Poesia do Brasil

A história da poesia do Brasil começa no século XVI, o primeiro século da colonização, com a chegada dos padres da Companhia de Jesus ou, mais exatamente com José de Anchieta, jovem jesuíta das Canárias, evangelizador e mestre, que, segundo a tradição, escreveu 4072 versos latinos à Virgem nas areias da praia de Iperoig, atual Ubatuba, em São Paulo, com seu bastão.
Ao longo dos séculos, a poesia brasileira passou por várias escolas, até chegar ao final do século XX, com o chamado de pós-modernismo[1].
Poesia existencial
[editar | editar código]Poesia cujos temas são grandes experiências da vida, como a angústia, a dúvida, a solidão, a velhice, a morte. Os poetas da segunda geração do modernismo brasileiro, a chamada "geração de 1930" (Drummond, Murilo Mendes, Vinícius de Moraes), oferecem em suas obras grandes exemplos dessa tendência. Drummond, sobretudo, tematiza, em poemas célebres, o impasse existencial (E agora José?), a velhice (Dentaduras duplas e Versos à boca da noite, por exemplo), a dúvida e o desengano filosófico (A máquina do mundo, etc.).
Poesia Histórica
[editar | editar código]É a poesia que retrata a construção de um povo, considerando aspectos históricos, inclusive, aqueles que, eventualmente, façam menção a aspectos míticos ou religiosos fundacionais, como está presente em "O Enigma da Rosa" de João Víctor de Mello, na poesia de Castro Alves relatado em "O Navio Negreiro" ou mesmo Cecília Meireles com a obra "Romanceiro da Inconfidência".
Poesia lírica
[editar | editar código]Centrada na primeira pessoa do discurso (o eu lírico, que não deve ser confundido com o poeta), sua expressão é marcada por subjetividade. Geralmente, mas não sempre, o conteúdo do poema lírico são emoções do sujeito (o eu lírico) expressas em forma musical (por isso o nome lírica, que, na Antiguidade, indicava o acompanhamento musical da lira).
O poema lírico tende a ser breve como a canção e obedece a um ritmo associativo (conexão emocional dos sentidos e das imagens).
Poesia social
[editar | editar código]Tematiza questões políticas e sociais. No Brasil, grandes exemplos são, no Romantismo, a poesia abolicionista de Castro Alves e, no Modernismo, os poemas de Carlos Drummond de Andrade, escritos na altura da Segunda Guerra Mundial e publicados em seu livro A rosa do povo (1945). Mais recentemente Reynaldo Jardim se destacou com poesias sociais antiditadura militar e em prol da sociedade e dos oprimidos.
Ver também
[editar | editar código]- Quinhentismo (1500-1600)
- Barroco (1601 – 1768)
- Arcadismo no Brasil (1769 – 1789)
- Romantismo no Brasil
- Modernismo no Brasil (1922 - 1945)
- Parnasianismo
- Simbolismo
- Modernismo no Brasil
- Poesia concreta
- Pós-Modernismo
- História cultural do Brasil
- Literatura de cordel
Referências
- ↑ Grandes livros da poesia brasileira ao longo da história: http://educarparacrescer.abril.com.br/poesia-brasileira/
Bibliografia
[editar | editar código]- Max de Carvalho (editor : Anne Lima); Magali Montagné de Carvalho; Françoise Beaucamp (2012). La poésie du Brésil. Anthologie bilingue du XVIe au XXe siècle. Col: Bibliothèque Lusitane (em português e francês). Traduzido por Max de Carvalho, Magali Montagné de Carvalho, Françoise Beaucamp, Isabel Meyrelles, Inês Oseki-Dépré, Ariane Witkowski, Michel Riaudel et Patrick Quillier. Paris: Chandeigne. 1512 páginas. ISBN 978-2-915540-91-8
Ligações externas
[editar | editar código]- «A Problemática do Pós-Modernismo na Literatura Brasileira». , por Italo Moriconi.
- «A Problemática do Pós-Modernismo na Literatura Brasileira». , por Italo Moriconi.
- «Lista com os grandes livros da poesia brasileira». , por Alfredo Bosi.