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Piolho: diferenças entre revisões

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{{mais fontes|data=julho de 2014}}
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A '''Ordem Phthiraptera''' (do [[Língua grega|grego]] ''phthirus''=achatado; a=sem; ''ptera''=asas), estabelecida por [[Ernst Haeckel|Haeckel]] em 1896 , é constituída por insetos pequenos, com aproximadamente de 0,5 a 8 mm de comprimento, popularmente conhecidos como piolhos. São [[Ectoparasitismo|ectoparasitas]] obrigatórios de [[aves]] e [[mamíferos]], inclusive marinhos, como focas e leões marinhos<ref name=":15">{{citar web|url=https://pdfs.semanticscholar.org/fdd6/32b34c38fe4aa347cfca7bf1c4c108e754a1.pdf|titulo=Review of the systematics, biology and ecology of lice from pinnipeds and river
otters (Insecta: Phthiraptera: Anoplura: Echinophthiriidae)|data=21/03/2013|acessodata=09/05/2018|publicado=Zootaxa 3630 (3)|ultimo=Leonardi, Palma|primeiro=Maria Soledad, Ricardo Luis}}</ref><ref name=":16">{{Citar periódico|ultimo=Valim|primeiro=Michel P.|ultimo2=Teixeira|primeiro2=Rodrigo H. F.|ultimo3=Amorim|primeiro3=Marinete|ultimo4=Serra-Freire|primeiro4=Nicolau M.|data=Dezembro 2005|titulo=Chewing lice (Phthiraptera) from wild birds in the São Paulo Zoo, State of São Paulo, SP, Brazil|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0085-56262005000400021&lng=en&nrm=iso&tlng=pt|jornal=Revista Brasileira de Entomologia|volume=49|numero=4|paginas=584–587|doi=10.1590/S0085-56262005000400021|issn=0085-5626|acessodata=}}</ref><ref name=":6">{{Citar periódico|ultimo=Shao|primeiro=Renfu|ultimo2=Barker|primeiro2=Stephen C|ultimo3=Li|primeiro3=Hu|ultimo4=Song|primeiro4=Simon|ultimo5=Poudel|primeiro5=Shreekanta|ultimo6=Su|primeiro6=Yuan|data=2015-11-30|titulo=Fragmented mitochondrial genomes in two suborders of parasitic lice of eutherian mammals (Anoplura and Rhynchophthirina, Insecta)|url=https://www.nature.com/articles/srep17389|jornal=Scientific Reports|lingua=En|volume=5|numero=1|doi=10.1038/srep17389|issn=2045-2322}}</ref><ref name=":7">{{Citar periódico|ultimo=Light|primeiro=Jessica E.|ultimo2=Smith|primeiro2=Vincent S.|ultimo3=Allen|primeiro3=Julie M.|ultimo4=Durden|primeiro4=Lance A.|ultimo5=Reed|primeiro5=David L.|data=2010-09-22|titulo=Evolutionary history of mammalian sucking lice (Phthiraptera: Anoplura)|url=https://doi.org/10.1186/1471-2148-10-292|jornal=BMC Evolutionary Biology|volume=10|paginas=292|doi=10.1186/1471-2148-10-292|issn=1471-2148|pmc=2949877|pmid=20860811|acessodata=}}</ref>, com alta especificidade parasitária: a maioria das espécies ocorre apenas em uma única espécie de hospedeiro. Há cerca de 5000 espécies no mundo e 900 no Brasil, sendo que apenas 20 ou 30 apresentam importância econômica relevante.<ref name=":11">{{citar livro|título=Parasitologia Veterinária|ultimo=Taylor|primeiro=M. A.|ultimo2=Coop|primeiro2=R. L.|ultimo3=Wall|primeiro3=R. L.|editora=Guanabara-Koogan|ano=2017|local=Rio de Janeiro|páginas=965p|acessodata=24/05/2018}}</ref><ref name=":1" /> São distribuídos em quatro subordens: Amblycera, Ischnocera, Rhyncophthirina e Anoplura.<ref>Johnson, K. P., and D. H. Clayton. 2003. The biology, ecology, and evolution of chewing lice. Pages 449-476 ''in'' Price, R. D., R. A. Hellenthal, R. L. Palma, K. P. Johnson, and D. H. Clayton. The chewing lice: world checklist and biological overview. Illinois Natural History Survey Special Publication 24. x + 501 pp.</ref><ref name=":6" />


Os piolhos possuem corpo achatado dorsoventralmente, pernas robustas e garras que agarram firmemente os pelos, cabelos ou penas, são desprovidos de [[Ocelo|ocelos]] e asas (são secundariamente [[Insetos apteros|ápteros]]) e a coloração do corpo varia de bege claro a cinza escuro, mas eles podem ficar mais escuros após se alimentarem. Os olhos, rudimentares, e palpos maxilares podem estar presentes ou ausentes e as [[Antena inseto|antenas]] têm de três a cinco artículos dependendo das subordens.São [[Pterygota|pterigotos]], [[Dioicia|dióicos]] e [[Hemimetabolismo|hemimetábolos]], o que significa que do ovo eclode uma ninfa, fase juvenil muito semelhante ao adulto que passará por mudas antes de chegar à fase adulta.
Os '''piolhos''' (ou '''ftirápteros''' do nome da ordem '''Phthiraptera''', do [[língua grega|grego]] ''phthirus''=achatado; a=sem; ''ptera''=asas) constituem uma ordem de [[inseto]]s que contém mais de três mil espécies. Estes insectos não têm asas e são [[parasita]]s externos (ectoparasitas) de [[mamífero]]s (com exceção dos [[monotremado]]s e [[morcego]]s) e das [[aves]]. Os piolhos são actualmente classificados em quatro subordens:


Os piolhos são muito dependentes da temperatura e umidade próximas da pele hospedeira, sendo às vezes restritos a parasitar determinadas regiões do corpo. Tanto os piolhos das aves, quanto dos mamíferos não vivem muito tempo fora do corpo do seu [[hospedeiro]] ou após a morte desse, já que o calor do corpo do animal parasitado é indispensável à sua sobrevivência,<ref>{{citar livro|título=Entomologia para você|ultimo=|primeiro=|editora=|ano=|local=|páginas=|acessodata=}}</ref> o que dificulta seu [[In vitro|cultivo ''in vitro'']].
* [[Anoplura]]: piolhos sugadores/picadores, parasitam exclusivamente mamíferos, onde se inclui o piolho humano
* [[Rhyncophthirina]]: parasitas de [[facóquero|facocero]]s e [[elefante]]s
* [[Ischnocera]]: piolhos mastigadores de aves e mamíferos
* [[Amblycera]]: piolhos mastigadores de aves e mamíferos


Eles podem ser exclusivamente hematófagos, como os Anopluros, ou se alimentarem de penas, descamações, secreções, sangue exposto no hospedeiro (machucados por exemplo), outros artópodes, como, ácaros, ou suas próprias exúvias.<ref name=":1" />
Em classificações mais antigas, eles eram divididos em duas ordens: [[Mallophaga]] (piolhos mastigadores) e [[Anoplura]] (piolhos sugadores).


Os piolhos habitam o [[cabelo]] ou penas do [[hospedeiro]], onde se alimentam de [[sangue]], resíduos da [[epiderme]] ou de [[pena]]s e [[secreção|secrecções]] sebáceas. Cada espécie tem uma relação exclusiva com um determinado tipo de hospedeiro, o que significa que, por exemplo, um piolho de ave não afecta humanos e vice-versa. Esta característica torna os piolhos muito dependentes do sucesso da espécie do hospedeiro. Calcula-se que tenham [[extinção|desaparecido]] três espécies de iscnocerídeos quando os últimos vinte [[condor da Califórnia|condores da Califórnia]] foram trazidos para [[cativeiro]] e desinfestados.


Os piolhos têm entre 0,5 e 8&nbsp;mm de comprimento, corpo achatado e [[garra]]s que lhes permitem a fixação ao hospedeiro. Os ovos do piolho, ou [[lêndea]]s, são esbranquiçados e postos na pelagem ou penas dos hospedeiros. Em humanos, a infestação por piolhos é denominada [[pediculose]].


Os piolhos de humanos, do gênero ''Pediculus'', conhecidos no Brasil como muquirana, mucana, piolho da cabeça e do corpo, e do gênero ''Phthirus,'' chato ou piolho-caranguejo, são da [[subordem]] Anoplura.<ref name=":7" /><ref name=":8">{{citar livro|título=Urban Insects and Arachnids A Handbook of Urban Entomology|ultimo=ROBINSON|primeiro=William H.|editora=Cambridge University Press|ano=2005|local=Cambridge|páginas=472|acessodata=10/05/2018}}</ref> São [[Cosmopolitismo (biologia)|cosmopolita]]<nowiki/>s, ou seja, estão presentes em todos os continentes, e são importantes vetores de doenças como o [[tifo]], [[febre recorrente]] e [[Febre das trincheiras|febre da trincheira]].<ref name=":9">{{citar livro|título=Medical and Veterinary Entomology|ultimo=MULLEN, DURDEN|primeiro=Gary R., Lance A.|editora=ACADEMIC PRESS|ano=2009|local=Estados Unidos da América|páginas=637|acessodata=10/05/2018}}</ref>
===Como Acabar Com Eles===
Antigamente, o combate à [[pediculose]] dava-se através de [[xampu]]s (escabin e outros) com agentes antiparasitários e a coleta de [[lêndea]]s e piolhos com o uso de pentes finos. Esses tratamentos eram dolorosos, em especial para as crianças. Hoje esses tratamentos ainda existem, mas geralmente é complementar ao uso da [[Ivermectina]] (medicamento "tarja vermelha", ou seja, deve-se usá-lo sob recomendação médica). Também são usados dispositivos que utilizam apenas ar aquecido para desidratar e matar os piolhos e pentes que dão pequenos choques elétricos.


