Abolhassan Bani-Sadr: diferenças entre revisões
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'''Abolhassan Bani-Sadr''' (em [[pársi]], سیِّدابوالحسن بنیصدر; também [[transliterado]] como '''Abū al-Ḥasan Banī-Ṣadr''';<ref>[https://global.britannica.com/biography/Abolhasan-Bani-Sadr Abolhasan Bani-Sadr. President of Iran]. ''[[Encyclopædia Britannica]]''</ref> [[Hamadã]] |
'''Abolhassan Bani-Sadr''' (em [[pársi]], سیِّدابوالحسن بنیصدر; também [[transliterado]] como '''Abū al-Ḥasan Banī-Ṣadr''';<ref>[https://global.britannica.com/biography/Abolhasan-Bani-Sadr Abolhasan Bani-Sadr. President of Iran]. ''[[Encyclopædia Britannica]]''</ref> [[Hamadã]], [[22 de março]] de [[1933]]) foi presidente eleito do [[Irã]] em [[1980]] formando um governo de coligação para governar o país. Em seu mandato enfrentou uma [[Crise de reféns no Irã|crise]] com os [[Estados Unidos]] e a [[Guerra Irã-Iraque|invasão iraquiana]]. |
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Após o confronto com os [[xiitas]], os quais conseguiram a aprovação de [[Mohammad-Ali Rajai]] como [[primeiro-ministro]], foi obrigado a sair do país em setembro de [[1981]], exilando-se em [[Paris]]. Formou então o Conselho Nacional de Resistência para a Libertação e a Independência do Irã. |
Após o confronto com os [[xiitas]], os quais conseguiram a aprovação de [[Mohammad-Ali Rajai]] como [[primeiro-ministro]], foi obrigado a sair do país em setembro de [[1981]], exilando-se em [[Paris]]. Formou então o Conselho Nacional de Resistência para a Libertação e a Independência do Irã. |
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Abolhassan Bani-Sadr nasceu na cidade de [[Hamedan]], em 22 de março de 1933. Seu pai era próximo de [[Ruhollah Khomeini]] e era um [[aiatolá]]. |
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Nos [[anos 1960]], participou do movimento estudantil de oposição ao [[Reza Pahlevi|Xá Reza Pahlevi]]. Foi preso duas vezes e ferido durante uma rebelião em 1963. Fugiu para a [[França]]. Estudou Finanças e Economia na [[Sorbonne]] e juntou-se ao grupo de resistência iraniana liderado pelo [[aiatolá]] Khomeini.<ref>{{Citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=1981 |
Nos [[anos 1960]], participou do movimento estudantil de oposição ao [[Reza Pahlevi|Xá Reza Pahlevi]]. Foi preso duas vezes e ferido durante uma rebelião em 1963. Fugiu para a [[França]]. Estudou Finanças e Economia na [[Sorbonne]] e juntou-se ao grupo de resistência iraniana liderado pelo [[aiatolá]] Khomeini.<ref>{{Citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=2 de outubro de 1981|titulo=Barry Rubin. <italic>Paved with Good Intentions: The American Experience and Iran</italic>. New York: Oxford University Press. 1980. Pp. xii, 426. $17.50|url=http://dx.doi.org/10.1086/ahr/86.4.896|jornal=The American Historical Review|doi=10.1086/ahr/86.4.896|issn=1937-5239|acessodata=}}</ref> |
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Retornou ao Irã juntamente com Khomeini quando a [[Revolução iraniana|revolução]] estava começando em fevereiro de 1979. Escreveu um livro sobre finanças islâmicas, cujo título, ''Eghtesad Tohidi'', é uma frase em árabe que se traduz aproximadamente como "A Economia do Monoteísmo". |
Retornou ao Irã juntamente com Khomeini quando a [[Revolução iraniana|revolução]] estava começando em fevereiro de 1979. Escreveu um livro sobre finanças islâmicas, cujo título, ''Eghtesad Tohidi'', é uma frase em árabe que se traduz aproximadamente como "A Economia do Monoteísmo". |
