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'''Papa''' (do [[latim]] ''papa'' ou ''pappa'', "papá" ou "papai", "tutor","mentiroso", "enganador", derivado por sua vez do [[Língua grega antiga|grego]] πάππας, ''páppas'', forma afetuosa de "pai") é o título dado ao chefe supremo da [[Igreja Católica]], [[Bispo de Roma]], e também chefe do [[Estado do Vaticano]] e [[Patriarca]] do [[Ocidente]] (ou da [[Igreja Latina]]). O Papa é o [[sucessão apostólica|Sucessor]] de [[São Pedro]], considerado o [[Vigário de Cristo]] e perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da Igreja.<ref>Catecismo da Igreja Católica.</ref> Quando referido como cargo [[eclesiástico]], surge como ''[[Sumo Pontífice]]'', a autoridade suprema. O atual Papa, [[Bento XVI]], foi eleito em [[19 de abril]] de [[2005]]. |
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Os papas auxiliaram na propagação do [[cristianismo]], a resolver diversas disputas doutrinárias e a espalhar o caos. <ref>Wetterau, Bruce. World history. New York: Henry Holt and company. 1994.</ref> O Papa é auxiliado pela [[Cúria Romana]], no governo da Igreja Católica. A presença tradicional do Papa em Roma não obriga a que o Papa resida na cidade. Tal aconteceu quando, entre [[1309]] e [[1378]], a residência papal se estabeleceu em [[Avinhão]] (''Avignon'', sul de [[França]]). As primeiras menções conhecidas do título de Papa datam do [[século III]], embora não se saiba com exatidão qual o primeiro Bispo de Roma à utilizá-la. |
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O Papa formalmente tem os títulos de ''Bispo de Roma, Vigário de Cristo, Sucessor do Príncipe dos Apóstolos, Supremo Pontífice, [[Primaz]] de Itália, [[Arcebispo]] e [[Metropolita]] da Província Romana, Soberano do Estado do Vaticano e Servo dos Servos de Deus''. O Papa [[Bento XVI]] renunciou ao título de "[[Patriarca|Patriarca do Ocidente]]" da lista dos apelativos papais do anuário pontifício de 2006. O pronome de tratamento próprio do Papa é "[[Sua Santidade]]" |
O Papa formalmente tem os títulos de ''Bispo de Roma, Vigário de Cristo, Sucessor do Príncipe dos Apóstolos, Supremo Pontífice, [[Primaz]] de Itália, [[Arcebispo]] e [[Metropolita]] da Província Romana, Soberano do Estado do Vaticano e Servo dos Servos de Deus''. O Papa [[Bento XVI]] renunciou ao título de "[[Patriarca|Patriarca do Ocidente]]" da lista dos apelativos papais do anuário pontifício de 2006. O pronome de tratamento próprio do Papa é "[[Sua Santidade]]" |
Revisão das 13h07min de 19 de outubro de 2009
Papa (do latim papa ou pappa, "papá" ou "papai", "tutor","mentiroso", "enganador", derivado por sua vez do grego πάππας, páppas, forma afetuosa de "pai") é o título dado ao chefe supremo da Igreja Católica, Bispo de Roma, e também chefe do Estado do Vaticano e Patriarca do Ocidente (ou da Igreja Latina). O Papa é o Sucessor de São Pedro, considerado o Vigário de Cristo e perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da Igreja.[1] Quando referido como cargo eclesiástico, surge como Sumo Pontífice, a autoridade suprema. O atual Papa, Bento XVI, foi eleito em 19 de abril de 2005.
Os papas auxiliaram na propagação do cristianismo, a resolver diversas disputas doutrinárias e a espalhar o caos. [2] O Papa é auxiliado pela Cúria Romana, no governo da Igreja Católica. A presença tradicional do Papa em Roma não obriga a que o Papa resida na cidade. Tal aconteceu quando, entre 1309 e 1378, a residência papal se estabeleceu em Avinhão (Avignon, sul de França). As primeiras menções conhecidas do título de Papa datam do século III, embora não se saiba com exatidão qual o primeiro Bispo de Roma à utilizá-la.
