Fantasia (álbum de Gal Costa)

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Fantasia
Fantasia (álbum de Gal Costa)
Álbum de estúdio de Gal Costa
Lançamento 15 de novembro de 1981
Gênero(s) MPB, Pop
Duração 35:14
Formato(s) LP (1981)
Gravadora(s) Polygram/Philips
Cronologia de Gal Costa
Aquarela do Brasil (1980)
Minha Voz (1982)

Fantasia é o 15° álbum de estúdio da cantora brasileira Gal Costa. O lançamento ocorreu em 9 de novembro de 1981 no Brasil,[1] (e em Portugal em1983)[2] pela gravadora Polygram/Philips.

A lista de faixas apresenta dez canções de diferentes gêneros musicais, tais como frevos, marchinhas, samba-exaltação e baladas, e regravações de sucessos da década de 1940, de consagrados compositores daquela época.

Entre os compositores destacam-se nomes conhecidos como David Nasser, Alcyr Pires Vermelho, Caetano Veloso, Djavan, Moraes Moreira e Abel Silva e Massa Real.

Para promovê-lo, dois compactos simples precederam o lançamento, a saber: "Festa do Interior" e "Meu Bem, Meu Mal", o primeiro ganhou um disco de ouro por mais de 100 mil cópias vendidas no Brasil.[3][4]

Em 1981, Gal estreou uma série de shows no Canecão, no Rio de Janeiro, também intitulado Fantasia. O espetáculo foi ovacionado pelo público, porém sofreu com problemas técnicos, o que chamou a atenção da crítica que teceu resenhas desfavoráveis a cantora. Uma segunda turnê seria feita em 1982, intitulada Festa do Interior, que percorreu diversas cidades brasileiras, dessa vez com aclamação de público e crítica.

Comercialmente, o álbum tornou-se um dos maiores sucessos da carreira da cantora, com mais de 500 mil cópias vendidas no Brasil,[5] o que rendeu um disco de platina.

Produção e seleção de canções[editar | editar código-fonte]

As músicas foram arranjadas sob a competência do maestro Lincoln Olivetti e Gilson Peranzetta.[1]

A lista de faixas apresenta dez canções de diferentes gêneros musicais, tais como frevos,[6] marchinhas,[7] samba-exaltação e baladas,[6] e regravações de sucessos da década de 1940, de consagrados compositores daquela época.[8]

Dois frevos foram gravados: um de Moraes Moreira com participação de Abel Silva e o outro de Caetano Veloso.[6] A cantora também gravou "Faltando um Pedaço" e "Açaí" do cantor e compositor Djavan, que já havia gravado a última faixa citada, obtendo sucesso moderado nas rádios.[6]

A faixa "Roda Baiana" é a primeira vez em que a cantora gravou uma música composta por Ivan Lins e Vitor Martins.[9]

Em relação a marchinhas, Gal já tinha gravado anteriormente no estilo, com a canção "Balancê".[7]

A crítica especializada em música elogiou o fato da cantora trazer para o público contemporâneo grandes sucessos de consagrados compositores da década de 40.[8]

Onze anos depois do lançamento de Fantasia, a canção "Canta Brasil" foi utilizada como tema de abertura da novela Deus nos Acuda, de Sílvio de Abreu, exibida entre 1992 e 1993 na TV Globo.[10]

Lançamento e promoção[editar | editar código-fonte]

Antes do álbum ser lançado dois compactos simples o precederam, a saber: "Festa do Interior" e "Meu Bem, Meu Mal", o primeiro obteve ótima repercussão nas rádios e ganhou um disco de ouro por mais de 100 mil cópias vendidas no Brasil.[3][4]

O lançamento do álbum ocorreu em 9 de novembro de 1981, no Brasil[1] e segundo o jornal O Poti foi lançado em Portugal apenas em 1983.[2]

A promoção contou com aparições em rádios brasileiras, algo que ela não fazia há um bom tempo,[11] e com duas turnês: Fantasia e Festa do Interior.

O show "Fantasia" foi inaugurado no Canecão, Rio de Janeiro, em julho de 1981.[12] A direção coube a Guilherme Araújo e teve custo 12 milhões de cruzeiros.[13] Os figurinos consistiam em três vestidos utilizados pela cantora, e confeccionados por Guilherme Guimarães, cada um deles representa uma das três partes do espetáculo: Dia, Noite e Sonho.[13] O primeiro a ser utilizado foi um vestido amarelo de grande efeito cênico e um colante lembrando o estilo "rabo-de-peixe", com um ombro só.[13] O segundo foi um modelo bordado com lantejoulas azuis-escuras e estrelas prateadas aplicadas.[13] Os show terminava com um vestido feitos em ondulantes paetês vermelho e ouro.[13]

