Lila Ripoll

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Lila Ripoll
Nome completo Lila Ripoll
Nascimento 12 de agosto de 1905
Quaraí, RS
Morte 7 de fevereiro de 1967 (61 anos)
Porto Alegre, RS
Nacionalidade Brasil Brasileira
Principais trabalhos Céu Vazio (1941), Novos Poemas (1951), Primeiro de Maio (1954), O Coração Descoberto (1961), Águas Móveis (1965).
Prémios Prêmio Pablo Neruda da Paz (1951)
Género literário Poesia
Movimento literário Modernismo (2.ª geração)

Lila Ripoll (Quaraí, 12 de agosto de 1905Porto Alegre, 7 de fevereiro de 1967) foi uma poetisa, pianista e militante comunista brasileira.

Biografia[editar | editar código-fonte]

De origem catalã,[1][2][3] em 1927, aos vinte e dois anos, Lila Ripoll deixou sua cidade natal e se mudou para Porto Alegre para estudar piano no Conservatório de Música, do então Instituto Livre de Belas Artes, atualmente Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).[4] Como estudante, ela publicou poemas na Revista Universitária.

Em 1930, ela se tornou professora de Canto Orfeônico no Grupo Escolar Venezuela, hoje Escola Estadual Venezuela, no bairro Medianeira. Foi nesse período que se aproximou de escritores e intelectuais gaúchos como Reinaldo Moura, Manuelito de Ornelas, Dyonélio Machado, Carlos Reverbel e Cyro Martins, os quais compõem a chamada Geração de 30.[5]

Em 1934, com o assassinato de seu primo Waldemar Ripoll, jornalista e membro do Partido Libertador, por ordem de pessoas ligadas a Flores da Cunha, Lila Ripoll decidiu se engajar na luta política e na causa comunista. Ela participou da Frente Intelectual do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Sindicato dos Metalúrgicos, de cujo departamento cultural foi diretora.[6]

Em 1938, Ripoll publicou seu livro de estreia, De Mãos Postas, o qual foi bem recebido pela crítica. Três anos depois, veio Céu Vazio, vencedor do Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras. Em 1944, Lila desposou Alfredo Luís Guedes, também militante político. Com a legalização do Partido Comunista, no ano seguinte, passou a lutar mais ativamente pelas reivindicações dos operários e, simultaneamente, publicou textos na revista A Província de São Pedro. Também se encontra colaboração da sua autoria na revista luso-brasileira Atlântico.[7]

Em 1949, Lila Ripoll ficou viúva e, mesmo deprimida, continuou a se engajar na militância política e em campanhas pacifistas. Foi candidata a deputada pelo Partido Comunista em 1950, mas não foi eleita. Em 1951, colaborou na revista Horizonte publicando poetas latino-americanos como Pablo Neruda e Gabriela Mistral. No mesmo ano, publicou Novos Poemas, que lhe outorgou o Prêmio Pablo Neruda da Paz, em Praga, na Tchecoslováquia. Em 1954, o longo poema Primeiro de Maio, que tem como tema o massacre ocorrido no Dia do Trabalhador na cidade de Rio Grande, foi publicado. Em 1958, sua única peça teatral, Um Colar de Vidro, foi apresentada no Theatro São Pedro.[8]

Em 1964, logo após o golpe militar, Lila Ripoll foi presa, mas rapidamente libertada em função de sua saúde — sofria de um estado avançado de câncer. Sua última obra poética foi Águas Móveis (1965). Faleceu em Porto Alegre, aos sessenta e um anos, e seu corpo foi enterrado por seus companheiros partidários no Cemitério da Santa Casa de Misericórdia.

Prêmio Lila Ripoll[editar | editar código-fonte]

Em homenagem à poetisa, criou-se em 2005 o Prêmio Lila Ripoll de Poesia, promovido pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O prêmio é aberto a todas as pessoas que desejarem se expressar sobre temas vinculados às causas sociais e ao gênero.[9]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Poesia[editar | editar código-fonte]

  • e Mãos Postas (1938);
  • Céu Vazio (1941);
  • Por quê? (1947);
  • Novos Poemas (1951);
  • Primeiro de Maio (1954);
  • Poemas e Canções (1957);
  • O Coração Descoberto (1961);
  • Águas Móveis (1965);

Teatro[editar | editar código-fonte]

  • Um Colar de Vidro (1958);

Traduções[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Regina Silva da Silva, Tânia (2017). TUDO A LER / SEXTA-FEIRA DO PROFESSOR. Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro. p. 35. 167 páginas. ISBN 9788570633880 
  2. Crespo, Martí (30 de setembro de 2022). «De Lula da Silva a Lila Ripoll». VilaWeb. Consultado em 3 de outubro de 2023 
  3. Chaves, Ricardo (11 de agosto de 2019). «A história de Lila Ripoll, escritora gaúcha vencedora do Prêmio Neruda da Paz». GZH Almanaque. Consultado em 3 de outubro de 2023 
  4. «Lila Ripoll». Neide Archanjo. Universidade Federal de Santa Catarina. Consultado em 3 de agosto de 2020. Arquivado do original em 19 de julho de 2012 
  5. Gloria, Rafael (3 de fevereiro de 2021). «Lila Ripoll, uma poeta comunista invisibilizada». Nonada. Consultado em 3 de fevereiro de 2021 
  6. «Lila Ripoll». www.astormentas.com. Consultado em 3 de agosto de 2020. Arquivado do original em 21 de julho de 2012 
  7. Helena Roldão (12 de Outubro de 2012). «Ficha histórica:Atlântico: revista luso-brasileira (1942-1950)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 25 de Novembro de 2019 
  8. «Delfos - Espaço de Documentação e Memória Cultural». www.pucrs.br. Consultado em 3 de agosto de 2020 
  9. «ALRS - Prêmio de Poesia Lila Ripoll». www2.al.rs.gov.br. Consultado em 3 de agosto de 2020