A Academia Americana de Pediatria afirma que o tratamento para piolhos nunca deve ser iniciado a menos que haja um diagnóstico claro para piolhos, porque todos os tratamentos têm alguns efeitos colaterais.


Leia atentamente as instruções antes de usar qualquer produto antipiolho. Durante o tratamento, é particularmente importante notar a hora de início do tratamento do cabelo, para o período exacto especificado no manual de instruções. Segure uma toalha sobre o rosto para evitar o contato do produto com os olhos da pessoa infestada, e, se o produto entrar em contato com os olhos, lavar bem com água. Enquanto o cabelo ainda está molhado, use um pente para piolhos cada 3-4 minutos, para remover os piolhos e ovos.


Muitos mastigadores, pertencentes às outras três subordens, são pragas importantes de animais domésticos e de interesse econômico, especialmente aves<ref name=":0">{{citar livro|título=Introdução ao estudo dos insetos|ultimo=Borror|primeiro=Donald J.|editora=Edgard Blucher LTDA|ano=|local=|páginas=|acessodata=}}</ref>, cachorros, gado, cavalos e porcos, causando irritação, inquietação e feridas na pele, o que leva a comportamentos de má alimentação, diminuindo o ganho de peso e produção de leite e ovos.<ref name=":9" /><ref name=":12" /> O controle dos piolhos é feito pelo uso de pesticidas<ref>{{citar web|url=https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/227325/1/ct412001.pdf|titulo=VALE A PENA RELEMBRAR AOS CRIADORES DE BOVINOS
===Ar aquecido===
O Controle dos Piolhos dos Bovinos (Damalinia bovis e Linognathus vituli)|data=agosto de 2001|acessodata=10/05/2018|publicado=Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento|ultimo=Alves-Branco, Pinheiro, Sapper|primeiro=Francisco de P. J., Alfredo da C., Maria de F. M.}}</ref>.
Dispositivos de sopro de ar quente sobre o couro cabeludo foram testados quanto à eficácia em matar piolhos e seus ovos e demonstraram 98% de mortalidade dos ovos e 80% de mortalidade dos ovos chocados. O piolho perde a umidade do corpo e, dentro do período de tratamento, desidrata-se e morre. <ref> Goates, Brad M.; Atkin, Joseph S; Wilding, Kevin G; Birch, Kurtis G; Cottam, Michael R; Bush, Sarah E. and Clayton, Dale H. (5 November 2006). "An Effective Nonchemical Treatment for Head Lice: A Lot of Hot Air". Pediatrics (American Academy of Pediatrics) 118 (5): 1962–1970. doi:10.1542/peds.2005-1847. PMID 17079567. Retrieved 2010-08-01.</ref>


===Pente eletrônico===
== Morfologia ==
[[Ficheiro:Crab Louse A.jpg|miniaturadaimagem|Garras tarsais de ''Phthirus pubis'']]
O pente eletrônico usa uma pequena carga elétrica para matar o piolho. Os dentes do pente são de metal e têm dentes carregados alternadamente com corrente positiva e negativa, que são alimentados por uma bateria pequena. Quando o pente é usado no cabelo seco, os piolhos fazem contato com vários dentes do pente, fechando o circuito e recebendo uma carga elétrica.
[[Ficheiro:Lice image01.jpg|miniaturadaimagem|''Damalinia limbata,'' piolho de cabras. A espécie é sexualmente dimórfica, com o macho menor que a fêmea.|esquerda]]
[[Ficheiro:New Mallophaga, 3. Comprising- Mallophaga from birds of Panama, Baja California and Alaska (1899) (14565607658).jpg|miniaturadaimagem|Ilustrações do livro "Compreendendo: Mallophaga de pássaros do Panamá, Baja California e Alaska", repare que a cabeça é mais larga que o tórax nesses indivíduos.]]
Os piolhos variam de 0,3 a 8 milímetros de comprimento, têm corpo [[esclerosado]], achatado dorsoventralmente, cobertos de [[Cerdas insetos|cerdas]] voltadas para trás, com coloração do corpo variando de bege claro a cinza escuro, podendo ficar mais escuros após se alimentarem.<ref name=":1">{{citar livro|título=Insetos do Brasil: Diversidade e Taxonomia|ultimo=RAFAEL|primeiro=Jose Albertino|editora=Holos|ano=2012|local=|páginas=|acessodata=}}</ref>


Não têm asas e os segmentos torácicos são totalmente fundidos. A cutícula é, em sua maioria, membranosa e expansível, permitindo distensão. órgãos sensoriais ficam nas antenas e os olhos, quando presentes, são rudimentares e localizam-se atrás das antenas. Geralmente não possuem olhos compostos, quando possuem são formados por 1 a 2 [[Omatídeo|omatídeos]], também não apresenta ocelos e cercos.<ref name=":13">{{citar livro|título=Invertebrados 3ª Edição|ultimo=BRUSCA, MOORE, SHUSTER|primeiro=Richard C., Wendy, Stephen M.|editora=EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA.|ano=2016|local=Rio de Janeiro|páginas=1010|acessodata=24/05/2018}}</ref>
Pentes eletrônicos são considerados uma maneira segura e eficaz para matar piolhos, o mecanismo de ação é fundamentalmente [[electrocussão]].


As antenas são curtas, com 5 ou menos artículos, e podem ser expostas ou escondidas em sulcos abaixo da cabeça. Possuem um par de [[Espiráculo|espiráculos]] dorsais, aberturas do sistema de tubos de alguns invertebrados que permite que o ar chegue nos tecidos para a realização da respiração, e 6 ou menos pares abdominais.<ref name=":12" />
==Piolho como fonte de alimento para os nativos das Américas==


 Pode haver [[dimorfismo sexual]]: pode-se diferenciar a fêmea do macho pelo tamanho, já que geralmente a fêmea é maior, ou analisando a extremidade posterior do abdômen, pois enquanto nas fêmeas é bifurcada sem ovipositor, nos machos é arredondada.<ref name=":11" /><ref name=":13" />
Embora sejam considerados uma [[praga]], os piolhos serviam de alimento para os [[nativo]]s do [[Novo Mundo]].<ref name="msc">CAVALCANTE, Messias S. ''Comidas dos Nativos do Novo Mundo''. Barueri, SP. Sá Editora. 2014, 403p.ISBN 9788582020364</ref>


 Piolhos das subordens Amblycera, Ischnocera, Rhyncophthirin têm a cabeça mais larga que o tórax, onde encontra-se o aparelho bucal do tipo mastigador, constituído de um par de mandíbulas adaptadas à mastigação de descamação de pele, pena e pelos, além de crostas de sangue<ref name=":11" />, o tórax possui um par de [[Espiráculo|espiráculos]], as pernas são geralmente curtas e robustas.<ref name=":1" /><ref name=":0" /> Quando não possuem garras tarsais ou apenas uma, infestam mamíferos terrestres e quando possuem duas, infestam mamíferos aquáticos e aves.<ref name=":15" /><ref name=":16" /> O Abdômen possui 11 segmentos, que podem estar fundidos ou reduzidos, dificultando sua visualização.
Os índios [[macuxis]] da região dos [[rio Branco]] e [[rio Rupununi]], compreendendo [[Brasil]] e [[Guiana]], e os [[crixanás]] de [[Roraima]] eram grandes apreciadores de '''piolho'''s.<ref name="bastos">BASTOS, Abguar. ''A pantofagia ou as estranhas práticas alimentares da selva: Estudo na região amazônica''. São Paulo, Editora Nacional; Brasília DF, INL. 1987, 153 p.</ref>


'''Amblycera:''' possuem antena com 4 artículos e têm palpo maxilar. Eles apresentam cabeça grande e arredondada, na qual os olhos têm tamanho reduzido ou estão ausentes.<ref name=":12" />
Índias do [[Rio de Janeiro]] do [[século XVI(16)]] comiam os '''piolho'''s à medida que os tirava das cabeças dos seus filhos, como relatou o [[padre]] [[franciscano]], [[cosmógrafo]], [[explorador]] e [[escritor]] [[frança|francês]] [[André Thevet]]:


'''Ischnocera:''' Possuem antenas cilíndricas, bem visíveis, com 3 ou 5 artículos e não possuem palpo maxilar, diferentemente de Amblycera. Algumas espécies são sexualmente dimórficas.
:“''Existe, também a bicharia que nasce sobre os homens, como grandes piolhos vermelhos que têm por vezes na cabeça. Apanham-nos com tamanho desdém, quando mordidos ou picados, que se vingam deles com risadas. Conversando com esses bárbaros, via, certas ocasiões, as mulheres que catavam os insetos na cabeça de suas filhas e demais crianças, tantos quanto podiam encontrar, e os comiam em seguida, além de zombarem de mim quando me punha a rir de tal vilania''.”.<ref name="thevet">THEVET, André (1502-1590). ''A cosmografia universal de André Thevet, cosmógrafo do Rei''. Coleção Franceses no Brasil – Séculos XVI e XVII, vol. II. Rio de Janeiro, Batel; Fundação Darci Ribeiro. 2009, 186p.</ref> {{Referências}}


'''Rhyncophthirina:''' Possuem cabeça muito pigmentada e duas vezes mais longa que larga, a mandíbula tem margem denteada. Não há palpo maxilar e as antenas têm 5 artículos. As pernas são longas, com grau crescente de comprimento do 1 ao 3 par, o pré tarso tem 2 garras e o abdômen 6 pares de espiráculos.
* Gratz, N. (1998). Human lice, their prevalence and resistance to insecticides. Geneva: World Health Organization (WHO).
[[Ficheiro:Echinophthirius horridus.jpg|miniaturadaimagem|eletromicrografia de varredura de ''Echinophthirius horridus'', piolho de focas.|esquerda]]'''Anopluros:''' Têm o tórax com segmentos fundidos mais largo que a cabeça e medem em média 2,5 mm de comprimento, possuem antenas curtas com 3 a 5 artículos, os olhos são compostos e reduzidos, com 1 omatídio, ou ausentes.<ref name=":12">{{citar livro|título=PRINCÍPIOS DE ENTOMOLOGIA|ultimo=LARA|primeiro=Fernando Mesquita|editora=Ícone|ano=1992|local=Brasil|páginas=331|acessodata=26/05/2018}}</ref> As pernas apresentam apenas um segmento tarsal e uma única garra, que permite a fixação nos pelos do hospedeiro. Quando a garra é retraída, ela faz contato com um processo semelhante a um dedão na tíbia, permitindo que o piolho se mantenha firmemente agarrado. Há um par de espiráculos (mesotorácicos) no tórax e seis pares (segmentos 3 a 8) no abdome, que apresenta nove segmentos no total.<ref name=":11" /> As genitálias externas são bem desenvolvidas em ambos os sexos.
* American Academy of Pediatrics. Council on School Health and Committee on Infectious Diseases., BL; Frankowski BL, Bocchini JA Jr (August 2010). "Head Lice (October 1, 2010 Clinical Report)". Pediatrics. 2010 Aug;126(2): 126 (2): 392–403. doi:10.1542/peds.2010-1308. PMID 20660553. Retrieved 11/7/2010.

