Fisioterapia: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m
Teocalc17 (discussão | contribs)
Melhoria no verbete, retirada de textos copiados na internet, adição de seção sobre a História da Fisioterapia e criação do símbolo. Adição de referências na introdução.
Linha 13: Linha 13:
| MeshID =
| MeshID =
}}
}}
'''Fisioterapia''' é uma [[Ciências da saúde|ciência da saúde]] aplicada ao estudo, diagnóstico, prevenção e tratamento de disfunções cinéticas funcionais de órgãos e sistemas. Sua gestão necessita do entendimento das estruturas e funções do corpo humano. Ela estuda, diagnostica, previne e trata os distúrbios, entre outros, cinético-funcionais (da biomecânica e funcionalidade humana) decorrentes de alterações de órgãos e sistemas [[humanos]]. Poderá ainda tem um efeito analgésico. Além disso, a Fisioterapia estuda os efeitos benéficos dos recursos físicos como o movimento corporal, as irradiações e correntes eletromagnéticas, o ultrassom, entre outros recursos, sobre o organismo humano. É a área de atuação do profissional formado em um curso superior em Fisioterapia. O fisioterapeuta é capacitado a diagnosticar disfunções, avaliar, reavaliar, prescrever (tratamento fisioterapêutico), emitir [[prognóstico]], elaborar projetos de intervenção e decidir pela alta fisioterapêutica.
'''Fisioterapia''' é uma [[Ciências da saúde|ciência da saúde]] aplicada ao estudo, diagnóstico, prevenção e tratamento de disfunções cinéticas funcionais de [[Órgão (anatomia)|órgãos]] e sistemas. Ela estuda, diagnostica, previne e trata os distúrbios, entre outros, cinético-funcionais (da biomecânica e funcionalidade humana) decorrentes de alterações de órgãos e sistemas [[humanos]]. Sua gestão necessita do entendimento das estruturas e funções do [[corpo humano]].<ref>{{Citar web|url=https://www.coffito.gov.br/nsite/?page_id=2344|titulo=Formação Acadêmica e Profissional|acessodata=2018-05-16|obra=www.coffito.gov.br|lingua=pt-BR}}</ref>


Baseia-se na compreensão e no estudo das [[ciências biológicas]] e da saúde, fundamentando suas ações em mecanismos terapêuticos próprios, tais como, ciências morfológicas, [[Fisiologia humana|ciências fisiológicas]], [[patologia]], [[bioquímica]], [[biofísica]], [[biomecânica]],[[Cinesiologia|cinesia]], além das disciplinas comportamentais e sociais.<ref>{{Citar web|url=http://crefito7.gov.br/?page_id=533|titulo=Definição {{!}} Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional|acessodata=2018-05-16|obra=crefito7.gov.br|lingua=pt-BR}}</ref> O objetivo desta área é preservar, manter, desenvolver ou [[Reabilitação (saúde)|restaurar (reabilitação)]] a integridade de órgãos, sistemas ou funções.<ref>{{Citar web|url=http://www.crefito9.org.br/fisioterapia/o-que-e-fisioterapia/155|titulo=Crefito 9|acessodata=2018-05-16|obra=www.crefito9.org.br}}</ref>
É administrada em consultórios, clínicas, centros de reabilitação, asilos, escolas, domicílios, clubes, academias, residências, hospitais, empresas, unidades básicas ou especializadas de saúde, pesquisas, entre outros, tanto por serviços públicos como privados. Atua nas mais diferentes áreas com procedimentos, técnicas, metodologias e abordagens específicas que têm o objetivo de avaliar, tratar, minimizar problemas, prevenir e curar as mais variadas disfunções. Além disto, a complexidade da profissão reside na necessidade do entendimento global do ser humano, por meio da [[anatomia]], [[citologia]], [[fisiologia]], [[embriologia]], [[histologia]], [[biofísica]], [[biomecânica]], [[bioquímica]], [[cinesiologia]], [[farmacologia]], [[neurociências]], [[genética]], [[imunologia]], além da [[antropologia]], [[ética]], [[filosofia]], [[sociologia]], [[deontologia]], e outras ciências de formação geral. Durante o curso, o aluno entra em contato com diversas áreas médicas a fim de associar as patologias com o tratamento fisioterapêutico ideal. Para isso, faz-se necessário o conhecimento e estudo das áreas de: [[cardiologia]], [[pneumologia]], [[pediatria]], [[urologia]], [[ginecologia]], [[neurologia]], [[geriatria]], [[ortopedia]] e [[traumatologia]], [[reumatologia]], [[dermatologia]], [[oncologia]] entre outras áreas.


Uma formação curricular consistente permite ao fisioterapeuta, em sua avaliação ou consulta, a formulação do diagnóstico fisioterapêutico (cinesiológico-funcional), de acordo com a normatização profissional do Brasil.<ref name="coffito01">Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional: [http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view.asp?cod=953&psecao=9 ''RESOLUÇÃO Nº. 80, DE 9 DE MAIO DE 1987.''] (Diário Oficial da União nº. 093 - de 21/05/87, Seção I, Págs. 7609), acessado em 24 de abril de 2008</ref> A Fisioterapia foi regulamentada oficialmente no Brasil pelo Decreto-Lei 938 em 1969 e pela Lei Federal 6.316 em 1975. [[Alphais de Cudot|Santa Alphais]] é considerada a padroeira dos fisioterapeutas.
[[Fisioterapeuta]], que é o profissional da área de Saúde, a quem compete executar métodos e técnicas fisioterápicas, com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do paciente.<ref name=":0">{{Citar web|url=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0938.htm|titulo=DECRETO-LEI Nº 938, DE 13 DE OUTUBRO DE 1969|data=|acessodata=2018-05-16|obra=www.planalto.gov.br|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Uma formação curricular consistente permite ao fisioterapeuta, em sua avaliação ou consulta, a formulação do diagnóstico fisioterapêutico (cinesiológico-funcional), de acordo com a normatização profissional do Brasil,<ref name="coffito01">Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional: [http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view.asp?cod=953&psecao=9 ''RESOLUÇÃO Nº. 80, DE 9 DE MAIO DE 1987.''] (Diário Oficial da União nº. 093 - de 21/05/87, Seção I, Págs. 7609), acessado em 24 de abril de 2008</ref> atuando desde a admissão do paciente ao serviço à alta.<ref>{{Citar web|url=http://crefito1.org.br/profissoes/fisioterapia/|titulo=Fisioterapia « CREFITO 1|acessodata=2018-05-16|obra=crefito1.org.br|lingua=pt-BR}}</ref> Baseando a sua conduta pautada nos aspectos éticos de sua formação e interação com o paciente, que tem todo um contexto extra-lesão envolvido.<ref>{{citar periódico|ultimo=MACHADO|primeiro=Dionis|data=2017|titulo=A FORMAÇÃO ÉTICA DO FISIOTERAPEUTA|url=https://periodicos.pucpr.br/index.php/fisio/article/view/18929/18303|jornal=Fisioterapia em Movimento|volume=v.20|numero=n.3|issn=1980-5918|acessodata=18/05/2018}}</ref>