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Após a [[Revolução Iraniana]], tornou-se Vice-Ministro das Finanças em 4 de fevereiro de 1979, permanecendo no cargo até 27 de fevereiro de 1979. Após a renúncia do ministro interino das Finanças do [[Governo Provisório do Irã (1979)|Governo Provisório]], Ali Ardalan, em 27 fevereiro de 1979, Bani-Sadr foi nomeado para o cargo pelo [[primeiro-ministro do Irã|primeiro-ministro]] [[Mehdi Bazargan]]. Em 12 novembro de 1979 foi nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros, em substituição a [[Ebrahim Yazdi]], no governo liderado pelo [[Conselho da Revolução Islâmica]], após a renúncia do governo interino. |
Após a [[Revolução Iraniana]], tornou-se Vice-Ministro das Finanças em 4 de fevereiro de 1979, permanecendo no cargo até 27 de fevereiro de 1979. Após a renúncia do ministro interino das Finanças do [[Governo Provisório do Irã (1979)|Governo Provisório]], Ali Ardalan, em 27 fevereiro de 1979, Bani-Sadr foi nomeado para o cargo pelo [[primeiro-ministro do Irã|primeiro-ministro]] [[Mehdi Bazargan]]. Em 12 novembro de 1979 foi nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros, em substituição a [[Ebrahim Yazdi]], no governo liderado pelo [[Conselho da Revolução Islâmica]], após a renúncia do governo interino. |
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[[Imagem: Banisadr-election.jpg | thumb|250px | left |Foto de Bani-Sadr em cartaz de propaganda eleitoral.]] |
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Após a morte de [[Mahmoud Taleghani]], Bani-Sadr foi eleito Presidente do Conselho, permanecendo nesse cargo até ser eleito Presidente da República. |
Após a morte de [[Mahmoud Taleghani]], Bani-Sadr foi eleito Presidente do Conselho, permanecendo nesse cargo até ser eleito Presidente da República. |
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== Presidência == |
== Presidência == |
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[[Imagem:Banisadr beheshti.jpg|thumb|200px|Bani-Sadr empossado como primeiro presidente do Irã, em [[1980]].]] |
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Bani-Sadr não era um clérigo [[Islão|muçulmano]], e Khomeini insistira que os clérigos não deveriam concorrer a cargos de governo. No [[eleição presidencial do Irã de 1980|pleito de 25 de janeiro de 1980]] |
Bani-Sadr não era um clérigo [[Islão|muçulmano]], e Khomeini insistira que os clérigos não deveriam concorrer a cargos de governo. No [[eleição presidencial do Irã de 1980|pleito de 25 de janeiro de 1980]], Bani-Sadr foi eleito presidente, com 78,9 % dos votos, para um mandato de quatro anos, e empossado em 4 de fevereiro do mesmo ano. Khomeini, entretanto, continuava a ser o líder supremo do Irã, com o direito constitucional de demitir o presidente. As cerimônias de posse foram realizadas no hospital onde Khomeini se recuperava de uma crise cardíaca.<ref>''Facts on File 1980 Yearbook'', p. 88</ref> |
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Em agosto e setembro de 1980, Bani-Sadr sobreviveu a dois acidentes de [[helicóptero]], perto da fronteira iraniana com o [[Iraque]]. Em 10 de junho de 1981, durante a [[Guerra Irã-Iraque]], Bani-Sadr foi nomeado comandante-chefe das forças armadas por Khomeini.<ref name=m93>{{citar periódico|último =Mozaffari|primeiro =Mahdi|título=Changes in the Iranian political system after Khomeini's death|url=http://ha6uq4xy8k.scholar.serialssolutions.com/?sid=google&auinit=M&aulast=Mozaffari&atitle=Changes+in+the+Iranian+Political+System+after+Khomeini%27s+Death*&id=doi:10.1111/j.1467-9248.1993.tb01659.x&title=Political+studies&volume=41&issue=4&date=1993&spage=611&issn=0032-3217|periódico=Political Studies|ano=1993|volume=XLI|páginas=611–617|acessodata=30 de julho de 2013|doi=10.1111/j.1467-9248.1993.tb01659.x}}</ref>Pouco depois, seria destituído da função que passaria a ser exercida pelo próprio aiatolá . |