* Mumcuoglu, Kosta (2006). "Effective Treatment of Head Louse with Pediculicides". Journal of Drugs in Dermatology 5 (5): 451–452. PMID 16703782.
As peças bucais de um piolho sugador consiste em três estiletes perfuradores, normalmente recolhidos dentro de uma bolsa ventral na cabeça, sem palpos. Quando o piolho se alimenta, os estiletes saem através  de um rostro na parte anterior da cabeça; o rostro possui minúsculos ganchos, com os quais se prende ao hospedeiro enquanto suga. Trata-se de um aparato picador-sugador, virado para trás (hipognata).<ref name=":12" />
* Mumcuoglu, Kosta Y.; Barker CS, Burgess IF, Combescot-Lang C, Dagleish RC, Larsen KS, Miller J, Roberts RJ, Taylan-Ozkan A. (2007). "International Guidelines for Effective Control of Head Louse Infestations". Journal of Drugs in Dermatology 6 (4): 409–414. PMID 17668538.

== Saúde e Controle ==
[[Ficheiro:Bugbuster.jpg|miniaturadaimagem|Pente fino para piolhos|esquerda]]
A infestação de piolhos, também conhecida como [[pediculose]], pode acontecer no cabelo e corpo, causada por ''[[Pediculus humanus|P. humanus spp.]]'' Nas nas regiões genital e anal a infestação chama-se fitirose, fitiríase ou pitiríase, causada por ''[[Piolho-da-púbis|P. pubis]]''. É um fenômeno comum em todo o mundo, podendo atingir pessoas de qualquer idade, sendo que em todos os casos a transmissão é por contato direto. Devido ao grande tempo de exposição e contato entre si, crianças pequenas são infestadas mais comumente e com maior intensidade.<ref name=":2">{{Citar periódico|ultimo=Frankowski|primeiro=Barbara L.|ultimo2=Bocchini|primeiro2=Joseph A.|ultimo3=Diseases|primeiro3=Council on School Health and Committee on Infectious|data=2010-08-01|titulo=Head Lice|url=http://pediatrics.aappublications.org/content/126/2/392|jornal=Pediatrics|lingua=en|volume=126|numero=2|paginas=392–403|doi=10.1542/peds.2010-1308|issn=0031-4005|pmid=20660553}}</ref><ref name=":9" /> Apesar de originalmente, o termo pediculose se referir especificamente à infestação por piolhos do Gênero ''Pediculus'' em humanos, pode ser utilizado para infestações maciças de outros gêneros e em outros animais.<ref name=":11" />

Nos seres humanos é possível encontrar dois gêneros de piolhos, o ''Phthirus e o Pediculus''. Dentro do Gênero Phthirus, a espécie que parasita os seres humanos é ''[[Piolho-da-púbis|Phthirus pubis]]'', conhecidos como chatos. No gênero ''Pediculus'' há uma discussão para definir a existência de duas espécies diferentes,<ref>{{Citar periódico|ultimo=BUSVINE|primeiro=JAMES R.|data=Janeiro 1978|titulo=Evidence from double infestations for the specific status of human head lice and body lice (Anoplura)|url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1365-3113.1978.tb00383.x|jornal=Systematic Entomology|lingua=en|volume=3|numero=1|paginas=1–8|doi=10.1111/j.1365-3113.1978.tb00383.x|issn=0307-6970|acessodata=}}</ref> ''P. corporis e P. capitis,'' ou duas [[Subespécie|subespécies]], ''Pediculus humanus humanus'', conhecido como piolho da cabeça, e ''Pediculus humanus capitis'', piolho do corpo.<ref name=":7" /><ref name=":8" /> Aqui trataremos como duas subespécies.

Os piolhos de humanos são transmitidos de uma pessoa para outra principalmente pelo contato direto e uso compartilhado de pentes, escovas de cabelo e gorros, roupas pessoais ou de cama e, durante a noite, podem migrar de um monte de roupa para outro, pois frequentemente ficam nas roupas depois que estas são retiradas.<ref name=":0" />

Em guerras e catástrofes naturais, quando as condições de higiene se tornam mais precárias, os piolhos multiplicam-se rapidamente e atuam na transmissão de vários agentes etiológicos, agravando ainda mais a situação de miséria.<ref name=":14">{{citar livro|título=Parasitologia Comtemporânea|ultimo=Ferreira|primeiro=Marcelo Urbano|editora=Guanabara Koogan|ano=2012|local=Rio de Janeiro|páginas=|acessodata=28/05/2018}}</ref>Durante a Segunda Guerra Mundial não haviam todos os métodos de controle e combate aos piolhos que existem hoje, sendo muito utilizado [[DDT]] nos os soldados e civis antigamente. Houve no outono de 1943, em Nápoles, Itália, o polvilhamento de milhares de pessoas com DDT para o controle de uma epidemia de tifo. <ref name=":0" />

A infestação entre animais não humanos ocorre por contato direto entre um indivíduo infectado e um sadio, sendo que alguns piolhos mastigadores podem ser transportados por meio de outros ectoparasitas como moscas [[Hippoboscidae]] e pulgas de roedores silvestres.<ref name=":4">{{Citar livro|url=https://books.google.co.uk/books?id=6R1v9o-uaI4C&pg=PA63#v=onepage&q&f=false|título=Medical and Veterinary Entomology|ultimo=Mullen|primeiro=Gary R.|ultimo2=Durden|primeiro2=Lance A.|data=2002-09-27|editora=Elsevier|lingua=en|isbn=9780080536071}}</ref> Algumas espécies de piolhos, ainda podem ser hospedeiros intermediários do cestódio ''Dipylidium caninum,'' que infesta cães e gatos.<ref name=":12" /> ''Haematopinus suis'', piolho do porco, atua como vetor de transmissão da febre suína.<ref name=":18" />

[[Ficheiro:Pthirus pubis - crab louse.jpg|miniaturadaimagem|''Phthirus pubis'']]
=== '''Diagnostico''' ===
O diagnóstico de pediculose se dá pelo encontro de [[Lêndea|lêndeas]], nome popular para os ovos do piolho, que ficam grudadas ao fio de cabelo, ou de piolhos jovens e adultos vivos.<ref>RODRIGUES, DA., et al. Atlas de dermatologia em povos indígenas [online]. São Paulo: Editora Unifesp, 2010. Doenças causadas por parasitas, p. 81-92. <nowiki>ISBN 978-85-61673-68-0</nowiki>. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>.</ref> Geralmente esse diagnóstico é feito por exame visual direto, mas com o uso de um pente fino é possível encontrar a lêndea, ninfas e o piolho adulto com maior facilidade, pois é feito um arraste, impedindo que eles se escondam entre os fios de cabelo.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Mumcuoglu|primeiro=Kosta Y.|ultimo2=Friger|primeiro2=Michael|ultimo3=Ioffe-Uspensky|primeiro3=Inna|ultimo4=Ben-Ishai|primeiro4=Fiameta|ultimo5=Miller|primeiro5=Jacqueline|data=janeiro 2001|titulo=Louse Comb Versus Direct Visual Examination for the Diagnosis of Head Louse Infestations|url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1046/j.1525-1470.2001.018001009.x|jornal=Pediatric Dermatology|lingua=en|volume=18|numero=1|paginas=9–12|doi=10.1046/j.1525-1470.2001.018001009.x|issn=0736-8046|acessodata=}}</ref><ref>{{citar periódico|ultimo=Neira|primeiro=PE|ultimo2=Molina|primeiro2=LR|ultimo3=Correa|primeiro3=AX|ultimo4=Muñoz|primeiro4=NRA|ultimo5=Oschilewski|primeiro5=DE|data=2009|titulo=Utilidade do pente metálico com dentes microcanaliculados no diagnóstico da pediculose|url=https://pdfs.semanticscholar.org/c05f/47ca5ae9b40f52a749d1e1673eaf7b7b7ac3.pdf|jornal=Anais Brasileiros de Dermatologia|acessodata=}}</ref>

