Patrimônio cultural imaterial: diferenças entre revisões
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<ref>*[http://www.unesco.org/culture/ich/index.php?select_country02=MZ&select_country06=&select_country04=&select_country03=&select_country05= UNESCO - Património imaterial de Moçambique] {{es}}</ref> |
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Revisão das 20h40min de 22 de maio de 2013
Patrimônio cultural imaterial (ou patrimônio cultural intangível) é uma concepção de patrimônio cultural que abrange as expressões culturais e as tradições que um grupo de indivíduos preserva em respeito da sua ancestralidade, para as gerações futuras. São exemplos de patrimônio imaterial: os saberes, os modos de fazer, as formas de expressão, celebrações, as festas e danças populares, lendas, músicas, costumes e outras tradições.
No Brasil
Em um exemplo de patrimônio cultural imaterial é o modo de tocar dos sinos, cuja "linguagem" é peculiar meio de comunicação e está sendo objeto de registro pelo IPHAN. Em Minas Gerais, por exemplo, o Modo artesanal de fazer queijo é importante registro de patrimônio intangível.
Em Pirenópolis, Goiás, outro exemplo de patrimônio imaterial é a Festa do Divino de Pirenópolis, criada em 1819 e festejada até hoje. É na Festa do Divino que são apresentadas as Cavalhadas, representação da luta entre mouros e cristãos na Idade Média.
Em São Paulo, foi aprovada a Lei 14.406 de 21/05/2007, de autoria do político Chico Macena, que cria o Programa Permanente de Proteção e Conservação do Patrimônio Imaterial do Município de São Paulo, e atualmente tenta-se instalar o Museu do Patrimônio Imaterial por meio do Projeto de Lei 486/2010 do mesmo autor.
Podem ser citadas ainda diversas tradições, saberes e técnicas que vem sendo submetidas às normas que estabelecem o "Inventário Nacional de Referências Culturais" (INRC) do IPHAN, na complexa tarefa de preservar o patrimônio material e imaterial, resguardando bens, documentos, acervos, artefatos, vestígios e sítios, assim como as atividades, técnicas, saberes, linguagens. Um dos critérios são a atenção às tradições que não encontram amparo na sociedade e no mercado, permitindo a todos o cultivo da memória comum, da história e dos testemunhos do passado [1]
Podem ser citadas, para que dimensione a natureza dessa atividade que é identificar e avaliar o patrimônio imaterial, frente as dificuldades e limitações de pesquisa documentação e acesso à fontes histórico - arqueológicas para atender os critérios do IPHAN, observe-se em relação ao patrimônio já estabelecido os seguintes "processos de registro em andamento" : a Festa do Divino Espírito Santo da Cidade de Paraty – RJ; Ofício de Raizeiras e Raizeiros no Cerrado; Uso da Ayahuasca em rituais religiosos (Ac, Am); Sítio de São Miguel Arcanjo – Tava Miri dos povos indígenas Mbyá-Guarani entre outros.[2][3]
Os bens já registrados como patrimônio imaterial no Brasil são:
Classificados por grandes regiões
Norte
- Círio de Nossa Senhora de Nazaré
- Cachoeira de Iauaretê – Lugar sagrado dos povos ameríndios do Rio Uaupés e do Rio Papuri
- Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica dos ameríndios Wajãpi
Centro-Oeste
- Modo de Fazer Viola de cocho
- Festa do Divino de Pirenópolis
Nordeste
- Tambor de Crioula
- Samba de Roda do Recôncavo Baiano
- Ofício das Baianas de Acarajé
- Roda de capoeira e Ofício dos Mestres de Capoeira
- Teatro de Nova Jerusalém e a Peça da Paixão de Cristo;
- Bolo Souza Leão;
- Maracatu;
- Bloco carnavalesco Galo da Madrugada;
- Bolo de Rolo ou Rocambole;
- Feira de Caruaru;
- Frevo;
- Missa do vaqueiro;
- Festa de Santana de Caicó
Sudeste
- Modo artesanal de fazer queijo em Minas Gerais, nas regiões do Serro e da Serra da Canastra e da Serra do Salitre
- Toque dos Sinos em Minas Gerais e o Ofício de Sineiros
- Matrizes do Samba no Rio de Janeiro: Partido Alto, Samba de terreiro e Samba-Enredo
- Jongo no Sudeste
- Ofício das paneleiras de Goiabeiras
Em Moçambique
A Timbila dos chopes foi, em 2006, considerada património cultural universal. [4] afafsas
Em Portugal
Em Portugal, a noção de patrimônio cultural imaterial, trazida para a ordem do dia com os esforços intelectuais e políticos visando a classificação do Fado como Património Mundial pela UNESCO, tem tido avanços teóricos significativos através dos estudos do escritor e etnólogo Alexandre Parafita, assentes na semiose dos textos e contextos que lhe conferem expressão e manifestação, incluindo aqueles que a modernidade vem alterando ou eliminando ao nível dos rituais (medicina popular, ritos de morte, religiosidade, labores agrários…).
