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Tony de Matos

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Tony de Matos
Tony de Matos
Tony de Matos fotografado por Silva Nogueira
Informação geral
Nome completo António Maria de Matos
Nascimento 28 de setembro de 1924
Local de nascimento Porto
Portugal Portugal
Morte 8 de junho de 1989 (64 anos)
Local de morte Lisboa
Nacionalidade português
Ocupação(ões) cantor, fadista e actor
Editora(s) Rádio Triunfo, EMI-Valentim de Carvalho, Movieplay, Polygram
Prémios Prémio da Imprensa (1964) Música Ligeira
Prémio da Imprensa (1968) Fado

Tony de Matos (Porto, 28 de Setembro de 1924Lisboa, 8 de Junho de 1989) foi um premiado cantor, fadista e actor português.

Nascido no bairro das Fontainhas, na cidade do Porto[1][2] Filho de António Júlio de Matos e da actriz Mila Graça (Camila da Graça Rodrigues Frias), a sua educação artística foi feita na Companhia Rafael de Oliveira, Artistas Associados, à qual pertenceu sua mãe e seu padrasto, o actor Afonso de Matos, director artístico do Teatro Desmontável, em que trabalhou como ponto e onde começou a cantar nos actos de variedades, os «Fim de Festa», com que habitualmente terminavam muitos dos espectáculos das companhias de província.

Em 1938, quando esta companhia se encontrava instalada em Santa Comba Dão (Beira Alta), o jornal local, o Beira Dão relatou a noite de apoteose com que o jovem Tony (14 anos) deliciou a assistência com a sua voz, cantando fado de Coimbra, acompanhado por músicos amadores locais.[3]

Em 1945, conseguiu entrar como cantor para a Emissora Nacional mas que abandonou rapidamente.

Três anos mais tarde, por intermédio do fadista Júlio Peres, surpreendeu a quem o ouviu no "Café Luso", em Lisboa, onde permaneceu durante dois anos.

Em 1950, o editor Manuel Simões leva-o a Madrid para gravar o seu primeiro disco. "Cartas de Amor" tornou-se um grande êxito. Outros sucessos desta altura foram "Trovador", "Ao Menos Uma Vez" e "A Lenda das Algas".

Em 1952 Tony de Matos estreou-se no teatro de revista em Cantigas ó Rosa, ao lado de Eugénio Salvador, Helga Liné, Humberto Madeira e Teresa Gomes.[1]

Em 1953 atuou pela primeira vez no Brasil. Em São Paulo cumpre, pelo dobro do tempo, um contrato inicial de 3 meses.

A partir de 1957 ficará no Brasil durante seis anos. Com Maria Sidónio abre, em Copacabana, o restaurante típico "O Fado". Chegava a actuar em seis ou sete espectáculos diários e à noite ainda cantava na sua casa de fados. Continuou a actuar com muito sucesso na rádio e na televisão.

Um EP com as canções "Só Nós Dois", "Procuro e Não Te Encontro", "Vendaval" e "Lado a Lado", gravado originalmente no Brasil, torna-se um grande sucesso em 1962. No ano seguinte decide regressar a Portugal.

Em 1964 enche o Pavilhão dos Desportos.

No cinema Tony de Matos estreia-se com A Canção da Saudade de Henrique Campos.[2] Participou ainda em filmes como A Canção da Saudade (1964), Rapazes de Táxis (1965), Bonança & C.a (1969), O Destino Marca a Hora (1970) ou Derrapagem (1974).[4]

Em 1966 concorre ao Festival RTP da Canção com "Nada e Ninguém", com música de Manuel Viegas e letra de António José.[5]

Faz uma digressão pelos Estados Unidos em 1974. No ano seguinte fixa aí residência ficando por lá durante 8 anos.

Funda, em Lisboa, com os fadistas Carlos Zel e Filipe Duarte, o restaurante "Fado Menor".

Em Junho de 1985 é convidado de Vitorino no seu espectáculo do Coliseu. Tony de Matos grava depois o álbum "Romântico". Em Novembro de 1985 dá um concerto em nome próprio no Coliseu dos Recreios que contou com a participação de Maria da Fé e Carlos Zel.

O concerto do Coliseu dos Recreios, realizado em Novembro de 1985, foi editado em DVD numa edição da Ovação e dos Videos RTP.

Participa no primeiro programa da série "Humor de Perdição", da autoria de Herman José.

No ano de 1988 é editado o álbum "Cantor Latino" onde cantou temas de Rui Veloso, Fernando Tordo, Carlos Mendes, Paulo de Carvalho, Tozé Brito, Maria Guinot, João Gil e Rosa Lobato de Faria.

Tony de Matos morreu em 8 de Junho de 1989, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.[1]

Um artigo da revista TV Guia, publicado logo a seguir à morte de Tony de Matos, indicava que a sua voz tinha ficado registada em 70 álbuns e mais de 100 singles. Note-se que até à década de 1960 o registo mais usual era o EP com 3 a 4 canções.

