Monetaria moneta

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Cinco vistas da concha de M. moneta.
Cinco vistas da concha de M. moneta.
Ilustração do ano de 1893, mostrando conchas de M. moneta sendo usadas como moeda.
Ilustração do ano de 1893, mostrando conchas de M. moneta sendo usadas como moeda.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Caenogastropoda
Ordem: Littorinimorpha
Superfamília: Cypraeoidea
Família: Cypraeidae
Género: Monetaria
Troschel, 1863[1]
Espécie: M. moneta
Nome binomial
Monetaria moneta
(Linnaeus, 1758)[2]
M. moneta é uma espécie de cor e forma variáveis; recebendo diversas denominações no passado.
Distribuição geográfica
A região do Indo-Pacífico (no mapa) é o habitat da espécie M. moneta, desde as costas da África Oriental até as ilhas Galápagos, no Equador.[2][3]
A região do Indo-Pacífico (no mapa) é o habitat da espécie M. moneta, desde as costas da África Oriental até as ilhas Galápagos, no Equador.[2][3]
Sinónimos
Cypraea moneta Linnaeus, 1758
Erosaria moneta (Linnaeus, 1758)
Cypraea monetacongo Gmelin, 1791
Cypraea numisma Röding, 1798
Cypraea gibbosa Schröter, 1804
Monetaria icterina (Lamarck, 1810)
Cypraea barthelemyi Bernardi, 1861
Monetaria etnographica Rochebrunne, 1884
Monetaria mercatorium Rochebrunne, 1884
Monetaria pleuronectes Rochebrunne, 1884
Monetaria vestimenti Rochebrunne, 1884
Cypraea mercatorium (Rochebrunne, 1884)
Monetaria chionella Sulliotti, 1924
Monetaria britannica Schilder, 1927
Cypraea circumvallata (M. Schilder & F. A. Schilder, 1933)
Cypraea subalata (M. Schilder & F. A. Schilder, 1933)
Monetaria rhomboides Schilder & Schilder, 1933
Monetaria harrisi Iredale, 1939
Monetaria isomeres Iredale, 1939
Monetaria monetoides Iredale, 1939
Monetaria endua Steadman & Cotton, 1943
Monetaria erua Steadman & Cotton, 1943
Monetaria etolu Steadman & Cotton, 1943
Cypraea annulifera (Coen, 1949)
Monetaria pseudomoneta Hu, 1992
(WoRMS)[2]

Monetaria moneta (nomeada, em inglês, money cowrie[4] e, em português, cipreia-moeda,[5] cauri[6] ou caurim; também chamada de búzio pelas religiões de matriz africana)[7][8] é uma espécie de molusco gastrópode marinho pertencente à família Cypraeidae da ordem Littorinimorpha. Foi classificada por Linnaeus, com a denominação Cypraea moneta, em 1758, na obra Systema Naturae. É nativa do Indo-Pacífico, desde as costas da África Oriental até as ilhas Galápagos, no Equador;[2][3] considerada a espécie-tipo de seu gênero.[1]

Descrição da concha e hábitos[editar | editar código-fonte]

Concha grossa e variável,[9] um pouco achatada e angular,[10] com 2.5 centímetros[4] até pouco mais de 4.5 centímetros de comprimento.[9] Suas margens podem ser fortemente calejadas, particularmente no seu topo. Abertura estreita e com poucos dentes no lábio externo e columela, fortes e curtos. Sua superfície aporcelanada é amarelo-esverdeada, com três faixas azuis-acinzentadas.[10][11]

É encontrada em águas rasas da zona nerítica, em lagoas de arrecifes.[12]

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

Esta espécie ocorre nas costas do leste do Mar Mediterrâneo e leste da África, e sul da Arábia, no Mar Vermelho e em Comores, Somália, Quênia, Tanzânia, Moçambique, Seychelles, Maurícia e Madagáscar, na África Oriental, e África do Sul;[2] até Austrália, ilhas Salomão, Vanuatu, Nova Caledônia,[13] e atingindo as ilhas Galápagos, no Equador.[3]