Em agosto e setembro de 1980, Bani-Sadr sobreviveu a dois acidentes de [[helicóptero]], perto da fronteira iraniana com o [[Iraque]]. Em 10 de junho de 1981, durante a [[Guerra Irã-Iraque]], Bani-Sadr foi nomeado comandante-chefe das forças armadas por Khomeini.<ref name=m93>{{citar periódico|último =Mozaffari|primeiro =Mahdi|título=Changes in the Iranian political system after Khomeini's death|url=http://ha6uq4xy8k.scholar.serialssolutions.com/?sid=google&auinit=M&aulast=Mozaffari&atitle=Changes+in+the+Iranian+Political+System+after+Khomeini%27s+Death*&id=doi:10.1111/j.1467-9248.1993.tb01659.x&title=Political+studies&volume=41&issue=4&date=1993&spage=611&issn=0032-3217|periódico=Political Studies|ano=1993|volume=XLI|páginas=611–617|acessodata=30 de julho de 2013|doi=10.1111/j.1467-9248.1993.tb01659.x}}</ref> Pouco depois, seria destituído da função que passaria a ser exercida pelo próprio aiatolá . |
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Em 28 de julho de 1981, Bani-Sadr e Rajavi foram embarcados clandestinamente em um [[Boeing 707]] da Força Aérea iraniana pilotado pelo coronel Behzad Moezzi. Seguiu-se um [[plano de voo]] de rotina, antes de fazer um desvio do espaço aéreo iraniano para o espaço aéreo [[Turquia |
Em 28 de julho de 1981, Bani-Sadr e Rajavi foram embarcados clandestinamente em um [[Boeing 707]] da Força Aérea iraniana pilotado pelo coronel Behzad Moezzi. Seguiu-se um [[plano de voo]] de rotina, antes de fazer um desvio do espaço aéreo iraniano para o espaço aéreo [[Turquia|turco]] e, finalmente, pousar em [[Paris]]. |
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Bani-Sadr e Rajavi encontraram [[asilo político]] em Paris, sob a condição de se absterem de continuar a fazer oposição a Khomeini na França. Tal restrição foi efetivamente ignorada depois que a França evacuou sua embaixada em Teerã, e Bani-Sadr e Rajavi criaram o [[Conselho Nacional de Resistência do Irã]].<ref Name=zabih/> No entanto, Banisadr logo se desentendeu com Rajavi, acusando-o de fomentar ideologias que favorecem a ditadura e da violência. Além disso, Bani-Sadr opôs-se à oposição armada, iniciada por Rajavi, e buscou apoio para o Irã durante a guerra com o Iraque. |
Bani-Sadr e Rajavi encontraram [[asilo político]] em Paris, sob a condição de se absterem de continuar a fazer oposição a Khomeini na França. Tal restrição foi efetivamente ignorada depois que a França evacuou sua embaixada em Teerã, e Bani-Sadr e Rajavi criaram o [[Conselho Nacional de Resistência do Irã]].<ref Name=zabih/> No entanto, Banisadr logo se desentendeu com Rajavi, acusando-o de fomentar ideologias que favorecem a ditadura e da violência. Além disso, Bani-Sadr opôs-se à oposição armada, iniciada por Rajavi, e buscou apoio para o Irã durante a guerra com o Iraque. |
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===Memórias === |
===Memórias === |
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Em 1991, Bani-Sadr lançou uma tradução inglesa de seu livro de 1989 ''My Turn to Speak: Iran, the Revolution and Secret Deals with the U.S.'' ('Minha vez de falar: Irã, a Revolução e os acordos secretos com os Estados Unidos').<ref name="Foreign Affairs; Winter 1991/92">{{citar periódico|último =Quandt |primeiro =Walter B. |autorlink =William B. Quandt |data=inverno de 1991 |título=My Turn To Speak: Iran, The Revolution And Secret Deals With The U.S. |url=https://www.foreignaffairs.com/reviews/capsule-review/1991-12-01/my-turn-speak-iran-revolution-and-secret-deals-us |periódico=Foreign Affairs |local= |publicado=Council on Foreign Relations |acessodata=15 de junho de 2015}}</ref> No livro, Bani-Sadr fala sobre acordos secretos entre a campanha presidencial de [[Ronald Reagan]] (1980) e líderes iranianos, visando prolongar [[crise dos reféns americanos no Irã]] antes da [[Eleição presidencial dos Estados Unidos de 1980|eleição presidencial dos Estados Unidos]].<ref name="NYT20090731">{{citar jornal|título= Bani-Sadr, in U.S., Renews Charges of 1980 Deal |autor =Neil A Lewis |publicado= ''[[New York Times]]'' |data= 1991 |
