Velho Oeste: diferenças entre revisões

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Esta incessante e prolongada [[migração]] de pessoas para o oeste deslocou culturas ancestrais e oprimiu minorias étnicas de [[ameríndio]]s. Em contraste, o período suscitou importantes avanços na [[indústria]], [[comunicação|comunicações]] e [[agricultura]], à custa em vários casos de uma intensa exploração dos recursos humanos e naturais.
Esta incessante e prolongada [[migração]] de pessoas para o oeste deslocou culturas ancestrais e oprimiu minorias étnicas de [[ameríndio]]s. Em contraste, o período suscitou importantes avanços na [[indústria]], [[comunicação|comunicações]] e [[agricultura]], à custa em vários casos de uma intensa exploração dos recursos humanos e naturais.


Estes eventos históricos, origem de um [[mito]] nacional nos Estados Unidos, têm sido recriados por diversas manifestações de arte. No [[cinema]], o género designa-se ''[[western]]'' e narra historias de ''[[cowboy]]s'', pioneiros, [[ameríndio]]s, [[garimpeiro]]s, [[empresário]]s, etc. Histórias de pessoas de variadas condições que empreenderam a aventura do oeste com a esperança de alcançar o êxito pessoal mas que acabaram muitas vezes confrontados com a [[justiça]] ou com a fatalidade do destino. Os estudos atuais consideram que por trás desta mistificação esconde-se uma realidade complexa e que há a tendência de reconsiderar o papel de todos os atores que participaram naquela conjuntura social, econômica e cultural que foi a fronteira dos EUA no [[século XIX]].
Estes eventos históricos, origem de um [[mito]] nacional nos Estados Unidos, têm sido recriados por diversas manifestações de arte. No [[cinema]], o gênero designa-se ''[[western]]'' e narra histórias de ''[[cowboy]]s'', pioneiros, [[ameríndio]]s, [[garimpeiro]]s, [[empresário]]s, etc. Histórias de pessoas de variadas condições que empreenderam a aventura do oeste com a esperança de alcançar o êxito pessoal mas que acabaram muitas vezes confrontados com a [[justiça]] ou com a fatalidade do destino. Os estudos atuais consideram que por trás desta mistificação esconde-se uma realidade complexa e que há a tendência de reconsiderar o papel de todos os atores que participaram naquela conjuntura social, econômica e cultural que foi a fronteira dos EUA no [[século XIX]].


== A fronteira na história dos EUA ==
== A fronteira na história dos EUA ==

Revisão das 16h43min de 3 de janeiro de 2016

O sioux hunkpapa Touro Sentado e William Cody, mais conhecido como Buffalo Bill, reconhecidos personagens do popularmente chamado "Velho Oeste" dos Estados Unidos.

Velho oeste, Oeste selvagem ou faroeste (em inglês: old west, wild west ou far west), são os termos com que se denomina popularmente o período e episódios históricos que tiveram lugar no século XIX (principalmente entre os anos de 1860 a 1890) durante a expansão da fronteira dos Estados Unidos para a costa do Oceano Pacífico. Embora a colonização do território tenha começado no século XVI com a chegada dos europeus, o objetivo de alcançar a costa oeste deveu-se principalmente à iniciativa governamental do presidente Thomas Jefferson, depois da Compra da Luisiana em 1803. A expansão da fronteira foi considerada como uma oportunidade de riqueza e progresso.

Esta incessante e prolongada migração de pessoas para o oeste deslocou culturas ancestrais e oprimiu minorias étnicas de ameríndios. Em contraste, o período suscitou importantes avanços na indústria, comunicações e agricultura, à custa em vários casos de uma intensa exploração dos recursos humanos e naturais.

Estes eventos históricos, origem de um mito nacional nos Estados Unidos, têm sido recriados por diversas manifestações de arte. No cinema, o gênero designa-se western e narra histórias de cowboys, pioneiros, ameríndios, garimpeiros, empresários, etc. Histórias de pessoas de variadas condições que empreenderam a aventura do oeste com a esperança de alcançar o êxito pessoal mas que acabaram muitas vezes confrontados com a justiça ou com a fatalidade do destino. Os estudos atuais consideram que por trás desta mistificação esconde-se uma realidade complexa e que há a tendência de reconsiderar o papel de todos os atores que participaram naquela conjuntura social, econômica e cultural que foi a fronteira dos EUA no século XIX.

