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Relexificação

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Relexificação é um termo em linguística usado para descrever o mecanismo de mudança linguística pelo que uma língua natural remonta muito ou todo de seu léxico, incluindo vocabulário básico, com o de outra língua, sem mudanças drásticas porém em sua gramática. Ela é usada principalmente para descrever pidgins, crioulos, e línguas mistas.[1] "Relexificação" não é sinônimo de léxico emprestado, que descreve a situação onde uma língua simplesmente implementa suplementos de seu vocabulário básico com palavras de outra língua.

Criação de língua e a Hipótese de relexificação

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Relexificação é uma forma de interferência na língua em que um pidgin, um crioulo ou uma língua mista toma a maior parte de seu léxico de um superestrato ou língua alvo enquanto sua gramática ou vem do substrato ou língua fonte, ou, de acordo com teorias universalistas, emerge dos princípios universais de simplificação e gramaticalização. A língua da qual o léxico é derivado é chamada de "lexificador".[2] Michif, Media Lengua, e dialeto caripuna são línguas mistas.[3]

Uma hipótese segundo a qual todas as línguas crioulas derivam sua gramática da medieval Língua Franca Mediterrânea foi largamente difundida no fim dos anos 1950 e no início dos anos 1960 antes de sua decadência. Mais tarde, foi argumentado que, por exemplo, a gramática da língua crioula haitiana é um substrato criado quando escravos africanos falantes de fon relexificaram sua língua com vocabulário francês, em razão das semelhanças entre o fon e a língua haitiana. Contudo, a regra de relexificação na gênese crioula é questionada por aderentes da gramática generativa (esta igualmente sujeita a controvérsias). Wittmann (1994), Wittmann & Fournier (1996), Singler (1996), e DeGraff (2002), por exemplo, têm argumentado que as semelhanças em sintaxe refletem uma hipotética Gramática universal, não os trabalhos de processos de relexificação.

Aquisição de segunda língua

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A aquisição de segunda língua espontânea (e a gênese dos pidgins) envolve a gradual relexificação da língua nativa ou língua fonte com vocabulário de língua alvo. Depois que uma relexificação é completada, estruturas da língua nativa alternam com estruturas adquiridas da língua alvo.[4]

Línguas artificiais e jargão

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No contexto de línguas artificiais, jargões, e argots, o termo é aplicado para o processo de criação de uma língua substituindo o vocabulário dentro da gramática de uma língua existente, com frequência uma língua nativa.[5]

Enquanto esta prática é mais frequentemente associada com desenvolvedores de língua artificial nova, ela deve também ser feita como um estágio inicial criando uma língua mais sofisticada. Uma língua então criada é conhecida como um relex. Por exemplo, Lojban começa como um relex de Loglan, mas as gramáticas de línguas têm diferenciado desde então. O mesmo processo é trabalhado na gênesis de jargões e argots. Exemplos disto são:

Referências

  1. P.H. Matthews. 2007. Oxford Concise Dictionary of Linguistics. Second edition. Oxford.
    Lyle Campbell & Mauricio J. Mixco. 2007. A Glossary of Historical Linguistics. University of Utah Press.
    David Crystal. 2003. A Dictionary of Linguistics & Phonetics. Fifth edition. Blackwell.
  2. Wardhaugh (2002):76
  3. Bakker (1997), Muysken (1981), Wittmann (1994)
  4. Bickerton & Odo (1976)
  5. Wittmann (1989, 1994), Brightman (1995).
  6. Joyce (1916):245
  • Bakker, Peter (1997). A Language of Our Own. Nova Iorque: Oxford University Press 
  • Bickerton, Derek; Odo, Carol (1976). General phonology and pidgin syntax. Col: Change and variation in Hawaiian English. 1. [S.l.]: University of Hawaii 
  • Brightman, Robert (1995), "Forget Culture: Replacement, Transcendence, Relexification," Cultural Anthropology 10:4.509-546
  • Danchev, Andrei (1997). «The Middle English creolization hypothesis revisited». Studies in Middle English linguistics. [S.l.]: Walter de Gruyter. pp. 79–108. ISBN 3110152428  Parâmetro desconhecido |editor-último= ignorado (ajuda); Parâmetro desconhecido |unused_data= ignorado (ajuda); Parâmetro desconhecido |editor-primeiro= ignorado (ajuda); |nome1= sem |sobrenome1= em Editors list (ajuda)
  • DeGraff, Michel (2002). Relexification: A reevaluation (PDF). Linguistic Anthropology. 44. [S.l.: s.n.] pp. 321–414 
  • Joyce, James (1916). A Portrait of the Artist as a Young Man. Nova Iorque: The Modern Library 
  • Muysken, Pieter (1981). «Halfway between Quechua and Spanish: The case for relexification». Historicity and variation in creole studies. Ann Arbor: Karoma. pp. 52–78  Parâmetro desconhecido |editor-último= ignorado (ajuda); Parâmetro desconhecido |editor-primeiro= ignorado (ajuda); Parâmetro desconhecido |editor2-primeiro= ignorado (ajuda); Parâmetro desconhecido |editor2-último= ignorado (ajuda); |nome1= sem |sobrenome1= em Editors list (ajuda)
  • Singler, John Victor (1996). Theories of creole genesis, sociohistorical considerations, and the evaluation of evidence: The case of Haitian Creole and the Relexification Hypothesis. Journal of Pidgin and Creole Languages. 11. [S.l.: s.n.] pp. 185–230. doi:10.1075/jpcl.11.2.02sin 
  • Wardhaugh, Ronald (2002). «Pidgins and Creoles». An Introduction to Sociolinguistics fourth ed. [S.l.]: Blackwell Publishing. pp. 57–86 
  • Wittmann, Henri (1989), "Relexification et argogenèse," Communication, 1er Colloque international d’argotologie, Université de Besançon, Oct. 13-1, 1989
  • Wittmann, Henri (1994). Relexification et créologenèse (PDF). Proceedings of the International Congress of Linguists. 15. Québec: Presses de l'Université Laval. pp. 335–38. Consultado em 3 de fevereiro de 2012. Arquivado do original (PDF) em 31 de janeiro de 2012 
  • Wittmann, Henri; Fournier, Robert (1996). «Contraintes sur la relexification: les limites imposées dans un cadre théorique minimaliste» (PDF). Mélanges linguistiques. Trois-Rivières: Presses universitaires de Trois-Rivières. pp. 245–80.  Parâmetro desconhecido |editor-último= ignorado (ajuda); Parâmetro desconhecido |editor-primeiro= ignorado (ajuda); |nome1= sem |sobrenome1= em Editors list (ajuda)

Leitura recomendada

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  • ARENDS, Jacques, Pieter Muysken & Norval Smith. 1995. Pidgins and Creoles: an introduction. Amsterdam: Benjamins.
  • SEBBA, Mark. 1997. Contact Languages: Pidgins and Creoles. Houndmills, Basingstoke, Hampshire and London: Macmillan Press.
  • SPEER, Rob & Catherine Havasi (2004), Meeting the Computer Halfway: Language Processing in the Artificial Language Lojban, Massachusetts Institute of Technology [1]