Em 1991, Bani-Sadr lançou uma tradução inglesa de seu livro de 1989 ''My Turn to Speak: Iran, the Revolution and Secret Deals with the U.S.'' ('Minha vez de falar: Irã, a Revolução e os acordos secretos com os Estados Unidos').<ref name="Foreign Affairs; Winter 1991/92">{{citar periódico|último =Quandt |primeiro =Walter B. |autorlink =William B. Quandt |data=inverno de 1991 |título=My Turn To Speak: Iran, The Revolution And Secret Deals With The U.S. |url=https://www.foreignaffairs.com/reviews/capsule-review/1991-12-01/my-turn-speak-iran-revolution-and-secret-deals-us |periódico=Foreign Affairs |local= |publicado=Council on Foreign Relations |acessodata=15 de junho de 2015}}</ref> No livro, Bani-Sadr fala sobre acordos secretos entre a campanha presidencial de [[Ronald Reagan]] (1980) e líderes iranianos, visando prolongar [[crise dos reféns americanos no Irã]] antes da [[Eleição presidencial dos Estados Unidos de 1980|eleição presidencial dos Estados Unidos]].<ref name="NYT20090731">{{citar jornal|título= Bani-Sadr, in U.S., Renews Charges of 1980 Deal |autor =Neil A Lewis |publicado= ''[[New York Times]]'' |data= 7 de maio de 1991 | url = http://www.nytimes.com/1991/05/07/world/bani-sadr-in-us-renews-charges-of-1980-deal.html |acessodata= }}</ref> Ele também afirma que [[Henry Kissinger]] conspirou para criar um [[Estado Palestino]] na [[Províncias do Irã|província iraniana]] do [[Khuzistão]], e que [[Zbigniew Brzezinski]] articulou-se com [[Saddam Hussein]] para tramar [[Guerra Irã-Iraque|invasão do Irá pelo Iraque em 1980]].<ref name="Foreign Affairs; Winter 1991/92"/> |
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==Eleição presidencial de 2009== |
==Eleição presidencial de 2009== |
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Em julho de 2009, Bani-Sadr denunciou publicamente a conduta do governo iraniano após a disputa [[eleição presidencial iraniana de 2009|eleição presidencial]]: "Khamenei ordenou a fraude nas eleições presidenciais e a repressão que se seguiu contra os manifestantes". Segundo ele, o governo estava "se segurando no poder apenas por meio de violência e do terror", e acusou os líderes de acumularem riquezas para si, em detrimento dos outros iranianos.<ref name="WT20090707" /> |
Em julho de 2009, Bani-Sadr denunciou publicamente a conduta do governo iraniano após a disputa [[eleição presidencial iraniana de 2009|eleição presidencial]]: "Khamenei ordenou a fraude nas eleições presidenciais e a repressão que se seguiu contra os manifestantes". Segundo ele, o governo estava "se segurando no poder apenas por meio de violência e do terror", e acusou os líderes de acumularem riquezas para si, em detrimento dos outros iranianos.<ref name="WT20090707" /> |
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Em artigos publicados sobre o protestos eleitorais iranianos de 2009, Bani-Sadr atribuiu o clima político excepcionalmente aberto antes da eleição à grande necessidade do governo de provar sua legitimidade.<ref name="DW20090703">{{citar jornal|título= The Regime Cares Nothing about Human Rights |autor =Abolhassan Banisadr |publicado= ''[[Die Welt]]'' / Qantara|data= 2009 |
Em artigos publicados sobre o protestos eleitorais iranianos de 2009, Bani-Sadr atribuiu o clima político excepcionalmente aberto antes da eleição à grande necessidade do governo de provar sua legitimidade.<ref name="DW20090703">{{citar jornal|título= The Regime Cares Nothing about Human Rights |autor =Abolhassan Banisadr |publicado= ''[[Die Welt]]'' / Qantara|data= 3 de julho de 2009 | url = http://en.qantara.de/webcom/show_article.php/_c-476/_nr-1182/i.html |acessodata= 31 de julho de 2009}}</ref> No entanto, segundo ele, o governo havia perdido tanto a legitimidade política, referindo-se em particular ao levante espontâneo, como a legitimidade religiosa, citando as ameaças do [[líder supremo do Irã|Supremo Líder]] [[aiatolá]] [[Ali Khamenei]] que levaram à violenta repressão do movimento popular.<ref name="NYT20090801">{{citar jornal|título= Iran at the Crossroads |autor =Abolhassan Banisadr |publicado= ''[[New York Times]]'' |data= 31 de julho de 2009 | url = http://www.nytimes.com/2009/08/01/opinion/01iht-edbanisadr.html?hpw |acessodata= }}</ref> |