A Fisioterapia foi regulamentada oficialmente no [[Brasil]] pelo Decreto-Lei nº 938 em 1969<ref name=":0" /> e pela Lei Federal nº 6.316 em 1975.<ref>{{Citar web|url=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L6316.htm|titulo=Cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional|data=|acessodata=2018-05-16|obra=www.planalto.gov.br|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
== Processo de reabilitação ==


== Histórico ==
Trata-se de um processo multiprofissional visando a reinserção bio-psico-social do paciente. O fisioterapeuta tem por objetivo restaurar os movimentos e funções comprometidas depois de uma doença ou acidente. Nesse momento, é o Terapeuta Ocupacional que irá atuar com esse paciente para que o mesmo possa estar se reinserindo na sociedade, ou o mais perto disto (mais funcional/autônomo possível). Não se pode afirmar que a [[reabilitação (saúde)|reabilitação]] foi um sucesso se o indivíduo recuperado total ou parcialmente não conseguir retornar à sua função social de origem, igual ou próximo ao desempenho anterior ao acidente ou doença. O fisioterapeuta trabalha também como integrante de equipes multiprofissionais de saúde funcional juntamente com [[enfermeiro]]s, [[Terapia ocupacional|terapeutas ocupacionais]], [[Educação fisica|educadores físicos]], [[fonoaudiólogo]]s, [[psicólogo]]s e [[médico]]s. Na resolução CNS n.º 44 de 1993 no Brasil, na gestão do ministro Jamil Haddad na Saúde e inspirado nos princípios do SUS, optou-se pela designação de [[profissional de saúde]] no lugar de [[paramédico]] nos documentos oficiais, e em extensão a expressão [[equipe de saúde]] melhor define o trabalho em equipe interdisciplinar em qualquer área, cuja autonomia dos profissionais envolvidos não fere a equipe mas, ao contrário, é a base de um trabalho em respeito mútuo.
A história da fisioterapia pode ser explicada ao longo das décadas e até de séculos, quando os ancestrais dos seres humanos aplicavam [[fricção]] para diminuir um quadro [[Dor|doloroso.]] E evoluindo para as técnicas atuais.<ref name=":1">{{Citar web|url=http://www.crefito3.org.br/dsn/fisioterapia.asp|titulo=A fisioterapia|data=|acessodata=2018-05-16|obra=www.crefito3.org.br|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Admite-se que [[hipócrates]] foi um dos primeiros a descrever e documentar tratamentos para a [[coluna vertebral]] a qual não mudou muito até o até o final do século XIX.<ref>{{citar periódico|ultimo=Kladny|primeiro=B|data=2015|titulo=History of conservative spinal therapy|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26542053|jornal=Unfallchirurg|volume=v.118|numero=n.1|doi=10.1007/s00113-015-0098-4|pmid=26542053|acessodata=18/05/2018}}</ref>


=== Fisioterapia no mundo ===
== Reintegração ==
Sabe-se que desde a [[Grécia Antiga|Grécia antiga]] os indivíduos se interessavam por terapias pelo movimentos como uma forma de tratar os doentes, assim como na [[China Antiga]] a [[cinesioterapia]] era utilizada extensivamente em doenças.<ref name=":2">{{Citar periódico|ultimo=Fisioterapia.com|titulo=HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA {{!}} Fisioterapia.com|url=http://fisioterapia.com/historia-da-fisioterapia/|jornal=Fisioterapia.com|lingua=pt-BR}}</ref><ref name=":3">{{citar periódico|ultimo=Petri|primeiro=Fernanda Calil|data=2006|titulo=História e Interdisciplinaridade no processo de humanização da fisioterapia|url=|jornal=Universidade de Santa Maria|acessodata=}}</ref> Durante a idade média, o corpo humano era tido como algo divino e como tal, as pesquisas era quase que proibidas, pois se tinham a ideia de ser receptáculos da alma,<ref name=":3" /> mudando essa visão a partir do [[renascimento]],<ref name=":4">{{citar periódico|ultimo=Barros|primeiro=Fabio Batalha Monteiro de|data=2002|titulo=A FORMAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA UFRJ E A PROFISSIONALIZAÇÃO DA FISIOTERAPIA|url=https://www.researchgate.net/publication/34226098|jornal=(Dissertação de Mestrado) - UERJ|acessodata=}}</ref> e reforçada com o advento da [[revolução Industrial]] no processo de reabilitar os trabalhadores acidentados.<ref name=":2" />
A fase final do processo de reabilitação de grandes incapacitados, reintegrar a pessoa à sociedade é nobre objetivo (não exclusivo) da atenção fisioterapêutica, após uma terapia resolutiva. Em pessoas que sofreram sequelas irreversíveis (perda de membros, paralisias por lesões nervosas centrais ou periféricas ou afecções musculotendinosas incapacitantes), tal reintegração se dá mediante o treinamento e adaptação dos pacientes às suas potencialidades (com uso ou não de órteses e/ou próteses), para um grau o maior possível de autonomia pessoal e comunitária e consequente interação social.


No século XIX, com a expansão da [[eletricidade]] clinicas e espaços que usavam a [[eletroterapia]] começaram a se espalhar e popularizar, tanto para uso da psiquiatria quanto para o sistema orgânico do corpo, tais aplicações era elaboradas para se evitar o uso de medicamentos.<ref name=":3" /> E a história da Fisioterapia e de seus precursores se fundamentou em seis pilares: [[hidroterapia]], exercícios terapêuticos, eletroterapia, [[termoterapia]], [[fototerapia]] e [[massagem]].<ref name=":5">{{citar periódico|ultimo=Oliveira|primeiro=Valéria Rodrigues Costa de|data=2002|titulo=A História dos Currículos de Fisioterapia: A Construção de uma Identidade Profissional|url=http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3776|jornal=PUC Goiás|acessodata=}}</ref>
== Recursos fisioterapêuticos ==


