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de Thomas Marsh - Washington D.C. memorials, monuments, statues - Acessado em 19/07/2018.</ref><ref>[https://georgewbush-whitehouse.archives.gov/news/releases/2007/06/20070612-2.html President Bush Attends Dedication of Victims of Communism Memorial - White House Archives] - Acessado em 19/07/2018</ref>]]
Vários aspectos do [[marxismo]] são alvos de críticas. Diversos autores levantaram objeções ao pensamento político e filosófico de Karl Marx.


Críticas ao [[marxismo]] vieram de várias ideologias políticas e disciplinas acadêmicas. Estas incluem críticas gerais sobre a falta de consistência interna, críticas relacionadas ao materialismo histórico, a necessidade de supressão dos direitos individuais, questões com a implementação do comunismo e questões econômicas como a distorção ou a ausência de sinais de preços e incentivos reduzidos. Além disso, problemas empíricos são freqüentemente identificados.<ref name=Howard>M. C. Howard and J. E. King, 1992, A History of Marxian Economics: Volume II, 1929–1990. Princeton, NJ: Princeton Univ. Press.</ref><ref name=Popper>Popper, Karl (2002). Conjectures and Refutations: The Growth of Scientific Knowledge. Routledge. p. 49. ISBN 0-415-28594-1.</ref><ref name=Keynes>John Maynard Keynes. Essays in Persuasion. W. W. Norton & Company. 1991. p. 300 ISBN 978-0-393-00190-7.</ref>
A principal crítica feita ao Marxismo na atualidade alega que este possui caráter simplista{{carece de fontes|data=janeiro de 2018}}, seja na organização da sociedade em classes (capitalista e proletariado), seja nas diversas interpretações que Marx faz da inter-relação direta entre os fatores sociais de consciência (como cultura, religião e política) e os da economia{{carece de fontes|data=janeiro de 2018}}. A posição dos críticos é que [[Karl Marx]] e [[Friedrich Engels]] levavam a análise de todas as ações humanas para o campo da luta de classes, desconsiderando que há diversas ações humanas que não podem ser explicadas tão-somente por uma busca por melhores meios de produção ou por vantagens econômicas.{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}


A principal crítica feita ao Marxismo na atualidade alega que este possui caráter simplista, seja na organização da sociedade em classes (capitalista e proletariado)<ref>{{Citar livro|sobrenome=Lawrence H.|nome=Simon|título=Selected Writings/Karl Marx|editor=Hackett Publishing Company, Inc|local=Indianapolis|publicação=1994|páginas=xxxiv|isbn=0-84220-218-6}}</ref>, seja nas diversas interpretações que Marx faz da inter-relação direta entre os fatores sociais de consciência (como cultura, religião e política) e os da economia.<ref name=preface>{{citar livro|último =Marx |primeiro =Karl |autorlink =Karl Marx |título=Preface to a Critique of Political Economy
Segundo alguns destes críticos, as razões de caráter econômico também são insuficientes para explicar fenômenos modernos como a busca do homem pelo ''status,'' ainda que este não venha a representar qualquer vantagem econômica, ou o crescimento da ''cultura das celebridades''. {{Carece de fontes|data=Janeiro de 2009}} Também depõem contra as ideias de Karl Marx o resultado histórico dos diversos regimes que foram influenciados pelo ideário político-ideológico do Marxismo, como a [[União das Repúblicas Socialistas Soviéticas|União Soviética]], o regime [[Fidel Castro|castrista]] de [[Cuba]] e as chamadas "repúblicas vermelhas" do [[Ásia|Sudeste Asiático]].<ref>Besançon, Alain; ''A infelicidade do século: sobre o comunismo, o nazismo e a unicidade de Shoah''. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.</ref><ref>Koba the Dread - Laghter and the Twenty Million" - Vintage - 2002 - p.85-86</ref><ref>Courtois, Stéphane [et al.]; ''O Livro Negro do Comunismo: crimes, terror e repressão''. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.</ref><ref>Courtois, Stéphane [et al.]; ''Cortar o mal pela raiz!: história e memória do comunismo na Europa''. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.</ref>
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Segundo alguns destes críticos, as razões de caráter econômico também são insuficientes para explicar fenômenos modernos como a busca do homem pelo ''status,'' ainda que este não venha a representar qualquer vantagem econômica, ou o crescimento da ''cultura das celebridades''. Também depõem contra as ideias de Karl Marx o resultado histórico dos diversos regimes que foram influenciados pelo ideário político-ideológico do Marxismo, como a [[União das Repúblicas Socialistas Soviéticas|União Soviética]], o regime [[Fidel Castro|castrista]] de [[Cuba]] e as chamadas "repúblicas vermelhas" do [[Ásia|Sudeste Asiático]].<ref>Besançon, Alain; ''A infelicidade do século: sobre o comunismo, o nazismo e a unicidade de Shoah''. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.</ref><ref>Koba the Dread - Laghter and the Twenty Million" - Vintage - 2002 - p.85-86</ref><ref>Courtois, Stéphane [et al.]; ''O Livro Negro do Comunismo: crimes, terror e repressão''. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.</ref><ref>Courtois, Stéphane [et al.]; ''Cortar o mal pela raiz!: história e memória do comunismo na Europa''. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.</ref>