Segundo Wilson Cunha, da revista Manchete, a estreia contou com um número substancial de problemas, que iam desde a má qualidade do som que fez com que o conjunto abafasse a voz da cantora, a um microfone que quebrou no meio do show e a impediu de realizar um grand finale.[14] Após um número substancial de críticas feitas por setores da imprensa o show foi reformulado por seu diretor, Guilherme Araújo.[12]

Em Tel Aviv, Israel, o espetáculo foi apresentado durante três dias no Festival de Tel Aviv, incluindo na abertura do evento.[15] Por tratar-se de um momento especial, ela adicionou a canção "Trem da Onze", que alcançou a primeira posição nas rádios do país, quatro anos antes.[16] No Anhembi Parque cantou para um público de 120 mil pessoas.[3]

A turnê Festa do Interior, passou por diversas cidades brasileiras e estrangeiras.[17] A estreia ocorreu em 30 de janeiro de 1982, no Maracanãzinho,[18] e foi assistida por mais de 25 mil pessoas na ocasião.[17]

A direção do show foi feita por Wally Salomão o mesmo que a dirigiu no show Fatal, de 1971, um dos maiores sucessos de sua carreira.[18] Parte da seleção de músicas foi escolhida antes da cantora convidar Salomão para dirigi-la, e ele acrescentou novas ideias e músicas.[18] A set list incluía sucessos radiofônicos de sua carreira, tais como: "Balancê", "Sebastiana", "Chuva, Suor e Cerveja", "Folhetim", "Força Estranha", "Meu Nome é Gal", juntos a seis músicas do Fantasia: "Meu Bem, Meu Mal", "Açaí", "Massa Real", "Tapete Mágico", "Canta Brasil", "Festa do Interior" e duas canções que não faziam parte de seu repertório: "Bem Me Quer, Mal Me Quer" de Rita Lee e "Vassourinha Elétrica" de Moraes Moreira.[18]

Recepção crítica[editar | editar código-fonte]

A crítica teceu elogios ao álbum, sobretudo a seleção das canções escolhidas e os dotes vocais e de interprete da cantora.[4][15] Além disso, apareceu em listas de fim de ano que incluíam os destaques da indústria fonográfica em 1981, a saber|:

  • O jornal Correio do Norte, de Santa Catarina, o considerou como o maior lançamento daquele ano.[19]
  • O jornal Folha Regional de Caxias do Sul, o elegeu o melhor disco de 1981.[20]
  • Jorge Segundo da revista O Cruzeiro o elegeu como o álbum do ano.[21]
  • O jornal Diário da Manhã, de Pernambuco, o adicionou na lista "Os 10 melhores LP'S de 1981".[22]

Desempenho comercial[editar | editar código-fonte]

Segundo o jornal O Pioneiro antes do lançamento, cem mil cópias foram vendidas graças aos pedidos antecipados dos lojistas.[18] Com um mês disponível comercialmente, atingiu a marca de 250 mil cópias, o que garantiu um disco de platina.[18][3] O mesmo jornal informou em sua edição de 6 de março de 1982, que até aquela data as vendas já tinham alcançado 400 mil cópias.[17]

De acordo com o jornal Folha Popular, de 3 de setembro de 1982, o álbum tinha recebido um novo disco de platina por vendas superiores a 500 mil cópias, tornando-se o terceiro da discografia da cantora a atingir tal feito.[23]

Lista de faixas[editar | editar código-fonte]

  • Créditos adaptados do encarte do álbum Fantasia, de 1981.[24]
Lado 1
N.º TítuloCompositor(es) Duração
1. "Canta Brasil"  David Nasser / Alcir Pires Vermelho 3:12
2. "Meu Bem, Meu Mal""  Caetano Veloso 3:24
3. "Roda Baiana"  Ivan Lins / Vitor Martins 5:01
4. "Faltando Um Pedaço"  Djavan 3:40
5. "O Amor"  Caetano Veloso / Ney Costa Santos / Vladimir Maiakovski 3:37
Lado 2
N.º TítuloCompositor(es) Duração
1. "Festa do Interior"  Moraes Moreira / Abel Silva 3:18
2. "Açaí" (Participação Especial: Roupa Nova)Djavan 3:07
3. "Tapete Mágico"  Caetano Veloso 4:57
4. "Massa Real"  Caetano Veloso 2:41
5. "Estrela, Estrela" (Participação Especial: Zéluiz)Vitor Ramil 2:17

Créditos[editar | editar código-fonte]

Créditos adaptados do encarte do álbum Fantasia, de 1981.[24]