  • Tony de Matos (1971, LP, Rádio Triunfo, Porto, 33 rpm)[6]
  • Romântico (1991, CD, Movieplay, Colecção "Série Ouro")[7]
  • Cantor Latino (1988)[1]

Singles e EPs

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  • Cartas de Amor (1950)
  • Nada e Ninguém (Decca)
  • Maldito (Decca) Pep 1076
  • A Tal (Decca)
  • Escândalo (Decca) Pep 1096 [Ou Tarde Ou Cedo/Tristemente/Escândalo/E A Vida Continua]
  • Gente Maldosa/Tu Sabes Lá/Hás-de pagar/Não Dissemos Adeus
  • Senhor de Mim/Não Diga Nada/A Praia/Pergunta a Quem Quiseres (Decca) Pep 1183
  • Sabe-Se Lá/Confesso/Lisboa Antiga/Ronda Dos Bairros - Decca Pep 1214
  • [Lugar Vazio/Lisboa Casta Princesa/Procuro e Não Te Encontro/Fado da Cezária] (Alvorada) aep60521 - 60621
  • Vendaval/Quarto Alugado/Onde Andarei Eu/Deixa-Me
  • Grande Prémio TV da Canção Portuguesa (Alvorada, 1964) - Oração
  • O Destino Marca a Hora/Não Digas Que Me Conheces/Digo Adeus à Saudade/Viver Sem Ter Amor (1970)
  • Eu Tão Só… (Polygram, 1979) 2063047

Compilações

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  • O Melhor de Tony de Matos (1992, CD, EMI-Valentim de Carvalho, Colecção "O Melhor de")[8]
  • O Melhor dos Melhores (n.º 22) (1994, CD, Movieplay)[9]
  • Cartas de Amor (1996, CD, EMI-Valentim de Carvalho, Colecção "Caravela")[10]
  • Eu Tão Só… (1998, CD,Polygram, Colecção "Coração Português")[11]
  • O Melhor dos Melhores (n.º 95) (1998, CD, Movieplay)[12]
  • Biografias do Fado (2004, CD, EMI - Valentim de Carvalho)[13]

Compilações

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  • Colectânea O Melhor dos Melhores (n.º 1 e n.º 2) (1995, 2xCD, Movieplay, Colecção "O Melhor dos Melhores") Tema: "Vocês Sabem Lá"[14]
  • Melodias de Sempre (vol. 3) (1995, CD, Movieplay, Colecção "O Melhor dos Melhores" n.º 60) Tema: "Fado da Cesária"[15]
  • A Revista à Portuguesa (1998, CD, Movieplay, Colecção "O Melhor dos Melhores" n.º 98) Temas: "Ó Rosa" e "Emigrante "[16]
  • Fado Português Vol. 1 (1999, 2xCD, Movieplay) Tema: "Lugar Vazio"[17]

Está lançado em DVD o registo do concerto que Tony de Matos deu no Coliseu dos Recreios.

Prémios e homenagens

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Referências

  1. a b c d Redacção (9 de Junho de 1989). «O destino marcou a hora». Diário de Lisboa (via Casa Comum). p. 31. Consultado em 13 de janeiro de 2019 
  2. a b «Cinema português : Cronologia : 1926». Instituto Camões. 2007. Consultado em 13 de janeiro de 2019 
  3. FILIPE, Guilherme (2007). Percursos itinerantes: A Companhia de Rafael de Oliveira. Dissertação de Mestrado. Lisboa: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa 
  4. «Pessoa : Tony de Matos». CinePT - Cinema Português (Universidade da Beira Interior). Consultado em 11 de janeiro de 2019 
  5. Joaquim Letria (16 de Janeiro de 1966). «O que os telespectadores não viram do Grande Prémio da Canção Portuguesa -1966». Diário de Lisboa (via Casa Comum). p. 8, 23. Consultado em 13 de janeiro de 2019 
  6. OCLC 254268410. Consultado em 13 de janeiro de 2019
  7. «Catálogo - Detalhes do registo de Romântico"». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de janeiro de 2019 
  8. «Catálogo - Detalhes do registo de "O melhor de Tony de Matos"». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de janeiro de 2019 
  9. «Catálogo - Detalhes do registo de "Tony de Matos"». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de janeiro de 2019 
  10. «Catálogo - Detalhes do registo de "Cartas de amor"». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de janeiro de 2019 
  11. «Catálogo - Detalhes do registo de "Eu tão só..."». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de janeiro de 2019 
  12. «Catálogo - Detalhes do registo de "Tony de Matos"». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de janeiro de 2019 
  13. «Tony de Matos : (Biografias do Fado)». Instituto Camões. 2004. Consultado em 13 de janeiro de 2019. Arquivado do original em 13 de dezembro de 2004 
  14. «Catálogo - Detalhes do registo de "Colectânea o melhor dos melhores : vol. 1"». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de janeiro de 2019 
  15. «Catálogo - Detalhes do registo de "Melodias de sempre : vol. 3"». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de janeiro de 2019 
  16. «Catálogo - Detalhes do registo de "A revista à portuguesa"». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de janeiro de 2019 
  17. OCLC 873586949. Consultado em 13 de janeiro de 2019
  18. a b «Prémios Bordalo». Em 1964 e 1968 denominado "Prémio da Imprensa". Sindicato dos Jornalistas. 22 de janeiro de 2002. Consultado em 11 de janeiro de 2019. Arquivado do original em 4 de março de 2016 
  19. «Homenagem a Tony de Matos na Malaposta». Correio da Manhã. 10 de março de 2011. Consultado em 13 de janeiro de 2019 
  20. Liliana Costa (16 de março de 2017). «Carlos Tê escreve musical para recordar Tony de Matos». TSF. Consultado em 13 de janeiro de 2019 

Ligações externas

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