Cristianismo e paganismo: diferenças entre revisões

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→‎História: 1) Retirada referência a supostos sacrifícios humanos no paganismo, prática inexistente na religião greco-romana. 2) Após a conversão dos lombardos, passa a dominar um tipo de cristianismo, o católico, em detrimento do arianismo.
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A primeira proibição efectiva dos [[culto]]s [[Paganismo|pagãos]] foi decretada no [[Império Romano]] em [[392]]. Por essa altura, deu-se a última séria tentativa da [[aristocracia]] apresentar um pretendente pagão à chefia do Império.<ref>J. N. Hillgarth, ed., ''Christianity and Paganism, 350-750: The Conversion of Western Europe'', Philadelphia, University of Pennsylvania Press, 1986, p. 2; Theodosian Code, XVI, 10, 12 (392), trad. de Pharr, pp. 473-74.</ref>
A primeira proibição efectiva dos [[culto]]s [[Paganismo|pagãos]] foi decretada no [[Império Romano]] em [[392]]. Por essa altura, deu-se a última séria tentativa da [[aristocracia]] apresentar um pretendente pagão à chefia do Império.<ref>J. N. Hillgarth, ed., ''Christianity and Paganism, 350-750: The Conversion of Western Europe'', Philadelphia, University of Pennsylvania Press, 1986, p. 2; Theodosian Code, XVI, 10, 12 (392), trad. de Pharr, pp. 473-74.</ref>


Em [[435]] as medidas contra o paganismo foram reforçadas com a [[pena de morte]] para quem continuasse a fazer rituais pagãos, que envolviam [[Sacrifício humano|sacrificios humanos]] e de animais.<ref>Theodosian Code, XVI, 10, 25 (435), trad. de Pharr, p. 476. [http://books.google.com/books?id=pmnHvAZJtYsC&pg=PA49&lpg=PA49&dq=Theodosian+Code,+XVI,+10,+25+(435)&source=web&ots=zXmNm4l-L2&sig=5OrhyvBlEA-7hiYhkKQh9KgvRbk&hl=en&sa=X&oi=book_result&resnum=1&ct=result ver ]</ref> As dificuldades da Igreja ainda cresceram com as [[invasões bárbaras]] do [[século V]]. A maioria dos invasores eram pagãos, mas verificou-se um ponto de viragem à volta do ano [[500]], quando os [[Francos]] se converteram do paganismo ao cristianismo. Com a conversão dos [[lombardos]] [[arianismo|arianos]] e dos pagãos [[Anglo-saxão|anglo-saxónicos]] à volta do ano [[680]], o cristianismo passou a dominar quase por completo o espaço cultural da [[Europa ocidental]].
Em [[435]] as medidas contra o paganismo foram reforçadas com a [[pena de morte]] para quem continuasse a fazer rituais pagãos.<ref>Theodosian Code, XVI, 10, 25 (435), trad. de Pharr, p. 476. [http://books.google.com/books?id=pmnHvAZJtYsC&pg=PA49&lpg=PA49&dq=Theodosian+Code,+XVI,+10,+25+(435)&source=web&ots=zXmNm4l-L2&sig=5OrhyvBlEA-7hiYhkKQh9KgvRbk&hl=en&sa=X&oi=book_result&resnum=1&ct=result ver ]</ref> As dificuldades da Igreja ainda cresceram com as [[invasões bárbaras]] do [[século V]]. A maioria dos invasores eram pagãos, mas verificou-se um ponto de viragem à volta do ano [[500]], quando os [[Francos]] se converteram do paganismo ao cristianismo. Com a conversão dos [[lombardos]] [[arianismo|arianos]] e dos pagãos [[Anglo-saxão|anglo-saxónicos]] à volta do ano [[680]], o catolicismo passou a dominar quase por completo o espaço cultural da [[Europa ocidental]].


Entre os [[habitante]]s do [[campo]] e nos estratos mais baixos da [[sociedade]], porém, o paganismo continuou de forma mais ou menos mitigada. Os pagãos não se tornaram cristãos do dia para a noite. Os [[sacerdote]]s cristãos passaram a cristianizar muitas festas pagãs, dando-lhes um novo sentido. A maioria dos templos Pagãos foram sendo derrubados e no seu lugar erigidas [[igreja]]s da nova [[fé]]. O que a Igreja não conseguía destruir das antigas práticas religiosas, adaptava, transformando-as em práticas cristãs. No [[Natal]], por exemplo, mantiveram-se ao lado do culto associado ao [[nascimento de Jesus]], as fogueiras e as festas dos caretos (no nordeste transmontano de [[Portugal]]), etc. Nessa época os Romanos festejavam [[Saturno (mitologia)|Saturno]] e o nascimento do deus [[Mitra]] - cultuado entre os soldados romanos. Os camponeses começaram a aceitar a religião que falava de Jesus, um homem que havia sido pregado na [[cruz]] pelos romanos. Ele lembrava o deus [[Odin]] que havia se pendurado em uma árvore para adquirir a sabedoria das Runas.{{Carece de fontes|data=junho de 2010}} Com o tempo passaram a associar [[Maria, mãe de Jesus]], à [[Mãe Terra]].{{Carece de fontes|data=junho de 2010}}
Entre os [[habitante]]s do [[campo]] e nos estratos mais baixos da [[sociedade]], porém, o paganismo continuou de forma mais ou menos mitigada. Os pagãos não se tornaram cristãos do dia para a noite. Os [[sacerdote]]s cristãos passaram a cristianizar muitas festas pagãs, dando-lhes um novo sentido. A maioria dos templos Pagãos foram sendo derrubados e no seu lugar erigidas [[igreja]]s da nova [[fé]]. O que a Igreja não conseguía destruir das antigas práticas religiosas, adaptava, transformando-as em práticas cristãs. No [[Natal]], por exemplo, mantiveram-se ao lado do culto associado ao [[nascimento de Jesus]], as fogueiras e as festas dos caretos (no nordeste transmontano de [[Portugal]]), etc. Nessa época os Romanos festejavam [[Saturno (mitologia)|Saturno]] e o nascimento do deus [[Mitra]] - cultuado entre os soldados romanos. Os camponeses começaram a aceitar a religião que falava de Jesus, um homem que havia sido pregado na [[cruz]] pelos romanos. Ele lembrava o deus [[Odin]] que havia se pendurado em uma árvore para adquirir a sabedoria das Runas.{{Carece de fontes|data=junho de 2010}} Com o tempo passaram a associar [[Maria, mãe de Jesus]], à [[Mãe Terra]].{{Carece de fontes|data=junho de 2010}}