A fronteira na história dos EUA

American Progress (1872), de John Gast. Note-se como animais e nativos fogem perante o avanço dos pioneiros, do caminho-de-ferro, dos agricultores, etc., sendo estes acompanhados de uma semideusa que cobre o território com linhas telegráficas.

A «fronteira» é um conceito que, na história dos Estados Unidos, faz alusão ao avanço para o oeste e à procura de oportunidades dentro de um território desconhecido. Nas palavras de um autor moderno:

A fronteira é aquele lugar onde a civilização pode avançar à custa do selvagem. É uma delgada linha geográfica onde o velho e o novo, o conhecido e o desconhecido se encontram e se colocam limites.[1]

Em princípios do século XIX, o Oeste era considerado um território selvagem e inóspito, com escassas possibilidades de ser habitado.[2] Para esta opinião não influía o fato de que os povos ameríndios estavam há vários milénios a viver lá. O avanço do Leste civilizado sobre o Oeste selvagem foi o encontro e choque entre dois mundos mutuamente exclusivos. A apropriação de territórios e o deslocamento dos nativos justificou-se com a doutrina do "destino manifesto", uma ideologia que afirmava que todos estes acontecimentos eram parte de um plano divino previsto para a América do Norte e para o mundo.[3] Em 1825, um político de Missouri chamado Thomas Hart Benton defendeu a colonização alegando que o seu propósito era levar a todos os povos «grandes e maravilhosos benefícios através da ciência, dos princípios liberais de governo e da verdadeira religião».[3] Em 1893, uma vez passado o período de expansão, Frederick Jackson Turner apresentou a sua tese «Significado da fronteira na história dos Estados Unidos», mais conhecida como Tese da Fronteira (Frontier Thesis) ou Tese de Turner (Turner Thesis). Nela destacou a mestiçagem de raças,[1] o logro da solidariedade entre as distintas regiões, a ação do governo ao impulsionar as comunicações e a criação de uma personalidade nacional. O mais importante, no entanto, foi:

…a promoção da democracia aqui e na Europa (…) o individualismo desde o começo tem promovido a democracia (…) significa o triunfo da fronteira.[1]

Com o tempo, a fronteira converteu-se num mito nos Estados Unidos.[4]Tudo o que aconteceu no oeste — bom ou mau — serviu para forjar a personalidade do país através de valores como a procura de oportunidades, a aplicação de soluções práticas, a atitude enérgica perante as dificuldades, a capacidade de inovação e o esforço orientado para o progresso. Em definitivo:


…um escape e um lugar de esperança para aqueles dispostos e capazes de tomar o futuro nas suas próprias mãos.[1]


Velho Oeste na Cultura popular

Exemplo de revista em quadrinhos de faroeste
Literatura

Os exemplos mais famosos são os romances James Fenimore Cooper, publicados no século XIX, também foram explorados na literatura popular e barata nos penny dreadfuls, dime novels, revistas pulp e livros de bolso.

Cinema
Ver artigos principais: Cinema western, Filme B e Faroeste espaguete

Muitas vezes, os filmes de estão situados em territórios inexplorados ou indisciplinados sob a ameaça latente de ataque dos índios, ou cidades sem lei, onde os bandidos aterrorizam a população. Exemplo de personagens: Cisco Kid, Django, Durango Kid e Pistoleiro sem nome

Histórias em quadrinhos

Normalmente, as histórias em quadrinhos possuem roteiros dramáticos sobre cowboys, pistoleiros, homens da lei, caçadores de recompensa, fora da lei, e os nativos americanos. Os desenhos retratam uma América rural preenchida com imagens icônicas tais como armas, chapéus de cowboy, coletes, cavalos, bares, fazendas e desertos. Ex: Black Rider, Blueberry e Tex Willer.[5]

Ver também

Referências

  1. a b c d Compton´s Interactive Encyclopedia (1996), Frontier.
  2. Hakim, Joy (1999), A history of Us, book 5, pp. 14-15.
  3. a b Berkin, Carol, et. al., (2006), Making America, p. 373.
  4. Berkin, Carol, et. al., op. cit., p. 593.
  5. Marcus Ramone (18 de setembro de 2015). «Os implacáveis quadrinhos de faroeste». Universo HQ