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Escaravelho

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Espécie característica da família dos escaravelhos (Scarabaeidae) com corpo compacto e antena curta e de ponta grossa.
Espécie característica da família dos escaravelhos (Scarabaeidae) com corpo compacto e antena curta e de ponta grossa.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Subfilo: Hexapoda
Classe: Insecta
Subclasse: Pterygota
Infraclasse: Neoptera
Superordem: Endopterygota
Ordem: Coleoptera
Subordem: Polyphaga
Infraordem: Scarabaeiformia
Família
Scarabaeidae

Latreille, 1802

Escaravelho é o nome comum dado às várias espécies de insetos coleópteros que pertencem à família Scarabaeidae[1][2]. Esse grupo de insetos apresenta uma grande diversidade de hábitos alimentares e modos de vida.[2] Nele se incluem desde besouros pequenos até enormes, como o besouro-golias, além do famoso escaravelho sagrado (Scarabeus sacer), da família dos besouros conhecidos como besouros do esterco.[3]

Na língua portuguesa existem muitos nomes populares dados às espécies de escaravelhos, como: carocha, carochinha, besouro do esterco, capitão, caracachá, cascudo, coró, bicho-bolo, bicho-bola, bicho-gordo, besouro-de-chifre, touro-voador, entre outros.[2]

A palavra "escaravelho", conhecida no português antigo como escaraveo, tem origem no latim vulgar scarabicŭlu, variante diminutiva de scarabaeus, originada do grego antigo κάραβος ("kárabos", e significa besouro).[4]

Características

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Antena curta e lamelada, típica dos escaravelhos

Uma das características principais que diferenciam os escaravelhos de muitas outras famílias de besouros é a antena curta e lamelada (uma antena geralmente com os 3 últimos segmentos maiores e organizados em lamelas, como as páginas de um livro) e o corpo no geral compacto e rubusto.[1]

Podem apresentar várias cores (foscas, brilhantes e até metálicas) e tamanhos, de 1,4 milimetros até 16,6 centímetros.[2]

Suas pernas geralmente apresentam pequenos espinhos e garras afiadas, que podem espetar levemente a pele quando manipulados. Suas larvas também têm uma aparência característica, com cabeça bem proeminente e corpo robusto, chamadas popularmente de corós.

Certas espécies apresentam dimorfismo sexual, com os machos bastante diferentes das fêmeas, apresentando chifres nas cabeças e tronco, como ocorre nos grupos Dynastinae e Scarabaeinae.[2]

Alimentação

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As espécies de escaravelhos se dividem em dois grandes grupos: as que se alimentam de material orgânica em decomposição (fezes, carniça, madeira podre, entre outras) e as que se alimentam de folhas, frutas, pólen e outras partes vegetais.[5] Talvez os indivíduos mais famosos deste grupo de insetos sejam os besouros do esterco (da subfamilia Scarabaeinae), um grupo com várias espécies de escaravelhos que se alimentam de fezes e carniça.[1]

Ciclo de vida

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Como todos os besouros (Ordem Coleoptera) apresentam metamorfose completa, com os estágios de: ovo, larva, pupa e adulto, sendo que o modo de vida e alimentação das larvas muitas vezes é totalmente diferente dos adultos.[1][5] Por exemplo, em determinadas espécies a larva come madeira podre e o adulto come folhas. Nas subfamilias Dynastinae e Rutelinae há larvas de muitas espécies que se alimentam de madeira em decomposição e outras de raízes de gramíneas.[2] Já, nos besouros do esterco, as larvas se alimentam de fezes ou carniça.[5]

Ciclo de vida de um escaravelho: A: ovos. B-C-D-E: larvas em crescimento. F: pupa. G: adultos, macho e fêmea

Muitas espécies de escaravelhos são benéficas, atuando como polinizadores e decompositoras de matéria orgânica, sendo poucas espécies consideradas pragas agrícolas.[2] As fêmeas de certas espécies (como as do escaravelho sagrado) preparam uma bolinha de excremento (esterco), às vezes cobertas de barro, na qual põem o ovo, e que enterram depois de empurrá-la a certa distância. Ao realizar o transporte e enterramento dos excrementos que se utilizam, acarretam a aceleração do processo de ciclagem dos nutrientes, além de promoverem a remoção e a reentrada de matéria orgânica no solo, consequentemente, melhoram a aeração do solo, tornando-o mais fértil.[6][7]