Neste quadro conceitual, Parafita considera a necessidade de distinguir como patrimônio cultural imaterial três grupos de bens culturais:
- 1 – Os gêneros de literatura oral tradicional que, uma vez produzidos, ganham uma razoável autonomia em relação ao seu processo de produção, enriquecendo-se no contexto de uso intergeracional: cancioneiros, romanceiros, contos populares, paremiologia, rezas, ensalmos…;
- 2 – Expressões e manifestações intrinsecamente ligadas a suportes físicos (lugares de memória) ou a referenciais histórico-religiosos: rituais festivos, crenças do sobrenatural, lendas e mitos, histórias de vida…
- 3 – Manifestações em permanente atualização pela mobilização de novos recursos, ambientes e funcionalidades num processo de ressignificação das tradições: trajes, danças, jogos tradicionais, romarias, gastronomia, artesanato….
Como exemplo do património imaterial português, temos as ruas enfeitadas em vários pontos do país. Campo Maior, Redondo, Tomar e Pereiro de Mação são locais onde as respectivas populações ornamentam as ruas das suas terras deixando-as autênticos jardins floridos. Estas iniciativas são muito do agrado do povo português, motivando a afluência de milhares e milhares de visitantes a essas localidades.[5][6].
Ver também
- Patrimônio histórico
- Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade
- Patrimônio Imaterial Galego-Português
- UNESCO
Referências
- ↑ Lei do PNC (12.343/10) Institui o Plano Nacional de Cultura PDF Jun. 2011
- ↑ MINISTÉRIO DA CULTURA, Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN Processos de Registro em Andamento Consulta, Junho de 2011
- ↑ BOMFIM, Juarez Duarte. Declarar Ayahuasca Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira Jornal Feira Hoje, 11/6/2011
- ↑ *UNESCO - Património imaterial de Moçambique (em castelhano)
- ↑ http://pt.wikipedia.org/wiki/Pereiro_(Ma%C3%A7%C3%A3o)
- ↑ PARAFITA, A. – Património Imaterial do Douro, Vols I e II, 2007 e 2010
Bibliografia
- PARAFITA, Alexandre. A Mitologia dos Mouros. Porto, Gailivro, 2006
- PARAFITA, Alexandre; et al. Os Provérbios e a Cultura Popular. Galivro, 2007
- PARAFITA, Alexandre. Património Imaterial do Douro. Vols. I e II, Âncora Editora, 2007 e 2010
Ligações externas
- Patrimônio Imaterial - Iphan
- Patrimônio Imaterial - Ministério da Cultura
- Artigo - "Patrimônio: é de comer? Reconhecimento da tradição leva ao registro do Queijo Artesanal de Minas"
- Lei de Proteção ao Patrimônio Imaterial do Município de São Paulo
- Museu do Patrimônio Imaterial de São Paulo
- Patrimônio cultural - Dossiês dos Bens Culturais Imateriais registrados