A partir do século XX, a fisioterapia ganha um status de profissão a partir do momento em que as duas [[Guerras Mundiais|guerras mundiais]] deixam um alto número de pessoas com lesões e ferimentos graves que precisavam urgentemente ser inseridas na vida civil.<ref name=":1" /> Nessa época, um dos principais expoentes de pesquisas e desenvolvimento de métodos fisioterapêuticos foram Cyriax, na [[Inglaterra]], e do [[Cirurgião|médico cirurgião]] alemão Rudolf Klapp, que em conjunto com as fisioterapeutas Blederbeck e Hess desenvolveram o método Klapp, na [[Alemanha]],<ref name=":4" /> há também relatos de implementação da profissão na [[Suíça]] no período entre guerras.<ref>{{citar periódico|ultimo=Hasler|primeiro=V|data=2013|titulo=Beginning of the institutionalization of physical therapy in a Swiss canton: 1928-1945|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24308260|jornal=Gesnerus|volume=v.70|numero=n.1|pagina=36-52|pmid=24308260|acessodata=18/05/2018}}</ref> Nos [[Estados Unidos]], a fisioterapia tem seu registro mais antigo contado a partir de grandes eventos trágicos: a [[epidemia]] de [[poliomielite]] e a entrada do país na [[Primeira Guerra Mundial]] que trouxe de volta vários incapacitados.<ref>{{citar periódico|ultimo=Moffat|primeiro=Marilyn|data=2003|titulo=The History of Physical Therapy Practice in the United States|url=https://journals.lww.com/jopte/Abstract/2003/10000/The_History_of_Physical_Therapy_Practice_in_the.3.aspx|jornal=Journal of Physical Therapy Education|acessodata=18/05/2018}}</ref> Nesse país, foi criado a [[associação]] de fisioterapeutas, em 1921, e inicialmente não se admitiam homens na Associação, o que só aconteceu a partir da década de 30.<ref>{{Citar web|url=http://www.apta.org/History/|titulo=APTA History|acessodata=2018-05-18|obra=www.apta.org|ultimo=Neil|primeiro=Amber|lingua=en}}</ref> Devido à forte necessidade de novos profissionais, dado o contexto, o número de fisioterapeutas membros da Associação Americana de Fisioterapia passou de pouco mais de 1.000 nos anos 30 para um total de mais de 8.000 profissionais na década de 50, aumentando os programas e escolas formadoras na mesma época de 16 para 39; e já na década de 60 eram 15.000 fisioterapeutas americanos em atividade em todo país. <ref name=":4" />

Na década de 1950 foi fundada em [[Londres]], a World Confederation for Physical Therapy (WCPT), com a adesão de 13 países.<ref name=":4" /> Ao longo do Século XX, a fisioterapia foi se desenvolvendo e ganhando escopo de profissão reconhecida e necessária, mesmo que muitos desafios ainda sejam colocados.<ref name=":1" />

A crescente colaboração internacional, o desenvolvimento nas técnicas de retreinamento muscular e as pesquisas realizadas por um crescente número de fisioterapeutas foram alguns dos fatores que ajudaram no estabelecimento da fundamentação moderna da Fisioterapia.<ref name=":5" /> A qual vem caminhando para se firmar como essencial, devido a sua utilidade na prevenção e reabilitação de doenças.<ref name=":3" />

=== Fisioterapia no brasil ===
No [[Brasil]], a história da fisioterapia não é muito diferente da do resto do mundo, entrando em confluência com o período da [[Industrialização]] no país e o aumentando dos acidentados no ambiente de trabalho, desse modo, foram utilizados meios físicos na reabilitação desses indivíduos.<ref name=":2" /> No início do século XX, foi criado o primeiro centro especializado, o Departamento de Eletricidade Médica, da [[Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo]], tido como embrião da área, pelo professor Raphael de Barros.<ref name=":6">{{citar periódico|ultimo=Marques|primeiro=Amélia Pasqual|ultimo2=SANCHES|primeiro2=Eugênio Lopes|data=1994|titulo=Origem e evolução da Fisioterapia: aspectos históricos e legais.|url=http://www.periodicos.usp.br/fpusp/article/view/75027/78586|jornal=Fisioterapia e Pesquisa|volume=v.1|numero=n.1|pagina=5-10|doi=10.1590/fpusp.v1i1.75027|acessodata=18/05/2018}}</ref> Em 1929, foi criado o serviço de fisioterapia em [[São Paulo]], pelo professor Rolim,<ref name=":6" /> motivado pelo alto número de pessoas afetadas pela poliomielite,<ref name=":7">{{citar periódico|ultimo=Júnior|primeiro=José Patrício Bispo|data=2009|titulo=Formação em fisioterapia no Brasil: reflexões sobre a expansão do ensino e os modelos de formação|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702009000300005&lng=en&nrm=iso|jornal=Hist. cienc. saude-Manguinhos|volume=v.16|numero=n.3|pagina=.655-668|doi=10.1590/S0104-59702009000300005|issn=0104-5970|acessodata=18/05/2018}}</ref> tais profissionais não eram formados em nível superior e sim, formados com nível técnico e eram tidos como "técnicos em fisioterapia".<ref name=":4" /><ref>{{citar periódico|ultimo=Júnior|primeiro=José Patrício Bispo|data=2010|titulo=Fisioterapia e saúde coletiva: desafios e novas responsabilidades profissionais|url=https://www.scielosp.org/article/csc/2010.v15suppl1/1627-1636/#ModalArticles|jornal=Ciencia & saude coletiva|acessodata=}}</ref> A história contada por profissionais da área remete aos anos 50 como o início da profissão,<ref>{{citar periódico|ultimo=Barguil|primeiro=Carmen Maria Kligman|data=|titulo=ATUALIZAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA NO BRASIL|url=http://www.hcte.ufrj.br/downloads/sh/sh9/SH/trabalhos%20orais%20completos/ATUALIZACOES-SOBRE-A-HISTORIA-DA-FISIOTERAPIA-NO-BRASIL.pdf|jornal=UFRJ|acessodata=}}</ref> sendo esta voltada, principalmente, para a área musculo-esquelética.<ref name=":8">{{citar periódico|ultimo=Blascovi-Assis|primeiro=Silvana Maria|data=2010|titulo=REFLEXÕES SOBRE O CRESCIMENTO DA FISIOTERAPIA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A ÁREA DOS DISTÚRBIOS DO DESENVOLVIMENTO|url=|jornal=Cadernos de Pós Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento|volume=v.10|numero=n.1|pagina=32-36|issn=1809-4139|acessodata=18/05/2018}}</ref> Em 1959, começou a formar fisioterapeutas de fato. como diz Sanches: <ref>{{citar livro|título=Histórico da Fisioterapia no Brasil e no Mundo|ultimo=Sanches|primeiro=|editora=|ano=1984|volume=v.1|local=|páginas=|acessodata=}}</ref>
{{Quote|texto="O primeiro curso de fisioterapia iniciou-se, com duração de dois anos, para formar fisioterapeutas que atuassem em reabilitação."}}
Galvão, outro pesquisador da área, quando comenta sobre a formação dos fisioterapeutas nos anos 50 diz:<ref>{{citar periódico|ultimo=GALVÃO|primeiro=A.M.F|data=200|titulo=Brasil, A Fisioterapia e o Tempo|url=|jornal=Fisiobrasil|numero=n.38|acessodata=}}</ref>
{{Quote|texto=“O profissional formado deveria ser de nível universitário, mas, como um auxiliar do médico, limitado à execução do tratamento prescrito por aquele”.}}
Com o aumento de profissionais, ainda que poucos, anos antes, em 1956, foi criado o Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), que por sua vez criou a Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro.<ref>{{citar periódico|ultimo=ROSA|primeiro=LIANNA RAMALHO DE SENA|data=2012|titulo=FORMAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA E SUA PRÁTICA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UM ESTUDO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS|url=|jornal=Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual do Ceará|acessodata=}}</ref> Três anos depois foi fundada a Associação Brasileira de Fisioterapia - ABF <ref name=":9">{{citar periódico|ultimo=Barros|primeiro=Fabio Batalha Monteiro de|data=2003|titulo=Autonomia Profissional do Fisioterapeuta ao longo da história|url=|jornal=Revista FisioBrasil|numero=n.59|pagina=20-31|acessodata=}}</ref>

