Disquete

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Drive de disquete)
Disquete
Tipo de mídia
Disco de mídia


Dois disquetes de 90mm (3½ ")
Uso em Caseiro, corporativo/comercial
Capacidade 1.44MB (Para o disquete de 3,5 polegadas)
Mecanismo de leitura Leitor de Disquete (externo ou interno)
Dimensões 8 polegadas, 5¼ polegadas ou 3,5 polegadas.
CD

Disquete (do inglês: diskette ou floppy-disk) é um dispositivo obsoleto de armazenamento removível de dados usado no computador (ou dispositivo portátil de entrada e saída de dados, ou sistema de transferência de dados entre computadores) desenvolvido no final da década de 1960 e popular na década de 1990,[1] que utiliza memória de disco magnético fino e flexível, com um formato achatado e quadrado, selado por um plástico retangular, forrado com tecido que remove as partículas de poeira. Disquetes eram lidos e gravados por uma unidade de leitura/gravação de disco (em inglês: "disk-drive"), chamado também de "floppy disk drive" (FDD).

Os disquetes inicialmente tinham o tamanho de 8 polegadas (200 milímetros), e posteriormente, seu tamanho foi reduzido para 5¼ polegadas (133 milímetros). Tão .l.ogo, os disquetes de 3½ polegadas (90 milímetros) se tornaram os mais comuns, amplamente utilizado em meados de 1970 até o começo dos anos 2000.[2]

A partir de 2010, a placa-mãe raramente possuía suporte a um leitor de disquete; os disquetes de 3,5 polegadas podem ser utilizados com o auxilio de um leitor de disquetes externo/USB, mas os leitores externos dos disquetes de 5¼ polegadas ou 8 polegadas são raros.

Os leitores de disquete ainda possuem usos extremamente limitados, especialmente se tratando de sistemas legacy, os disquetes foram sucedidos por mídias de armazenamento com espaços imensamente maiores, como o CD, DVD, pen-drive, cartões de memória, HD externo, discos óticos e redes de computadores.

Apesar de pouco usado atualmente, ele ainda continua ativo em alguns dispositivos antigos.[1] A frota de Boeing 747-400 da British Airways, por exemplo, até sua aposentadoria em 2020, usava disquetes de 3,5 polegadas para carregar software de aviônicos.[3] Embora a produção da nova mídia de disquete tenha cessado,[4] estima-se que as vendas e usos dessa mídia a partir de estoques continuem até pelo menos 2026.[5]

História[editar | editar código-fonte]

Os três formatos de disquete: 8, 5¼ e 3½ polegadas.

Os primeiros disquetes, desenvolvidos no final da década de 1960, eram de 8 polegadas[6], encontrados nos primeiros computadores da empresa IBM, computadores com o sistema operacional CP/M e TRS-80 Modelo II;[7] eles se tornaram disponíveis comercialmente a partir de 1971, com o último formato (3½ polegadas EDS) a ser definitivamente adotado em 1993.[8]

Sequência histórica de formatos de disquete
Tipo de disco Ano Capacidade
8-inch 1971 80 kB
8-inch 1973 256 kB
8-inch 1974 800 kB
8-inch dual-sided 1975 1MB
5¼-inch 1976 160 kB
5¼-inch DD 1978 360 kB
5¼-inch QD 1980 720 KB
5¼-inch HD 1984 1.2 MB
3-inch 1984? 320 kB
3½-inch 1984 720 kB
3½-inch HD 1987 1.44 MB
3½-inch ED 1991 2.88 MB
3½-inch EDS 1993 5.76 MB
Disquete de formato 5,25 polegadas.

Características técnicas[editar | editar código-fonte]

Disquete de 5"1/4
Tipo Usado em Setores por trilha trilhas por Face Capacidade Taxa de transferência de bits
Dupla Densidade P.C./XT 8 40 160/320 KB 250 KBit/s
Dupla Densidade P.C./XT 9 40 180/360 KB 250 KBit/s
Quadrupla Densidade AT 8 80 720 KB 300 KBit/s
Alta Densidade AT 15 455;47 1.73 MB 500 KBit/s

A capacidade dos disquetes 5"1/4, nos modelos mais antigos de leitora, é limitado a uma face. Neste caso, embora a mídia permita, apenas uma das faces é acessada de cada vez. Nos modelos mais novos, com duas cabeças de leitura/escrita, ambas as faces são acessadas.

