Larache
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Município | ||||
Soco na almedina de Larache | ||||
Símbolos | ||||
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Gentílico | Larachense | |||
Localização | ||||
Localização de Larache em Marrocos | ||||
Coordenadas | 35° 11′ N, 6° 09′ O | |||
País | Marrocos | |||
Região (1997-2015) | Tânger-Tetuão | |||
Província | Larache | |||
Administração | ||||
Prefeito | Mohamed Aït Si Mbarek (2009, PJD) | |||
Características geográficas | ||||
População total (2004) [1][2] | 106 985 hab. | |||
• Estimativa (2012) | 121 257 | |||
Código postal | 92000 |
Larache[3] ou Laraxe[4] (em árabe: العرائش; romaniz.: Al-‘Araish) é uma cidade da costa atlântica noroeste de Marrocos, situada na margem esquerda do estuário do rio Luco. É a capital da província homónima, que faz parte da região de Tânger-Tetuão. Em 2004 tinha 106 985 habitantes[1] e estimava-se que em 2012 tivesse 121 257 habitantes.[2]
Larache é a sucessora da cidade da Antiguidade de Lixo (em latim: Lixus), cujas ruínas se encontram na margem esquerda do Luco a pouca distância da núcleo urbano. Lixo foi fundada pelos fenícios no século VIII a.C., posteriormente foi uma colónia cartaginesa e mais tarde uma colónia romana, integrada na província romana da Mauritânia Tingitana.
História
[editar | editar código-fonte]Segundo a lenda, o mítico Jardim das Hespérides, onde se encontravam as maçãs de ouro guardadas pelo dragão Ládon situava-se onde é hoje Larache.[carece de fontes]
A cidade atual, considerada um prolongamento geográfico e histórico da antiga Lixo, situada a três quilómetros, teria sido fundada a seguir à conquista muçulmana por um grupo de soldados da Arábia, que instalaram o seu acampamento perto de Lixo. Segundo outra versão, Larache foi fundada pelos Idríssidas, durante o reinado de Maomé I, que entregou o governo da cidade ao seu irmão Iáia ibne Idris, quando combatentes árabes instalados em Lixo estenderam os seus acampamentos para a outra margem do Luco.[carece de fontes]
Em 1471, os portugueses estabelecidos em Arzila e Tânger subiram o estuário do Luco até um local de portagem próximo da cidade, onde começaram a construir uma fortaleza que segundo alguns não teriam terminado porque foram expulsos por combatentes tribais e pelo exército de Mulei Nácer, da Dinastia Oatácida, que mandou construir muralhas e um forte chamado Al Fath, Leqbibat, ou castelo de Santo António, com o objetivo de proteger a cidade desde o mar e evitar mais incursões pelo rio.[carece de fontes]
Outras versões relatam que em 1491 os portugueses expulsaram todos os habitantes de Larache, que só voltaria a ser povoada em 1578, quando o sultão saadiano Maomé Axeique constrói uma fortaleza na entrada do porto.[carece de fontes]
Centro histórico (almedina)
[editar | editar código-fonte]A principal artéria do que era a cidade espanhola é a rua Maomé V, originalmente chamada Rainha Vitória, dá acesso à Praça da Libertação, antes Praça de Espanha, o centro nevrálgico da cidade, onde se unem a antiga almedina e o ensanche (zona moderna). A Praça de Espanha foi construída com a intenção de criar uma ligação entre a cidade velha e a cidade nova; é de forma elíptica, para se moldar às muralhas da almedina e está rodeada de belos edifícios de estilo tradicional. A cidade antiga é de forma triangular e estende-se entre o castelos de El-Kebibat e da Cegonha (La Cigüeña) e o porto. Antigamente era completamente muralhada, atualmente está sobrepovoada e mal conservada.
Entrando na Praça da Libertação cruza-se a porta de Bab Marra, ou da Medina, reformada durante o protetorado e acede-se a uma bela praça com portas, o soco Chico (ou Souk Sgher; século XVIII), o centro do soco (zona comercial) e antiga praça de armas, cujas arcadas foram restauradas pelos espanhóis. A praça é dominada pela Mesquita Maior, erigida no século XVIII. À esquerda do soco Xico encontra-se o madraçal (século XVIII), instalado num antigo funduque (caravançarai, estalagem) com um amplo pátio central. Junto ao madraçal encontra-se a porta do bairro de Kebibat, que é atravessado pela antiga Rua do Hospital, a qual termina no castelo de Kebibat, também chamada de Santo António, construído pelos Saadianos no século XVI como fortaleza para a defesa da cidade. Em 1911 foi convertido em hospital pelos espanhóis.
Continuando para norte desde o soco Chico, encontra-se a Porta do Mar, à beira do rio, antigo "varadero" (local onde se guardam ou reparam barcos), hoje urbanizado com a construção duma nova avenida e terrenos portuários. Em direção a leste, perto da antiga muralha, encontra-se a mesquita Nassaria (século XVIII), a mellah (antigo bairro judeu), com as suas casas com amplas varandas, a antiga igreja de São José (1909), de estilo neogótico, com uma bela torre atualmente em ruínas, e sai-se da almedina pela porta do molhe (século XVIII), onde se situam os antigos estaleiros estaleiros navais do século XVIII, ainda em uso. Na mesma área situa-se o antigo hospital do Crescente Vermelho, que tem uma pequena igreja.
À direita do soco encontra-se a porta da Alcáçova (Alcazaba), construída no século XV , na qual existe uma fonte e foi uma das principais portas da cidade nos séculos XV e XVI. A porta dá acesso à Rua da Alcáçova, que se dirige para leste, passando por uma pequena praça e pela mesquita Anuar, com o seu minarete octogonal. É provável que esta mesquita tenha sido construída sobre o antigo convento e cemitério cristão de São Francisco.