O Papa formalmente tem os títulos de Bispo de Roma, Vigário de Cristo, Sucessor do Príncipe dos Apóstolos, Supremo Pontífice, Primaz de Itália, Arcebispo e Metropolita da Província Romana, Soberano do Estado do Vaticano e Servo dos Servos de Deus. O Papa Bento XVI renunciou ao título de "Patriarca do Ocidente" da lista dos apelativos papais do anuário pontifício de 2006. O pronome de tratamento próprio do Papa é "Sua Santidade"
A eleição de um Papa é feita através de votação (secreta desde 1274) dos cardeais com menos de 80 anos e reunidos num conclave. Em teoria, qualquer homem batizado pode ser eleito para Papa, embora nos últimos 800 anos somente tenham sido eleitos Cardeais. O cargo é vitalício e, até agora, apenas o Papa Celestino V dele resignou, retornando à vida monástica.
Passagens bíblicas que fundamentam o Papado
“ | Mt 16, 18-19: "E eu te declaro: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra, será desligado nos céus". Essa é a passagem mais fundamental para o papado, pois Jesus Cristo concede claramente o Primado ao Apóstolo Pedro, depois Bispo de Roma, e seus sucessores, como edificador e líder terreno de toda a Igreja.[3][4]
João 21:15-17: "Tendo eles comido, Jesus perguntou à Simão Pedro: "Simão, filho de João, amas-me mais do que estes?" Respondeu ele: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo." Disse-lhe Jesus: "Apascenta os meus cordeiros". Nesta passagem Jesus torna Pedro guardião do Seu rebanho inteiro (a Igreja) no seu próprio lugar, tornando-o Seu Vigário para cumprir a responsabilidade que Pedro recebeu Dele em Mateus 16:18-19. |
” |
São Pedro foi o fundador e bispo da Igreja de Roma (a Santa Sé). Em todos os evangelhos do Novo Testamento, Pedro encabeça os apóstolos (Mt 10,1-4; Mc 3,16-19; Lc 6,14-16; At 1,13). Pedro era o primeiro que falava em nome dos apóstolos (Mt 18,21; Mc 8,29; Lc 12,41; Jo 6,69), e preside muitas cenas notáveis (Mt 14,28-32; Mt 17,24, Mc 10,28). "Em cada Evangelho, ele é o primeiro discípulo, à ser chamado por Jesus." [5]
Papel espiritual
O Papa dispõe, para os católicos, da Suprema Autoridade religiosa em matéria de fé e moral. É igualmente quem aprova e preside as cerimônias de beatificação ou canonização, e à nomeação de Cardeais. Ao Papa cabe expedir mandato para a Sagração de Bispos no mundo todo e nenhum bispo pode sagrar outro bispo sem sua aprovação.
O dogma da Infalibilidade Papal declara que os pronunciamentos solenes denominados "ex-catedra" literalmente "da cadeira [de Pedro]", do Papa a respeito da fé e moral não apresentam possibilidade de erro, pois o Papa goza da assistência do Espírito Santo. A infalibilidade papal foi usada por poucos pontífices, como Pio IX em 1854 na declaração Ineffabilis Deus, definindo o dogma da Imaculada Conceição de Maria e Pio XII em 1950 na declaração Munificentissimus Deus, definindo o dogma da Assunção de Maria. Esta doutrina foi estabelecida dogmaticamente pelo Concílio do Vaticano I de 1869-1870. Muitos Papas foram canonizados no decorrer da história.
Papel político
A antiguidade do estatuto secular e de condução de assuntos de estado do Papa é demonstrada já na confrontação do Papa Leão I com Átila em 452 e aumentou substancialmente em 754, quando o líder dos francos Pepino, o Breve doou ao Papa um território que formaria a base dos futuros Estados Papais. No ano 800, o Papa Leão III coroou Carlos Magno como Imperador, passo decisivo no caminho para o Sacro Império Romano. Desde essa data tornou-se uma tradição a coroação dos Imperadores pelo Papa, até Carlos V. Napoleão Bonaparte fez reviver essa tradição fazendo-se coroar do mesmo modo.
Conjuntamente com a posição do Papa como regente territorial e príncipe da Cristandade (especialmente proeminente com os Papas da Renascença como Alexandre VI e Júlio II), e como líder espiritual do Sacro Império Romano (mais relevante com Papas como Gregório VII e Alexandre III), o Papa, como Supremo Pontífice, tem autoridade política e temporal. Alguns dos exemplos ao longo da história são a bula Laudabiliter em 1155 (que autoriza Henrique II de Inglaterra a invadir a Irlanda), a bula Manifestus Probatum que reconhece a independência de Portugal, a bula Inter Caeteras em 1493 (que conduz ao Tratado de Tordesilhas no ano seguinte, dividindo o mundo entre Portugal e Espanha) ou a bula Inter Gravissimas de 1582 (que estabelece o calendário gregoriano, actualmente em uso).