== Raymond Aron ==
== Raymond Aron ==

Revisão das 01h36min de 19 de julho de 2018

Memorial para as vítimas do comunismo, localizado em Washington. A estátua representa a deusa da democracia.[1][2]

Críticas ao marxismo vieram de várias ideologias políticas e disciplinas acadêmicas. Estas incluem críticas gerais sobre a falta de consistência interna, críticas relacionadas ao materialismo histórico, a necessidade de supressão dos direitos individuais, questões com a implementação do comunismo e questões econômicas como a distorção ou a ausência de sinais de preços e incentivos reduzidos. Além disso, problemas empíricos são freqüentemente identificados.[3][4][5]

A principal crítica feita ao Marxismo na atualidade alega que este possui caráter simplista, seja na organização da sociedade em classes (capitalista e proletariado)[6], seja nas diversas interpretações que Marx faz da inter-relação direta entre os fatores sociais de consciência (como cultura, religião e política) e os da economia.[7]

Segundo alguns destes críticos, as razões de caráter econômico também são insuficientes para explicar fenômenos modernos como a busca do homem pelo status, ainda que este não venha a representar qualquer vantagem econômica, ou o crescimento da cultura das celebridades. Também depõem contra as ideias de Karl Marx o resultado histórico dos diversos regimes que foram influenciados pelo ideário político-ideológico do Marxismo, como a União Soviética, o regime castrista de Cuba e as chamadas "repúblicas vermelhas" do Sudeste Asiático.[8][9][10][11]

Raymond Aron

O intelectual francês Raymond Aron em sua obra O ópio dos intelectuais afirma que nenhuma outra doutrina criou no homem, como o marxismo, uma "ilusão da onipotência". Acreditava que o marxismo havia se tornado uma ideologia e, por isso, considerava-o "o ópio dos intelectuais".

Afirma no livro que "as sociedades ocidentais não têm o equivalente ao marxismo-leninismo, seja como base para o regime, seja como fundamento de uma síntese, ou pseudo-síntese, intelectual". Ideologia, segundo Aron, era "uma concepção mais ou menos sistemática da realidade política e histórica de mistura de fatos e valores".

Aron considerava o Comunismo "uma versão aviltada da mensagem cristã". Afirma que o comunismo retém do cristianismo "a ambição de conquistar a natureza, de melhorar a sorte dos humildes". Porém, segundo Aron, o comunismo "sacrifica o que foi e continua sendo a alma da aventura definitiva: a liberdade de pesquisa, a liberdade de controvérsia, a liberdade de crítica e de voto do cidadão. Submete o desenvolvimento da economia a um planejamento rigoroso e a edificação socialista a uma ortodoxia de Estado".

Ainda sobre a questão cristã, Aron entendia que "o cristão nunca poderá ser um autêntico comunista, do mesmo modo que o comunista não pode crer em Deus ou no Cristo, porque a religião secular, animada por um ateísmo fundamental, declara que o destino do homem cumpre-se todo inteiro nesta terra. O cristão progressista esconde de si mesmo essa incompatibilidade".

