Combate de Botocudos em Mogi das Cruzes

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Combate de Botocudos em Mogi das Cruzes
Combate de Botocudos em Mogi das Cruzes
Autor Oscar Pereira da Silva
Data 1920
Gênero pintura histórica
Técnica tinta a óleo
Dimensões 100 centímetro x 150 centímetro
Encomendador Afonso d'Escragnolle Taunay
Localização Museu do Ipiranga
Descrição audível da obra no Wikimedia Commons
Recurso audível (info)
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Combate de Botocudos em Mogi das Cruzes é uma pintura de Oscar Pereira da Silva. A sua data de criação é 1920. A obra é do gênero pintura histórica. Encontra-se sob a guarda de Museu Paulista. A obra foi encomendada por Afonso d'Escragnolle Taunay. Retrata bandeirantes e Botocudos, com indumentárias e trajes típicos (chapéu, fuzil, flecha e gibão de couro), na mata.[1][2]

Descrição[editar | editar código-fonte]

A obra foi produzida com tinta a óleo. Suas medidas são: 100 centímetros de altura e 150 centímetros de largura.[1][3] Faz parte de Coleção Museu Paulista. O número de inventário é 1-19214-0000-0000.[2] A obra foi influenciada por uma gravura de Jean-Baptiste Debret, intitulada Sauvages civilisés, soldats indiens de Mugi das Cruzas (Province de St. Paul) combattant des botocoudos, de 1834.[2]

Contexto[editar | editar código-fonte]

O quadro de Pereira da Silva faz parte de um conjunto de obras encomendado por Taunay, no contexto do programa decorativo do Museu Paulista. Também fazem parte desse conjunto: Partida de Porto Feliz, 9º Encontro de Monções no Sertão, Bandeirantes a caminho das minas, Calçada de Lorena, 1826 e Carga de canoas.[2]

Análise[editar | editar código-fonte]

Na obra, o soldado aparece enquadrado pelas árvores, no centro. As folhas, voltadas para baixo, reforçam o enquadramento. Sobressai uma narrativa de confronto, numa mata densa. A coloração realça a força da cena.[2]

A importância da reprodução e criação sobre a gravura de Debret remete à raridade de haver nela uma representação de indumentária bandeirante. Diz Taunay sobre o desenho: "O ambiente da composição é inteiramente fantasia mas nele ocorre elemento de maior valia: a representação dos bugreiros revestidos do famoso gibão de armas, 'armas de algodão', 'armas estofadas', no gênero de escupil hispano americano, couraça essencial dos bandeirantes de São Paulo, do que infelizmente não subsiste um único espécime".[2]

Diferentemente de outras peças sobre bandeirantes no Museu Paulista, esta coloca o personagem em ação, não em retrato triunfalista, como o retrato Domingos Jorge Velho.[2] É considerada a única obra do acervo do museu que representa os bandeirantes em combate,[4] com detalhes que o tornaram um exemplar raro da iconografia bandeirante.[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Combate de Botocudos em Mogi das Cruzes
  1. a b «Combate de Botocudos em Mogi das Cruzes». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 9 de fevereiro de 2020 
  2. a b c d e f g Lima Junior, Carlos; Lima Junior, Carlos (2018). «Da pena ao pincel: o passado paulista (re)criado nas encomendas de Afonso Taunay a Oscar Pereira da Silva». Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material. 26. ISSN 0101-4714. doi:10.1590/1982-02672018v26e34 
  3. «combate de Botocudos em Mogi das Cruzes - Oscar Pereira da Silva». Google Arts & Culture (em inglês). Consultado em 9 de fevereiro de 2020 
  4. «Estamos Aqui! Bandeirante: um personagem em debate #pracegover | Museu Paulista». www.mp.usp.br. Consultado em 9 de fevereiro de 2020 
  5. «Acervos redescobertos». Blog da BC. Consultado em 9 de fevereiro de 2020