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Escavação arqueológica no Castelo de Silves.

Sítio arqueológico, local arqueológico ou estação arqueológica é o espaço que contém um agrupamento de vestígios produzidos pelos humanos [1], podendo conter desde fragmentos cerâmicos ou mega estruturas como as pirâmides do Egito. O conceito, porém, não é uma unânimidade na Arqueologia, há cientistas que afirmam que não é necessário haver uma concentração vestigial para definir determinado local como um sítio, já que, sobretudo nos tempos mais remotos, quandos os grupos humanos eram nômades e por consequência precisavam estar em constante deslocamento em busca de recursos para subsitência, é certo que muitas regiões foram pontos de passagem de clãs humanos, mas que por diversos motivos, não foi possível recuperar nenhum registro da passagem destes por este ou àquele local. Fatores pós deposiciais, como a erosão do solo, ou a própria água dos rios ou chuvas podem ter levado os artefatos arqueológicos para outro local. Além disso, o reuso um debate trazido por Schiffer[2], coloca que muitos materiais descartados, podem ter sido reutilizados pelo próprio grupo que o produziu ou outras pessoas, que podem ter o levado a outros locais. Nessa perspectiva, Plog, Plog e Wait[3], ainda na década de 70 lançaram o termo "não-sítio", para se referirem a locais onde há presenças efêmeras de atividade humana, as quais não podem ser delimitadas espacialmente.

onde ficaram preservados testemunhos e evidências de atividades do passado histórico, seja, esse, pré-histórico ou não. A expressão "sítio arqueológico" atrela-se geralmente ao local onde ficam ou ficaram preservados artefatos, construções ou outras evidências de atividades humanas, ocorridas num passado recente, distante ou mesmo remoto. Os sítios arqueológicos mais conhecidos correspondem a cidades, templos, cemitérios e túmulos antigos soterrados em várias partes do mundo. No Brasil, esses locais são protegidos por lei e é crime destruí-los.[4]

Se o foco de estudo não atrelar-se à história do homem e às suas atividades mas sim ao estudo da evolução da vida na Terra, as correspondentes áreas de pesquisa em campo são então denominadas sítios paleontológicos. Os sítios paleontológicos são, assim, áreas que historicamente mostraram-se propícias à formação e preservação de fósseis. Com base nos fósseis coletados em dispersos sítios paleontológicos ao longo do globo, com alguns remontando ao éon arqueano, é possível construir um cenário elaborado da evolução da vida no planeta ao longo de sua existência.[5]

Extensão geográfica[editar | editar código-fonte]

É quase invariavelmente difícil delimitar um sítio. Às vezes, é usado para indicar algum tipo de assentamento, embora o arqueólogo também deva definir os limites da atividade humana em torno do assentamento. A arqueologia desenvolvimentista assumida como gestão de recursos culturais tem a desvantagem (ou o benefício) de ter seus sítios definidos pelos limites do desenvolvimento pretendido. Mesmo neste caso, entretanto, ao descrever e interpretar o local, o arqueólogo terá que olhar para fora dos limites do canteiro.

De acordo com Jess Beck em "How Do Archaeologists find sites?" as áreas com numerosos artefatos são bons alvos para futuras escavações, enquanto áreas com um pequeno número de artefatos são consideradas como reflexo da falta de atividade humana no passado. Muitas áreas foram descobertas por acidente. A pessoa mais comum que encontrou artefatos são os agricultores que estão arando seus campos ou apenas limpando-os, muitas vezes encontram artefatos arqueológicos. Muitas pessoas que estão fazendo caminhadas e até mesmo pilotos encontram artefatos que geralmente acabam denunciando-os a arqueólogos para uma investigação mais aprofundada. Quando encontram locais, eles devem primeiro registrar a área e, se tiverem dinheiro e tempo para o local, podem começar a cavar.[6]

Tipos de sítio arqueológico[editar | editar código-fonte]

Sítios Históricos/Coloniais[editar | editar código-fonte]

Vista da Cidade de Ouro Preto desde a Estrada da Cidade - Ouro Preto (MG)

Os sítios considerados históricos/coloniais são aqueles que possuem importância para uma determinada sociedade, sendo eles de cunho histórico e cultural. Esses sítios se caracterizam desde monumentos como igrejas, casarões, castelos, à fazendas, quilombos, praças, etc.[7] Alguns sítios históricos/culturais encontram-se localizados nos centro urbanos, como é o caso da cidade de Ouro Preto (MG), cidade considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. [8]