=== '''Sintomas''' ===
A [[pediculose]] pode causar desde coceira e pequenas reações alérgicas até a transmissão de doenças graves como [[tifo|tifo (''Rickettsia prowazekii'')]], [[febre recorrente]] (''Borrelia recurrentis'') e [[Febre das trincheiras|febre da trincheira]] (''Rickettsia quintana''),<ref>{{Citar periódico|ultimo=Fournier|primeiro=Pierre-Edouard|ultimo2=Ndihokubwayo|primeiro2=Jean-Bosco|ultimo3=Guidran|primeiro3=Jo|ultimo4=Kelly|primeiro4=Patrick J.|ultimo5=Raoult|primeiro5=Didier|data=2002|titulo=Human Pathogens in Body and Head Lice|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2738510/|jornal=Emerging Infectious Diseases|volume=8|numero=12|paginas=1515–1518|doi=10.3201/eid0812.020111|issn=1080-6040|pmc=2738510|pmid=12498677|acessodata=}}</ref> endocardite e angiomatose bacilar.<ref>{{citar livro|título=Dermatologia|ultimo=BOLOGNIA, JORIZZO, SCHAFFER|primeiro=Jean L., Joseph L., Julie V.|editora=Elsevier|ano=2015|local=Rio de Janeiro|páginas=2792|acessodata=09/05/2018}}</ref><ref>{{citar livro|título=Microbiologia Médica|ultimo=MURRAY, ROSENTHAL, PFALLER|primeiro=Patrick, Ken S., Michael A.|editora=Elsevier|ano=2017|local=Brasil|páginas=888|acessodata=10/05/2018}}</ref><ref>{{citar livro|título=Medicina Interna de Harrison - 2 Volumes|ultimo=KASPER, FAUCI, HAUSER, LONGO, JAMESON, LOSCALZO|primeiro=Dennis L., Anthony S., Stephen L., Dan L., Larry, Joseph|editora=Amgh Editora|ano=2016|local=Brasil|páginas=3048|acessodata=10/05/2018}}</ref> Também podem surgir pontos avermelhados no corpo como picadas de mosquito.<ref name=":3">{{Citar web|url=http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2206-pediculose-da-cabeca-piolhos|titulo=Pediculose da cabeça (piolhos)|acessodata=2018-05-08|obra=bvsms.saude.gov.br|lingua=pt-br}}</ref>

Os piolhos sugadores tornam-se infectados quando picam um ser humano doente de tifo, mas a infecção de uma nova pessoa não ocorre pela picada, e sim pela entrada de fezes do animal no corpo quando a pessoa, ao coçar a pele, faz uma ferida e impele as fezes ou o próprio piolho. No caso da febre recorrente, a transmissão também ocorre quando o piolhos esmagado é impelido para dentro de uma feriada quando a pessoa se coça, não ocorre transmissão nem por fezes, nem por picada.<ref name=":0" /> Em casos severos de infestações, a pele pode tornar-se espessa e seca ou tornar-se mais pigmentada, configurando um caso de melanodermia pediculosa.<ref name=":10">{{citar livro|título=Manual Ilustrado de Pragas Urbanas e Outros Animais Sinantrópicos|ultimo=Zorzenon|primeiro=Francisco José|ultimo2=Junior|primeiro2=João Justi|editora=|ano=2006|local=São Paulo-SP|páginas=|acessodata=}}</ref>

Além dos sintomas físicos causados pelos piolhos, uma criança infectada também pode apresentar falta de atenção devido à coceira e sofrer preconceito por outras crianças ou responsáveis.<ref>{{citar livro|título=Bullying Na Escola - Piolho Não Escolhe Cabeça:APELIDO POR FATO EMBARAÇOSO|ultimo=KLEIN|primeiro=Cristina|editora=Blu Editora|ano=2011|local=Santa Catarina|páginas=15 páginas|acessodata=09/05/2018}}</ref><ref name=":5">{{Citar periódico|titulo=Piolho: pesquisador esclarece o que é a pediculose, doença provocada pelo inseto|url=https://portal.fiocruz.br/noticia/piolho-pesquisador-esclarece-o-que-e-pediculose-doenca-provocada-pelo-inseto|jornal=Fiocruz|lingua=pt-BR}}</ref>

=== '''Tratamento da infestação''' ===
[[Ficheiro:The British Reoccupation of Burma SE7596.jpg|miniaturadaimagem|Prisioneiros de guerra japoneses voltam sob a Operação Nipoff, tomam banho desinfetante para matar piolhos e outras doenças que transportam parasitas antes de embarcar em um navio.]]No caso de piolho no corpo, banhos frequentes e a troca e lavagem das vestimentas e roupa de cama costuma ser o suficiente.<ref name=":5" />

O tratamento com remédios inseticidas só deve ser feito após o devido diagnóstico com o objetivo de evitar que alguém não infestado seja exposto a estes remédios, já que alguns deles podem ser danosos para a pessoa se não aplicados corretamente.<ref name=":2" /> Além disso, o uso sem necessidade ou incorreto destes remédios inseticidas está contribuindo para o surgimento de variedades resistentes de piolhos.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Koch|primeiro=Ellen|ultimo2=Clark|primeiro2=John Marshall|ultimo3=Cohen|primeiro3=Bernard|ultimo4=Meinking|primeiro4=Terri L.|ultimo5=Ryan|primeiro5=William G.|ultimo6=Stevenson|primeiro6=Audrey|ultimo7=Yetman|primeiro7=Robert|ultimo8=Yoon|primeiro8=Kyong Sup|data=setembro 2016|titulo=Management of Head Louse Infestations in the United States-A Literature Review|url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/pde.12982|jornal=Pediatric Dermatology|lingua=en|volume=33|numero=5|paginas=466–472|doi=10.1111/pde.12982|issn=0736-8046|acessodata=}}</ref> Estas substâncias devem ser usadas junto com outras formas de tratamento, como o uso de pente fino manualmente para retirar piolhos vivos ou mortos. Devem ser feitas lavagem dos cabelos com shampoos e aplicação de loções específicos para pediculose. Em alguns casos pode ser necessária a medicação oral, prescrita por médico dermatologista.<ref name=":3" />

A imersão do cabelo em água para afogar o inseto não é eficaz, mesmo se feita por longos períodos. Diversas substâncias são usadas popularmente para o combate da infestação em tentativas de sufocar o piolho como: azeite, maionese, óleos, vinagre e álcool, mas estas técnicas matam poucos piolhos adultos e quase não afetam os ovos, por outro lado podem lubrificar o cabelo e ajudar na retirada das lêndeas com o pente fino.<ref>{{Citar periódico|data=2004-12-01|titulo=Home Remedies to Control Head Lice: Assessment of Home Remedies to Control the Human Head Louse, Pediculus humanus capitis (Anoplura: Pediculidae)|url=https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0882596304001393|jornal=Journal of Pediatric Nursing|lingua=en|volume=19|numero=6|paginas=393–398|doi=10.1016/j.pedn.2004.11.002|issn=0882-5963}}</ref>

A aplicação de ar quente no couro cabeludo através de diversos métodos também é eficaz no combate à infestação. O piolho e os ovos ressecam e morrem após aplicações por 30 minutos de ar quente, sendo essa uma forma de tratamento segura.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Goates|primeiro=Brad M.|ultimo2=Atkin|primeiro2=Joseph S.|ultimo3=Wilding|primeiro3=Kevin G.|ultimo4=Birch|primeiro4=Kurtis G.|ultimo5=Cottam|primeiro5=Michael R.|ultimo6=Bush|primeiro6=Sarah E.|ultimo7=Clayton|primeiro7=Dale H.|data=2006|titulo=An effective nonchemical treatment for head lice: a lot of hot air|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17079567?dopt=Abstract|jornal=Pediatrics|volume=118|numero=5|paginas=1962–1970|doi=10.1542/peds.2005-1847|issn=1098-4275|pmid=17079567|acessodata=}}</ref>

É importante que todos que convivam com a pessoa acometida pela pediculose sejam examinados e se necessário tratados, para evitar a reinfestação. Apesar de ser uma ideia muito disseminada popularmente, o corte dos cabelos não é necessário.<ref name=":3" />

=== '''Profilaxia''' ===
Para prevenir a pediculose, o ideal é evitar o compartilhamento de roupas, pentes, toalhas, acessórios de cabelo e outros objetos de uso pessoal, bem como evitar o contato direto com pessoas infectadas pelo parasita.<ref name=":5" />

Recomenda-se que as pessoas sejam sempre examinadas e que passem o pente fino para evitar que a infestação se propague; as que usam cabelos compridos devem prendê-los para ir à escola. É fundamental que a escola seja comunicada sempre que alguma criança apresentar o problema. Dessa forma, todos podem ser tratados ao mesmo tempo e o ciclo de recontaminação será interrompido.<ref name=":3" />

==Ciclo de Vida==
[[Ficheiro:Human head louse egg.jpg|miniaturadaimagem|Ovo de ''Pediculus humanus'' em fio de cabelo]]
Seu ciclo é [[autoxênico]] (ou seja, todas as suas formas de desenvolvimento, desde o ovo até o adulto são encontradas em apenas um hospedeiro), fora do corpo hospedeiro os piolhos não sobrevivem por muito tempo. O ciclo de vida tem início com a ovipostura, as ninfas que eclodem passam por processo de [[Hemimetabolismo|metamorfose simples]] com 3 mudas até tornarem-se adultos, sendo que a maturidade sexual nos adultos ocorre em 4 horas e a ovipostura começando de 24 a 36 horas após a fecundação.<ref name=":10" /> As fêmeas, num geral põe de 20 a 200 ovos operculados.<ref name=":11" /> O ciclo completo de vida dá-se em cerca de um mês.<ref name=":0" />

[[Ficheiro:Linognathus louse female ventral.jpg|miniaturadaimagem|Piolho Linognathus com grandes ovos em desenvolvimento (indicado por setas).|esquerda]] Os ovos, conhecidos como lêndeas são esbranquiçados, visíveis a olho nu, e ficam aderidos aos pelos ou penas do hospedeiro através de uma substância adesiva secretada pelas glândulas coletéricas (ou acessórias) da fêmea<ref name=":12" />. Apenas ''Pediculus humanus'' adere seus ovos às fibras das roupas, passando para a pele do hospedeiro após a eclosão. As ninfas diferem do adulto apenas pelo tamanho, proporção entre as partes do corpo, grau de esclerotisação e desenvolvimento do aparelho reprodutivo. As ninfas sofrem três mudas de dois em dois dias antes de tornarem-se adultas.<ref name=":1" />

[[Ficheiro:Pediculus humanus development.jpg|miniaturadaimagem|Esquema de ciclo de vida de um piolho sugador ''P. humanus'' spp.(1-ovo, 2-primeira ninfa , 3-segunda ninfa, 4-terceira ninfa, 5-adulto)]]