Com o processo de formalização, e aumento da oferta técnico-científico, os anos 1960 e 1970 conhece um boom de profissionalização, pela abertura de escolas em todas as profissões superiores.<ref name=":10">{{citar periódico|ultimo=Calvalcante|primeiro=CCL|data=2011|titulo=Evolução científica da fisioterapia em 40 anos de profissão|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-51502011000300016|jornal=Fisioter Mov|volume=v.24|numero=n.3|pagina=513-22|doi=10.1590/S0103-51502011000300016|acessodata=18/05/2018}}</ref> É valido notar que tais cursos funcionavam em 5 estados: [[Pernambuco]], [[Bahia]], [[Minas Gerais]], [[Guanabara]] e São Paulo.<ref name=":5" />

Petri também afirma:<ref name=":3" />
{{Quote|texto="A partir do movimento das Associações beneficentes, foram fundadas, em 1958, a Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD) por Renato Bonfim, e, então, surgiram as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs)."}}
Após a regulamentação da profissão,<ref name=":0" /> existiam apenas apenas seis cursos dessa graduação, pulando para 22 em 1984.<ref name=":7" /> Ainda com número reduzido de cursos de graduação na década seguinte, o que dificultava o avanço na profissionalização. A Falta de cursos de Pós-graduação era uma delas.<ref name=":8" /> Mas aos poucos esse quadro foi mudando e houve um aumento no número de cursos de [[pós-graduação]], [[mestrado]], [[doutorado]], mudando o pensamento e criando linhas de pesquisas nas [[CNPQ|instâncias de fomento]].<ref name=":4" /> Com isso, o aumento do número de doutores e mestres na fisioterapia fez aumentar o número de pesquisas e dar subsídios aos profissionais para se afirmar em seus respectivos ambientes de trabalho.<ref name=":10" />

É importante frisar que a fisioterapia é uma profissão recente, o Fisioterapeuta de hoje já não guarda semelhanças com seu nascedouro de “técnico de reabilitação” da década de 50.<ref name=":9" />

== Símbolo ==
A resolução <small>nº 232/02</small> dispõe sobre o símbolo oficial da fisioterapia, a qual descreve:<ref>{{Citar periódico|data=2015-09-03|titulo=RESOLUÇÃO nº 232, de 27 de fevereiro de 2002 - CREFITO-4|url=http://crefito4.org.br/site/2015/09/03/resolucao-no-232-de-27-de-fevereiro-de-2002/|jornal=CREFITO-4|lingua=pt-BR}}</ref>

* RAIO - com comprimento de 9.5/10 do eixo maior interno do CAMAFEU (elipse), tendo nas extremidades superior e inferior largura zero e em sua parte mais ampla 0.5/10 do eixo citado; com impressão em 4 (quatro) cores, em escala CMYK na cor dourado (C7/M3O/Y100/K15);
* SERPENTES – enrolar-se-ão no raio de cima para baixo, uma da esquerda para a direita e a outra da direita para a esquerda em forma elíptica, passando pela frente, por trás, pela frente e parte superior e inferior do raio respectivamente, tendo a maior distância entre elas de 4/10 do eixo maior interno do Camafeu e na parte superior da extremidade do raio à distância de 1.2/10 do eixo maior interno do Camafeu e na parte inferior da extremidade do raio à distância de 0.3/10 do eixo maior interno do Camafeu, com impressão em 4(quatro) cores, escala CMYK, nas cores: verde (C100/M0/Y90/K40) e preta (K100);
* CAMAFEU – terá na borda a largura de 0.5/10 do seu eixo maior interno (eixo vertical) e, no seu eixo menor interno (eixo horizontal) o comprimento de 8/10 da referida medida com impressão de sua borda em quatro cores, escala CMYK, nas cores: marrom (C60/M70/Y80/K10) e preta (K100), em fundo branco;
* A inscrição das palavras Fisioterapeuta ou Fisioterapia, terá o comprimento de 2.4/10 e 2/10 do eixo maior interno do Camafeu respectivamente, arqueado para baixo, acompanhando a linha do desenho, com impressão a 04 (quatro) cores em escala CMYK, na cor preta (K100);
* ANEL – uma esmeralda engastada em aro de ouro, ostentando de um lado duas serpentes entrelaçadas e do outro a figura do raio, ambos na forma decomposta do símbolo aprovado nesta resolução.

[[Ficheiro:Símbolo de la Fisioterapia.svg|miniaturadaimagem|140x140px|Símbolo da Fisioterapia com duas serpentes enroladas no Raio.]]

== Recursos fisioterapêuticos ==
Os procedimentos da Fisioterapia contribuem para a prevenção, cura e recuperação da saúde. Para que o fisioterapeuta eleja os procedimentos que serão utilizados, ele terá de proceder à elaboração do diagnóstico Cinesiológico Funcional identificando a abrangência da disfunção, assim como acompanhar a resposta terapêutica aos procedimentos indicados pelo próprio profissional. Eis os mais conhecidos e utilizados recursos fisioterapêuticos:
Os procedimentos da Fisioterapia contribuem para a prevenção, cura e recuperação da saúde. Para que o fisioterapeuta eleja os procedimentos que serão utilizados, ele terá de proceder à elaboração do diagnóstico Cinesiológico Funcional identificando a abrangência da disfunção, assim como acompanhar a resposta terapêutica aos procedimentos indicados pelo próprio profissional. Eis os mais conhecidos e utilizados recursos fisioterapêuticos:


Linha 51: Linha 85:
* [[Cristalterapia]], etc.
* [[Cristalterapia]], etc.


