1, Roma 1995, 145–150.
  • Olof Brandt, "La seconda campagna di scavo nel battistero di S. Lorenzo in Lucina a Roma. Rapporto preliminare", Opuscula Romana 20, 1996, 271-274.
  • Olof Brandt, "Un'iscrizione riutilizzata da S. Lorenzo in Lucina", Rivista di Archeologia Cristiana 70, 1994, 197–201.
  • G. De Spirito, "Basilica S. Laurentii in Lucina", Lexicon Topographicum Urbis Romae III, Roma 1996, 183–185.
  • M. E. Bertoldi, "Un documento di archivio sul battistero di S. Lorenzo in Lucina", Ultra terminum vagari. Scritti in onore di Carl Nylander a cura di Börje Magnusson et al., Roma 1997, 43–44.
  • Olof Brandt (ed.), "San Lorenzo in Lucina: The Transformations of a Roman Quarter." Skrifter Utgivna av Svenska Institutet i Athen / Acta Instituti Atheniensis Regni Sueciae. 4°, 61. Stockholm Rome 2012, ISBN 9789170421792.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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