Utilização de Monetaria moneta pelo Homem[editar | editar código-fonte]

Conchas de Monetaria moneta foram utilizadas como vestimentas em rituais, decorando os corpos de dançarinos africanos bobôs, que almejavam favores especiais do mundo espiritual, no Mali;[14][15] também usadas como moeda ("moneta" = "moeda"), junto com Monetaria annulus,[16][17] em muitas partes de sua área de distribuição, permanecendo como um item divinatório em tribos animistas na África tropical.[12] Na China, mil anos antes de Cristo, já se faziam pagamentos com tais conchas; posteriormente sendo usadas na Índia, do século X ao século XVIII, na Tailândia do século XVII e na África do século XIX;[18] desvalorizando-se rapidamente, como moeda, na última metade do século.[19] Nas religiões de matriz africana do Brasil, elas são usadas pelos médiuns para identificar os orixás que norteiam cada pessoa (no jogo de búzios); também servindo como amuleto, se benzidas em rituais, ou em colares ao redor do pescoço.[8]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Monetaria Troschel, 1863» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 29 de agosto de 2018 
  2. a b c d e «Monetaria moneta (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 29 de agosto de 2018 
  3. a b c LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 154. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3 
  4. a b ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 87. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  5. Ferreira, Franclim F. (2002–2004). «Conchas» (em inglês). FEUP. 1 páginas. Consultado em 29 de agosto de 2018. Arquivado do original em 7 de outubro de 2020 
  6. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 372. 1838 páginas 
  7. Léo Neto, Nivaldo A.; Voeks, Robert; Dias, Thelma; Alves, Rômulo (março de 2012). «Mollusks of Candomblé: Symbolic and ritualistic importance» (em inglês). ResearchGate. 1 páginas. Consultado em 3 de fevereiro de 2020. Mollusks used in Candomble temples, including uses, symbolism, and liturgy. 
  8. a b Estevão, Ilca Maria (3 de janeiro de 2019). «Colar de búzios ganha status de acessório do verão em 2019». Metrópoles. 1 páginas. Consultado em 31 de janeiro de 2020 
  9. a b «Monetaria moneta» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 10 de fevereiro de 2020. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  10. a b DANCE, S. Peter (2002). Smithsonian Handbooks: Shells. The Photographic Recognition Guide to Seashells of the World (em inglês) 2ª ed. London, England: Dorling Kindersley. p. 69. 256 páginas. ISBN 0-7894-8987-2 
  11. Nabrovenkov, Oleg (10 de setembro de 2012). «Monetaria moneta» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 29 de agosto de 2018 
  12. a b «Cypraea moneta Linnaeus, 1758 - money cowrie» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 26 de agosto de 2018 
  13. «Monetaria moneta (Linnaeus, 1758) Chocolate Cowry» (em inglês). Atlas of Living Australia. 1 páginas. Consultado em 31 de janeiro de 2020 
  14. STIX, Hugh; STIX, Marguerite; ABBOTT, R. Tucker; LANDSHOFF, H. (1968). The Shell. Five Hundred Million Years of Inspired Design (em inglês). New York: Harry N. Abrams, Inc. p. 12-13. 188 páginas. ISBN 9780810904750 
  15. «Pierre Verger / Africa: San, Mali - 1936» (em inglês). Schwarze Götter im Exil: Pierre Verger und Mario Cravo Neto. 1 páginas. Consultado em 10 de fevereiro de 2020 
  16. «Monetaria annulus» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 29 de agosto de 2018 
  17. Plaggert, Paul Gerritsen; Leal, Marcelo. «Proto-moedas (2) - As Valiosas Conchas Africanas». Fórum Numismática. 1 páginas. Consultado em 29 de agosto de 2018 
  18. CRIBB, Joe (1990). Aventura Visual: Dinheiro. São Paulo: Globo. p. 9. 64 páginas 
  19. «Cypraea moneta Linnaeus, 1758» (em inglês). Seashells of New South Wales. 1 páginas. Consultado em 29 de agosto de 2018