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Trichomonas vaginalis

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaTrichomonas vaginalis
Trichomonas vaginalis em preparação corada pelo Giemsa.[1]
Trichomonas vaginalis em preparação corada pelo Giemsa.[1]
Classificação científica
Domínio: Eukariota
Reino: Protista
Divisão: Parabasalia
Filo: Sarcomastigoporae
Classe: Zoomastigoporae
Ordem: Trichomonadida
Família: Trichomonadidae
Subfamília: Trichomonadinae
Gênero: Trichomonas
Espécie: T. vaginalis
Nome binomial
Trichomonas vaginalis
Donné, 1836

O Trichomonas vaginalis é um parasita eucariota flagelado anaeróbio facultativo com cerca de quinze micrômetros. Tem quatro flagelos desiguais e uma membrana ondulante que lhe dá mobilidade, e uma protuberância em estilete denominada axostilo --- uma estrutura rígida, formada por microtúbulos, que se projeta através do seu centro até sua extremidade posterior.[2] Não possui mitocôndrias, mas apresenta grânulos densos (hidrogenossomos) que podem ser vistos à microscopia óptica. Essas estruturas são portadoras da enzima piruvato ferredoxina oxirredutase, a qual transforma piruvato em acetato por oxidação fermentativa, liberando energia na forma de ATP.

O T. vaginalis é o agente causador da tricomoníase.[2] Dentre as infecções sexualmente transmissíveis curáveis, a infecção por T. vaginalis é considerada a mais prevalente.[3] Existe em apenas uma única forma (trofozoíto), que é simultaneamente infecciosa e ativa. Contudo formas arredondadas com flagelos internalizados muito semelhantes a cistos, porém sem apresentar parede cística são comumente encontradas. Estas formas são conhecidas como pseudocistos. Ao contrário do que se imaginava os pseudocistos não são formas degenerativas, mas sim formas funcionais e metabolicamente ativas.[4] Reproduz-se por pleuromitose fechada com fuso extranuclear.

Cresce em pH entre 5,0 e 7,5 a temperaturas variando de 20 a 40 °C. Utiliza a glicose, a maltose e a galactose como fontes de energia. Mantém o glicogênio como forma de armazenamento de energia. Em condições adversas, pode utilizar também os aminoácidos, especialmente a arginina, treonina e leucina, como fontes energéticas.

T.vaginalis foi descrita por Donné em 1836, isolando-a de uma mulher com vaginite. Em 1894, Marchand e Miura, em 1896 Dock, observaram o flagelado na uretrite de um homem.[5]

Fisiopatologia

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Ver artigo principal: Tricomoníase

Muitas mulheres que são infectadas pelo T. vaginalis usualmente desenvolvem poucos sintomas.[6] Quando os sintomas surgem, caracterizam-se principalmente como corrimento abundante juntamente com um prurido (coceira) vaginal. Em outros casos, a mulher pode apresentar um corrimento fluido com pouca cor e ainda um certo desconforto na micção. Em cerca de 20 a 50% das mulheres, a infecção é assintomática;[2] no restante dos casos, a infecção pode ter repercussões variadas de leve a graves. A maioria dos homens não apresenta sintomas, e esses, quando existem, consistem em uma irritação na extremidade do pênis ou da uretra. É incomum, mas possível, o comprometimento mais extenso no sexo masculino.

A via de transmissão principal é o contato sexual (de pessoa para pessoa). Em condições especiais são possíveis outras formas de transmissão..[7] Podem também ser transmitidos através de roupas íntimas.

Preservativo durante o ato sexual,[7] e também medidas gerais como o uso individual de roupas íntimas, tratamento de indivíduos portadores, esterilização dos aparelhos ginecológicos, higiene em relação aos sanitários públicos, etc.

Referências

  1. Centers for Disease Control (en)
  2. a b c MACIEL, G.P., Tasca, T.T., Carli, G. A. Aspectos clínicos, patogênese e diagnóstico de Trichomonas vaginalis. J.Bras.Patol. Med. Lab, v.40, n.3, p.152 - 60, Junho 2004.
  3. Glehn, Mateus De Paula von; Sá, Lana Cristina Evangelista Ferreira; Silva, Hian Delfino Ferreira da; Machado, Eleuza Rodrigues (31 de março de 2017). «Prevalence of Trichomonas vaginalis in women of reproductive age at a family health clinic». Journal of Infection in Developing Countries. 11 (3): 269–276. ISSN 1972-2680. PMID 28368862 
  4. Pereira-Neves, A., Ribeiro, K.C., Benchimol, M. Pseudocysts in trichomonads: new insights. Protist, v.154, n.3-4, p.313 - 329, October 2003.
  5. NEVES, David Pereira; Alan Lane de Melo; Odair Genaro; Pedro Marcos Linard. «14». In: Atheneu. Parasitologia Humana 10 ed. São Paulo: [s.n.] ISBN 85-7379-243-4 
  6. Glehn, Mateus De Paula; Ferreira, Lana Cristina Evangelista Sá; Da Silva, Hian Delfino Ferreira; Machado, Eleuza Rodrigues (novembro de 2016). «Prevalence of Trichomonas vaginalis and Candida albicans among Brazilian Women of Reproductive Age». Journal of clinical and diagnostic research: JCDR. 10 (11): LC24–LC27. ISSN 2249-782X. PMID 28050410. doi:10.7860/JCDR/2016/21325.8939 
  7. a b CDC. Trichomoniasis - Fact Sheet. disponível em: <http://www.cdc.gov/STD/Trichomonas/STDFact-Trichomoniasis.htm> Acesso em 22/04/2008

Ligações externas

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