Eleições estaduais no Paraná em 1965

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1962 Brasil 1966
Eleições estaduais no  Paraná em 1965
3 de outubro de 1965
(Turno único)
Candidato Paulo Pimentel Bento Munhoz da Rocha
Partido PTN PR
Natural de Avaré, SP Paranaguá, PR
Vice Plínio Costa Rafael Rezende
Votos 518.971 459.282
Porcentagem 53,05% 46,95%
Candidato mais votado por município em turno único (272):
  Paulo Pimentel (176)
  Bento Munhoz (96)

Titular
Ney Braga
PDC

As eleições estaduais no Paraná em 1965 ocorreram em 3 de outubro como parte das eleições gerais em onze estados cujos governadores exerciam um mandato de cinco anos, embora o pleito em Alagoas tenha sido anulado por razões legais.[nota 1][nota 2][nota 3][1][2]

Os primeiros movimentos da sucessão estadual apontavam a predileção de Ney Braga pelo vice-governador Afonso Camargo, todavia o lançamento da candidatura oposicionista de Bento Munhoz da Rocha, cunhado do então governador Braga e responsável pelo início da carreira política do mesmo, levou ao reexame das circunstâncias e assim o diretório estadual do PDC uniu-se em torno do empresário Paulo Pimentel. Paulista de Avaré, ele fora lançado candidato ao Palácio Iguaçu pelo PTN em 1964, mesmo ano em que foi lembrado como candidato a vice-governador do Paraná na eleição indireta daquele ano.[3] Advogado formado pela Universidade de São Paulo em 1952, Paulo Pimentel trabalhou como diretor da Usina Central do Paraná pertencente ao seu sogro, João Lunardelli, e fixou residência em Porecatu até que engajou-se na eleição estadual de 1960 quando Ney Braga foi eleito governador. Cinco anos mais tarde, o próprio Paulo Pimentel chegou ao governo em eleição direta.[4] A partir de então foi inaugurado uma era de governadores biônicos cuja ciclo terminaria em 1982 graças à vitória de José Richa.[1]

Para vice-governador foi eleito o engenheiro civil Plínio Costa. Formado na Universidade Federal do Paraná, onde lecionou, foi inspetor de rendas de Curitiba, cidade onde nasceu e da qual foi prefeito entre 1942 e 1945.[5] Durante o governo Munhoz da Rocha foi diretor-geral do Departamento de Águas e Esgotos e do Departamento de Águas e Energia Elétrica de Curitiba e no segundo governo Moisés Lupion foi diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem e secretário de Fazenda. Filiado ao PSD foi derrotado ao disputar o governo estadual em 1960, mas conquistou uma vaga de deputado federal em 1962. Mesmo sob legenda partidária diversa, foi indicado candidato a vice-governador na chapa de Paulo Pimentel via PTN em 1965 devido ao fato de que a legislação da época dispensava os candidatos a cargos majoritários de apresentar prova de filiação partidária.[6][7][nota 4]

Antes de empossados os eleitos o governador Ney Braga renunciou para assumir o Ministério da Agricultura a convite do presidente Castelo Branco[8] e como Braga rompera com o vice-governador Afonso Camargo, este também renunciou e assim o poder foi entregue ao deputado Antônio Rüppel até que a Assembleia Legislativa elegeu Algacir Guimarães governador e Alípio de Carvalho vice-governador do Paraná em 20 de novembro de 1965 com mandato até a investidura de Paulo Pimentel cerca de dois meses depois.[9]

Resultado da eleição para governador[editar | editar código-fonte]

Em relação à disputa pelo governo estadual os arquivos do Tribunal Superior Eleitoral informam o comparecimento de 1.016.572 eleitores, dos quais 978.253 foram votos nominais ou votos válidos. Foram apurados também 14.696 votos em branco (1,44%) 23.623 votos nulos (2,32%).[1][nota 5]

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Paulo Pimentel
PTN
Plínio Costa[7][nota 6]
PTN
-
PTN, PDC, UDN, PRT
518.971
53,05%
Bento Munhoz da Rocha
PR
Rafael Rezende[7][nota 6]
PTB
-
PR, PTB, PSD, PRP, PSP, PST
459.282
46,95%
  Eleito

Bancada federal após o bipartidarismo[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. A Emenda Constitucional nº 13 promulgada à 8 de abril de 1965 exigia a maioria absoluta de votos para homologar o resultado, quórum inexistente no caso alagoano.
  2. Alagoas, Goiás, Guanabara, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
  3. Os governadores eleitos em 1947 terminariam seus mandatos no mesmo dia que o presidente Eurico Gaspar Dutra e a partir de então alguns estados fixaram em cinco anos o mandato de seus governadores na ausência de uma vedação constitucional, e assim os estados acima faziam eleições a cada lustro. Goiás aderiu à regra do quinquênio em 1960, bem como a Guanabara, criada no referido ano.
  4. Sua eleição para vice-governador ocasionou a efetivação de Oliveira Franco e em 1966, Alberto Costa, irmão de Plínio, foi eleito deputado federal.
  5. A partir de 1965 a eleição para governador e vice-governador ocorria sob a mesma chapa.
  6. a b Conforme mencionado acima, Plínio Costa, embora pertencesse ao PSD, foi indicado candidato a vice-governador ao lado de Paulo Pimentel via PTN graças às minúcias da legislação eleitoral vigente, razão pela qual Rafael Rezende, também do PSD, foi indicado candidato a vice-governador pelo PTB na chapa de Munhoz da Rocha. Em razão disso, e para não confundir o eleitor, citamos apenas as legendas que patrocinaram as candidaturas a vice e não o partido ao qual ambos pertenciam à época.

Referências

  1. a b c «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 9 de julho de 2017 
  2. «BRASIL. Presidência da República: Emenda Constitucional n.º 13 de 08/04/1965». Consultado em 9 de julho de 2017 
  3. Eleito Afonso Camargo Neto vice-governador do Paraná (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 28/02/1964. Primeiro caderno, pág. 05-G. Página visitada em 10 de julho de 2017.
  4. «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Paulo Pimentel». Consultado em 10 de julho de 2017 
  5. «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Plínio Costa». Consultado em 10 de julho de 2017 
  6. «BRASIL. Presidência da República. Lei n.º 4.737 de 15/07/1965». Consultado em 10 de julho de 2017 
  7. a b c Dois deputados do PSD querem vice no Paraná (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 22/06/1965. Primeiro caderno, p. 04. Página visitada em 10 de julho de 2017.
  8. Paraná: eleito o substituto de Nei (sic) Braga (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 20/11/1965. Primeiro caderno, pág. 03. Página visitada em 10 de julho de 2017.
  9. Tomam posse o governador e o vice do estado do Paraná (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 21/11/1965. Primeiro caderno, pág. 03. Página visitada em 10 de julho de 2017.