A humanidade há muito tem interagido com os escaravelhos.[8] No Egito Antigo, os besouros do esterco eram considerados seres sagrados, sendo usados como amuletos relacionados com a vida após a morte e a reencarnação, muito usados nas mumificações para proteger o morto no caminho para o além.[8]

Catzo blanco, prato típico de regiões do Equador, feito com escaravelhos da espécie Platycoelia lutescens

Já, em diversos locais do globo a entomofagia é praticada com os escaravelhos, com populações tradicionais utilizando as larvas de certas espécies de escaravelhos como alimento,[8] sendo que no Equador, escaravelhos adultos da espécie Platycoelia lutescens são considerados prato típico.[9] Outras populações, como indígenas da América do Sul e África, têm ou tiveram o hábito de utilizar as carapaças brilhantes de escaravelhos mortos como decoração e ornamento.[8]

Atualmente, algumas espécies de grande tamanho também tem sido utilizadas como animais de estimação exóticos, como os besouros-hércules.[10]

Os diferentes grupos de escaravelhos são divididos em várias subfamilias, que dependendo do sistema de classificação, com algumas sendo consideradas famílias por certos pesquisadores.[2] Cada família apresenta hábitos diferentes. Segundo o catálogo Family-group in Coleoptera (Insecta) de 2011, por Patrice Bouchard et al., a família é composta por:[11]

Diversidade de espécies

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Há cerca de 30 mil espécies de escaravelhos no mundo.[carece de fontes?]. Entre elas podemos destacar os enormes besouro-golias e besouro-hércules e "besouros-jóia", conhecidos por seu brilho e beleza, como as espécies de Coprophaneus, Phaneus e Chrysina. Algumas espécies são pragas, como Popilia japonica. Outras espécies bastante comuns no Brasil, são os besouros do esterco Canthon e Dichotomius, entre outros.

Abaixo segue uma galeria com uma amostra da diversidade de escaravelhos, com o nome da espécie e subfamilia:

Referências

  1. a b c d COSTA LIMA, A. (1953). Insetos do Brasil - Tomo 8: Coleópteros - Parte 2. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Agronomia. pp. Página 283 em diante. Acesso em 05/01/2019.
  2. a b c d e f g h José Albertino, Rafael; et al. (2012). Insetos do Brasil: Diversidade e Taxonomia. Ribeirão Preto: Editora Holos. pp. 810pp. 
  3. Fiocruz
  4. «Houaiss UOL». houaiss.uol.com.br. Consultado em 5 de abril de 2024 
  5. a b c Ritcher, Paul (1958). «Biology of Scarabaeidae (Em Inglês)». Annual Review of Entomology. Vol. 3:311-334. 
  6. «Ocorrencia e sazonalidade de besouros copro/necrofagos (Coleoptera: scarabaeidae), em massas fecais de bovinos, na regiao de cerrados do Mato Grosso do Sul. - Portal Embrapa». www.embrapa.br. Consultado em 26 de dezembro de 2017 
  7. Gomes Gonçalves, Marcos Paulo (dezembro de 2017). «Relação Entre Tempo e Besouros em Mata de Cocal». Revista Brasileira de Meteorologia. 32 (4): 543–554. ISSN 0102-7786. doi:10.1590/0102-7786324003 
  8. a b c d Ratcliff, Brett (2006). «Scarab Beetles in Human Culture». The Coleopterists Bulletin, 60(sp5):85-102 
  9. Pozo & Chiliquinga, Wilmer (2003). «Calidad nutritiva del Catzo Blanco». Rev. IASA. 2 Edición especial por el noveno aniversario, 2003: 54-58. Consultado em 5 de janeiro de 2018 
  10. KRELL & KRELL, Frank-Thorsten (2015). «Longevity of the Western Hercules Beetle, Dynastes grantii Horn (Coleoptera: Scarabaeidae: Dynastinae)». The Coleopterists Bulletin 69(4):760-760 ·. Consultado em 5 de janeiro de 2018 
  11. Bouchard, Patrice; et al. (2011). «Family-group names in Coleoptera (Insecta)». Zookeys (em inglês). 88: 40, 238. Consultado em 17 de dezembro de 2015 
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