Leslie Page

O historiador britânico Leslie Page publicou em 1987 o livro "Karl Marx e o exame crítico de suas obras". A obra cobre um período de cinquenta anos, de 1844-1894, e é baseada nas edições inglesas das "Marx/Engels Collected Works" (Obras Reunidas de Marx/Engels) e "Marx/Engels Selected Works" (Obras Selecionadas de Marx/Engels). Um segundo volume com o mesmo título foi publicado no ano 2000.

Page pretendeu destacar as opiniões geralmente desconhecidas ou omitidas de Marx e Engels sobre diversos assuntos como: a revolução, o terror revolucionário, o uso da força e o terrorismo. As obras de Page contribuíram para o debate que se desenvolveu sobre até que ponto Marx poderia ser responsabilizado pelas experiências do socialismo real[carece de fontes?].

Inicialmente Page destaca o Manifesto Comunista, a Mensagem do Comitê Central à Liga dos Comunistas (1850), e as publicações do Die Neue Rheinische Zeitung (Nova Gazeta Renana), publicado em Colônia a partir de 1 de junho de 1848 a 19 de maio de 1849. Marx e Engels dirigiram o jornal, Marx sendo o seu redator-chefe. No artigo "Marx e a Nova Gazeta Renana" publicado em 1884 Engels declara "A composição editorial era simplesmente a ditadura de Marx". Lênin descreveu o jornal como "o mais belo e insuperável órgão do proletariado revolucionário"[carece de fontes?].

O "Plano de guerra contra a democracia"

Na página 50 de "Karl Marx and Critical Examination of his Works" (1987) Leslie Page refere-se a obra "The Red Prussian: The Life and Legend of Karl Marx" do autor Leopold Schwarzschild publicado em 1947 nos Estados unidos e em 1948 na Grã-bretanha. Schwarzschild faz uma citação da Mensagem do Comitê Central à Liga dos Comunistas – 1850 ("Mensagem").

Segundo Robert Payne, "Embora pouco conhecido e raramente estudado", a "Mensagem" é "um dos mais importantes e seminais do século XIX", ela "agiu como uma bomba que possuía um fusível atrasado, explodindo somente no século XX".

Eric Voegelin

Eric Voegelin talvez seja um dos críticos mais severos de Karl Marx[carece de fontes?]. No seu livro "Reflexões Autobiográficas" relata que, induzido pela onda de interesse sobre a Revolução Russa de 1917, estudou "O Capital" de Marx e foi marxista entre agosto e dezembro de 1919. Porém, durante seu curso universitário, ao estudar disciplinas de teoria econômica e história da teoria econômica aprendera o que estava errado em Marx[carece de fontes?].

Voegelin afirma que Marx comete uma grave distorção ao escrever sobre Hegel. Como prova de sua afirmação cita os editores dos Frühschiften [Escritos de Juventude] de Karl Marx (Kröner, 1955), especialmente Siegfried Landshut, que dizem o seguinte sobre o estudo feito por Marx da "Filosofia do Direito" de Hegel:

"Ao equivocar-se deliberadamente sobre Hegel, se nos é dado falar desta maneira, Marx transforma todos os conceitos que Hegel concebeu como predicados da ideia em anunciados sobre fatos".

Para Voegelin, ao equivocar-se deliberadamente sobre Hegel, Marx pretendia sustentar uma ideologia que lhe permitisse apoiar a violência contra seres humanos afetando indignação moral e, por isso, Voegelin considera Karl Marx um mistificador deliberado. Afirma que o charlatanismo de Marx reside também na terminante recusa de dialogar com o argumento etiológico de Aristóteles. Argumenta que, embora tenha recebido uma excelente formação filosófica, Marx sabia que o problema da etiologia na existência humana era central para uma filosofia do homem e que, se quisesse destruir a humanidade do homem fazendo dele um "homem socialista", Marx precisava repelir a todo custo o argumento etiológico[carece de fontes?].

Segundo Voegelin, Marx e Engels enunciam um disparate ao iniciarem o Manifesto Comunista com a afirmação categórica de que toda a história social até o presente foi a história da luta de classes. Eles sabiam, desde o colégio, que outras lutas existiram na história, como as Guerras Médicas, as conquistas de Alexandre, a Guerra do Peloponeso, as Guerras Púnicas e a expansão do Império Romano, as quais decididamente nada tiveram de luta de classes[carece de fontes?].