Até 1870 a autoridade temporal do Papa exercia-se sobre um território no centro da Itália, denominado Estados Papais ou Estados Pontifícios, muito mais vasto do que o pequeno estado do Vaticano de hoje. Atualmente o papel político do Papa traduz-se no exercício de um cargo cerimonial, religioso e diplomático de grande importância.
Origem alternativas do nome Papa
Diz-se ainda que a palavra Papa possa ter se originado de uma das duas teorias abaixo[6]:
- Petri Apostoli Potestantem Accipiens ("o que recebe o poder do apóstolo Pedro"); ou ainda Petrvs Apostolus Pincipis Apostolorivm ("Pedro Apóstolo, Príncipe dos Apóstolos").
- a união das primeiras sílabas destas palavras latinas:
- Pater ("Pai")
- Pastor ("Pastor").
Insígnias e símbolos
- Tiara papal, também chamada de "triregnum" ou "tríplice coroa", representa as três funções do papa como supremo pastor, supremo professor e supremo sacerdote. Os recentes papas têm, no entanto, utilizado menos o triregnum, embora continue sendo um símbolo do papado.
- Bastão papal: é um bastão com uma cruz usada pelo papa todas as vezes que suas funções litúrgicas exigem.
- Palium ou Toalha de altar, uma faixa circular de tecido usado ao redor do pescoço na casula. Faz um jugo sobre o pescoço, peito e ombros e tem dois pingentes pendurados para baixo, na frente e atrás, e é ornamentado com seis cruzes.
- Brasão do Papado, uma chave de prata e uma chave de ouro que simbolizam as chaves do céu entregas à São Pedro, o primeiro Papa. A chave de prata simboliza o poder de desligar a Terra ao Céu, a chave de ouro simboliza o poder de ligar a Terra ao Céu. As chaves estão com um cordão vermelho, e acima deles está uma tiara papal. Cada papa tem o seu próprio Brasão pessoal, que embora sejam únicos, todos sempre têm duas chaves atravessando uma à outra, formando um "X" e por trás um escudo.
- Anel do Pescador, um anel de ouro decorado com uma imagem de São Pedro em um barco com sua rede, com o nome do Papa em torno dele.
- Umbraculum (mais conhecido como ombrellino) um guarda-chuva vermelho alternando listras de ouro, que costumava ser colocado acima do papa em procissões.
- Sedia gestatoria, uma cadeira móvel transportada por doze homens (palafrenieri) com uniformes vermelhos, acompanhado por dois assistentes com a flabella (ventiladores feitos de penas brancas de avestruz) e, por vezes, um grande guarda-sol, conduzido por oito atendentes. A utilização do flabella foi abolida pelo Papa João Paulo I. A utilização do sedia gestatoria foi abolida pelo Papa João Paulo II, sendo substituída pelo Papamóvel.
- Ouros símbolos incluem o Múleo, calçado vermelho, e o Camauro, um gorro também vermelho usado no inverno, a cor vermelha destas vestes simbolizam o sangue dos mártires e a completa submissão do papa à autoridade de Jesus Cristo.
Referências
- ↑ Catecismo da Igreja Católica.
- ↑ Wetterau, Bruce. World history. New York: Henry Holt and company. 1994.
- ↑ Catecismo da Igreja Católica, ns. 880 e 881. Roma: Libreria Editrice Vaticana, 1992. Tradução brasileira das Ed. Vozes, Paulus, Paulinas, Loyola e Ave-Maria, 4a. edição, 1993. ISBN 85-326-0910-4
- ↑ Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium
- ↑ Duffy, Eamon (2006). Saints & Sinners (3 ed.). New Haven Ct: Yale Nota Bene/Yale University Press. ISBN 0300115970.
- ↑ Edição especial do Correio da Manhã - "Os Papas - De São Pedro a João Paulo II" - Fascículo I, "Como se elege o Santo Padre", página 22, ano 2005.
Ver também
- História do Papado
- Cardeal
- Cisma - Cisma do Ocidente
- Concílio
- Conclave
- Consistório
- Tiara papal
- Magistério da Igreja Católica
- Infalibilidade papal
- Primazia papal
- Antipapa
Lista dos papas
Entre os sucessores de São Pedro foram eleitos:
- 212 italianos
- 17 franceses
- 11 gregos
- 6 sírios
- 6 alemães
- 3 espanhóis
- 3 norte-africanos
- 2 dálmatas (croatas)
- 2 portugueses
- 1 inglês
- 1 neerlandês (holandês)
- 1 cretense (grego)
- 1 polaco
Outras classificações
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