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Pedro I de Portugal: diferenças entre revisões

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D. Pedro é conhecido pela sua relação com [[Inês de Castro]], a aia galega da sua mulher [[Constança Manuel]], que influenciou fortemente a política interna de Portugal no reinado de D. Afonso IV. Inês acabou assassinada por ordens do rei em 7 de Janeiro de 1355, mas isto não trouxe Pedro de volta à influência paterna. Contrariamente, durante alguns meses, Pedro revoltou-se contra o pai; apoiado pela nobreza de Entre Douro e Minho e pelos irmãos de Inês. A paz veio por vontade declarada do povo e perdoaram-se mútuas ofensas. Aclamado rei em 1357, Pedro [[declaração de Cantanhede (1360)|anunciou em Cantanhede]], em junho de 1360, o casamento com Inês, realizado em segredo antes da sua morte, sendo sua intenção a ver lembrada como Rainha de Portugal. A promessa de perdão aos responsáveis pela morte de Inês foi esquecida
D. Pedro é conhecido pela sua relação com [[Inês de Castro]], a aia galega da sua mulher [[Constança Manuel]], que influenciou fortemente a política interna de Portugal no reinado de D. Afonso IV. Inês acabou assassinada por ordens do rei em 7 de Janeiro de 1355, mas isto não trouxe Pedro de volta à influência paterna. Contrariamente, durante alguns meses, Pedro revoltou-se contra o pai; apoiado pela nobreza de Entre Douro e Minho e pelos irmãos de Inês. A paz veio por vontade declarada do povo e perdoaram-se mútuas ofensas. Aclamado rei em 1357, Pedro [[declaração de Cantanhede (1360)|anunciou em Cantanhede]], em junho de 1360, o casamento com Inês, realizado em segredo antes da sua morte, sendo sua intenção a ver lembrada como Rainha de Portugal. A promessa de perdão aos responsáveis pela morte de Inês foi esquecida


Este facto baseia-se apenas na palavra do rei, uma vez que não existem registos de tal união. Dois assassinos de Inês foram capturados e executados ([[Pêro Coelho]] e [[Álvaro Gonçalves]]) com uma brutalidade tal (a um foi arrancado o coração pelo peito, e a outro pelas costas), que lhe valeram os epítetos supramencionados.
Este facto baseia-se apenas na palavra do rei, uma vez que não existem registos de tal união. Dois assassinos de Inês foram capturados e executados ([[Pêro Coelho]] e [[Álvaro Gonçalves]]) com uma brutalidade tal (a um foi arrancado o coração pelo peito, e a outro pelas costas), que lhe valeram os epítetos supramencionados (by Victor).


[[Imagem:Tumulo de D. Pedro I 57a.jpg|thumb|left|250px|[[Túmulos de D. Pedro I e de Inês de Castro|Túmulo de D. Pedro I]] no [[mosteiro de Alcobaça]]]]
[[Imagem:Tumulo de D. Pedro I 57a.jpg|thumb|left|250px|[[Túmulos de D. Pedro I e de Inês de Castro|Túmulo de D. Pedro I]] no [[mosteiro de Alcobaça]]]]

Revisão das 19h27min de 4 de setembro de 2014

Dom Pedro I

Rei de Portugal
Pedro I de Portugal
Reinado 8 de março de 1357
18 de janeiro de 1367
Consorte D. Branca de Castela
D. Constança Manuel
D. Inês de Castro
Coroação Lisboa
Antecessor(a) D. Afonso IV
Sucessor(a) D. Fernando I
Nascimento 8 de abril de 1320
  Coimbra, Portugal
Morte 18 de janeiro de 1367 (46 anos)
  Estremoz, Portugal
Sepultado em Mosteiro de Santa Maria, Alcobaça
Herdeiro(a) D. Fernando I
Dinastia Borgonha
Pai D. Afonso IV
Mãe D. Beatriz de Castela
Título(s) O Justiceiro
Filho(s) Ver descendência

D. Pedro I de Portugal (Coimbra, 8 de abril de 1320Estremoz, 18 de janeiro de 1367) foi o oitavo Rei de Portugal. Recebeu os cognomes de O Justiceiro (também O Cruel, O Cru), pela energia posta em vingar o assassínio de Inês de Castro. Filho do rei Afonso IV e sua mulher D. Beatriz de Castela. Pedro I sucedeu a seu pai em 1357.

Vida

D. Pedro é conhecido pela sua relação com Inês de Castro, a aia galega da sua mulher Constança Manuel, que influenciou fortemente a política interna de Portugal no reinado de D. Afonso IV. Inês acabou assassinada por ordens do rei em 7 de Janeiro de 1355, mas isto não trouxe Pedro de volta à influência paterna. Contrariamente, durante alguns meses, Pedro revoltou-se contra o pai; apoiado pela nobreza de Entre Douro e Minho e pelos irmãos de Inês. A paz veio por vontade declarada do povo e perdoaram-se mútuas ofensas. Aclamado rei em 1357, Pedro anunciou em Cantanhede, em junho de 1360, o casamento com Inês, realizado em segredo antes da sua morte, sendo sua intenção a ver lembrada como Rainha de Portugal. A promessa de perdão aos responsáveis pela morte de Inês foi esquecida

Este facto baseia-se apenas na palavra do rei, uma vez que não existem registos de tal união. Dois assassinos de Inês foram capturados e executados (Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves) com uma brutalidade tal (a um foi arrancado o coração pelo peito, e a outro pelas costas), que lhe valeram os epítetos supramencionados (by Victor).

