Ynglingatal
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Ynglingatal (lit. Enumeração dos Inglingos ou Lista dos Inglingos) é um poema escáldico, com 54 versos, enunciando uma lista de 27 reis lendários da mítica dinastia dos Inglingos, e descrevendo a sua origem divina a partir dos deuses nórdicos na Uplândia (Suécia) e a sua chegada mais tarde a Folde Ocidental (Noruega). Foi escrito provavelmente nos finais do século IX ou princípios do X, e é atribuído ao escaldo (poeta) norueguês Tiodolfo de Hvinir (ca 860–935). Não existe nenhum manuscrito sobrevivente, sendo o seu conteúdo apenas conhecido através das menções feitas na Saga dos Inglingos (Ynglingasaga), escrita pelo cronista islandês Snorri Sturluson no século XIII, tendo como base narrativas e cantos tradicionais nos países nórdicos.[1][2][3][4][5]
O poema descreve a origem sueca da dinastia dos reis noruegueses. Começa com os reis suecos, desde Fliolmo, filho de Ínguino (o deus Frei), até Ingoldo, o Malfeitor. Continua com o rei Olavo, o Desbravador, fugitivo na Varmlândia. Termina com os reis noruegueses, de Haldano Pernas Brancas até ao relativamente obscuro Ragualdo, o Muito Honrado, primo do rei Haroldo Cabelo Belo (c. 850 – c. 933).[6][7][8]
Escrita na Noruega, esta obra conecta a dinastia real norueguesa não só aos deuses como também aos célebres Inglingos suecos de Upsália, tendo assim uma função propagandística. O texto foi igualmente usado como modelo para o poema Háleygjatal, que comemora os ancestrais dos jarls de Lade desde Odim até Haquino, o Poderoso (m. 995), com fins propagandísticos similares.[carece de fontes]
A Ynglingatal foi utilizada como fonte pelo escritor islandês Esnorro Esturleu para a sua Saga dos Inglingos, a parte introdutória da crónica Heimskringla (História dos reis da Noruega) no início do século XIII.[9] A mensagem subjacente da Ynglingatal e da Saga dos Inglingos é de que esses reis descendiam dos deuses nórdicos. Segundo Esnorro, os suecos foram inicialmente governados por Odim, seguido de Niordo e finalmente Frei (ou Ínguino), o primeiro rei inglingo, que fez de Upsália sua capital. Seu filho, Fliolmo, é o primeiro rei que aparece no obra, e a partir deste ponto a obra de Esnorro segue fielmente a Ynglingatal.[10][11][12]
Referências
- ↑ Lindkvist 2018.
- ↑ Myrvoll 2018.
- ↑ Harrison 2002, p. 18-19.
- ↑ Welinder 2009, p. 29, 32.
- ↑ Larsson 1999, p. 31.
- ↑ Lindow 2001, p. 16, 25.
- ↑ Neijmann 2006, p. 33.
- ↑ Vries 1942, p. 131.
- ↑ Esnorro Esturleu 2011, p. 3.
- ↑ Lindow 2001, p. 25.
- ↑ Welinder 2009, p. 465.
- ↑ Lindkvist 2006, p. 34-35.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Esnorro Esturleu (2011). Hollander, Lee M., ed. Heimskringla - History of the Kings of Norway. Austin: University of Texas Press
- Harrison, Dick (2002). «Från förhistoria till historia (-1060-talet)». Sveriges historia medeltiden (em sueco). Estocolmo: Liber. 384 páginas. ISBN 91-47-05115-9
- Larsson, Hans Albin (1999). «Medeltiden». Boken om Sveriges historia (em sueco). Estocolmo: Forum. 344 páginas. ISBN 9789137114842
- Lindkvist, Thomas; Sjöberg, Maria (2006). «Vikingatid och tidig medeltid (Era Viquingue e Idade Média inicial)». Det svenska samhället 800-1720 (em sueco). Lund: Studentlitteratur. ISBN 91-44-01181-4
- Lindkvist, Thomas (2018). «Ynglingatal». Enciclopédia Nacional Sueca (em sueco). Gotemburgo: Universidade de Gotemburgo
- Lindow, John (2001). Handbook of Norse Mythology. Santa Bárbara, Califórnia; Denver, Colorado; Oxônia, Inglaterra: ABC-Clio
- Myrvoll, Klaus Johan (2018). «Ynglingatal» (em norueguês). Store norske leksikon - Grande Enciclopédia Norueguesa
- Neijmann, Daisy L. (2006). A History of Icelandic Literature. Volume 5 of History of Scandinavian literatures. Lincoln e Londres: University of Nebraska Press. ISBN 0803233469
- Vries, Jan de (1942). Altnordische Literaturgeschichte, Volume 1. Berlim: Walter de Gruyter. ISBN 3110163306
- Welinder, Stig (2009). «Götarna och svearna». Sveriges Historia 13 000 a.C.-600 d.C. (em sueco). Estocolmo: Norstedts. 502 páginas. ISBN 978-91-1-302376-2