Disquete de 3"1/2
Tipo Usado em Setores por trilha Trilhas por Face Capacidade Taxa de transferência de bits
Dupla Densidade P.C./XT 9 80 720 KB (0,70 MB) 250 Kbit/s
Alta Densidade AT 18 80 1440 KB (1,40 MB) 500 Kbit/s
Alta Densidade Extra AT 36 80 2880 KB (2,81 MB) 1 Mbit/s
Alta Densidade Extra Super AT 72 80 5760 KB (5,62 MB) 2 Mbit/s

Por dentro do disquete[editar | editar código-fonte]

Legenda: 1 - Trava de proteção contra escrita. 2 - Base central. 3 - Cobertura móvel. 4 - Chassi (corpo) plástico. 5 - Disco de papel. 6 - Disco magnético. 7 - Setor do disco.

Os disquetes possuem a mesma estrutura de um disco rígido sendo todos periféricos de entrada e saída, tendo como diferenças o fato dos disquetes poderem ser removíveis e o fato dos disquetes serem compostos de um único disco magnético.

Os disquetes são divididos em pistas ou faixas. Um conjunto de pistas concêntricas repartidas em intervalos regulares definem a superfície magnética do disco. As pistas são numeradas de 0 a n, sendo n o número total. A pista 0 é a mais externa.

Cada cilindro é dividido em um número constante de partes de mesmo tamanho, denominado setor. O nome destes depende do formato do disquete e são numerados de 1 até n, sendo n o número de setores por pista.

Cada setor possui o tamanho de 512 bytes. O setor (ou bloco) é a menor porção do disco que o computador consegue ler.

O disco magnético geralmente é dividido em duas faces, denominadas 0 e 1. Alguns leitores mais atuais, visto que os discos possuem essas duas faces, são equipados com duas cabeças de leitura/escrita, uma para cada face do disco.

Para se calcular a capacidade do disquete, pode-se usar a fórmula: Número de faces × número de pistas × números de setores/pista × 512 bytes/setor.

Problemas[editar | editar código-fonte]

As unidades de leitura geralmente possuem um botão que, se pressionado ejeta o disquete. A possibilidade de ejetar o disquete mecanicamente pode acarretar erros de leitura, ou até mesmo a perda de todos os dados contidos no disquete caso a ejeção seja feita durante um processo de leitura. Uma exceção a isso é constituído pelas unidades de leitura dos computadores Macintosh, nos quais a ejeção do disco é comandada pelo sistema operacional e realizada através de um motor interno.

Um outro problema é referente à sua vida útil. Os disquetes possuem vida útil que varia de 5 a 6 anos (pouco, se comparado ao CD, que dura 20 anos). Disquetes mais velhos e com muito uso, começam a desprender fragmentos do disco magnético interno, sendo que alguns desses fragmentos podem grudar nas cabeças de leitura, dificultando muito a leitura/escrita de outros disquetes. Para essa situação, é recomendável utilizar um "disquete" especial para limpeza, em que no lugar do disco magnético fica localizado um tecido para limpeza.

Desuso[editar | editar código-fonte]

Informações magnéticas escritas em um disquete.

O disquete já foi considerado um dispositivo com grande capacidade de armazenamento, especialmente devido ao pequeno tamanho dos arquivos. Atualmente, devido ao tamanho cada vez maior dos arquivos e, devido à existência de mídias de armazenamento não-voláteis de maior capacidade, como cartões de memória (memory sticks, cartões MMC, cartões SD, ...), Pen Drives, CD-R, CD-RW, DVDs graváveis e regraváveis; além da existência de outras maneiras de armazenamento de arquivos, como armazenamento distribuído, Compartilhamento de arquivos em redes locais, e-mail, disco virtual, serviços de hospedagem de arquivos, cloud computing e SAN, o disquete se tornou um utilitário obsoleto. Atualmente os computadores saem de fábrica sem o drive de leitura de disquete.

Meio de Contaminação de Vírus[editar | editar código-fonte]

Reprodutor de disquete 3,5" para computador.

Os disquetes foram os primeiros transmissores de vírus de computador. No fim dos anos 1980, os vírus Ping-Pong, Vírus Stoned, Vírus Jerusalém e Vírus Sexta-Feira 13 eram disseminados através do disquete, que contaminava o PC quando inserido na máquina e, após isso, contaminava qualquer outro disquete sem vírus, desde que fosse inserido no drive do PC. Até o surgimento da Internet, o disquete era o único meio de propagação de vírus que existia.