Ficha técnica
  • Produzido por Mariozinho Rocha
  • Direção de produção: Mariozinho Rocha, Gal Costa e Guilherme Araujo
  • Técnicos de gravação: Luigi Hoffer e Jairo Gualberto
  • Técnico de mixagem: Luigi Hoffer
  • Auxiliar de estúdio: Julinho, Charles e Carlinhos
  • Layout: Lielzo Azambuja
  • Produção gráfica: Edson Araujo
  • Maquiagem: Guilherme Pereira
  • Roupas: Markito
Arranjos
  • Lincoln Olivetti (Meu bem, meu mal; Festa do interior e Massa real)
  • Gilson Peranzzetta (Roda baiana; Faltando um pedaço; Tapete mágico e Estrela, estrela)
  • Guto Graça Mello (Canta Brasil e O amor)

Tabelas[editar | editar código-fonte]

Tabelas anuais[editar | editar código-fonte]

Tabela musical (1982) Posição
Brasil (Nopem)[25] 30

Certificações e vendas[editar | editar código-fonte]

Região Certificação Vendas certificadas
Brasil (PMB)[23][4] Platina 500,000^[23][4]

*vendas baseadas apenas na certificação
^distribuições baseadas apenas na certificação

Referências

  1. a b c «Gal Costa na "Galeria do Astros"». Jornal do Commercio. Amazonas. 19 de dezembro de 1981. p. 13. Consultado em 12 de novembro de 2022 
  2. a b Lobo, Cid (15 de maio de 1983). «Discos». O Poti. Rio Grande do Norte. p. 7. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  3. a b c d «Consagração de Gal Costa». Diário da Manhã. Pernambuco. 12 de abril de 1982. p. 8. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  4. a b c d e «Meio milhão de discos vendidos». Manchete. Rio de Janeiro. 8 de maio de 1982. pp. 122–123. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  5. McGowan, Chris (julho de 2000). «Talent seeks». Estados Unidos: Nielsen Business Media, Inc. Billboard (em inglês). 97 (4): 24. ISSN 0006-2510. Consultado em 29 de abril de 2015 
  6. a b c d Lobo, Cid (7 de fevereiro de 1982). «Discos». O Poti. Rio Grande do Norte. p. 3. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  7. a b «Fique por dentro». Diário da Manhã. Pernambuco. 24 de outubro de 1981. p. 7. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  8. a b «Gal sensacional». Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 1 de fevereiro de 1982. p. 22. Consultado em 12 de novembro de 2022 
  9. «Baiana Gal na roda fantasia». Diário do Paraná. Paraná. 6 de outubro de 1981. p. 8. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  10. Xavier, Nilson. «Deus nos Acuda». Teledramaturgia. Consultado em 2 de julho de 2022 
  11. Gradyccy, Milton (24 de novembro de 1981). «Gal Costa em movimento». Alto Mdeira. Roraima. p. 8. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  12. a b Cunha, Wilson (28 de julho de 1981). «Fantasia». Tribuna da Imprensa. Rio de Janeiro. p. 11. Consultado em 12 de novembro de 2022 
  13. a b c d e «Gal Costa com visual de Gui Gui». Diário do Paraná. Paraná. 3 de setembro de 1981. p. 5. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  14. Cunha, Wilson (8 de agosto de 1981). «Não valeu, Gal». Manchete. Rio de Janeiro. p. 91. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  15. a b «Gal Costa - Uma festa em Israel». Manchete. Rio de Janeiro. 8 de agosto de 1981. p. 41. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  16. Alvez, Eduardo Francisco (8 de maio de 1982). «Gal Costa: "Quero cantar o Brasil até na Broadway"». Manchete. Rio de Janeiro. p. 30. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  17. a b c «Música: Cantoras». O Pioneiro. Rio Grande do Sul. 6 de março de 1982. p. 27. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  18. a b c d e f «Gal Costa: festa na capital». O Pioneiro. Rio Grande do Sul. 17 de abril de 1982. p. 18. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  19. Colombio, Lucio (5 de dezembro de 1981). «Explosão musical». Correio do Norte. Santa Catarina. p. 3. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  20. Calabró, Roberto (17 de dezembro de 1982). «Variedades: Roberto Calabró». Folha Regional de Caxias do Sul. Caxias do Sul. p. 16. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  21. Segundo, Jorge (15 de fevereiro de 1982). «Show de gente: os melhores de 81». O Cruzeiro. Rio de Janeiro. p. 44. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  22. «Os melhores de 1981». Diário da Manhã. Pernambuco. 5 de janeiro de 1982. p. C. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  23. a b c Calabró, Roberto Renato (3 de setembro de 1982). «Música: Para saber». Folha Popular. Rio Grande do Sul. p. 13. Consultado em 11 de novembro de 2022 
  24. a b (1986) Créditos do álbum Fantasia por Gal Costa [LP]. Brasil: Philips Records (6328 365).
  25. Vicente, Eduardo. «Listagens Nopem 1965-1999». Academia.edu. Consultado em 13 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 13 de novembro de 2022