== Ensino e estágios ==
== Estágios ==

Os primeiros cursos de Fisioterapia no Brasil remontam à década de 1950 e a partir dos anos 1960 são primeiramente reconhecidos como superiores na USP, na ABBR (RJ), na FCMMG, na UFPE e na Baiana. Atualmente, estão catalogados 499 cursos em todo o Brasil. A ABENFISIO - Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia é a entidade representativa do segmento e foi fundada durante a realização do 14.º Congresso Brasileiro de Fisioterapia de SALVADOR-BA em 1999, elegendo sua primeira diretoria em abril de 2001, em Santos/SP - Unisanta, durante o 4.°Fórum Nacional de Docentes em Fisioterapia.


Estágios em Fisioterapia submetem-se às exigências da lei federal n.º 11.788, de [[25 de setembro]] de [[2008]], nos aspectos gerais da atividade, e enquadram-se nos aspectos específicos, enquanto área assistencial da saúde, na resolução normativa do COFFITO n.º 153/93,<ref name="coffito02">Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional: ''[http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/resolu%C3%A7%C3%A3o%20153.pdf RESOLUÇÃO Nº. 153, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1993.]'' (Diário Oficial da União nº. 247 - de 28.12.93, Seção I, Pág. 20925), acessado em 11 de janeiro de 2009</ref> que complementa a de nº 139/92 e que estabelece uma relação de no máximo 6 alunos para um preceptor, e nas recomendações da ABENFISIO do Forum de João Pessoa de 2006 para uma adequada supervisão docente.
Estágios em Fisioterapia submetem-se às exigências da lei federal n.º 11.788, de [[25 de setembro]] de [[2008]], nos aspectos gerais da atividade, e enquadram-se nos aspectos específicos, enquanto área assistencial da saúde, na resolução normativa do COFFITO n.º 153/93,<ref name="coffito02">Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional: ''[http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/resolu%C3%A7%C3%A3o%20153.pdf RESOLUÇÃO Nº. 153, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1993.]'' (Diário Oficial da União nº. 247 - de 28.12.93, Seção I, Pág. 20925), acessado em 11 de janeiro de 2009</ref> que complementa a de nº 139/92 e que estabelece uma relação de no máximo 6 alunos para um preceptor, e nas recomendações da ABENFISIO do Forum de João Pessoa de 2006 para uma adequada supervisão docente.
Linha 119: Linha 151:
* [http://www.abrafin.org.br Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional]
* [http://www.abrafin.org.br Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional]
* [http://www.abrafitobr.com.br/ Associação Brasileira de Fisioterapia Traumato-Ortopédica]
* [http://www.abrafitobr.com.br/ Associação Brasileira de Fisioterapia Traumato-Ortopédica]
* [https://www.wcpt.org/ World Confederation for Physical Therapy/]


[[Categoria:Fisioterapia| ]]
[[Categoria:Fisioterapia| ]]
[[Categoria:Saúde]]

Revisão das 00h50min de 19 de maio de 2018

Fisioterapia
Fisioterapia
Uma fisioterapeuta auxilia duas crianças com poliomielite a se manterem em pé, enquanto exercitam seus membros inferiores
Classificação e recursos externos
MeSH D026761
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

Fisioterapia é uma ciência da saúde aplicada ao estudo, diagnóstico, prevenção e tratamento de disfunções cinéticas funcionais de órgãos e sistemas. Ela estuda, diagnostica, previne e trata os distúrbios, entre outros, cinético-funcionais (da biomecânica e funcionalidade humana) decorrentes de alterações de órgãos e sistemas humanos. Sua gestão necessita do entendimento das estruturas e funções do corpo humano.[1]

Baseia-se na compreensão e no estudo das ciências biológicas e da saúde, fundamentando suas ações em mecanismos terapêuticos próprios, tais como, ciências morfológicas, ciências fisiológicas, patologia, bioquímica, biofísica, biomecânica,cinesia, além das disciplinas comportamentais e sociais.[2] O objetivo desta área é preservar, manter, desenvolver ou restaurar (reabilitação) a integridade de órgãos, sistemas ou funções.[3]

Fisioterapeuta, que é o profissional da área de Saúde, a quem compete executar métodos e técnicas fisioterápicas, com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do paciente.[4] Uma formação curricular consistente permite ao fisioterapeuta, em sua avaliação ou consulta, a formulação do diagnóstico fisioterapêutico (cinesiológico-funcional), de acordo com a normatização profissional do Brasil,[5] atuando desde a admissão do paciente ao serviço à alta.[6] Baseando a sua conduta pautada nos aspectos éticos de sua formação e interação com o paciente, que tem todo um contexto extra-lesão envolvido.[7]

A Fisioterapia foi regulamentada oficialmente no Brasil pelo Decreto-Lei nº 938 em 1969[4] e pela Lei Federal nº 6.316 em 1975.[8]

Histórico

A história da fisioterapia pode ser explicada ao longo das décadas e até de séculos, quando os ancestrais dos seres humanos aplicavam fricção para diminuir um quadro doloroso. E evoluindo para as técnicas atuais.[9] Admite-se que hipócrates foi um dos primeiros a descrever e documentar tratamentos para a coluna vertebral a qual não mudou muito até o até o final do século XIX.[10]

Fisioterapia no mundo

Sabe-se que desde a Grécia antiga os indivíduos se interessavam por terapias pelo movimentos como uma forma de tratar os doentes, assim como na China Antiga a cinesioterapia era utilizada extensivamente em doenças.[11][12] Durante a idade média, o corpo humano era tido como algo divino e como tal, as pesquisas era quase que proibidas, pois se tinham a ideia de ser receptáculos da alma,[12] mudando essa visão a partir do renascimento,[13] e reforçada com o advento da revolução Industrial no processo de reabilitar os trabalhadores acidentados.[11]

No século XIX, com a expansão da eletricidade clinicas e espaços que usavam a eletroterapia começaram a se espalhar e popularizar, tanto para uso da psiquiatria quanto para o sistema orgânico do corpo, tais aplicações era elaboradas para se evitar o uso de medicamentos.[12] E a história da Fisioterapia e de seus precursores se fundamentou em seis pilares: hidroterapia, exercícios terapêuticos, eletroterapia, termoterapia, fototerapia e massagem.[14]