Nos piolhos humanos  o tempo de vida é de, aproximadamente, 14 a 28 dias e nos de animais domésticos de 20 a 40 dias, sendo que em ''P. humanus spp.'' a oviposição média é de 10 ovos por dia durante um período de até 25 dias.<ref>{{citar livro|título=Herms's Medical Entomology: Sixth Edition|ultimo=JAMES, HARWOOD|primeiro=M. T., R. F.|editora=Collier-Macmillan Canada Limited|ano=1969|local=Canada|páginas=484 páginas|acessodata=10/06/2018}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Cruz|primeiro=Figueiredo, Tânia Isabel da|data=2013-10-15|titulo=Pediculose|url=http://hdl.handle.net/10284/5527}}</ref>

== Sistema Digestivo e Hábitos Alimentares ==
Amblíceros, ischnóceros e rincofitírinos, os “mastigadores”, alimentam-se de células em descamação da pele dos mamíferos, pelos ou produtos retirados das penas das aves, com algumas espécies eventualmente ingerindo sangue de algum machucado no corpo do hospedeiro.<ref name=":1" /> Diferentemente dos piolhos de mamíferos, os piolhos de aves podem digerir queratina, de forma que se alimentam de penas e plumas também.<ref name=":11" /> Enquanto Amblycera, por exemplo, pode alimentar-se de penas, secreções oculares, sangue de machucados no corpo hospedeiro, fungos, ácaros de penas, outros piolhos, [[Exúvia|exúvias]] ninfais e cascas de ovos<ref name=":1" />, Ischnocera alimenta-se de penas e fragmentos de pele, mas não de pelos.
[[Ficheiro:Body lice.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Vista dorsal de um macho de ''Pediculus humanus'' var. corporis, notar as cerdas sensoriais, garras, divisões das antenas, comprimento e largura das 6 pernas. O abdome está cheio de sangue ingerido. Foto de 2006.]]
Tanto as ninfas quanto os adultos anopluros são [[Hematófago|hematófagos]], ou seja alimentam-se de sangue, sugando diretamente dos capilares hospedeiros com seus aparelhos bucais chamados sugador-pungitivo. Eles sugam sangue duas vezes a cada 24 horas, com a picada levando de 3 a 10 minutos. As peças bucais de um piolho sugador consistem em três estiletes perfuradores, normalmente recolhidos dentro de um saco na cabeça. Quando o piolho se alimenta, os estiletes saem através de um rostro na parte anterior da cabeça, o qual possui minúsculos ganchos, com os quais se prende ao hospedeiro enquanto suga.

O sistema digestivo é formado, basicamente, por um tubo digestivo sem anexos (cecos gástricos), assim como em outros insetos, pode ser dividido em intestino anterior, revestido por [[epitélio pavimentoso]] simples e, apicalmente, por uma cutícula, médio, constituído por [[epitélio simples]] com [[Microvilosidade|microvilosidades]] apicais, e posterior, tecido simples revestido por cutícula.<ref name=":18" /> Análise bioquímica de homogenados de tubos digestivos de H. suis indicaram a presença de tripsina, cisteína proteinase, aminopeptidase, alfa-glicosidase e quimiotripsina.<ref name=":18" />

'''-Saliva'''

Insetos hematófagos, em geral, possuem propriedades na saliva que facilitam a alimentação. Ao injetar a saliva no corpo do hospedeiro, os processos fisiológicos dos animais parasitados que dificultariam a alimentação são debilitados. Por exemplo, a resposta fisiológica de um vertebrado a uma lesão no tecido vascular é a de coagulação sanguínea, agregação de plaquetas e a constrição vascular, porém, a saliva dos artrópodes hematófagos possui propriedades anticoagulantes, vasodilatadoras e antiplaquetárias, possibilitando a alimentação.<ref>{{citar web|url=http://files.petparasitologiaufpe.webnode.com.br/200000126-1f9792095c/A%20import%C3%A2ncia%20hematof%C3%A1gica....pdf|titulo=A importância hematofágica e parasitológica da saliva dos insetos hematófagos|data=2009|acessodata=26/05/2018|publicado=Revista Trópica - Ciências Agrárias e Biológicas|ultimo=Silva|primeiro=Francinaldo S.}}</ref><ref name=":17">{{Citar periódico|ultimo=WANIEK|primeiro=PETER J.|data=2009|titulo=The digestive system of human lice: current advances and potential applications|url=https://doi.org/10.1111/j.1365-3032.2009.00681.x|jornal=Physiological Entomology|lingua=en|volume=34|numero=3|paginas=203–210|doi=10.1111/j.1365-3032.2009.00681.x|issn=0307-6962|acessodata=10/06/2018}}</ref>

Em ''H. suis'', um piolho hematófago de porcos, não foram encontrados hemácias ou lecócitos integros na luz intestinal, devendo haver enzimas em sua saliva, que promovam a lise das células, uma digestão extraintestinal, como acontece em outros insetos, por exemplo larvas de formigas.<ref name=":18" /> Apesar de estudos, não foram detectadas enzimas na saliva de insetos sugadores de sangue, como os carrapatos.

'''-simbiose com microorganismos'''

Os piolhos desenvolveram simbiose com outros microrganismos, [[Eukaryota|eucariotos]] e [[Procarionte|procariotos]], que auxiliam na sua digestão. Alguns exemplos são: α-proteobacteria, γ-proteobacteria e flavobacterias.<ref name=":17" /> As bactérias em Anoplura ficam abrigadas em uma célula do intestino médio do inseto chamada de [[micetócito]], que ocorre também em cupins e baratas.<ref name=":18" /> Nas fêmeas de ''H. suis'' foram identificados micetócitos também nos ovários, indicando uma possível transmissão transovariana dos microrganismos simbiontes de geração para geração.<ref name=":18" />

== Classificação, Filogenia e Evolução ==
[[Ficheiro:Bovicola louse ventral.jpg|miniaturadaimagem|Piolho mastigador bovícola , notar peças bucais.]]
[[Ficheiro:Louse (265 05) Columbicola columbae (Mallophaga).jpg|miniaturadaimagem|Piolho de pombo (Columbicola columbae), um Mallophaga|esquerda]]
Para a [[classificação científica]] desses animais, comumente são utilizadas as características [[Morfologia (biologia)|morfológicas]] de estrutura de antenas, peças bucais e tarsos,<ref name=":0" /> além de dados moleculares.

'''Amblycera e Ischnocera''' em literatura antiga estão classificadas como [[Mallophaga]] '''('''3000 spp), mas desde Lyal (1985) há uma nova posição [[cladística|cladística,]] sendo considerado pela maioria dos taxonomistas como grupo [[parafilético]].<ref name=":18">{{citar livro|título=Estudo Morfofuncional do Sistema Digestivo de Haematopinus suis|ultimo=Gonçalves|primeiro=Ericson Kubrusly|editora=|ano=2002|local=São Paulo|páginas=|acessodata=}}</ref> Os primeiros piolhos de Mallophaga foram estudados em aves e são encontrados em todas as ordens de aves e possuem em comum o fato de suas peças bucais serem adaptadas para mastigar, sendo então designados “mastigadores”. No Brasil, cerca de 90 espécies de mamíferos hospedam piolhos mastigadores, especialmente roedores e carnívoros.<ref name=":1" />

'''Algumas Famílias em Amblycera:'''A subordem Amblycera contém seis famílias, das quais a Menoponidae, Boopidae, Gyropidae e Trimenoponidae apresentam relevância em Medicina Veterinária.

Em ''Menoponidae'' há os ''Menacanthus'' pode causar anemia grave e é o piolho mais patogênico de frangos domésticos adultos e de aves em cativeiro, em especial canários. ''Menopon'' é encontrado principalmente em frangos domésticos, mas pode se espalhar para outras aves domésticas contactantes, como perus e patos. ''Holomenopon'', ''Ciconiphilus'' e ''Trinoton'' são encontrados em patos; ''Amyrsidea'' e ''Mecanthus'' são encontrados em aves de caça.<ref name=":11" /><ref name=":9" /><ref name=":4" />

Membros da família ''Boopidae'' parasitam [[marsupiais]]. ''Heterodoxus'' pode ser de importância em cães e outros [[Canídeos|Canidae]]. O ancestral do piolho do cão, ''Heterodoxus spiniger'', presumivelmente colonizou dingos após seu transporte para a Austrália pelos primeiros humanos. Do dingo, o piolho foi transferido para os cães domésticos e daí os piolhos se espalharam para outras partes do mundo.<ref name=":11" />

''Gyropus'' e ''Gliricola'' da família Gyropidae podem ser importantes em [[Porquinho-da-índia|porquinhos-da-índia]]; ''Aotiella'' é encontrado em primatas. Espécies dessa família podem ser distinguidos de outras famílias de piolhos mastigadores em razão dos seus tarsos das pernas médias e posteriores, que apresentam uma ou nenhuma garra. Membros da família Trimenoponidae também são encontrados em porquinhos-da-índia.<ref name=":11" />

'''Algumas Famílias em''' '''Ischnocera:''' A subordem Ischnocera inclui cinco famílias, sendo que três delas apresentam maior importância veterinária: Philopteridae em aves domésticas e mamíferos, e Trichodectidae e Bovicoliidae em mamíferos.

