Frederico Bruestlein

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Frédéric Brüstlein
Frederico Bruestlein
Frederico Bruestlein
Frédéric Brüstlein
Superintendente de Joinville
Período 16 de abril de 1895
a 6 de janeiro de 1899
Antecessor(a) João Paulo Schmalz
Sucessor(a) Gustavo Adolfo Richlin
Presidente da Câmara Municipal de Joinville
Período 7 de janeiro de 1887
a 15 de janeiro de 1890
Antecessor(a) João Paulo Schmalz
Sucessor(a) Ernesto Canac
Deputado provincial de Santa Catarina
Período 1888 a 1889 (27.ª legislatura)
1884 a 1885 (25.ª legislatura)
Diretor da Colônia Dona Francisca
Período 6 de junho de 1875
Antecessor(a) Johann Otto Louis Niemeyer
Dados pessoais
Nascimento 25 de maio de 1835
Mulhouse, Alsácia, França
Morte 22 de fevereiro de 1911 (75 anos)
Joinville, Santa Catarina, Brasil
Nacionalidade brasileiro
francês
Progenitores Mãe: Catarina Brüstlein
Pai: Peter Brüstlein
Alma mater École Nationale des Ponts et Chaussées
Partido Conservador
Religião católico
Profissão empresário
engenheiro
político

Frédéric Brüstlein, também conhecido como Frederico Bruestlein (Mulhouse, 25 de maio de 1835Joinville, 22 de fevereiro de 1911), foi um empresário, engenheiro e político franco-brasileiro. Foi administrador de bens e procurador do príncipe Francisco d'Orléans, deputado provincial de Santa Catarina, diretor da Colônia Dona Francisca, presidente da Câmara Municipal e posteriormente Superintendente de Joinville.[1]

Formação e vinda ao Brasil[editar | editar código-fonte]

Palácio dos Príncipes em Joinville.
Maison de Joinville, construida por Brüstlein em 1870.
Vapor Babitonga navegando no Rio Cachoeira.
Vapor Babitonga, a primeira embarcação a vapor da cidade, comprada na França e trazida ao Brasil por Brüstlein.

Brüstlein nasceu em Mulhouse, Alsácia, França em 25 de maio de 1835, filho de Catarina Brüstlein e Peter Brüstlein.[1]

Formou-se em engenheiro civil pela École Nationale des Ponts et Chaussées (ENPC) (Escola Nacional de Pontes e Estradas), em Paris, França.[2]

Brüstlein chegou ao Brasil em 23 de junho de 1863, foi nomeado administrador de bens e procurador de Francisco d'Orléans, príncipe de Joinville e de Henrique, duque de Aumale. O príncipe e o duque ambos tinham bens na região que atualmente é Joinville, Santa Catarina.[1]

Em 1870, construiu a Maison de Joinville (Casa de Joinville, em português), o Palácio dos Príncipes, que atualmente abriga o Museu Nacional de Imigração e Colonização em Joinville.[1]

Em 1878, Brüstlein comprou de um amigo na França uma embarcação movida a vapor, Vedette, que trouxe ao Brasil e renomeou para Vapor Babitonga. Foi a primeira embarcação movida a motor a chegar em águas joinvillenses. Dois anos após solicitar, Brüstlein conseguiu a concessão do governo da Província catarinense para efetuar viagens entre São Francisco do Sul, Joinville e Paraty (atual Araquari), iniciando atividades em 2 de junho de 1880.[1]

Em 1883, Brüstlein construiu um estaleiro em Joinville, onde foi fabricada uma segunda embarcação, chamada Vapor Dona Francisca, também usada para transporte de passageiros.[1]

Brüstlein naturalizou-se brasileiro em 1880.[1]

Brüstlein faleceu às 10h da manhã do dia 22 de fevereiro de 1911, no Palácio dos Príncipes, em Joinville, devido à complicações causadas pela doença que estava acometido, arteriosclerose. Descrito por um jornal da época como um "homem de caráter nobre", relata-se que em seu funeral compareceram um grande número de populares, além de autoridades de outras cidades, uma banda musical e o Corpo de Bombeiros, uniformizado. Brüstlein foi enterrado no cemitério católico da cidade.[2]

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Patrimônino Histórico e Artístico Nacional, a Alameda Brüstlein, nomeada em sua homenagem, foi seu projeto.

