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Literatura barroca no Brasil: diferenças entre revisões

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Deixou ainda uma grande quantidade de [[carta]]s, que são documentos importantes para o estudo da época em que viveu, e as obras ''[[História do futuro]]'' e ''[[Esperanças de Portugal]]'', de cunho sebastianista, publicadas postumamente.
Deixou ainda uma grande quantidade de [[carta]]s, que são documentos importantes para o estudo da época em que viveu, e as obras ''[[História do futuro]]'' e ''[[Esperanças de Portugal]]'', de cunho sebastianista, publicadas postumamente.

Padre Antônio Vieira foi um grande critico de padres contemporâneos, devido ao modo em que eles pregavam os Sermões.


===Outros autores===
===Outros autores===

Revisão das 20h36min de 23 de maio de 2013

A literatura barroca no Brasil foi introduzida pelos portugueses, quando não havia uma produção cultural significante no país. Por isso, refletindo a literatura portuguesa, a produção literária nesse período não é reconhecida como genuinamente nacional, mas um estilo absorvido e resultante do período colonial.[1]

Sua linguagem é rebuscada e ambígua. Caracteriza-se por utilizar largamente figuras de linguagem: metáfora; antítese; o paradoxo; e a sinestesia.

Antecedentes

Nos séculos XVII e XVIII, ainda não havia no Brasil condições para o desenvolvimento de uma atividade literária propriamente dita. O imenso território era, na maior parte, despovoado. A vida social brasileira girava em torno de alguns pequenos núcleos urbanos e a vida cultural praticamente não existia. As pessoas letradas que viviam nas mesmas cidades reuniam-se para conversar e mostrar, uns aos outros, os textos que eventualmente tivessem escrito (poesias, artigos, ensaios etc.). Só no século XIX começou a formar-se um público leitor que possibilitou a continuidade da produção literária.

Surgimento

Em vista dessa precariedade cultural da sociedade brasileira, seria exagero falar em movimento barroco no Brasil. O que temos, na verdade, são alguns escritores que, bebendo em fontes estrangeiras (geralmente autores portugueses e espanhóis), produzem aqui textos com características barrocas. Desses escritores merecem destaque Gregório de Matos, por suas poesias, e o padre Antônio Vieira, por seus sermões. Além deles, temos Bento Teixeira (1561-1600), autor do poema Prosopopéia(Prosopopéia é um poema épico escrito por Bento Teixeira em 1601 que narra aventuras de Jorge d’Albuquerque Coelho, então governador da Capitania de Pernambuco.) Apesar de poder ser considerado o marco inicial do barroco na literatura brasileira, seu valor artístico tem sido questionado por vários críticos modernos., de 1601, que costuma ser considerado o marco inicial do Barroco brasileiro, e Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711), autor do livro Música do Parnaso.

Principais autores

Gregório de Matos

Ver artigo principal: Gregório de Matos

Gregório de Matos (1636-1696) é o maior nome da poesia barroca brasileira. Não teve nenhum livro publicado em vida. Depois de sua morte, os manuscritos encontrados foram sendo publicados em diferentes coletâneas, sem nenhum rigor crítico. O que chamamos de obra poética de Gregório de Matos é, na verdade, fruto de pesquisas nessas coletâneas, o que ainda deixa dúvida sobre a autenticidade de muitos textos que lhe são atribuídos.

Suas poesias amorosas e religiosas, que revelam influência do barroco espanhol, despertaram inicialmente a atenção da crítica, mas hoje sua produção satírica, escrita em linguagem debochada e plena de termos de baixo calão, também vem sendo valorizada por representar um documento do ponto de vista sociológico e linguístico. Por suas críticas ferinas à sociedade baiana, Gregório de Matos recebeu o apelido de "Boca do Inferno".

"Esse povo maldito..."
[Fugindo da Bahia]
"(...)
Ausentei-me da Cidade
Porque esse Povo maldito
me pôs em guerra com todos
e aqui vivo em paz comigo.
Aqui os dias não me passam,
porque o tempo fugitivo,
por ver minha solidão,
pára em meio do caminho.
Graças a deus, que não vejo
neste tão doce retiro
hipócritas embusteiros[2]
velhacos entremetidos[3].
Não me entram nesta palhoça
visitadores prolixos[4],
políticos enfadonhos[5],
cerimoniosos vadios.
(...)"

Padre Antônio Vieira

Ver artigo principal: António Vieira

Antônio Vieira (1608-1697) escreveu muitos sermões, dentre os quais se destacam: Sermão da Sexagésima, em que discorre sobre a arte de pregar; Sermão de Santo António aos Peixes, em que trata da escravidão do indígena; Sermão do Mandato, em que fala do amor místico de Cristo; Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda, que proferiu por ocasião do cerco dos holandeses à cidade da Bahia.

Deixou ainda uma grande quantidade de cartas, que são documentos importantes para o estudo da época em que viveu, e as obras História do futuro e Esperanças de Portugal, de cunho sebastianista, publicadas postumamente.

Padre Antônio Vieira foi um grande critico de padres contemporâneos, devido ao modo em que eles pregavam os Sermões.

Outros autores

Notas

  1. História da Literatura Brasileira - Introdução, páginas 13-35. José Veríssimo. Editora Record. Rio de Janeiro (1998).
  2. Trapaceiros, malandros
  3. Intrometidos
  4. Que falam demais
  5. Maçantes, tediosos

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Referências

  • SARMENTO, Leila Lauar. Português e Literatura, Editora Moderna, São Paulo, 2004.
  • Mundo Educação 1 - Barroco no Brasil
  • Sua Pesquisa 1 - Literatura Brasileira

Ver também