A partir do século XX, a fisioterapia ganha um status de profissão a partir do momento em que as duas guerras mundiais deixam um alto número de pessoas com lesões e ferimentos graves que precisavam urgentemente ser inseridas na vida civil.[9] Nessa época, um dos principais expoentes de pesquisas e desenvolvimento de métodos fisioterapêuticos foram Cyriax, na Inglaterra, e do médico cirurgião alemão Rudolf Klapp, que em conjunto com as fisioterapeutas Blederbeck e Hess desenvolveram o método Klapp, na Alemanha,[13] há também relatos de implementação da profissão na Suíça no período entre guerras.[15] Nos Estados Unidos, a fisioterapia tem seu registro mais antigo contado a partir de grandes eventos trágicos: a epidemia de poliomielite e a entrada do país na Primeira Guerra Mundial que trouxe de volta vários incapacitados.[16] Nesse país, foi criado a associação de fisioterapeutas, em 1921, e inicialmente não se admitiam homens na Associação, o que só aconteceu a partir da década de 30.[17] Devido à forte necessidade de novos profissionais, dado o contexto, o número de fisioterapeutas membros da Associação Americana de Fisioterapia passou de pouco mais de 1.000 nos anos 30 para um total de mais de 8.000 profissionais na década de 50, aumentando os programas e escolas formadoras na mesma época de 16 para 39; e já na década de 60 eram 15.000 fisioterapeutas americanos em atividade em todo país. [13]

Na década de 1950 foi fundada em Londres, a World Confederation for Physical Therapy (WCPT), com a adesão de 13 países.[13] Ao longo do Século XX, a fisioterapia foi se desenvolvendo e ganhando escopo de profissão reconhecida e necessária, mesmo que muitos desafios ainda sejam colocados.[9]

A crescente colaboração internacional, o desenvolvimento nas técnicas de retreinamento muscular e as pesquisas realizadas por um crescente número de fisioterapeutas foram alguns dos fatores que ajudaram no estabelecimento da fundamentação moderna da Fisioterapia.[14] A qual vem caminhando para se firmar como essencial, devido a sua utilidade na prevenção e reabilitação de doenças.[12]

Fisioterapia no brasil

No Brasil, a história da fisioterapia não é muito diferente da do resto do mundo, entrando em confluência com o período da Industrialização no país e o aumentando dos acidentados no ambiente de trabalho, desse modo, foram utilizados meios físicos na reabilitação desses indivíduos.[11] No início do século XX, foi criado o primeiro centro especializado, o Departamento de Eletricidade Médica, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, tido como embrião da área, pelo professor Raphael de Barros.[18] Em 1929, foi criado o serviço de fisioterapia em São Paulo, pelo professor Rolim,[18] motivado pelo alto número de pessoas afetadas pela poliomielite,[19] tais profissionais não eram formados em nível superior e sim, formados com nível técnico e eram tidos como "técnicos em fisioterapia".[13][20] A história contada por profissionais da área remete aos anos 50 como o início da profissão,[21] sendo esta voltada, principalmente, para a área musculo-esquelética.[22] Em 1959, começou a formar fisioterapeutas de fato. como diz Sanches: [23]

"O primeiro curso de fisioterapia iniciou-se, com duração de dois anos, para formar fisioterapeutas que atuassem em reabilitação."

Galvão, outro pesquisador da área, quando comenta sobre a formação dos fisioterapeutas nos anos 50 diz:[24]

“O profissional formado deveria ser de nível universitário, mas, como um auxiliar do médico, limitado à execução do tratamento prescrito por aquele”.

Com o aumento de profissionais, ainda que poucos, anos antes, em 1956, foi criado o Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), que por sua vez criou a Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro.[25] Três anos depois foi fundada a Associação Brasileira de Fisioterapia - ABF [26]

Com o processo de formalização, e aumento da oferta técnico-científico, os anos 1960 e 1970 conhece um boom de profissionalização, pela abertura de escolas em todas as profissões superiores.[27] É valido notar que tais cursos funcionavam em 5 estados: Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Guanabara e São Paulo.[14]

Petri também afirma:[12]

"A partir do movimento das Associações beneficentes, foram fundadas, em 1958, a Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD) por Renato Bonfim, e, então, surgiram as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs)."

Após a regulamentação da profissão,[4] existiam apenas apenas seis cursos dessa graduação, pulando para 22 em 1984.[19] Ainda com número reduzido de cursos de graduação na década seguinte, o que dificultava o avanço na profissionalização. A Falta de cursos de Pós-graduação era uma delas.[22] Mas aos poucos esse quadro foi mudando e houve um aumento no número de cursos de pós-graduação, mestrado, doutorado, mudando o pensamento e criando linhas de pesquisas nas instâncias de fomento.[13] Com isso, o aumento do número de doutores e mestres na fisioterapia fez aumentar o número de pesquisas e dar subsídios aos profissionais para se afirmar em seus respectivos ambientes de trabalho.[27]

É importante frisar que a fisioterapia é uma profissão recente, o Fisioterapeuta de hoje já não guarda semelhanças com seu nascedouro de “técnico de reabilitação” da década de 50.[26]

Símbolo

A resolução nº 232/02 dispõe sobre o símbolo oficial da fisioterapia, a qual descreve:[28]

  • RAIO - com comprimento de 9.5/10 do eixo maior interno do CAMAFEU (elipse), tendo nas extremidades superior e inferior largura zero e em sua parte mais ampla 0.5/10 do eixo citado; com impressão em 4 (quatro) cores, em escala CMYK na cor dourado (C7/M3O/Y100/K15);
  • SERPENTES – enrolar-se-ão no raio de cima para baixo, uma da esquerda para a direita e a outra da direita para a esquerda em forma elíptica, passando pela frente, por trás, pela frente e parte superior e inferior do raio respectivamente, tendo a maior distância entre elas de 4/10 do eixo maior interno do Camafeu e na parte superior da extremidade do raio à distância de 1.2/10 do eixo maior interno do Camafeu e na parte inferior da extremidade do raio à distância de 0.3/10 do eixo maior interno do Camafeu, com impressão em 4(quatro) cores, escala CMYK, nas cores: verde (C100/M0/Y90/K40) e preta (K100);
  • CAMAFEU – terá na borda a largura de 0.5/10 do seu eixo maior interno (eixo vertical) e, no seu eixo menor interno (eixo horizontal) o comprimento de 8/10 da referida medida com impressão de sua borda em quatro cores, escala CMYK, nas cores: marrom (C60/M70/Y80/K10) e preta (K100), em fundo branco;
  • A inscrição das palavras Fisioterapeuta ou Fisioterapia, terá o comprimento de 2.4/10 e 2/10 do eixo maior interno do Camafeu respectivamente, arqueado para baixo, acompanhando a linha do desenho, com impressão a 04 (quatro) cores em escala CMYK, na cor preta (K100);
  • ANEL – uma esmeralda engastada em aro de ouro, ostentando de um lado duas serpentes entrelaçadas e do outro a figura do raio, ambos na forma decomposta do símbolo aprovado nesta resolução.
Símbolo da Fisioterapia com duas serpentes enroladas no Raio.

