Pajubá
Pajubá | ||
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Falado em: | Brasil | |
Total de falantes: | ||
Família: | Pajubá | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | --
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ISO 639-2: | ---
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Pajubá é um dialeto da linguagem popular constituída da inserção em língua portuguesa de numerosas palavras e expressões provenientes de línguas africanas ocidentais, muito usado pelo chamado povo do santo,[1] praticantes de religiões afro-brasileiras como candomblé, e também pela comunidade LGBT[2].
História[editar | editar código-fonte]
O socioleto é baseado em várias línguas africanas como o umbundo, quimbundo, quicongo, nagô, ebá, jeje e fom usadas inicialmente em terreiros de candomblé. Criado originalmente de forma espontânea em regiões de mais forte presença africana no Brasil, como terreiros de candomblé, o dialeto resultante da assimilação de africanismos de uso corrente, por resultar incompreensível para quem não aprendesse previamente seus significados, passou a ser usado também como código entre travestis e posteriormente adotado por todas as comunidades LGBT e simpatizantes. A língua passou a ser utilizada pela comunidade LGBT durante o período da ditadura militar como meio de enfrentar a repressão policial e despistar a presença de pessoas indesejadas.[3][4][5]
Tanto no candomblé como na comunidade LGBT, a palavra pajubá ou bajubá[6] tem o significado de "fofoca", "novidade", "notícia", referente a outras casas ou fato ocorrido (tanto de coisas boas, como de coisas ruins) nesses círculos.
Muitas vezes também dita como "falar na língua do santo" ou "enrolar a língua", muito usado pelo povo do santo quando se quer dizer alguma coisa para que outras pessoas não entendam.[7][8]
A língua foi tema de uma questão do Exame Nacional do Ensino Médio em novembro de 2018.[9]
Referências
- ↑ Tensu (21 de junho de 2009). «Dicionário Bajubá / Pajubá». Tensu!. Consultado em 2 de dezembro de 2020
- ↑ Veja resolução de questão do Enem que aborda status do pajubá como 'dialeto secreto' dos gays e travestis
- ↑ Ive (21 de junho de 2009). «Você sabe o que é Pajubá?». Lupa Digital. Consultado em 26 de março de 2018
- ↑ Renata Garcia (17 de junho de 2011). «DICIONÁRIO BILÍNGUE PORTUGUÊS-PAJUBÁ: Max Weber decifra o dialeto preferido do povo da moda!». Chic. UOL. Consultado em 26 de março de 2018
- ↑ Victor Heringer (1 de agosto de 2017). «Os sinos que dobram e os homens que não se dobram». Revista Continente. Consultado em 26 de março de 2018
- ↑ Bajubá[ligação inativa]
- ↑ Uma das línguas de santo sendo analisadas, AS LÍNGUAS VEICULARES NO CANDOMBLÉ DE CONGO-ANGOLA Professor Doutor Sérgio Paulo Adolfo – Tata Kisaba Kiundundulu Universidade Estadual de Londrina[ligação inativa]
- ↑ A Linguagem no Candomblé:um estudo linguístico sobre as comunidades religiosas afro-brasileiras, por Antonio Gomes da Costa Neto
- ↑ «O que é pajubá, linguagem criada pela comunidade LGBT». Super. Consultado em 2 de dezembro de 2020