Língua iorubá
Este artigo cita fontes confiáveis, mas que não cobrem todo o conteúdo. (Janeiro de 2015) |
Iorubá (èdè Yorùbá) | ||
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Falado em: | ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() | |
Total de falantes: | 28 milhões (2007) | |
Posição: | 49 | |
Família: | Nigero-congolesa Atlântico-congolesa Volta-congolesa Benue-congolesa Defóides Iorubóides Edekiris Iorubá | |
Escrita: | Alfabeto latino | |
Regulado por: | Sem regulador oficial | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | yo
| |
ISO 639-2: | yor | |
ISO 639-3: | yor
|
Iorubá ou ioruba (èdè Yorùbá),[1] por vezes referida como yorubá ou yoruba[2] é um idioma da família linguística nígero-congolesa falado secularmente pelos iorubás em diversos países ao sul do Saara, principalmente na Nigéria e por minorias em Benim, Togo e Serra Leoa, dentro de um contínuo cultural-linguístico composto por 22 milhões[3] a 30 milhões[4] de falantes. No continente americano, o iorubá é usado em ritos religiosos afro-brasileiros (onde é chamado de nagô) e afro-cubanos[5] (onde é conhecido também por lucumí).[6]
Em 2018,o iorubá foi oficializado como patrimônio imaterial do estado do Rio de Janeiro.[7][8][9][10]
Índice
Classificações linguísticas[editar | editar código-fonte]
O iorubá faz parte da subfamília linguística benue-congo, pertencente à família nígero-congolesa. No tocante à fonética, o iorubá é um idioma tonal, isto é, a frequência sonora na pronúncia das vogais serve de parâmetro para diferenciar dois fonemas. A ordem básica dos constituintes é Sujeito-Verbo-Objeto (SVO).
Iorubá como segunda língua[editar | editar código-fonte]
O idioma oficial da Nigéria é o inglês. No entanto, muitas pessoas também falam outros idiomas, os principais deles sendo o igbo e o hauçá. O inglês funciona mais como língua franca no país, e possui características próprias bem distintas. Portanto, falantes de iorubá da Nigéria muitas vezes utilizam curtas expressões em inglês, intercaladamente, em suas conversações no idioma materno.[11] Praticantes de Santeria frequentemente têm conhecimento do iorubá através da variedade lucumi, com níveis de pureza e fluência diversificados.[6]
A maior parte das publicações e projetos online, como dicionários e gramáticas, visando a auxiliar as pessoas interessadas no aprendizado do idioma iorubá se encontram nas combinações linguísticas iorubá-inglês e iorubá-francês (e vice-versa). No entanto, existem vários projetos similares de português-iorubá, especialmente dicionários, sendo estes reconhecidos por instituições culturais nacionais renomadas, como a Fundação Cultural Palmares.[12] As referidas obras, por serem produzidas no Brasil, geralmente abordam este idioma africano dentro do contexto da experiência cultural-religiosa afro-brasileira.
Ortografia e fonologia[editar | editar código-fonte]
Ortografia[editar | editar código-fonte]
A | B | D | E | Ẹ | F | G | Gb | H | I | J | K | L | M | N | O | Ọ | P | R | S | S̩ | T | U | W | Y |
a | b | d | e | ẹ | f | g | gb | h | i | j | k | l | m | n | o | ọ | p | r | s | s̩ | t | u | w | y |
As letras c, q, v, x e z não são usadas.
Letras em que se utiliza o ponto embaixo: Ọ, Ẹ e S̩
- S̩ (com ponto embaixo) tem o som de "x" ou "ch"
- Ọ e Ẹ (com ponto embaixo) têm som aberto
Vogais e tons[editar | editar código-fonte]
Cultura |
Música |
Arte |
Língua |
Mitologia |
Calendário |
As vogais são sete: A, E, Ẹ, I, O, Ọ e U. Quando seguidas de N, terão som nasal, o que ocorrerá com Ẹ, I, Ọ E U.
