Hepatite E

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Hepatite E
Hepatite E
Vírus da hepatite E (HEV)
Especialidade infecciologia, ginecologia e obstetrícia
Classificação e recursos externos
CID-10 B17.2
CID-9 070.4
CID-11 785771645
DiseasesDB 5794
eMedicine med/995
MeSH D016751
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A hepatite E é uma doença infecciosa hepática causada por um RNA-vírus, o vírus E (HEV), da família caliciviridae, de tamanho aproximado de 32 nm a 34 nm.[1] A janela imunológica (do contato com o vírus até o início dos sintomas) é de 15 a 60 dias.[1] Considera-se como uma hepatite benigna e auto-limitada, exceto em casos de gravidez.

Sinais e sintomas[editar | editar código-fonte]

O quadro clínico da hepatite E é semelhante a hepatite A, incluindo sintomas como: indisposição, dores no abdome, anorexia artralgia e febre.[2] Em 2010 foi registrado o primeiro caso de hepatite E aguda no Brasil, detectado pelo Laboratório de Hepatites Virais do Instituto Oswaldo Cruz e catalogado no Journal of Clinical Virology sob o nome First report of a human autochtonous hepatitis E virus infection.[3]

Apenas cronifica em pacientes imunodeprimidos, como após transplantes de órgãos ou pacientes com doenças autoimunes.

Diagnóstico[editar | editar código-fonte]

O diagnóstico é obtido por análise sanguínea de anti-HEV IgM/IgG por Elisa ou pesquisa de partículas virais nas fezes.

Transmissão[editar | editar código-fonte]

O HEV é endêmico das áreas marrons e ocasional nas áreas laranja.

A transmissão é fecal-oral, geralmente associada com consumo de água infectada ou contato com animais contaminados (como porcos), de características epidêmicas (com casos relatados na Índia, Egito, Costa Rica, Rússia, México) associada a más condições sanitárias. Ocorre principalmente através da água contaminada, mas existe uma mínima possibilidade de transmissão de pessoa para pessoa.[4] A infecção devido a alimentos contaminados é pouco frequente.[4]

Epidemiologia[editar | editar código-fonte]

Em 2010 infectou cerca de 3 milhões de pessoas e resultou em aproximadamente 57 mil mortes. Os locais mais afetados são África e Sudeste asiático.[5] Em 2008 confirmaram que alguns brasileiros já haviam entrado em contato com o vírus sem sair do país, mas apenas em 2010 foi confirmado um caso agudo no Brasil.[6]

Tratamento[editar | editar código-fonte]

Em pessoas saudáveis o próprio organismo combate o vírus, sendo necessário apenas repouso e beber muitos líquidos. Pode-se fazer tratamento dos sintomas. É importante prevenir o contágio e re-contágio com o tratamento adequado de água e esgoto. A hepatite E também infecta porcos, ratos, coelhos e pássaros.[7]

Em casos agudos severos pode-se utilizar ribavirina, porém esse medicamento causa problemas na gravidez. Outras opções incluem o uso de interferon alfa e terapias antirretrovirais. Pacientes utilizando imunossupressores devem interromper seu uso para permitir que o organismo combata o vírus.[8]

Prognóstico[editar | editar código-fonte]

Geralmente é benigno. Mas apresenta pior prognóstico em gestantes, especialmente no terceiro trimestre de gestação, causando uma insuficiência hepática fulminante com mortalidade de aproximadamente 20%.[9]

Prevenção[editar | editar código-fonte]

Saneamento[editar | editar código-fonte]

Melhoria do saneamento é a medida mais importante na prevenção da hepatite E; isto consiste em um tratamento adequado e eliminação de dejetos humanos, mais elevados padrões para abastecimento público de água, melhoria dos procedimentos de higiene pessoal, sanitário e preparação de alimentos.

Vacinas[editar | editar código-fonte]

Uma vacina baseada em proteínas virais recombinantes foi desenvolvido na década de 1990 e testado em uma população de alto risco (os militares do Nepal) em 2001.[10] A vacina parece ser eficaz e segura, mas o desenvolvimento foi interrompido por razões econômicas uma vez que a hepatite E é rara em países desenvolvidos.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de aconselhamento em hepatites virais / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2005. 52p. –(Série A. Normas e Manuais Técnicos) ISBN 85-334-1201-0
  2. CVE. «Hepatite E». Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  3. Estadão. «Pesquisa da Fiocruz descobre caso de hepatite E aguda no Brasil». Consultado em 7 de agosto de 2010 
  4. a b CIVES. «Hepatite E». Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  5. Lozano, R (2012 Dec 15). "Global and regional mortality from 235 causes of death for 20 age groups in 1990 and 2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010.". Lancet 380 (9859): 2095–128. PMID 23245604.
  6. http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=hepatite-e-no-brasil&id=5500
  7. Purdy MA, Khudyakov YE (2010). "Evolutionary history and population dynamics of hepatitis E virus". PLoS ONE 5 (12): e14376. Shrestha MP, Scott RM, Joshi DM, et al. (2007).
  8. http://emedicine.medscape.com/article/178140-treatment
  9. WHO. "Global Alert and Response (GAR); Hepatitis E". Retrieved 26 January 2012.
  10. Shrestha MP, Scott RM, Joshi DM; et al. (2007). «Safety and efficacy of a recombinant hepatitis E vaccine». N. Engl. J. Med. 356 (9): 895–903. PMID 17329696. doi:10.1056/NEJMoa061847 


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