A família Philopteridae contém os gêneros ''Cuclotogaster'', ''Lipeurus'', ''Goniodes'', ''Goniocotes'' e ''Columbicola'', espécies que são parasitas importantes de aves domésticas. Outras espécies de menor importância pertencem aos gêneros ''Anaticola'', ''Acidoproctus'', ''Anatoecus'' e ''Ornithobius'', que são encontrados em patos, gansos e outras aves aquáticas; ''Lagopoecus'', que é encontrado em aves de caça; ''Struthiolipeurus'', encontrado em avestruzes; ''Tricholipeurus'', encontrado em veados; e ''Trichophilopterus'', encontrado em primatas. Os Philopteridae apresentam antenas com cinco segmentos e tarso com um par de garras.<ref name=":11" />

A família Trichodectidae contém os gêneros ''Felicola'', a única espécie de piolho encontrada em gatos; ''Trichodectes'', encontrado em cães e primatas, e ''Eutrichophilus'' e ''Cebidicola'', encontrados em primatas. A família Bovicolidae contém o gênero ''Bovicola'' (antes chamado ''Damalinia''), encontrado em bovinos, ovinos, equinos e veados. ''Werneckiella'', algumas vezes descrito como um gênero, mas aqui descrito como um subgênero de ''Bovicola'', contém a espécie ''Bovicola'' (''Werneckiella'') ''ocellatus'', encontrado em jumentos.<ref name=":11" />

'''Rhyncophthirina:''' compreende apenas duas espécies de piolhos muito pequenos encontrados na África parasitando elefantes e porcos selvagens. Possui mandíbulas na extremidade de um focinho longo semelhante a uma probóscide e também são considerados mastigadores.

'''Anoplura (500 spp):''' por possuírem aparelho bucal do tipo perfurante, sugando o sangue do qual se alimenta, são denominados piolhos “sugadores”, parasitas exclusivos de mamíferos. Os mais conhecidos e estudados são os ''P. humanus spp.'', que habitam o corpo humano. No Brasil são conhecidas sete famílias, com dez gêneros e 36 espécies dessa ordem.<ref name=":1" />

A origem de ''Pediculus humanus spp.'', compostos de duas linhagens antigas antecede o Homo sapiens moderno em uma ordem de grandeza (cerca de 1,18 milhões de anos).<ref name=":19">{{Citar periódico|ultimo=Reed|primeiro=David L.|ultimo2=Smith|primeiro2=Vincent S.|ultimo3=Hammond|primeiro3=Shaless L.|ultimo4=Rogers|primeiro4=Alan R.|ultimo5=Clayton|primeiro5=Dale H.|data=2004-10-05|titulo=Genetic Analysis of Lice Supports Direct Contact between Modern and Archaic Humans|url=http://journals.plos.org/plosbiology/article?id=10.1371/journal.pbio.0020340|jornal=PLOS Biology|lingua=en|volume=2|numero=11|paginas=e340|doi=10.1371/journal.pbio.0020340|issn=1545-7885}}</ref> Estudos como este tentam inferir partes da história evolutiva humana a partir da história evolutiva de seus parasitas, a especificidade do hospedeiro freqüentemente anda de mãos dadas com padrões coevolutivos de longo prazo entre hospedeiros e parasitas, tornando os piolhos de primata excelentes candidatos para inferir a história evolutiva do hospedeiro.<ref name=":19" />

'''Algumas Famílias em Anoplura:''' A família Haematopinidae contém o gênero Haematopinus, com vinte e seis espécies descritas, que é um dos principais gêneros de importância veterinária, espécie que está entre os maiores piolhos de animais domésticos, com até 0,5 cm de comprimento, encontrados em bovinos, suínos e equinos. <ref name=":11" />

Na família ''Linognathidae,'' na qual os membros são distinguidos pela ausência de olhos e de pontos oculares, há dois gêneros de importância veterinária: ''Linognathus, e''m que há mais de 60 espécies, e ''Solenoptes''. A maioria das espécies de ''Linognathus'' é encontrada em [[Artiodátilos|Artiodactyla]], e alguns em carnívoros. A diferenciação entre espécies, em geral, é baseada no hospedeiro e na localização no corpo. Não há placas paratergais no abdome. O segundo e terceiro pares de pernas são maiores que o primeiro par e terminam em garras robustas. Esses piolhos podem ser distinguidos daqueles do gênero ''Linognathus'' pela presença de espiráculos abdominais posicionados em tubérculos pouco esclerotizados, que se projetam levemente de cada segmento abdominal. Também, em contraste com as espécies de ''Linognathus'', a placa esternal torácica é distinta.<ref name=":11" />

A família ''Microthoraciidae'' contém quatro espécies do gênero ''Microthoracius'', três das quais parasitam lhamas, e a quarta espécie parasita camelos. Possuem cabeça longa com formato de fuso, com segmentos clipeais muito mais curtos que os segmentos antena-oculares. Os olhos são evidentes e as antenas, em geral, apresentam cinco segmentos. As pernas têm formato e tamanho similares, com garras pontiagudas e uma cerda apical espessa.<ref name=":11" />

Na família ''Polyplacidae'', encontramos os piolhos do gênero ''Polyplax,'' que infestam roedores e podem causar problemas em colônias de laboratório e do gênero ''Haemodipsus,'' encontrado em coelhos e lebres, e pode estar envolvido na transmissão de [[tularemia]] em [[lagomorfos]] selvagens. Os Polyplax possuem uma placa esternal distinta na superfície ventral do tórax e o primeiro estágio ninfal é encontrado em todo o corpo do hospedeiro, enquanto os estágios mais maduros são encontrados predominantemente na parte anterior do corpo. O ciclo total se completa em, aproximadamente, 2 semanas.<ref name=":11" />

A maioria das espécies de mamíferos e aves está infestada por pelo menos 1, chegando até 6 espécies de piolhos. A opinião atual é que os piolhos evoluíram a partir de Psocoptera de vida livre. Transferências de piolhos entre mamíferos e aves ocorreram algumas ocasiões durante a evolução dos piolhos; 2 dos 4 principais grupos de piolhos, o Ischnocera e o Amblycera, contêm famílias que infestam pássaros e famílias que infestam mamíferos. Pensava-se que predominava a coevolução estrita entre os piolhos,no entanto, estudos detalhados indicam que isso não é o que ocorre.<ref>{{Citar periódico|data=1994-12-01|titulo=Phylogeny and classification, origins, and evolution of host associations of lice|url=https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0020751994901953|jornal=International Journal for Parasitology|lingua=en|volume=24|numero=8|paginas=1285–1291|doi=10.1016/0020-7519(94)90195-3|issn=0020-7519}}</ref><ref>{{Citar periódico|data=1991-09-01|titulo=Evolution of host-parasite associations among species of lice and rock-wallabies: Coevolution? (J.F.A. Sprent Prize lecture, August 1990)|url=https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/002075199190053A|jornal=International Journal for Parasitology|lingua=en|volume=21|numero=5|paginas=497–501|doi=10.1016/0020-7519(91)90053-A|issn=0020-7519}}</ref>

{{clade
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}}
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<ref>{{citar livro|título=Evolution of the Insects|ultimo=Grimaldi|primeiro=David|ultimo2=Engel|editora=Cambridge University Press|ano=2005|local=|páginas=755|isbn=9780521821490|acessodata=}}</ref>

== Métodos de Coleta e Fixação ==
 Raramente são encontrados fora do corpo hospedeiro, sendo que mais de uma espécie de piolho frequentemente pode ocorrer em diferentes partes do mesmo animal, portanto para coletá-los é preciso examinar todas as partes do corpo. O melhor método para localizar os piolhos é examinar cuidadosamente o hospedeiro com uma pinça ou um pente fino.Os piolhos de cada indivíduo analisado devem ser separados em vidros e conservados em álcool (70 a 75%), acompanhados de dados de coleta que devem incluir a espécie do hospedeiro, a data, a localidade e o nome do coletor.<ref name=":0" />

== Registros Fósseis ==
[[Ficheiro:Megamenopon rasnitsyni 01.jpg|miniaturadaimagem|Exoesqueleto completo de ''Megamenopon rasnitsyni''. <ref name=":20" />]]
A ordem Phthiraptera foi uma das últimas ordens de insetos a ter um [[Fóssil|registro fóssil]] confirmado. Até o ano de 1999, havia apenas o registro de ovos de anoplura em pelos de mamífero preservados em âmbar.<ref>{{Citar periódico|ultimo=DALGLEISH|primeiro=R. C.|ultimo2=PALMA|primeiro2=R. L.|ultimo3=PRICE|primeiro3=R. D.|ultimo4=SMITH|primeiro4=V. S.|data=2006-08-14|titulo=Fossil lice (Insecta: Phthiraptera) reconsidered|url=https://doi.org/10.1111/j.1365-3113.2006.00342.x|jornal=Systematic Entomology|lingua=en|volume=31|numero=4|paginas=648–651|doi=10.1111/j.1365-3113.2006.00342.x|issn=0307-6970}}</ref> Em 2004, foi descrito um provável fóssil de um piolho de ave aquática datado com 44 milhões de anos. Este fóssil mostra que, assim como outros parasitas, a ordem provavelmente apresenta [[coevolução]] com seus hospedeiros desde sua origem.<ref name=":20">{{Citar periódico|ultimo=Wappler|primeiro=T.|ultimo2=Smith|primeiro2=V. S.|ultimo3=Dalgleish|primeiro3=R. C.|data=2004-08-07|titulo=Scratching an ancient itch: an Eocene bird louse fossil|url=http://rspb.royalsocietypublishing.org/content/271/Suppl_5/S255|jornal=Proceedings of the Royal Society of London B: Biological Sciences|lingua=en|volume=271|numero=Suppl 5|paginas=S255–S258|doi=10.1098/rsbl.2003.0158|issn=0962-8452|pmc=1810061|pmid=15503987|acessodata=}}</ref>


== Ver também ==
== Ver também ==

* [[Parasita]]
* [[Pediculose]]
* [[Pediculose]]
* ''[[Pediculus humanus]]''
* [[Pediculus humanus]]
* [[Piolho do púbis|Chato]]
* [[Piolho-da-púbis]]
* [[Escabiose]]
* [[Ivermectina]]


== Referências Bibliográficas ==
[[Categoria:Piolhos|*]]
<references />


== Ligações externas ==
[[ca:Poll]]

[[eml:Piôc']]
* [http://phthiraptera.info/ Taxonomia e relações ecológicas de Phthiraptera] (em inglês)
[[ht:Pou]]
* [http://www.piolho.org.br/index.html Pediculose em humanos]
[[tr:Bit (parazit)]]