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Desde agosto de 2011, Bani-Sadr passou a viver em [[Versalhes, Yvelines |
Desde agosto de 2011, Bani-Sadr passou a viver em [[Versalhes, Yvelines|Versalhes]], perto de [[Paris]], em uma [[vila]] muito bem guardada pela polícia francesa.<ref name="WT20090707">{{citar jornal|título= Former Iran president says Khamenei behind election “fraud” |autor =Agence France-Presse |publicado= ''WashingtonTV'' |data= 7 de julho de 2009 | url = http://televisionwashington.com/floater_article1.aspx?lang=en&t=1&id=11922 |acessodata= 31 de julho de 2009}}</ref><ref name="DW20090703"/> |
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* Abu Al-Hasan Bani Sadr, Abol Hassan Bani-Sadr & Jean-Charles Deniau '' minha vez de falar: o Irã, a Revolução e acordos secretos com os EUA cm Potomac Livros (Abril de 1991) ISBN 0-08-040563 - 0 |
* Abu Al-Hasan Bani Sadr, Abol Hassan Bani-Sadr & Jean-Charles Deniau '' minha vez de falar: o Irã, a Revolução e acordos secretos com os EUA cm Potomac Livros (Abril de 1991) ISBN 0-08-040563 - 0 |
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[[Categoria:Presidentes do Irão]] |
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Revisão das 22h57min de 9 de outubro de 2018
Abolhassan Bani-Sadr | |
---|---|
Nascimento | 22 de março de 1933 Hamadã |
Morte | 9 de outubro de 2021 (88 anos) 13.º arrondissement de Paris |
Residência | Versalhes |
Cidadania | Irã Pahlavi, Irã |
Progenitores |
|
Filho(a)(s) | Firouzeh Banisadr |
Irmão(ã)(s) | Fathullah Banisadr |
Alma mater | |
Ocupação | político, economista, jornalista, ensaísta, escritor |
Religião | Islamismo |
Página oficial | |
https://banisadr.org/ | |
Assinatura | |
Abolhassan Bani-Sadr (em pársi, سیِّدابوالحسن بنیصدر; também transliterado como Abū al-Ḥasan Banī-Ṣadr;[1] Hamadã, 22 de março de 1933) foi presidente eleito do Irã em 1980 formando um governo de coligação para governar o país. Em seu mandato enfrentou uma crise com os Estados Unidos e a invasão iraquiana.
Após o confronto com os xiitas, os quais conseguiram a aprovação de Mohammad-Ali Rajai como primeiro-ministro, foi obrigado a sair do país em setembro de 1981, exilando-se em Paris. Formou então o Conselho Nacional de Resistência para a Libertação e a Independência do Irã.
Início da vida
Abolhassan Bani-Sadr nasceu na cidade de Hamedan, em 22 de março de 1933. Seu pai era próximo de Ruhollah Khomeini e era um aiatolá.
Nos anos 1960, participou do movimento estudantil de oposição ao Xá Reza Pahlevi. Foi preso duas vezes e ferido durante uma rebelião em 1963. Fugiu para a França. Estudou Finanças e Economia na Sorbonne e juntou-se ao grupo de resistência iraniana liderado pelo aiatolá Khomeini.[2]
Retornou ao Irã juntamente com Khomeini quando a revolução estava começando em fevereiro de 1979. Escreveu um livro sobre finanças islâmicas, cujo título, Eghtesad Tohidi, é uma frase em árabe que se traduz aproximadamente como "A Economia do Monoteísmo".
Carreira política
Após a Revolução Iraniana, tornou-se Vice-Ministro das Finanças em 4 de fevereiro de 1979, permanecendo no cargo até 27 de fevereiro de 1979. Após a renúncia do ministro interino das Finanças do Governo Provisório, Ali Ardalan, em 27 fevereiro de 1979, Bani-Sadr foi nomeado para o cargo pelo primeiro-ministro Mehdi Bazargan. Em 12 novembro de 1979 foi nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros, em substituição a Ebrahim Yazdi, no governo liderado pelo Conselho da Revolução Islâmica, após a renúncia do governo interino.