Recursos fisioterapêuticos

Os procedimentos da Fisioterapia contribuem para a prevenção, cura e recuperação da saúde. Para que o fisioterapeuta eleja os procedimentos que serão utilizados, ele terá de proceder à elaboração do diagnóstico Cinesiológico Funcional identificando a abrangência da disfunção, assim como acompanhar a resposta terapêutica aos procedimentos indicados pelo próprio profissional. Eis os mais conhecidos e utilizados recursos fisioterapêuticos:

  • Cinesioterapia - Terapia pelo movimento. São procedimentos onde se usa o movimento com os músculos, articulações, ligamentos, tendões e estruturas do sistema nervoso central e periférico, que têm como objetivo recuperar a função dos mesmos. A reeducação postural é um princípio da cinesioterapia: tratar deformidades da coluna ou problemas de postura com exercícios de alongamento e de fortalecimento muscular. Um dos caminhos é o popularmente conhecido no Brasil como RPG, porém pouco difundido na Europa, aonde se prefere os termos Cadeias musculares de Mezière ou Cadeias diagonais de Busquet (oblíquas, transversas), entre outras.
  • Eletroterapia - Recurso que utiliza a eletricidade em inúmeros tratamentos e estimulação, como o TENS e o FES.
  • Termoterapia - Terapia que utiliza o calor, ou o frio, como forma de tratar diversas patologias.
  • Fototerapia - Utiliza aparelhos geradores de luz em diversos tratamentos.
  • Mecanoterapia - Procedimento com aparelhos mecânicos para fortalecer, alongar, repotencializar a musculatura e reeducar movimentos comprometidos.
  • Hidroterapia - Cinesioterapia realizada em ambiente aquático.
  • Crioterapia - Emprego de gelo como procedimento terapêutico, geralmente em segmentos para tratamento de contusões e torções musculares.
  • Equoterapia (ou Hippoterapia) - reconhecido oficialmente como recurso terapêutico por resolução do Coffito de n.º 348, de 27/03/08. Trata-se do tratamento com auxílio do cavalo: este influencia o paciente, ao invés do paciente controlá-lo. O paciente é colocado sobre o cavalo e responde ativamente aos seus movimentos, enquanto o terapeuta, com o auxílio do auxiliar guia, determina a direção do percurso, a posição da cabeça e a velocidade do cavalo, assim como analisa as respostas do praticante fazendo os ajustes necessários para cada situação.

Além destes recursos, há vários outros mais recentes e menos conhecidos e utilizados, entre eles estão:

Estágios

Estágios em Fisioterapia submetem-se às exigências da lei federal n.º 11.788, de 25 de setembro de 2008, nos aspectos gerais da atividade, e enquadram-se nos aspectos específicos, enquanto área assistencial da saúde, na resolução normativa do COFFITO n.º 153/93,[29] que complementa a de nº 139/92 e que estabelece uma relação de no máximo 6 alunos para um preceptor, e nas recomendações da ABENFISIO do Forum de João Pessoa de 2006 para uma adequada supervisão docente.

Áreas da fisioterapia

  • Fisioterapia pediátrica, Neonatológica e Hebeátrica. É a especialidade que utiliza de métodos e técnicas próprias para o tratamento de enfermidades de recém-nascidos, crianças.
  • Fisioterapia geriátrica e gerontológica - Estuda, previne e trata as disfunções decorrentes do processo de envelhecimento, mediante a administração de condutas fisioterapêuticas, prevenindo problemas funcionais e promovendo a recuperação funcional global de pessoas idosas.
  • Fisioterapia dermatofuncional - Especialidade da Fisioterapia que diagnostica, estuda e trata as afecções dermatológicas e intertegumentares.
  • Fisioterapia uroginecofuncional e Obstétrica - A Fisioterapia aplicada à uroginecologia tem como principal objetivo a prevenção e o tratamento de disfunções urinárias, fecais e sexuais, por meio de recursos diversos, entre eles a reeducação do assoalho pélvico e musculatura acessória, os quais serão submetidos a exercícios de fortalecimento. A Fisioterapia Obstétrica se baseia em promover uma melhor adaptação da mulher às mudanças do seu corpo no período de gestação, preparando todas as suas estruturas para o parto.
  • Fisioterapia neurofuncional - Área da Fisioterapia que visa ao estudo, diagnóstico e tratamento de distúrbios neurológicos que envolvam ou não disfunções motoras; por exemplo, pacientes que sofreram um acidente vascular encefálico (AVE). A fisioterapia neurofuncional induz ações terapêuticas para recuperação de funções, entre elas a coordenação motora, a força, o equilíbrio e a coordenação. A terapêutica em Fisioterapia neurológica baseia-se em exercícios que promovam a restauração de funções motoras, de forma a resolver deficiências motrizes e aperfeiçoar padrões motores, com importante fundamentação nos princípios neurofisiológicos da facilitação neuromuscular proprioceptiva.
  • Fisioterapia traumato-ortopédico-funcional - Estuda, diagnostica e trata as disfunções musculoesqueléticas, de origem ortopédica ou decorrente de traumatismos, além de doenças de origem reumatológica. Utiliza os recursos terapêuticos para aumentar a capacidade de movimentação, estimular a circulação e diminuir as dores de pacientes com fraturas, traumas musculares e entorses.
  • Fisioterapia respiratória - Conjunto de procedimentos fisioterapêuticos que visam melhorar a dinâmica respiratória e a distribuição do ar inalado no pulmão, remover secreções brônquicas, obtendo assim melhor função respiratória. Além das técnicas manuais, existem diversos equipamentos que auxiliam na obtenção destes resultados.
  • Fisioterapia orofacial - Atua principalmente na saúde bucal em conjunto com a Odontologia e Fonoaudiologia, tratando de disfunções da articulação temporomandibular, além de tratar disfunções relacionadas problemas oculares e pré e pós-operatório de cirurgias plásticas faciais.
  • Fisioterapia esportiva - Atua diretamente nas atividades esportivas, na preparação, prevenção e recuperação de lesões no processo de reabilitação de atletas em clubes, times, academias, etc.
  • Fisioterapia manipulativa - área de especialização da Fisioterapia que lida com o manejo de condições neuro-músculo-esqueléticas, embasada no raciocínio clínico, usando abordagens de tratamento altamente específicas, incluindo técnicas manuais e exercícios terapêuticos. A FMO também abrange e é conduzida pela evidência clínica e científica disponível e pelo quadro biopsicossocial de cada paciente.
  • Acupuntura e fisioterapia - É uma especialização reconhecida pelo COFITO desde 1985 e consiste na aplicação da acupuntura e de outras técnicas corporais da medicina tradicional chinesa aos problemas músculo-esqueléticos tradicionalmente abordados destacando-se aspectos da terapia e dor, comportamento depressivo e a reorganização das sensações corporais.
  • Fisioterapia oncofuncional - A Fisioterapia Oncofuncional tem como objetivo preservar, manter, desenvolver e restaurar a integridade cinético-funcional de órgãos e sistemas do paciente, assim como prevenir os distúrbios causados pelo tratamento oncológico.