[[Categoria:Piolhos|*]]

Revisão das 17h38min de 14 de junho de 2018

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPhthiraptera
Piolho Humano
Piolho Humano
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Superordem: Psocodea
Ordem: Phthiraptera
Subordens
Anoplura

Rhyncophthirina
Ischnocera
Amblycera

A Ordem Phthiraptera (do grego phthirus=achatado; a=sem; ptera=asas), estabelecida por Haeckel em 1896 , é constituída por insetos pequenos, com aproximadamente de 0,5 a 8 mm de comprimento, popularmente conhecidos como piolhos. São ectoparasitas obrigatórios de aves e mamíferos, inclusive marinhos, como focas e leões marinhos[1][2][3][4], com alta especificidade parasitária: a maioria das espécies ocorre apenas em uma única espécie de hospedeiro. Há cerca de 5000 espécies no mundo e 900 no Brasil, sendo que apenas 20 ou 30 apresentam importância econômica relevante.[5][6] São distribuídos em quatro subordens: Amblycera, Ischnocera, Rhyncophthirina e Anoplura.[7][3]

Os piolhos possuem corpo achatado dorsoventralmente, pernas robustas e garras que agarram firmemente os pelos, cabelos ou penas, são desprovidos de ocelos e asas (são secundariamente ápteros) e a coloração do corpo varia de bege claro a cinza escuro, mas eles podem ficar mais escuros após se alimentarem. Os olhos, rudimentares, e palpos maxilares podem estar presentes ou ausentes e as antenas têm de três a cinco artículos dependendo das subordens.São pterigotos, dióicos e hemimetábolos, o que significa que do ovo eclode uma ninfa, fase juvenil muito semelhante ao adulto que passará por mudas antes de chegar à fase adulta.

Os piolhos são muito dependentes da temperatura e umidade próximas da pele hospedeira, sendo às vezes restritos a parasitar determinadas regiões do corpo. Tanto os piolhos das aves, quanto dos mamíferos não vivem muito tempo fora do corpo do seu hospedeiro ou após a morte desse, já que o calor do corpo do animal parasitado é indispensável à sua sobrevivência,[8] o que dificulta seu cultivo in vitro.

Eles podem ser exclusivamente hematófagos, como os Anopluros, ou se alimentarem de penas, descamações, secreções, sangue exposto no hospedeiro (machucados por exemplo), outros artópodes, como, ácaros, ou suas próprias exúvias.[6]


Os piolhos de humanos, do gênero Pediculus, conhecidos no Brasil como muquirana, mucana, piolho da cabeça e do corpo, e do gênero Phthirus, chato ou piolho-caranguejo, são da subordem Anoplura.[4][9] São cosmopolitas, ou seja, estão presentes em todos os continentes, e são importantes vetores de doenças como o tifo, febre recorrente e febre da trincheira.[10]


Muitos mastigadores, pertencentes às outras três subordens, são pragas importantes de animais domésticos e de interesse econômico, especialmente aves[11], cachorros, gado, cavalos e porcos, causando irritação, inquietação e feridas na pele, o que leva a comportamentos de má alimentação, diminuindo o ganho de peso e produção de leite e ovos.[10][12] O controle dos piolhos é feito pelo uso de pesticidas[13].

Morfologia

Garras tarsais de Phthirus pubis
Damalinia limbata, piolho de cabras. A espécie é sexualmente dimórfica, com o macho menor que a fêmea.
Ilustrações do livro "Compreendendo: Mallophaga de pássaros do Panamá, Baja California e Alaska", repare que a cabeça é mais larga que o tórax nesses indivíduos.

Os piolhos variam de 0,3 a 8 milímetros de comprimento, têm corpo esclerosado, achatado dorsoventralmente, cobertos de cerdas voltadas para trás, com coloração do corpo variando de bege claro a cinza escuro, podendo ficar mais escuros após se alimentarem.[6]

Não têm asas e os segmentos torácicos são totalmente fundidos. A cutícula é, em sua maioria, membranosa e expansível, permitindo distensão. órgãos sensoriais ficam nas antenas e os olhos, quando presentes, são rudimentares e localizam-se atrás das antenas. Geralmente não possuem olhos compostos, quando possuem são formados por 1 a 2 omatídeos, também não apresenta ocelos e cercos.[14]

As antenas são curtas, com 5 ou menos artículos, e podem ser expostas ou escondidas em sulcos abaixo da cabeça. Possuem um par de espiráculos dorsais, aberturas do sistema de tubos de alguns invertebrados que permite que o ar chegue nos tecidos para a realização da respiração, e 6 ou menos pares abdominais.[12]

 Pode haver dimorfismo sexual: pode-se diferenciar a fêmea do macho pelo tamanho, já que geralmente a fêmea é maior, ou analisando a extremidade posterior do abdômen, pois enquanto nas fêmeas é bifurcada sem ovipositor, nos machos é arredondada.[5][14]

 Piolhos das subordens Amblycera, Ischnocera, Rhyncophthirin têm a cabeça mais larga que o tórax, onde encontra-se o aparelho bucal do tipo mastigador, constituído de um par de mandíbulas adaptadas à mastigação de descamação de pele, pena e pelos, além de crostas de sangue[5], o tórax possui um par de espiráculos, as pernas são geralmente curtas e robustas.[6][11] Quando não possuem garras tarsais ou apenas uma, infestam mamíferos terrestres e quando possuem duas, infestam mamíferos aquáticos e aves.[1][2] O Abdômen possui 11 segmentos, que podem estar fundidos ou reduzidos, dificultando sua visualização.

Amblycera: possuem antena com 4 artículos e têm palpo maxilar. Eles apresentam cabeça grande e arredondada, na qual os olhos têm tamanho reduzido ou estão ausentes.[12]

Ischnocera: Possuem antenas cilíndricas, bem visíveis, com 3 ou 5 artículos e não possuem palpo maxilar, diferentemente de Amblycera. Algumas espécies são sexualmente dimórficas.

Rhyncophthirina: Possuem cabeça muito pigmentada e duas vezes mais longa que larga, a mandíbula tem margem denteada. Não há palpo maxilar e as antenas têm 5 artículos. As pernas são longas, com grau crescente de comprimento do 1 ao 3 par, o pré tarso tem 2 garras e o abdômen 6 pares de espiráculos.

eletromicrografia de varredura de Echinophthirius horridus, piolho de focas.

Anopluros: Têm o tórax com segmentos fundidos mais largo que a cabeça e medem em média 2,5 mm de comprimento, possuem antenas curtas com 3 a 5 artículos, os olhos são compostos e reduzidos, com 1 omatídio, ou ausentes.[12] As pernas apresentam apenas um segmento tarsal e uma única garra, que permite a fixação nos pelos do hospedeiro. Quando a garra é retraída, ela faz contato com um processo semelhante a um dedão na tíbia, permitindo que o piolho se mantenha firmemente agarrado. Há um par de espiráculos (mesotorácicos) no tórax e seis pares (segmentos 3 a 8) no abdome, que apresenta nove segmentos no total.[5] As genitálias externas são bem desenvolvidas em ambos os sexos.

As peças bucais de um piolho sugador consiste em três estiletes perfuradores, normalmente recolhidos dentro de uma bolsa ventral na cabeça, sem palpos. Quando o piolho se alimenta, os estiletes saem através  de um rostro na parte anterior da cabeça; o rostro possui minúsculos ganchos, com os quais se prende ao hospedeiro enquanto suga. Trata-se de um aparato picador-sugador, virado para trás (hipognata).[12]

Saúde e Controle

Pente fino para piolhos

A infestação de piolhos, também conhecida como pediculose, pode acontecer no cabelo e corpo, causada por P. humanus spp. Nas nas regiões genital e anal a infestação chama-se fitirose, fitiríase ou pitiríase, causada por P. pubis. É um fenômeno comum em todo o mundo, podendo atingir pessoas de qualquer idade, sendo que em todos os casos a transmissão é por contato direto. Devido ao grande tempo de exposição e contato entre si, crianças pequenas são infestadas mais comumente e com maior intensidade.[15][10] Apesar de originalmente, o termo pediculose se referir especificamente à infestação por piolhos do Gênero Pediculus em humanos, pode ser utilizado para infestações maciças de outros gêneros e em outros animais.[5]

Nos seres humanos é possível encontrar dois gêneros de piolhos, o Phthirus e o Pediculus. Dentro do Gênero Phthirus, a espécie que parasita os seres humanos é Phthirus pubis, conhecidos como chatos. No gênero Pediculus há uma discussão para definir a existência de duas espécies diferentes,[16] P. corporis e P. capitis, ou duas subespécies, Pediculus humanus humanus, conhecido como piolho da cabeça, e Pediculus humanus capitis, piolho do corpo.[4][9] Aqui trataremos como duas subespécies.