Orais | Nasais | |||
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Anteriores | Posteriores | Anteriores | Posteriores | |
Fechada | i | u | ĩ | ũ |
Semifechada | e | o | ||
Semiaberta | ɛ | ɔ | ɛ̃ | ɔ̃ |
Aberta | a |
A acentuação é utilizada da seguinte forma: o A é pronunciado com som aberto (agudo); o Ẹ é pronunciado com som aberto (agudo); o E é pronunciado com som fechado (grave); o Ọ é pronunciado com som aberto (agudo); o O é pronunciado com som fechado (grave); o U é pronunciado com som aberto (agudo); o acento agudo é pronunciado em tom alto; o acento grave é pronunciado em tom baixo; a ausência de acentuação é pronunciada em tom médio (às vezes, um mácron é adicionado); o til significa a repetição da vogal (ã = aa, õ = oo); o sublinhado sob uma vogal indica que seu som é aberto; o sublinhado sob a consoante S indica o som de "ch".
Uma mesma palavra depende do tom para ser distinguida:
- Ọkò = carro, espada
- Ọko = marido
- Ọkó = enxada
Consoantes[editar | editar código-fonte]
Labial | Alveolar | Pós-alveolar/ Palatal |
Velar | Glotal | ||
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simples | labial | |||||
Nasal | m | ŋ ~ ŋ̍ | ||||
Oclusiva | b | t d | ɟ | k ɡ | k͡p ɡ͡b | |
Fricative | f | s | ʃ | h | ||
Aproximante | l ~ n | j | w | |||
Rótica | ɾ |
As plosivas surdas /t/ e /k/ são um pouco aspiradas. Em algumas variedades, /t/ e /d/ são dentais. A consoante <r> costuma ser pronunciada como /ɾ/, ou, em algumas variedades (como em Lagos), como /ɹ/.
Números[editar | editar código-fonte]
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Influência no português brasileiro[editar | editar código-fonte]
O iorubá, que foi levado pelos africanos escravizados que foram traficados para o Brasil, legou muitas palavras ao português brasileiro, quase sempre termos referentes à culinária (angu, xinxim, acarajé, abará, vatapá etc.) ou a candomblé (Xangô, Iansã, Oxóssi, Oxum, Nanã, Oxalá, Iemanjá, Omolu, Ogum, Oxumarê, orixá, ialorixá, babalaô, babalorixá etc.).[13]
Referências
- ↑ Yoruba-English Bilingualism in Central Lagos – Nigéria
- ↑ Curso Cultura Africana e Educação USP
- ↑ Ethnologue 2005, Sachnine 1997
- ↑ Metzler Lexikon Sprache.
- ↑ La fiesta de Changó (Cuento afrocubano), por Rómulo Lachatañeré[ligação inativa]
- ↑ a b Vocabulario Lucumí, 2007
- ↑ Lei nº 8085 de 28 de agosto de 2018 do Rio de janeiro
- ↑ A partir de agora o idioma Iorubá é patrimônio imaterial do Rio
- ↑ Idioma iorubá é declarado patrimônio imaterial do Rio de Janeiro
- ↑ Idioma Iorubá é oficialmente patrimônio imaterial do Rio
- ↑ «Radio Abẹokuta, 2007». Consultado em 14 de fevereiro de 2007. Arquivado do original em 8 de março de 2007
- ↑ «Fundação Cultural Palmares, 2007». Consultado em 20 de junho de 2007. Arquivado do original em 12 de julho de 2007
- ↑ CUNHA, A. G. Dicionário etimológico Nova Fronteira da língua portuguesa. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1982.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Castro, Yeda (1976). «Antropologia e Linguística nos Estudos Afro-Brasileiros» (PDF). Afro-Ásia (12). Salvador: UFBA. pp. 211–227. Consultado em 4 de abril de 2018
- Portugal Filho, Gumercindo (2013). Guia Prático da Língua Yorùbá 2 ed. Rio de Janeiro: Madras. ISBN 9788537008751
- Santos, Deoscóredes (1946). Yorubá Tal Qual se Fala. [S.l.: s.n.]
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- E erudição afro-brasileira em arte e educação (em português)
- Dicionário ioruba (Versão inglesa) (em inglês)
- Classificação pelo Ethnologue (em inglês)