Além dessas, há outras áreas em constante crescimento e desenvolvimento como:

Especialidades reconhecidas pelo Coffito no Brasil

Referências

  1. «Formação Acadêmica e Profissional». www.coffito.gov.br. Consultado em 16 de maio de 2018 
  2. «Definição | Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional». crefito7.gov.br. Consultado em 16 de maio de 2018 
  3. «Crefito 9». www.crefito9.org.br. Consultado em 16 de maio de 2018 
  4. a b c «DECRETO-LEI Nº 938, DE 13 DE OUTUBRO DE 1969». www.planalto.gov.br. Consultado em 16 de maio de 2018 
  5. Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional: RESOLUÇÃO Nº. 80, DE 9 DE MAIO DE 1987. (Diário Oficial da União nº. 093 - de 21/05/87, Seção I, Págs. 7609), acessado em 24 de abril de 2008
  6. «Fisioterapia «  CREFITO 1». crefito1.org.br. Consultado em 16 de maio de 2018 
  7. MACHADO, Dionis (2017). «A FORMAÇÃO ÉTICA DO FISIOTERAPEUTA». Fisioterapia em Movimento. v.20 (n.3). ISSN 1980-5918. Consultado em 18 de maio de 2018 
  8. «Cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional». www.planalto.gov.br. Consultado em 16 de maio de 2018 
  9. a b c «A fisioterapia». www.crefito3.org.br. Consultado em 16 de maio de 2018 
  10. Kladny, B (2015). «History of conservative spinal therapy». Unfallchirurg. v.118 (n.1). PMID 26542053. doi:10.1007/s00113-015-0098-4. Consultado em 18 de maio de 2018 
  11. a b c Fisioterapia.com. «HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA | Fisioterapia.com». Fisioterapia.com 
  12. a b c d e Petri, Fernanda Calil (2006). «História e Interdisciplinaridade no processo de humanização da fisioterapia». Universidade de Santa Maria 
  13. a b c d e f Barros, Fabio Batalha Monteiro de (2002). «A FORMAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA UFRJ E A PROFISSIONALIZAÇÃO DA FISIOTERAPIA». (Dissertação de Mestrado) - UERJ 
  14. a b c Oliveira, Valéria Rodrigues Costa de (2002). «A História dos Currículos de Fisioterapia: A Construção de uma Identidade Profissional». PUC Goiás 
  15. Hasler, V (2013). «Beginning of the institutionalization of physical therapy in a Swiss canton: 1928-1945». Gesnerus. v.70 (n.1): 36-52. PMID 24308260. Consultado em 18 de maio de 2018 
  16. Moffat, Marilyn (2003). «The History of Physical Therapy Practice in the United States». Journal of Physical Therapy Education. Consultado em 18 de maio de 2018 
  17. Neil, Amber. «APTA History». www.apta.org (em inglês). Consultado em 18 de maio de 2018 
  18. a b Marques, Amélia Pasqual; SANCHES, Eugênio Lopes (1994). «Origem e evolução da Fisioterapia: aspectos históricos e legais.». Fisioterapia e Pesquisa. v.1 (n.1): 5-10. doi:10.1590/fpusp.v1i1.75027. Consultado em 18 de maio de 2018 
  19. a b Júnior, José Patrício Bispo (2009). «Formação em fisioterapia no Brasil: reflexões sobre a expansão do ensino e os modelos de formação». Hist. cienc. saude-Manguinhos. v.16 (n.3): .655-668. ISSN 0104-5970. doi:10.1590/S0104-59702009000300005. Consultado em 18 de maio de 2018 
  20. Júnior, José Patrício Bispo (2010). «Fisioterapia e saúde coletiva: desafios e novas responsabilidades profissionais». Ciencia & saude coletiva 
  21. Barguil, Carmen Maria Kligman. «ATUALIZAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA NO BRASIL» (PDF). UFRJ 
  22. a b Blascovi-Assis, Silvana Maria (2010). «REFLEXÕES SOBRE O CRESCIMENTO DA FISIOTERAPIA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A ÁREA DOS DISTÚRBIOS DO DESENVOLVIMENTO». Cadernos de Pós Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento. v.10 (n.1): 32-36. ISSN 1809-4139 
  23. Sanches (1984). Histórico da Fisioterapia no Brasil e no Mundo. v.1. [S.l.: s.n.] 
  24. GALVÃO, A.M.F (200). «Brasil, A Fisioterapia e o Tempo». Fisiobrasil (n.38) 
  25. ROSA, LIANNA RAMALHO DE SENA (2012). «FORMAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA E SUA PRÁTICA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UM ESTUDO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS». Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual do Ceará 
  26. a b Barros, Fabio Batalha Monteiro de (2003). «Autonomia Profissional do Fisioterapeuta ao longo da história». Revista FisioBrasil (n.59): 20-31 
  27. a b Calvalcante, CCL (2011). «Evolução científica da fisioterapia em 40 anos de profissão». Fisioter Mov. v.24 (n.3): 513-22. doi:10.1590/S0103-51502011000300016. Consultado em 18 de maio de 2018 
  28. «RESOLUÇÃO nº 232, de 27 de fevereiro de 2002 - CREFITO-4». CREFITO-4. 3 de setembro de 2015 
  29. Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional: RESOLUÇÃO Nº. 153, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1993. (Diário Oficial da União nº. 247 - de 28.12.93, Seção I, Pág. 20925), acessado em 11 de janeiro de 2009

Ligações externas