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O [[solo]] de manguezal caracteriza-se por ser úmido, [[sal]]gado, pouco [[oxigênio|oxigenado]] e muito rico em nutrientes. Por possuir grande quantidade de [[matéria orgânica]] em [[decomposição]], por vezes apresenta odor característico, mais acentuado se houver [[poluição]]. Essa matéria orgânica serve de alimento à base de uma extensa [[cadeia alimentar]], como por exemplo, [[crustáceo]]s e algumas espécies de [[peixe]]s. O solo do manguezal também serve como abrigo para diversas espécies, como [[caranguejo]]s. |
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===Vegetação=== |
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Revisão das 16h59min de 14 de novembro de 2008
O Manguezal, também chamado de mangal ou mangue, é um ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho, característico de regiões tropicais e subtropicais.
Associado às margens de baías, enseadas, barras, desembocaduras de rios, lagunas e reentrâncias costeiras, onde haja encontro de águas de rios com a do mar, ou diretamente expostos à linha da costa, está sujeito ao regime das marés, sendo dominado por espécies vegetais típicas, às quais se associam outros componentes vegetais e animais.
Ao contrário do que acontece nas praias arenosas e nas dunas, a cobertura vegetal do manguezal instala-se em substratos de vasa de formação recente, de pequena declividade, sob a ação diária das marés de água salgada ou, pelo menos, salobra.
Características
Pode cre
Vegetação
Em virtude do solo salino e da deficiência de oxigénio, nos manguezais predominam os vegetais halófilos, em formações de vegetação litorânea ou em formações lodosas. As suas longas raízes permitem a sustentação das árvores no solo lodoso.
Os manguezais são encontrados ao longo de todo o litoral brasileiro, onde as principais espécies vegetais encontradas são:
- Rhizophora mangle (mangue-vermelho) - próprio de solos lodosos, com raízes aéreas;
- Laguncularia racemosa (mangue-branco) - encontrado em terrenos mais altos, de solo mais firme, associado a formações arenosas;
- Avicennia schaueriana (mangue-preto, canoé)
- Conocarpus erectus (mangue-de-botão)
- Mangue-siriúba - típico de áreas inundadas.
A espécie Laguncularia racemosa merece destaque por ser a única espécie típica de mangue encontrada no Arquipélago de Fernando de Noronha, num único manguezal localizado na Baía do Sueste.
A fauna
A biodiversidade dos manguezais se traduz em significativa fonte de alimentos para as populações humanas. Nesses ecossistemas se alimentam e reproduzem mamíferos, aves, peixes, moluscos e crustáceos, entendidos os recursos pesqueiros como indispensáveis à subsistência tradicional das populações das zonas costeiras. Entre essas espécies, destacam-se:
Aves
- Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)
- Carcará (Caracara plancus)
- Colhereiro (Platalea ajaja)
- Garça
- Guará-vermelho
- Martim-pescador
- Socó-dorminhoco
- Gavião carijó
- Gavião-carrapateiro
Mamíferos
Répteis
Peixes
Invertebrados
- Aranha
- Berbigão
- Camarão
- Caranguejo aratu (Caranguejo marinheiro)
- Caranguejo guaiamum
- Caranguejo-uçá
- Chama-maré
- Craca
- Lagosta
- Mariposa
- Mexilhão
- Minhoca
- Mosca
- Mosquito
Importância dos manguezais
Os manguezais desempenham importante papel como exportador de matéria orgânica para os estuários, contribuindo para a produtividade primária na zona costeira. Por essa razão, constituem-se em ecossistemas complexos e dos mais férteis e diversificados do planeta. A sua biodiversidade faz com que essas áreas se constituam em grandes "berçários" naturais, tanto para as espécies típicas desses ambientes, como para animais, aves, peixes, moluscos e crustáceos, que aqui encontram as condições ideais para reprodução, eclosão, criadouro e abrigo, quer tenham valor ecológico ou econômico.
Com relação à pesca, os manguezais produzem mais de 95% do alimento que o homem captura no mar. Por essa razão, a sua manutenção é vital para a subsistência das comunidades pesqueiras que vivem em seu entorno.
Com relação à dinâmica dos solos, a vegetação dos manguezais serve para fixar os solos, impedindo a erosão e, ao mesmo tempo, estabilizando a linha de costa.
As raízes do mangue funcionam como filtros na retenção dos sedimentos. Constituem ainda importante banco genético para a recuperação de áreas degradadas, por exemplo, como aquelas por metais pesados.
Utilização sustentável dos manguezais
Muitas atividades podem ser desenvolvidas no manguezal sem lhe causar prejuízos ou danos, entre elas:
- Pesca esportiva, artesanal e de subsistência, desde que se evite a sobrepesca, a pesca de pós-larvas, juvenis e de fêmeas ovadas;
- Utilização da madeira das árvores, desde que se assegure a reflorestação;
- Cultivo de ostras e outros organismos aquáticos;
- Cultivo de plantas ornamentais (orquídeas e bromélias);
- Criação de abelhas para a produção de mel;
- Desenvolvimento de atividades turísticas, recreativas, educacionais e de pesquisa científica.
Os manguezais no Brasil
Localização
Estima-se que, em todo o planeta, existam cerca de 172.000 km² de manguezais. Desse total, cerca de 15%, ou seja, cerca de 26.000 km², distribuem-se pelo litoral do Brasil, desde o estado do Amapá até Laguna, em Santa Catarina.
Em Pernambuco existem cerca de 270 quilômetros quadrados de manguezais; na Paraíba, cerca de 160 quilômetros quadrados; o Maranhão detém 85% dos manguezais da região norte-nordeste, o que equivale a 500 mil hectares. A ilha de Fernando de Noronha é a possuidora da menor extensão de manguezal no país.
Exemplos de utilização sustentável
- O Manguezal do Itacorubi, na ilha de Santa Catarina, em Florianópolis, considerado um dos maiores mangues urbanos do mundo, possui passarelas e placas informativas para os seus visitantes. Atualmente essa não é a realidade do local, onde as passarelas encontram-se quebradas, com partes em madeira caídas dentro do próprio mangue e as placas informativas encontram-se pichadas e bastante deterioradas pela ação do tempo.
- Na Reserva Extrativista da Costeira do Pirajubaé, a caminho do Aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, é feita a coleta de berbigões pela população local.