Oiti
Oiti | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Moquilea tomentosa (Benth.) Fritsch | |||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||
Licania tomentosa Benth. Pleragina odorata Arruda da Gama ex Koster |
O Oiti (nome científico: Moquilea tomentosa (Benth.),[1] também chamado goiti, oiti-da-praia, guaili, oiti cagão, oiti mirim, oitizeiro,[2] [3] tendo como sinônimo Licania tomentosa, é uma árvore perenifólia brasileira arbórea da família Chrysobalanaceae proveniente da Mata Atlântica que ocorre nos estados do Amazonas, Pará, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio de Janeiro.[4] O oiti pode atingir entre oito e quinze metros de altura, oferecendo áreas de sombra avantajadas e consequentemente criando um conforto bioclimático.[5] O oiti também é conhecido por nomes populares, como por exemplo: goiti-iba, manga-da-praia, milho-cozido, oiti-cagão, oiticica, oitizeiro, entre outros.[6] Também apresenta algumas sinonímias fitológicas: Licania tomentosa var.angustifolia (Benth.) Cowan; Moquilea tomentosa Benth.; M. tomentosa var. angustifolia Hook.f.; M.tomentosa var. latifolia Hook.f. e Pleragina odorata Arruda. [6]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]"Oiti" e "goiti" vêm do tupi uï'tï .[7]
Características
[editar | editar código-fonte]Espécie originária da Mata Atlântica,[2] popular nas áreas urbanas, é muito utilizada na arborização de várias cidades brasileiras do Nordeste e outras diversas regiões do país. Seu mastro tem madeira resistente, de enorme permanência, aconselhável para a construção civil, estacas, postes, dormentes, construções de paquetes e vários outros usos.[4]
O seu fruto é uma drupa elipsoide ou fusiforme, de casca enrugada marrom escuro quando madura, com cerca de doze a dezesseis centímetros de comprimento e com caroço volumoso e oblongo. A polpa é doce, pastosa, "areiada" feito uma pinha, enjoativa. Apresenta coloração amarela atraente, e a polpa tem uma cor de ocre puxando para o amarelo fosco. A fachada do tronco tem pigmentação acinzentada e o caule (distância do solo às primeiras ramificações do tronco) é moderadamente curto em relação ao tamanho da copa. As infrutescências são distintas e ocorrem em tons de creme, parcialmente ocres.[8]
Nos ciclos chuvosos e de temperatura estável, pintas foliares arredondados como meio claro, despreza seu valor paisagístico.[4] A mesma se dissemina através de sementes e possui grande eficácia de resistência a locais com excesso de monóxido de carbono expelido pelos veículos.[9]
É uma planta acumuladora de silício (50% do tronco é composto por SiO2) e suas cinzas são utilizadas pelos indígenas brasileiros para a confecção de utensílios de argila visando prevenir rachaduras nas peças [10].
Ocorrência
[editar | editar código-fonte]Ocorre naturalmente desde Pernambuco até o Norte do Espírito Santo e Vale do Rio Doce do estado de Minas Gerais, estando associada à floresta pluvial atlântica.[11] Ocorre similarmente em distintas estruturas florestais, harmonizando-se perfeitamente bem, nas áreas de clima mais elevado, assim como nas regiões Norte e Nordeste do Brasil .[4]
Em condições ambientais favoráveis, o oiti floresce de junho a agosto. Seus frutos amadurecem entre janeiro e março. No Nordeste encontramos frutos maduros de Janeiro a agosto.[3]
Usos
[editar | editar código-fonte]É muito usada na arborização urbana por sua copa frondosa, que dá ótima sombra, o que impacta positivamente sobre o meio urbano no período de verão. Também é capaz de ser admitida em reflorestamentos, regeneração de áreas deterioradas ou como bioindicadora. Esta particularidade proposta à algumas alterações foliares, podem viabilizar informações sobre a qualidade do ar em espaços urbanos. O oiti é eficiente também no biomonitoramento passivo.[12]As folhas são muito apreciadas pela fauna em geral. A sua madeira é de excelente propriedade para inúmeras práticas, como produção de postes, moirões, travessas e construções civis. Seus frutos são comestíveis, com amêndoas ricas em graxa. Algumas narrativas informam que o fruto lembra o paladar da manga.[6] A sua polpa seca pode ser manipulada como incremento de numerosos inténs alimentícios. [3]
Referências
- ↑ «PDF file from Editorial Manager». Consultado em 10 de julho de 2018
- ↑ a b FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 218
- ↑ a b c «Oiti, Árvore, Madeira, Origem, Usos Oiti». www.portalsaofrancisco.com.br. Consultado em 12 de julho de 2018
- ↑ a b c d Almeida, Santana, Brioso, Caroline, João, Paulo (2016). «DETECÇÃO E IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR DO AGENTE DA ANTRACNOSE DO OITI» (PDF). UFRRJ. Consultado em 10 de julho de 2018
- ↑ Melo de Souza, Felipe; Tolrino de Resende Veras, Antônio (10 de novembro de 2013). «CARACTERÍSTICAS E ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DO MUNICÍPIO DE ALTO ALEGRE/RR». Revista Nacional de Gerenciamento de Cidades. 1 (2). ISSN 2318-8472. doi:10.17271/23188472122013448
- ↑ a b c «Oiti {Licania tomentosa (Benth.) Fritsch}». www.aplantadavez.com.br. Consultado em 12 de julho de 2018
- ↑ «Goiti - Dicionário Ilustrado Tupi Guarani». Dicionário Ilustrado Tupi Guarani
- ↑ «Oiti - Licania tomentosa - 1,2 metros». Instituto Brasileiro de Florestas. 23 de janeiro de 2015
- ↑ «Oiti - Licania tomentosa - Jardineiro.net». Jardineiro.net
- ↑ Lovering, T. S. (1 de junho de 1959). «Significance Of Accumulator Plants In Rock Weathering». GSA Bulletin (em inglês). 70 (6): 781–800. ISSN 0016-7606. doi:10.1130/0016-7606(1959)70[781:SOAPIR]2.0.CO;2
- ↑ Ferreira, Francisco A.; Gasparotto, Luadir; Lima, Maria I. P. M. (2001). «Rust in Licania tomentosa caused by Phakopsora tomentosae in the State of Manaus, Brazil». Fitopatologia Brasileira. 26 (2): 206–208. ISSN 0100-4158. doi:10.1590/S0100-41582001000200016
- ↑ Moraes, Verônica Aparecida Ferreira de (2 de junho de 2016). «BIOINDICADORES DE POLUIÇÃO NAS CIDADES DE ITAGUAÇU-GO E PARANAIGUARA-GO». Anais do XVIII Simpósio de Biologia. 1 (1)
Fontes
[editar | editar código-fonte]- Lorenzi, Harri: Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, vol. 1. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, 2002, 4a. edição. ISBN 85-86174-16-X