Voegelin diz que Marx levanta questões que são impossíveis de serem resolvidas pelo "homem socialista". Também alega que Marx conduz a uma realidade alternativa, a qual não tem necessariamente nenhum vínculo com a realidade objetiva do sujeito. Segundo Voeglin, quando a realidade entra em conflito com Marx, ele descarta a realidade. [12]

José Guilherme Merquior

No âmbito nacional, José Guilherme Merquior foi um dos grandes críticos do marxismo[carece de fontes?]. O diplomata membro da Academia Brasileira de Letras aponta que, o socialismo, em suas origens intelectuais, não era uma teoria política e sim uma teoria econômica que procurava reestruturar a indústria. O movimento foi se politizar com Karl Marx, que fundiu a crítica do liberalismo econômico com a tradição revolucionária do comunismo.

Ainda de acordo com Merquior, Marx nunca valorizou os direitos civis e chegou a condená-los, vendo neles mero instrumento de exploração de classe. O marxismo, em especial regimes comunistas, sempre refletiu esse menosprezo pelos direitos de expressão, profissão, associação, etc.

Ver também

Referências

  1. [1] Victims of Communism Memorial in Washington, D.C. de Thomas Marsh - Washington D.C. memorials, monuments, statues - Acessado em 19/07/2018.
  2. President Bush Attends Dedication of Victims of Communism Memorial - White House Archives - Acessado em 19/07/2018
  3. M. C. Howard and J. E. King, 1992, A History of Marxian Economics: Volume II, 1929–1990. Princeton, NJ: Princeton Univ. Press.
  4. Popper, Karl (2002). Conjectures and Refutations: The Growth of Scientific Knowledge. Routledge. p. 49. ISBN 0-415-28594-1.
  5. John Maynard Keynes. Essays in Persuasion. W. W. Norton & Company. 1991. p. 300 ISBN 978-0-393-00190-7.
  6. Lawrence H., Simon. Hackett Publishing Company, Inc, ed. Selected Writings/Karl Marx. 1994. Indianapolis: [s.n.] pp. xxxiv. ISBN 0-84220-218-6 Verifique |isbn= (ajuda) 
  7. Marx, Karl (2001). Preface to a Critique of Political Economy. London: The Electric Book Company. pp. 7–8 
  8. Besançon, Alain; A infelicidade do século: sobre o comunismo, o nazismo e a unicidade de Shoah. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
  9. Koba the Dread - Laghter and the Twenty Million" - Vintage - 2002 - p.85-86
  10. Courtois, Stéphane [et al.]; O Livro Negro do Comunismo: crimes, terror e repressão. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.
  11. Courtois, Stéphane [et al.]; Cortar o mal pela raiz!: história e memória do comunismo na Europa. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
  12. Voegelin, Eric (1996). Estudos de ideias políticas de Erasmo a Nietzsche. [S.l.]: Ática Press. ISBN 972617130X. Consultado em 2 de agosto de 2016 

Bibliografia

  • PAYNE, Robert; Marx. Londres: W. H. ALLEN & COMPANY, 1968.
  • ARON, Raymond; O Ópio dos Intelectuais. Tradução de Yvonne Jean. Brasília: Ed. UNB, 1980.
  • PAGE, Leslie R.; Karl Marx and Critical Examination of his Works. Londres: Freedom Association, 1987.
  • PAGE, Leslie R.; Karl Marx and Critical Examination of his Works - Part 2. Londres: Sentinel Publishing, 2000.
  • JOHNSON, Paul; Os Intelectuais. Rio de Janeiro: Imago, 1990.
  • MISES, Ludwig von; Marxismo Desmascarado. Campinas: Vide Editorial, 2016.
  • VOEGELIN, Eric; Reflexões Autobiográficas. Rio de Janeiro: É Realizações, 2008.
  • SINGER, Peter; A Darwinian Left: Politics, Evolution, and Cooperation. Yale University Press, 2000.
  • BERMAN, Marshall. Tudo que É Sólido Desmancha no Ar
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