Brüstlein era filiado ao Partido Conservador[1] e era um abolicionista intransigente, tendo, antes mesmo da Lei Áurea, possibilitado a libertação de um escravo, emprestando-lhe o valor exigido por seu dono para a alforria. Ele contratou o escravo para trabalhar em sua residência, descontando mensalmente o valor da dívida do empréstimo.[3]

Em 6 de junho de 1875, foi empossado diretor da Colônia Dona Francisca (atual Joinville). Em sua administração, Brüstlein solicitou a Johann Niemeyer[4] que trouxesse do Jardim Botânico do Rio de Janeiro sementes de palmeiras imperiais e mandou plantá-las no jardim da Maison de Joinville, onde é atualmente a Alameda Brüstlein (também conhecida como Rua das Palmeiras), nomeada em sua homenagem e tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, pelo Decreto Municipal número 12.276, de 2005.[5][1]

Durante essa administração, em 1878, Brüstlein precisou lidar com a "Marcha Sobre Joinville", quando colonos de São Bento do Sul tiveram más colheitas ou tiveram suspensos seus pagamentos como trabalhadores na construção da Estrada Dona Francisca. Revoltados 300 colonos se armaram para descer e invadir Joinville. Avisados de antemão, o delegado de polícia Frederico Jordan, Etienne Douat e Frederico Brüstlein, reuniram joinvilenses capazes de defender a cidade e esperaram os revoltosos à cerca de um quilômetro da cidade. Ali, os líderes joinvilenses chamaram os colonos de São Bento à razão. Admoestados, estando diante de uma guarda de defesa e cansados da longa marcha, estes depuseram as armas.[6]

Brüstlein foi duas vezes deputado provincial de Santa Catarina: na 25.ª Legislatura, entre 1884 e 1885 e na 27.ª legislatura, entre 1888 e 1889.[1]

De 7 de janeiro de 1887 a 15 de janeiro de 1890, Brüstlein presidiu a Câmara Municipal de Joinville. Durante a sua gestão fez várias obras na cidade, como a parcial canalização do Rio Cachoeira, que possibilitou a construção do cais no lado direito do rio e obras de encanamento.[3] Posteriormente, entre 16 de abril de 1895 e 6 de janeiro de 1899, foi superintendente (equivalente ao cargo de prefeito atualmente) da cidade.[1]

Referências na cultura popular[editar | editar código-fonte]

Em 2020, Brüstlein foi interpretado pelo ator Clemente Viscaíno no filme biográfico intitulado Uma Carta para Ferdinand. O filme mostra Brüstlein retornando a Joinville nos dias atuais, a pedido do príncipe Ferdinand (Francisco d'Orléans, príncipe de Joinville) para relatar as condições atuais da cidade e sua população. O filme foi distribuído pelo serviço de vídeo sob demanda Prime Video.[7]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k «Frederico Bruestlein». Memória Política de Santa Catarina. ALESC. 11 de outubro de 2017. Consultado em 31 de janeiro de 2021 
  2. a b «Fallecimento» (PDF). Commercio de Joinville (304): 2. 4 páginas. 25 de fevereiro de 1911. Consultado em 15 de fevereiro de 2021 – via Hemeroteca Digital Catarinense 
  3. a b c Herkenhoff, Elly (Agosto de 1981). «Frédéric Brustlein» (PDF). Blumenau em Cadernos (8): 28–30. 36 páginas. Consultado em 31 de janeiro de 2021 – via Hemeroteca Digital Catarinense 
  4. «Alameda Brüstlein: Joinville, SC». IBGE. Consultado em 31 de janeiro de 2021 
  5. «Joinville: cidade em dados» (PDF). Prefeitura de Joinville. 2020. p. 63. 64 páginas. Consultado em 31 de janeiro de 2021 
  6. Pinheiro, Patrik Roger. «Frederico Brüstlein». Projeto Memória CVJ. Consultado em 15 de junho de 2023 
  7. Junior, Gerson (24 de setembro de 2020). «Filme rodado em Joinville "Uma Carta Para Ferdinand" estreia na Amazon Prime Video». NSC Total. NSC Comunicação. Consultado em 31 de janeiro de 2021. (pede registo (ajuda)) 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

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1887–1890
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1895–1899
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