Batalhão Operacional Aeroterrestre

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Batalhão Operacional Aeroterrestre

Paraquedistas do BOAT, durante uma demonstração no Dia do Paraquedista, em 2016.
País Portugal
Corporação Exército Português
Subordinação Regimento de Paraquedistas
Brigada de Reação Rápida
Missão Providenciar apoio à execução de missões no âmbito do paraquedismo militar.
Unidade Batalhão
Tipo de unidade Infantaria Paraquedista
Sigla BOAT
Divisa DO CÉU SERENO À TERRA BELICOSA
Sede
Quartel Regimento de Paraquedistas
Página oficial Sítio oficial

O Batalhão Operacional Aeroterrestre (também conhecido pela anterior designação pela sigla BOAT) é um batalhão do Exército Português, aquartelado no Regimento de Paraquedistas (Brigada de Reação Rápida), em Tancos, responsável pela execução de várias missões fulcrais das Tropas Paraquedistas de Portugal, tais como a operação de zonas de lançamento (CPRECs), dobragem e manutenção de paraquedas (CEA) lançamento de cargas de abastecimento aéreo (CAA) ou cinotécnica.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Tropas Paraquedistas de Portugal

O Batalhão de Caçadores Paraquedistas (BCP), primeira unidade paraquedista em Portugal, foi oficialmente inaugurado no dia 23 de maio de 1956, na Força Aérea Portuguesa (FAP), tendo presidido à cerimónia o seu criador, coronel Kaúlza de Arriaga. A data foi escolhida em alusão à bula Manifestis Probatum (1179), que declarou o Condado Portucalense oficialmente independente do Reino de Leão, ou seja, reconheceu efetivamente o Reino de Portugal.[2]

O BCP foi aquartelado nas antigas instalações do extinto Batalhão de Pontoneiros (BP), uma unidade do Exército que, em 1921, tinha sido transferida de Santarém para Tancos e, em 1947, integrada na Escola Prática de Engenharia.[2] Após a conclusão das indispensáveis obras de conservação e restauro, os paraquedistas começaram a ser instalados nas antigas camaratas do BP, a partir do dia 3 de Janeiro de 1956. O Comando do Batalhão foi assumido pelos dois primeiros paraquedistas portugueses, os capitães Martins Videira (Comandante) e Mário Robalo (2º Comandante).[2][3] A localização estratégica destas instalações (numa posição central, em relação à distribuição geográfica do território continental) era perfeita para a atividade dos paraquedistas, uma vez que se encontrava junto à Base Aérea de Tancos, que era guarnecida com os necessários aviões de transporte Junkers Ju-52.[4][5]

Ao iniciar-se a Guerra Colonial, os paraquedistas foram a primeira força portuguesa projetada para o continente africano, chegando a primeira Companhia de Caçadores Paraquedistas a Angola no dia 16 de março de 1961, apenas um dia após o massacre da UPA. Com o desenrolar do confilto, esta companhia seria reforçada, subindo de escalão para batalhão, denominado Batalhão de Caçadores Paraquedistas n.º 21 (BCP 21). Entretanto, perante a necessidade de aumentar a capacidade de formação de novos paraquedistas no BCP, este sobe também de escalão para regimento, passando a designar-se Regimento de Caçadores Paraquedistas (RCP), em 5 de maio de 1961, constituído por dois batalhões, o Batalhão de Instrução (BI) e o Batalhão de Caçadores Paraquedistas n.º 11 (BCP 11).[6][7]

Em 5 de Julho de 1975, após o final da Guerra Colonial, as Tropas Paraquedistas foram alvo de uma grande reorganização, tendo sido criado o Corpo de Tropas Paraquedistas (CTP), que reunía todas as unidades paraquedistas da Força Aérea. O CTP incluía uma estrutura territorial responsável pela mobilização, instrução e administração dos militares que iriam guarnecer a força operacional do corpo, da qual fazia parte o Grupo Operacional Aeroterrestre (GOAT), aquartelado na Base Escola de Tropas Paraquedistas (atual RPára).[6][8]