Na época, o único meio de proteger um disquete contra vírus era colocar um selo no lacre quadrangular superior ou, no caso dos disquetes de 3½", ativar a trava de proteção contra escrita, de forma a impedir que o PC gravasse qualquer coisa no disquete, fazendo dele um meio de leitura de dados somente, protegendo, assim, de vírus.

Evolução do armazenamento portátil[editar | editar código-fonte]

  • Disquete: criado na década de 1960, um dos primeiros dispositivos portátil de armazenamento de dados;[6]
  • ZipDrive: criado em 1994, inicialmente com capacidade de armazenamento de 100 Mb, chegando a capacidade de 750 Mb;[9]
  • CD-ROM: criado em 1985 com a Sony e a Philips, são finos e feitos de policarbonato;[9]
  • Cartão de Memória: lançados em 1990, uma portabilidade com grande capacidade de armazenamento, continuamente lançadas versões para os mais diversos dispositivos (videogames, câmeras fotográficas, notebooks, smartphones);[9]
  • DVD: lançado em 1997, um disco com formato digital criado para armazenar arquivos diversos, como sonoros e imagéticos, e possuem capacidade de armazenamento maior que o CD devido a tecnologia óptica superior;[9]
  • PenDrive: lançado em 2000, com o objetivo de fazer backup e registrar dados para substituir o CD, devido sua maior portabilidade. Além de ser mais rápidos e ter maior capacidade de armazenamento;[9]
  • SSD-externo: usado inicialmente em 1989, o dispositivo para armazenamento de dados digitais que pode substituir o HD.[9]

Legado[editar | editar código-fonte]

Imagem da barra de ferramentas do OpenOffice.org: o ícone para salvar é representado por um disquete.

Por mais de duas décadas, o disquete foi o principal sistema de gravação e o mais utilizado. A maioria dos ambientes computacionais antes de 1990 não possuíam redes, os disquetes eram o principal sistema de transferência de dados entre os computadores, um método conhecido de forma mais informal como sneakernet. Diferentemente dos discos rígidos internos da época, os disquetes já eram portáteis e conhecidos; qualquer novato da informática já conseguia identificar um disquete. Em virtude a esses fatores, a imagem de um disquete de 3,5 polegadas se tornou uma metáfora para a gravação de dados virtuais. O símbolo do disquete continua a ser usado em interfaces de softwares (conhecidas como "GUI") quando se trata da ação de salvar dados, como é o caso do Microsoft Office 2013, mesmo com o disquete e os leitores de disquete já altamente obsoletos.[10]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Populares nos anos 1990, disquetes ainda são vendidos em loja dos EUA». G1. Consultado em 30 de janeiro de 2023 
  2. PC World anuncia o fim do disquete
  3. Warren, Tom (11 de agosto de 2020). «Boeing 747s still get critical updates via floppy disks: A rare look inside a 20-year-old airliner». The Verge. Vox Media. Consultado em 26 de fevereiro de 2021 
  4. Robinson, Dan (20 de setembro de 2022). «'Last man standing in the floppy disk business' reckons his company has 4 years left». The Register. Consultado em 23 de setembro de 2022 
  5. Hilkmann, Niek; Walskaar, Thomas (12 de setembro de 2022). «We Spoke With the Last Person Standing in the Floppy Disk Business». Consultado em 14 de setembro de 2022. Turns out the obsolete floppy is way more in demand than you’d think. ... I expect to be in this business for at least another four years. 
  6. a b Fletcher, Richard (30 de janeiro de 2007). «PC World announces the end of the floppy disk». Telegraph.co.uk. Consultado em 22 de junho de 2011 
  7. «Compartimento de unidade – Definirtec». Consultado em 7 de fevereiro de 2023 
  8. «20th century disk storage chronology». IBM Archives. Consultado em 19 de julho de 2011 
  9. a b c d e f «Na memória: relembre a evolução dos dispositivos de armazenamento». TechTudo. Consultado em 30 de janeiro de 2023 
  10. Landphair, Ted (10 de março de 2007). «So Long, Faithful Floppies». VOA News. Voice of America. Consultado em 25 de dezembro de 2008 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Disquete