Após a morte de Mahmoud Taleghani, Bani-Sadr foi eleito Presidente do Conselho, permanecendo nesse cargo até ser eleito Presidente da República.
Presidência
Bani-Sadr não era um clérigo muçulmano, e Khomeini insistira que os clérigos não deveriam concorrer a cargos de governo. No pleito de 25 de janeiro de 1980, Bani-Sadr foi eleito presidente, com 78,9 % dos votos, para um mandato de quatro anos, e empossado em 4 de fevereiro do mesmo ano. Khomeini, entretanto, continuava a ser o líder supremo do Irã, com o direito constitucional de demitir o presidente. As cerimônias de posse foram realizadas no hospital onde Khomeini se recuperava de uma crise cardíaca.[3]
Em agosto e setembro de 1980, Bani-Sadr sobreviveu a dois acidentes de helicóptero, perto da fronteira iraniana com o Iraque. Em 10 de junho de 1981, durante a Guerra Irã-Iraque, Bani-Sadr foi nomeado comandante-chefe das forças armadas por Khomeini.[4] Pouco depois, seria destituído da função que passaria a ser exercida pelo próprio aiatolá .
Impeachment
Em 21 de junho de 1981, o Majlis (Parlamento iraniano) declarou o impeachment de Bani-Sadr na sua ausência, por supostamente contrariar os clérigos no poder, em particular Mohammad Beheshti, então chefe do sistema judicial. Khomeini assina o impeachment no dia seguinte. Mesmo antes disso, a Guarda Revolucionária já havia cercado os edifícios e jardins presidenciais e prendera redatores de um jornal intimamente ligado a Bani-Sadr. Nos dias que se seguiram, vários de seus amigos mais próximos foram executados, incluindo Hossein Navab, Rashid Sadrolhefazi e Manouchehr Massoudi. O aiatolá Montazeri estava entre as poucas pessoas no governo que então apoiavam Bani-Sadr. Mas logo depois também Montazeri seria despojado de seus poderes.
Ao mesmo tempo, o governo iraniano baniu todos os partidos políticos, exceto o Partido da República Islâmica. Forças governamentais prendem membros de outros partidos, como os Organização dos Mujahedin do Povo Iraniano (OMPI), Fedayin Khalq, Tudeh e Paikar.
Bani-Sadr esconde-se durante uns poucos dias antes de sua remoção de Teerã, protegido pelos Mujahedin do Povo (OMPI). Tentou ainda organizar uma aliança de facções anti-Khomeini - incluindo o OMPI, KDP e a Organização Fedayin (Minoria), evitando porém qualquer contato com grupos favoráveis ao Xá exilado - para retomar o poder. Reuniu-se inúmeras vezes na clandestinidade com o líder dos Mujahedin, Massoud Rajavi, para planejar uma aliança, mas após a execução em 27 de julho de Mohammadreza Saadati, (membro do OMPI), Bani-Sadr e Rajavi concluíram que não era seguro permanecer no Irã.[5]
Segundo Bani-Sadr, seu impeachment fora um golpe de estado contra a democracia no Irã. A fim de resolver as diferenças políticas no país, pediu um referendo. Pouco antes do referendo, Khomeini, possivelmente pressionado pelo clero, endossou o impeachment.[6]
Fuga e exílio
Em 28 de julho de 1981, Bani-Sadr e Rajavi foram embarcados clandestinamente em um Boeing 707 da Força Aérea iraniana pilotado pelo coronel Behzad Moezzi. Seguiu-se um plano de voo de rotina, antes de fazer um desvio do espaço aéreo iraniano para o espaço aéreo turco e, finalmente, pousar em Paris.
Bani-Sadr e Rajavi encontraram asilo político em Paris, sob a condição de se absterem de continuar a fazer oposição a Khomeini na França. Tal restrição foi efetivamente ignorada depois que a França evacuou sua embaixada em Teerã, e Bani-Sadr e Rajavi criaram o Conselho Nacional de Resistência do Irã.[5] No entanto, Banisadr logo se desentendeu com Rajavi, acusando-o de fomentar ideologias que favorecem a ditadura e da violência. Além disso, Bani-Sadr opôs-se à oposição armada, iniciada por Rajavi, e buscou apoio para o Irã durante a guerra com o Iraque.