Revisão das 23h51min de 6 de setembro de 2015

Desde o século IV, quando se tornou religião oficial do Império Romano, o cristianismo e o paganismo começaram a disputar espaço e influência entre os fiéis.

História

A primeira proibição efectiva dos cultos pagãos foi decretada no Império Romano em 392. Por essa altura, deu-se a última séria tentativa da aristocracia apresentar um pretendente pagão à chefia do Império.[1]

Em 435 as medidas contra o paganismo foram reforçadas com a pena de morte para quem continuasse a fazer rituais pagãos.[2] As dificuldades da Igreja ainda cresceram com as invasões bárbaras do século V. A maioria dos invasores eram pagãos, mas verificou-se um ponto de viragem à volta do ano 500, quando os Francos se converteram do paganismo ao cristianismo. Com a conversão dos lombardos arianos e dos pagãos anglo-saxónicos à volta do ano 680, o catolicismo passou a dominar quase por completo o espaço cultural da Europa ocidental.

Entre os habitantes do campo e nos estratos mais baixos da sociedade, porém, o paganismo continuou de forma mais ou menos mitigada. Os pagãos não se tornaram cristãos do dia para a noite. Os sacerdotes cristãos passaram a cristianizar muitas festas pagãs, dando-lhes um novo sentido. A maioria dos templos Pagãos foram sendo derrubados e no seu lugar erigidas igrejas da nova . O que a Igreja não conseguía destruir das antigas práticas religiosas, adaptava, transformando-as em práticas cristãs. No Natal, por exemplo, mantiveram-se ao lado do culto associado ao nascimento de Jesus, as fogueiras e as festas dos caretos (no nordeste transmontano de Portugal), etc. Nessa época os Romanos festejavam Saturno e o nascimento do deus Mitra - cultuado entre os soldados romanos. Os camponeses começaram a aceitar a religião que falava de Jesus, um homem que havia sido pregado na cruz pelos romanos. Ele lembrava o deus Odin que havia se pendurado em uma árvore para adquirir a sabedoria das Runas.[carece de fontes?] Com o tempo passaram a associar Maria, mãe de Jesus, à Mãe Terra.[carece de fontes?]

Durante um longo período, houve uma fé dupla: acreditavam em Jesus, mas não abandonavam inteiramente as suas crenças e práticas pagãs. Isso foi mais claro nas regiões germânicas onde a influência do cristianismo faz-se sentir nas inscrições em que se nota uma clara mistura das duas crenças quando lemos em uma mesma pedra a invocação de protecção ao deus Thor e, ao mesmo tempo, ao Cristo.

Algumas orações cristãs de gosto popular, apresentam paralelismos em recitações de encantamentos pagãos. Algumas invocavam Jesus e diversos deuses Celtas a um só tempo. Não vamos pensar que tal dominação ocorreu de forma pacífica ou rápida. Na verdade, a Igreja Católica nunca conseguiu extinguir, de fato, as crenças classificadas pagãs.[carece de fontes?]

No final do século XIV, a perseguição aos "hereges" assumiu também a forma de perseguição a cultos e práticas pagãs. Durante quase 400 anos, muitas pessoas morreram acusadas de prática de bruxaria, época conhecida como "Caça às bruxas". Muitos dos acusados eram denunciados por médicos, tentando implantar a medicina científica contra os curandeiros e "bruxos" adeptos das medicinas naturais.

Desde finais do século VII e até 1789 - ano da Revolução Francesa - o paganismo esteve praticamente ausente nas altas esferas intelectuais e políticas do mundo ocidental, mas se mantendo na pintura, literatura, ocultismo, sociedades secretas, alquimia e astrologia.[3]

Referências

  1. J. N. Hillgarth, ed., Christianity and Paganism, 350-750: The Conversion of Western Europe, Philadelphia, University of Pennsylvania Press, 1986, p. 2; Theodosian Code, XVI, 10, 12 (392), trad. de Pharr, pp. 473-74.
  2. Theodosian Code, XVI, 10, 25 (435), trad. de Pharr, p. 476. ver
  3. J. N. Hillgarth, ed., Christianity and Paganism, 350-750: The Conversion of Western Europe, Philadelphia

Ver também