Sítios Abrigados[editar | editar código-fonte]

Os sítios abrigados são sítios em abrigos rochosos que estão localizados em locais como grutas, cavernas, paredões rochosos, e que são protegidos de ações naturais, tais como a chuva, sol extremo e ventos fortes. Grande parte dos sítios abrigados são conhecidos pela presença de pinturas rupestres e gravuras, mas também podem ser encontrados líticos e cerâmicas. [9] Um exemplo de sítio abrigado é o caso do sítio Pedra do Castelo, localizado no município de Castelo do Piauí (PI), que possui formações rochosas com cavernas em seu interior, nas quais estão inseridas pinturas rupestres e gravuras.[10]

Sítios a Céu Aberto[editar | editar código-fonte]

Pinturas Rupestres no Sítio Abrigado Pedra do Castelo - PI

Os sítios a céu aberto encontram-se a mercê de ações naturais como o sol e a chuva.[11] Esses sítios são ocupações humanas dos caçadores-coletores, tais como os sambaquis; mas também os monumentos históricos se enquadram nesse quesito. Como exemplo, temos o sítio Melancias, localizado na cidade de Picos (PI), um sítio pré-colonial com presença de líticos e cerâmicas.[12] Outro exemplo de sítio a céu aberto é o Sambaqui das Ostras, localizado no município de Tutóia (MA), o qual contém a presença de ostras e cacos cerâmicos. [13]

Sítios Megalíticos[editar | editar código-fonte]

Os sítios megalíticos são aqueles encontrados a céu aberto e que possuem uma construção de grande porte, formada por estruturas de pedras. Taís monumentos megalíticos eram utilizados, na maioria dos casos, para cunho ritualístico ou enterramentos funerários.[14] Como exemplo desses sítios, temos a estruturas megalíticas localizadas no norte do Amapá, sendo definidos como grandes blocos de granito. [15]

Sítios depositários[editar | editar código-fonte]

Os sítios depositários são áreas localizadas em ambientes do meio terrestre podendo ser em praias, dunas, portos marítimos e outras diversas áreas litorâneas. O seu contexto arqueológico é bastante variado, assim sendo classificado como um local de aglomerados de vestígios arqueológicos do passado e do presente que foram depositados ou descartados por circunstâncias antrópicas ou naturais.[16]

Sítios de naufrágio[editar | editar código-fonte]

Navio espanhol Príncipe de Asturias

Na Arqueologia subaquática os sítios de naufrágio são áreas submersas onde se encontra uma embarcação naufragada ocorrida de forma não proposital no fundo do mar. A integridade física dos materiais de uma embarcação dependerá de como ocorreu o naufrágio [17] e ressaltando que a própria água é um forte elemento conservador desses materiais, que vai desde os componentes de construção da embarcação à vestígios materiais dos passageiros. Um exemplo de naufrágio foi o caso do Príncipe de Asturias um navio transatlântico espanhol que naufragou depois de ter impactado a proa em recifes submersos, afundando na costa de São Paulo em 5 de março de 1916.

Sambaquis[editar | editar código-fonte]

Sambaqui - Figueirinha I

Os Sambaquis são sítios de montículos artificiais feitos por ações humanas sendo assim uma espécie de amontoados de conchas que prevalece uma conservação de maior intensidade em vestígios arqueológicos, como sepultamentos, ossadas humanas, cerâmica e outros elementos [18]. Os sítios considerados sambaquis podem ser encontrados em diversas áreas litorâneas se estendendo do norte do Brasil à regiões do sul, chegam aproximadamente a 60 metros de altura e na maioria das vezes estão cobertos de vegetação, portanto podem ser confundidos com morros [18]. Um exemplo desse tipo de sítio é o caso dos sambaquis submersos de Cananéia, na qual foram localizados 8 sambaquis nos arredores dos manguezais de Cananéia com vestígios arqueológicos [19].

Casas subterrâneas[editar | editar código-fonte]

As casas subterrâneas são um tipo de casas artificiais construídas no subsolo com formato aproximadamente circular compactadas com argila revertidas nas paredes, o teto era coberto por vegetação e sua estrutura escavada continha estacas centrais e laterais para erguer o teto, as casas subterrâneas poderiam ter sido usadas tanto para habitações como para eventos cerimoniais[20]. Há uma grande dificuldade de registrar esse tipo de sítio devido sua nomenclatura, pois, com o tempo ela acaba sofrendo erudição natural e sendo encontrado em prospecções arqueológicas como buracos abertos contendo vegetação [18].