Túmulo de D. Pedro I no mosteiro de Alcobaça

Conta também a tradição que Pedro teria feito desenterrar o corpo da amada, coroando-o como Rainha de Portugal, e obrigando os nobres a procederem à cerimónia do beija-mão real ao cadáver, sob pena de morte. Em seguida ordenou a execução de dois túmulos (verdadeiras obras-primas da escultura gótica em Portugal), os quais foram colocados no transepto da igreja do Mosteiro de Alcobaça para que, no dia do Juízo Final, os eternos amantes, então ressuscitados, de imediato se vejam...

Como rei, Pedro revelou-se bom administrador, corajoso na defesa do país contra a influência papal (foi ele que promulgou o famoso Beneplácito Régio, que impedia a livre circulação de documentos eclesiásticos no país sem a sua autorização expressa), e foi justo na defesa das camadas menos favorecidas da população. Aplicava a justiça com brutalidade, de forma «democrática», punindo exemplarmente sem olhar a quem. Para não atrasar a aplicação das sentenças, puniu com pena de morte a prática da advocacia, isto levou a protestos nas cortes de 1361. Pouco fez para refrear o poder da nobreza, mas esta temia o rei. Gostava muito de estar próximo do povo nos festejos, daí ser adorado. Na política externa, Pedro ajudou seu sobrinho, o rei de Castela na guerra contra o meio-irmão.

A sua relação com o clero foi algo conflituosa, em relação à nobreza foi magnânimo. Deu o título de conde de Barcelos a João Afonso Telo com direito hereditário e deu terras aos filhos de Inês. A Ordem de Avis entregou-a a seu filho, João, futuro rei.

A forma como exerceu a justiça, parece-nos hoje cruel, mas era costume naqueles tempos difíceis. Diz-se que mandou servir um banquete enquanto assistia à execução de Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves, típico dum neurótico. Gostava mais de ser algoz de que juiz, como atestam algumas sentenças que proferiu.

D. Pedro reinou durante dez anos, sendo tão popular ao ponto de dizer a população "que taes dez annos nunca houve em Portugal como estes que reinara el Rei Dom Pedro". O seu reinado foi o único no século XIV sem guerra e marcado com prosperidade financeira, daí ficar na memória como um bom reinado. Para Fernão Lopes foi o avô da dinastia de Avis.

Jaz no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça.

Casamentos e descendência

Embora havendo três filhos do seu segundo casamento e tendo vivido uma relação intensa com Inês de Castro, com quem também houve descendência, acerca do temperamento deste soberano, o cronista Fernão Lopes dedicou um capítulo que intitulou "Como El-Rei mandou capar um seu escudeiro porque dormia com uma mulher casada", permitindo entrever que o gesto teria sido motivado por ciúmes do monarca por seu escudeiro, de nome Afonso Madeira. Madeira é descrito como um grande cavalgador, caçador, lutador e ágil acrobata, e regista: "Pelas suas qualidades, El-Rei amava-o muito e fazia-lhe generosas mercês." O escudeiro, entretanto, apaixonou-se por Catarina Tosse, esposa do Corregedor, descrita como "briosa, louçã e muito elegante, de graciosas prendas e boa sociedade". Para se aproximar dela, Madeira fez-se amigo do Corregedor, seduzindo-a e consumando a traição. O soberano, entretanto, tudo descobriu e não perdoou Madeira, castigando-o brutalmente. O cronista insiste no afeto do soberano, referindo enigmaticamente: "Como quer que o Rei muito amasse o escudeiro, mais do que se deve aqui dizer (...)", mas regista que D. Pedro mandou "cortar-lhe aqueles membros que os homens em maior apreço têm". O escudeiro recebeu assistência e sobreviveu, mas "engrossou nas pernas e no corpo e viveu alguns anos com o rosto engelhado e sem barba".[1]

Notas

  1. As Crónicas de Fernão Lopes. apud CASTRO, Pedro Jorge. "Sexo, Traição, Violência - e mais Sexo". Sábado, nº 355, 17 a 23 de fevereiro de 2011, p. 42-43.

Títulos & Tratamentos

  • 08 de abril de 1320 – 07 de janeiro de 1325: O Infante D.Pedro
  • 07 de janeiro de 1325 – 08 de março de 1357: O Príncipe-Herdeiro de Portugal D.Pedro
  • 08 de março de 1357 – 18 de agosto de 1367: Sua Alteza, O Rei

Ver também

Realeza Portuguesa
Casa de Borgonha
Descendência

Ligações externas


Precedido por
Afonso IV

Rei de Portugal e do Algarve

1357 - 1367]
Sucedido por
Fernando I