Em 1994, uma nova reestruturação das Forças Armadas de Portugal retirou os Paraquedistas do Exército e colocou-os na Força Aérea, passando o GOAT a integrar a recém criada Brigada Aerotransportada Independente (BAI), sob a nova designação Batalhão de Apoio Aeroterrestre (BAAT), com a mesma missão. Em 2006, com a transformação da BAI para Brigada de Reação Rápida (BRR), o BAAT adotou a atual designação Batalhão Operacional Aeroterrestre (BOAT).[9]

Missão e organização[editar | editar código-fonte]

Paraquedistas do Pelotão Cinotécnico, durante uma demonstração.

As missões do Batalhão Operacional Aeroterrestre são delegadas às várias companhias que o integram:[9][10]

  • Companhia de Precursores Aeroterrestres (CPRECs) — Reconhecimento e operação de zonas de aterragem de aeronaves e zonas de lançamento de paraquedistas em contexto de operações aerotransportadas;
  • Companhia de Equipamento Aéreo (CEA) — Dobragem e manutenção do equipamento necessário à execução de operações aerotransportadas;
  • Companhia de Abastecimento Aéreo (CAA) — Preparação e lançamento de cargas de abastecimento aéreo;
  • Companhia de Serviços (CS-BOAT) — Serviços administrativos do batalhão;

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «DIA DOS PÁRA-QUEDISTAS E DA ESCOLA DE TROPAS PÁRA-QUEDISTAS | Operacional». Consultado em 13 de maio de 2019. Cópia arquivada em 13 de maio de 2019 
  2. a b c ««23 DE MAIO»: DIA DA ESCOLA DE TROPAS PÁRA-QUEDISTAS | Operacional». Consultado em 16 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 7 de junho de 2017 
  3. «O PRIMEIRO DISTINTIVO DE QUALIFICAÇÃO PÁRA-QUEDISTA MILITAR PORTUGUÊS | Operacional». Consultado em 18 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 18 de dezembro de 2019 
  4. «Junkers Ju 52 | Esquadra 502 - "Elefantes"». esquadra.emfa.pt. Consultado em 19 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 19 de dezembro de 2019 
  5. FRAGA, CORONEL Luís M. Alves de (2001). SÚMULA HISTÓRICA DAS AVIAÇÕES MILITARES E DA FORÇA AÉREA DE PORTUGAL. Lisboa: Universidade Autónoma de Lisboa 
  6. a b ENQUADRAMENTO DAS TROPAS PÁRA-QUEDISTAS NO SEIO DO EXÉRCITO PORTUGUÊS Arquivado em 16 de dezembro de 2019, no Wayback Machine. - FRANCO, Aspirante Jacinto Gabriel Henriques Rodrigues, Academia Militar, Consultado em 16 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 16/12/19
  7. Observador. «Paraquedistas: a força especial que entrou na guerra de Angola pelo ar». Observador. Consultado em 19 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 19 de dezembro de 2019 
  8. «NOTAS SOBRE A TRANSFERÊNCIA DOS PARAQUEDISTAS DA FORÇA AÉREA PARA O EXÉRCITO EM 1993 | Operacional». Consultado em 16 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 13 de maio de 2019 
  9. a b «DEMONSTRAÇÃO DE CAPACIDADES DA BRIGADA DE REAÇÃO RÁPIDA - 2019 | Operacional». Consultado em 3 de janeiro de 2020. Cópia arquivada em 21 de outubro de 2019 
  10. Mota, Asp-Aluno de Infantaria Jorge Miguel Carvalho (2016). A doutrina nacional de emprego de forças paraquedistas (PDF). Academia Militar, Lisboa: [s.n.] pp. 14, 15. Consultado em 13 de maio de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 13 de maio de 2019 
  11. «CÃES DE GUERRA SALTAM EM TANCOS | Operacional». Consultado em 21 de janeiro de 2020. Cópia arquivada em 13 de janeiro de 2020