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Binford, Lewis R. (abril de 1964). «A Consideration of Archaeological Research Design*». American Antiquity (em inglês) (4): 425–441. ISSN 0002-7316. doi:10.2307/277978. Consultado em 28 de janeiro de 2023 
  2. Schiffer, Michael B. (1996). Formation processes of the archaeological record University of Utah Press ed ed. Salt Lake City: University of Utah Press. OCLC 43476775 
  3. Plog, STEPHEN; Plog, FRED; Wait, WALTER (1 de janeiro de 1978). Schiffer, MICHAEL B., ed. «10 - Decision Making in Modern Surveys». San Diego: Academic Press (em inglês): 383–421. ISBN 978-0-12-003101-6. doi:10.1016/b978-0-12-003101-6.50016-0. Consultado em 28 de janeiro de 2023 
  4. JB. «How do archaeologists find sites?». Bone Broke. Consultado em 10 de março de 2016 
  5. Palmer, Douglas; Barrett, Peter - Evoluçao, A História da Vida - Larousse - 2009 - ISBN 978-85-7635464-2
  6. JB (27 de fevereiro de 2015). «How do archaeologists find sites?». Bone Broke (em inglês). Consultado em 27 de janeiro de 2023 
  7. «O que é um sítio arqueológico?». Arqueologia e Pré-História. 4 de janeiro de 2018. Consultado em 28 de janeiro de 2023 
  8. Centre, UNESCO World Heritage. «Historic Town of Ouro Preto». UNESCO World Heritage Centre (em inglês). Consultado em 29 de janeiro de 2023 
  9. «O que é um sítio arqueológico?». Arqueologia e Pré-História. 4 de janeiro de 2018. Consultado em 28 de janeiro de 2023 
  10. «Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos - Impressão». portal.iphan.gov.br. Consultado em 28 de janeiro de 2023 
  11. «O que é um sítio arqueológico?». Arqueologia e Pré-História. 4 de janeiro de 2018. Consultado em 28 de janeiro de 2023 
  12. «Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos - Impressão». portal.iphan.gov.br. Consultado em 28 de janeiro de 2023 
  13. «Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos - Impressão». portal.iphan.gov.br. Consultado em 28 de janeiro de 2023 
  14. DARCY DE MOURA SALDANHA, J.; PETRY CABRAL, M. Potes e pedras: uma gramática de monumentos megalíticos e lugares naturais na costa norte do Amapá. Revista de Arqueologia, [S. l.], v. 25, n. 1, p. 48–57, 2012. DOI: 10.24885/sab.v25i1.339. Disponível em: https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/339. Acesso em: 28 jan. 2023.
  15. PETRY CABRAL, M.; DARCY DE MOURA SALDANHA, J. . Paisagens megalíticas na costa norte do Amapá. Revista de Arqueologia, [S. l.], v. 21, n. 1, p. 9–26, 2008. DOI: 10.24885/sab.v21i1.237. Disponível em: https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/237. Acesso em: 28 jan. 2023.
  16. Caires, Ian Ribeiro Miranda (28 de julho de 2019). «Arqueologia de ambientes aquáticos: algumas reflexões sobre os sítios depositários». Consultado em 28 de janeiro de 2023 
  17. Alves, Ticiano (2020). «O patrimônio naval e o seu estudo pela Arqueologia: algumas considerações». Pesquisa e Ensino em Ciências Exatas e da Natureza. vol.4 (0): 01–11. ISSN 2526-8236. doi:10.29215/pecen.v4i0.1586. Consultado em 28 de janeiro de 2023 
  18. a b c Moreno, João Carlos (4 de janeiro de 2018). «O que é um sítio arqueológico?». Arqueologia e Pré-História. Consultado em 28 de janeiro de 2023 
  19. Calippo, Flávio Rizzi (2004). «Os sambaquis submersos de Cananéia: um estudo de caso de arqueologia subaquática». Consultado em 28 de janeiro de 2023 
  20. Socioambiental, Xapuri (16 de dezembro de 2021). «Casas subterrâneas dos Kaingang - Povos da Tradição Taquara -». xapuri.info. Consultado em 29 de janeiro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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  • «Sítios arqueológicos». . Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM, www.fumdham.org.br). Consultado em 27 de fevereiro de 2011 
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