Memórias
Em 1991, Bani-Sadr lançou uma tradução inglesa de seu livro de 1989 My Turn to Speak: Iran, the Revolution and Secret Deals with the U.S. ('Minha vez de falar: Irã, a Revolução e os acordos secretos com os Estados Unidos').[7] No livro, Bani-Sadr fala sobre acordos secretos entre a campanha presidencial de Ronald Reagan (1980) e líderes iranianos, visando prolongar crise dos reféns americanos no Irã antes da eleição presidencial dos Estados Unidos.[8] Ele também afirma que Henry Kissinger conspirou para criar um Estado Palestino na província iraniana do Khuzistão, e que Zbigniew Brzezinski articulou-se com Saddam Hussein para tramar invasão do Irá pelo Iraque em 1980.[7]
Eleição presidencial de 2009
Em julho de 2009, Bani-Sadr denunciou publicamente a conduta do governo iraniano após a disputa eleição presidencial: "Khamenei ordenou a fraude nas eleições presidenciais e a repressão que se seguiu contra os manifestantes". Segundo ele, o governo estava "se segurando no poder apenas por meio de violência e do terror", e acusou os líderes de acumularem riquezas para si, em detrimento dos outros iranianos.[9]
Em artigos publicados sobre o protestos eleitorais iranianos de 2009, Bani-Sadr atribuiu o clima político excepcionalmente aberto antes da eleição à grande necessidade do governo de provar sua legitimidade.[10] No entanto, segundo ele, o governo havia perdido tanto a legitimidade política, referindo-se em particular ao levante espontâneo, como a legitimidade religiosa, citando as ameaças do Supremo Líder aiatolá Ali Khamenei que levaram à violenta repressão do movimento popular.[11]
Desde agosto de 2011, Bani-Sadr passou a viver em Versalhes, perto de Paris, em uma vila muito bem guardada pela polícia francesa.[9][10]
Referências
- ↑ Abolhasan Bani-Sadr. President of Iran. Encyclopædia Britannica
- ↑ «Barry Rubin. <italic>Paved with Good Intentions: The American Experience and Iran</italic>. New York: Oxford University Press. 1980. Pp. xii, 426. $17.50». The American Historical Review. 2 de outubro de 1981. ISSN 1937-5239. doi:10.1086/ahr/86.4.896
- ↑ Facts on File 1980 Yearbook, p. 88
- ↑ Mozaffari, Mahdi (1993). «Changes in the Iranian political system after Khomeini's death». Political Studies. XLI: 611–617. doi:10.1111/j.1467-9248.1993.tb01659.x. Consultado em 30 de julho de 2013
- ↑ a b Sepehr Zabih (1982). Iran Since the Revolution. [S.l.]: Taylor & Francis. pp. 133–136. ISBN 0-7099-3000-3
- ↑ (em inglês) Abolhassan, Bani-Sadr. «35 Years On, It is Time to Return to the Democratic Spirit of the Iranian Revolution». Huffington Post
- ↑ a b Quandt, Walter B. (inverno de 1991). «My Turn To Speak: Iran, The Revolution And Secret Deals With The U.S.». Council on Foreign Relations. Foreign Affairs. Consultado em 15 de junho de 2015
- ↑ Neil A Lewis (7 de maio de 1991). «Bani-Sadr, in U.S., Renews Charges of 1980 Deal». New York Times
- ↑ a b Agence France-Presse (7 de julho de 2009). «Former Iran president says Khamenei behind election "fraud"». WashingtonTV. Consultado em 31 de julho de 2009
- ↑ a b Abolhassan Banisadr (3 de julho de 2009). «The Regime Cares Nothing about Human Rights». Die Welt / Qantara. Consultado em 31 de julho de 2009
- ↑ Abolhassan Banisadr (31 de julho de 2009). «Iran at the Crossroads». New York Times
Bibliografia
- Abu Al-Hasan Bani Sadr, Abol Hassan Bani-Sadr & Jean-Charles Deniau minha vez de falar: o Irã, a Revolução e acordos secretos com os EUA cm Potomac Livros (Abril de 1991) ISBN 0-08-040563 - 0
Ligações externas
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