Perto dali, na Praça do Makhzen, as vistas sobre o porto e a colina de Lixo são esplêndidas. Ali se situam vários edifícios, como a alcáçova primitiva, onde funcionou o Comando Geral espanhol, com uma torre de relógio em estilo neo-árabe, reformada por García de la Herrán, uma obra única no seu estilo no protetorado. Atualmente é um conservatório de música, com o interior decorado, onde se destaca o pátio e a escadaria. Junto do conservatório, encontra-se o Castelo da Cegonha (ou Lalalique), ou de Nossa Senhora da Europa, construído no século XVI pelos Saadianos. De forma triangular e com altas muralhas, faz lembrar as muralhas de Ceuta. Está rodeado pelo "Jardim das Hespérides". Em frente, à borda da encosta virada para o porto, situa-se a pequena Torre Judia (século XV , antiga torre defensiva, que ostenta o escudo dos Áustria. Atualmente a torre alberga um pequeno museu arqueológico. A seus pés fica o Jardim da Torre, que se estende junto às muralhas vizinhas.
Praia
[editar | editar código-fonte]A praia de Larache situa-se na margem do rio Luco oposta à da cidade. Para lá se chegar pode atravessar-se o rio de barco ou ir de automóvel, percorrendo 10 quilómetros.
Geografia e clima
[editar | editar código-fonte]Larache encontra-se na planície costeira da região histórica de Jebala (ou Yebala), que corresponde atualmente à região administrativa de Tânger-Tetuão. É banhada pelo Oceano Atlântico e pela foz do rio Luco. Situa-se 85 quilómetros a sul de Tânger e 100 quilómetros a sudoeste de Tetuão.
O terreno eleva-se progressivamente deste a orla marítima até chegar às serras interiores de Beni Gorfet, os contrafortes ocidentais da cadeia do Rife, da qual se encontram separadas pelo vale do Makhasen, o principal afluente do Luco, cujo curso alto forma o vale de Beni Aros.
O clima de Larache é do tipo mediterrânico. As temperaturas são altas no verão (máximas entre 27°C e 35°C) e temperadas no inverno (mínimas entre 6°C e 10°C). Recebe anualmente uma média de 700 a 800 de chuva.
Dados climatológicos para Larache | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 23 | 26 | 32 | 36 | 40 | 38 | 42 | 42 | 44 | 36 | 32 | 30 | 44 |
Temperatura máxima média (°C) | 15 | 16 | 17 | 18 | 20 | 22 | 26 | 25 | 25 | 21 | 18 | 16 | 20 |
Temperatura mínima média (°C) | 9 | 11 | 11 | 12 | 15 | 17 | 20 | 20 | 19 | 16 | 13 | 11 | 15 |
Temperatura mínima recorde (°C) | - | - | 2 | 5 | 7 | 8 | 12 | 13 | 11 | 1 | - | −1 | −1 |
Dias com chuva | 8 | 8 | 7 | 8 | 5 | 3 | 1 | 1 | 2 | 6 | 9 | 11 | 69 |
Fonte: Weatherbase [5] |
Notas e referências
[editar | editar código-fonte]- Texto inicialmente baseado na tradução do artigo «Larache» na Wikipédia em castelhano (acessado nesta versão).
- ↑ a b «Recensement général de la population et de l'habitat 2004». www.hcp.ma (em francês). Royaume du Maroc - Haut-Comissariat au Plan. Consultado em 10 de fevereiro de 2012
- ↑ a b «Maroc: Les villes les plus grandes avec des statistiques de la population». gazetteer.de (em francês). World Gazeteer. Consultado em 10 de fevereiro de 2012
- ↑ Gonçalves, Rebelo (1947). Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa. Coimbra: Atlântida - Livraria Editora. p. 20
- ↑ Correia, Paulo (Direção-Geral da Tradução – Comissão Europeia) (Primavera de 2015). «EIIL/Daexe — geografias e transliterações» (PDF). «a folha» – Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias (n.º 50). ISSN 1830-7809. Consultado em 21 de junho de 2016
- ↑ «Dados meteorológicos de Larache». www.Weatherbase.com (em inglês). Canty and Associates LLC. Consultado em 14 de março de 2012
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Le Guide Vert - Maroc (em francês). Paris: Michelin. 2003. p. 276-277. 460 páginas. ISBN 978-2-06-100708-2
- Ellingham, Mark; McVeigh, Shaun; Jacobs, Daniel; Brown, Hamish (2004). The Rough Guide to Morocco (em inglês) 7ª ed. Nova Iorque, Londres, Deli: Rough Guide, Penguin Books. p. 129-134. 824 páginas. ISBN 9-781843-533139
- López Enamorado, María Dolores (2004). Larache a través de los textos: un viaje por la literatura y la historia (em espanhol). [S.l.]: Junta de Analucia, Consejería de Obras Públicas y Transportes. 186 páginas. ISBN 9788480953726
- Barce Gallardo, Sergio. «Un paseo por la medina de Larache». www.libreria-mundoarabe.com (em espanhol). Libreria Mundo Arabe. Consultado em 14 de março de 2012. Arquivado do original em 4 de julho de 2008
- Kjeilen, Tore. «Larache - Spanish on the rocks». lexicorient.com (em inglês). Consultado em 14 de março de 2012
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Praia de Larache, Marrocos». maroc.costasur.com. Consultado em 14 de março de 2012
- «Larache Travel Guid». www.World66.com (em inglês). Consultado em 14 de março de 2012