Os piolhos de humanos são transmitidos de uma pessoa para outra principalmente pelo contato direto e uso compartilhado de pentes, escovas de cabelo e gorros, roupas pessoais ou de cama e, durante a noite, podem migrar de um monte de roupa para outro, pois frequentemente ficam nas roupas depois que estas são retiradas.[11]

Em guerras e catástrofes naturais, quando as condições de higiene se tornam mais precárias, os piolhos multiplicam-se rapidamente e atuam na transmissão de vários agentes etiológicos, agravando ainda mais a situação de miséria.[17]Durante a Segunda Guerra Mundial não haviam todos os métodos de controle e combate aos piolhos que existem hoje, sendo muito utilizado DDT nos os soldados e civis antigamente. Houve no outono de 1943, em Nápoles, Itália, o polvilhamento de milhares de pessoas com DDT para o controle de uma epidemia de tifo. [11]

A infestação entre animais não humanos ocorre por contato direto entre um indivíduo infectado e um sadio, sendo que alguns piolhos mastigadores podem ser transportados por meio de outros ectoparasitas como moscas Hippoboscidae e pulgas de roedores silvestres.[18] Algumas espécies de piolhos, ainda podem ser hospedeiros intermediários do cestódio Dipylidium caninum, que infesta cães e gatos.[12] Haematopinus suis, piolho do porco, atua como vetor de transmissão da febre suína.[19]

Phthirus pubis

Diagnostico

O diagnóstico de pediculose se dá pelo encontro de lêndeas, nome popular para os ovos do piolho, que ficam grudadas ao fio de cabelo, ou de piolhos jovens e adultos vivos.[20] Geralmente esse diagnóstico é feito por exame visual direto, mas com o uso de um pente fino é possível encontrar a lêndea, ninfas e o piolho adulto com maior facilidade, pois é feito um arraste, impedindo que eles se escondam entre os fios de cabelo.[21][22]

Sintomas

A pediculose pode causar desde coceira e pequenas reações alérgicas até a transmissão de doenças graves como tifo (Rickettsia prowazekii), febre recorrente (Borrelia recurrentis) e febre da trincheira (Rickettsia quintana),[23] endocardite e angiomatose bacilar.[24][25][26] Também podem surgir pontos avermelhados no corpo como picadas de mosquito.[27]

Os piolhos sugadores tornam-se infectados quando picam um ser humano doente de tifo, mas a infecção de uma nova pessoa não ocorre pela picada, e sim pela entrada de fezes do animal no corpo quando a pessoa, ao coçar a pele, faz uma ferida e impele as fezes ou o próprio piolho. No caso da febre recorrente, a transmissão também ocorre quando o piolhos esmagado é impelido para dentro de uma feriada quando a pessoa se coça, não ocorre transmissão nem por fezes, nem por picada.[11] Em casos severos de infestações, a pele pode tornar-se espessa e seca ou tornar-se mais pigmentada, configurando um caso de melanodermia pediculosa.[28]

Além dos sintomas físicos causados pelos piolhos, uma criança infectada também pode apresentar falta de atenção devido à coceira e sofrer preconceito por outras crianças ou responsáveis.[29][30]

Tratamento da infestação

Prisioneiros de guerra japoneses voltam sob a Operação Nipoff, tomam banho desinfetante para matar piolhos e outras doenças que transportam parasitas antes de embarcar em um navio.

No caso de piolho no corpo, banhos frequentes e a troca e lavagem das vestimentas e roupa de cama costuma ser o suficiente.[30]

O tratamento com remédios inseticidas só deve ser feito após o devido diagnóstico com o objetivo de evitar que alguém não infestado seja exposto a estes remédios, já que alguns deles podem ser danosos para a pessoa se não aplicados corretamente.[15] Além disso, o uso sem necessidade ou incorreto destes remédios inseticidas está contribuindo para o surgimento de variedades resistentes de piolhos.[31] Estas substâncias devem ser usadas junto com outras formas de tratamento, como o uso de pente fino manualmente para retirar piolhos vivos ou mortos. Devem ser feitas lavagem dos cabelos com shampoos e aplicação de loções específicos para pediculose. Em alguns casos pode ser necessária a medicação oral, prescrita por médico dermatologista.[27]

A imersão do cabelo em água para afogar o inseto não é eficaz, mesmo se feita por longos períodos. Diversas substâncias são usadas popularmente para o combate da infestação em tentativas de sufocar o piolho como: azeite, maionese, óleos, vinagre e álcool, mas estas técnicas matam poucos piolhos adultos e quase não afetam os ovos, por outro lado podem lubrificar o cabelo e ajudar na retirada das lêndeas com o pente fino.[32]

A aplicação de ar quente no couro cabeludo através de diversos métodos também é eficaz no combate à infestação. O piolho e os ovos ressecam e morrem após aplicações por 30 minutos de ar quente, sendo essa uma forma de tratamento segura.[33]

É importante que todos que convivam com a pessoa acometida pela pediculose sejam examinados e se necessário tratados, para evitar a reinfestação. Apesar de ser uma ideia muito disseminada popularmente, o corte dos cabelos não é necessário.[27]

Profilaxia

Para prevenir a pediculose, o ideal é evitar o compartilhamento de roupas, pentes, toalhas, acessórios de cabelo e outros objetos de uso pessoal, bem como evitar o contato direto com pessoas infectadas pelo parasita.[30]

Recomenda-se que as pessoas sejam sempre examinadas e que passem o pente fino para evitar que a infestação se propague; as que usam cabelos compridos devem prendê-los para ir à escola. É fundamental que a escola seja comunicada sempre que alguma criança apresentar o problema. Dessa forma, todos podem ser tratados ao mesmo tempo e o ciclo de recontaminação será interrompido.[27]

Ciclo de Vida

Ovo de Pediculus humanus em fio de cabelo

Seu ciclo é autoxênico (ou seja, todas as suas formas de desenvolvimento, desde o ovo até o adulto são encontradas em apenas um hospedeiro), fora do corpo hospedeiro os piolhos não sobrevivem por muito tempo. O ciclo de vida tem início com a ovipostura, as ninfas que eclodem passam por processo de metamorfose simples com 3 mudas até tornarem-se adultos, sendo que a maturidade sexual nos adultos ocorre em 4 horas e a ovipostura começando de 24 a 36 horas após a fecundação.[28] As fêmeas, num geral põe de 20 a 200 ovos operculados.[5] O ciclo completo de vida dá-se em cerca de um mês.[11]

Piolho Linognathus com grandes ovos em desenvolvimento (indicado por setas).

 Os ovos, conhecidos como lêndeas são esbranquiçados, visíveis a olho nu, e ficam aderidos aos pelos ou penas do hospedeiro através de uma substância adesiva secretada pelas glândulas coletéricas (ou acessórias) da fêmea[12]. Apenas Pediculus humanus adere seus ovos às fibras das roupas, passando para a pele do hospedeiro após a eclosão. As ninfas diferem do adulto apenas pelo tamanho, proporção entre as partes do corpo, grau de esclerotisação e desenvolvimento do aparelho reprodutivo. As ninfas sofrem três mudas de dois em dois dias antes de tornarem-se adultas.[6]

Esquema de ciclo de vida de um piolho sugador P. humanus spp.(1-ovo, 2-primeira ninfa , 3-segunda ninfa, 4-terceira ninfa, 5-adulto)

Nos piolhos humanos  o tempo de vida é de, aproximadamente, 14 a 28 dias e nos de animais domésticos de 20 a 40 dias, sendo que em P. humanus spp. a oviposição média é de 10 ovos por dia durante um período de até 25 dias.[34][35]

Sistema Digestivo e Hábitos Alimentares

Amblíceros, ischnóceros e rincofitírinos, os “mastigadores”, alimentam-se de células em descamação da pele dos mamíferos, pelos ou produtos retirados das penas das aves, com algumas espécies eventualmente ingerindo sangue de algum machucado no corpo do hospedeiro.[6] Diferentemente dos piolhos de mamíferos, os piolhos de aves podem digerir queratina, de forma que se alimentam de penas e plumas também.[5] Enquanto Amblycera, por exemplo, pode alimentar-se de penas, secreções oculares, sangue de machucados no corpo hospedeiro, fungos, ácaros de penas, outros piolhos, exúvias ninfais e cascas de ovos[6], Ischnocera alimenta-se de penas e fragmentos de pele, mas não de pelos.

Vista dorsal de um macho de Pediculus humanus var. corporis, notar as cerdas sensoriais, garras, divisões das antenas, comprimento e largura das 6 pernas. O abdome está cheio de sangue ingerido. Foto de 2006.

Tanto as ninfas quanto os adultos anopluros são hematófagos, ou seja alimentam-se de sangue, sugando diretamente dos capilares hospedeiros com seus aparelhos bucais chamados sugador-pungitivo. Eles sugam sangue duas vezes a cada 24 horas, com a picada levando de 3 a 10 minutos. As peças bucais de um piolho sugador consistem em três estiletes perfuradores, normalmente recolhidos dentro de um saco na cabeça. Quando o piolho se alimenta, os estiletes saem através de um rostro na parte anterior da cabeça, o qual possui minúsculos ganchos, com os quais se prende ao hospedeiro enquanto suga.

O sistema digestivo é formado, basicamente, por um tubo digestivo sem anexos (cecos gástricos), assim como em outros insetos, pode ser dividido em intestino anterior, revestido por epitélio pavimentoso simples e, apicalmente, por uma cutícula, médio, constituído por epitélio simples com microvilosidades apicais, e posterior, tecido simples revestido por cutícula.[19] Análise bioquímica de homogenados de tubos digestivos de H. suis indicaram a presença de tripsina, cisteína proteinase, aminopeptidase, alfa-glicosidase e quimiotripsina.[19]

-Saliva

Insetos hematófagos, em geral, possuem propriedades na saliva que facilitam a alimentação. Ao injetar a saliva no corpo do hospedeiro, os processos fisiológicos dos animais parasitados que dificultariam a alimentação são debilitados. Por exemplo, a resposta fisiológica de um vertebrado a uma lesão no tecido vascular é a de coagulação sanguínea, agregação de plaquetas e a constrição vascular, porém, a saliva dos artrópodes hematófagos possui propriedades anticoagulantes, vasodilatadoras e antiplaquetárias, possibilitando a alimentação.[36][37]

Em H. suis, um piolho hematófago de porcos, não foram encontrados hemácias ou lecócitos integros na luz intestinal, devendo haver enzimas em sua saliva, que promovam a lise das células, uma digestão extraintestinal, como acontece em outros insetos, por exemplo larvas de formigas.[19] Apesar de estudos, não foram detectadas enzimas na saliva de insetos sugadores de sangue, como os carrapatos.

-simbiose com microorganismos

Os piolhos desenvolveram simbiose com outros microrganismos, eucariotos e procariotos, que auxiliam na sua digestão. Alguns exemplos são: α-proteobacteria, γ-proteobacteria e flavobacterias.[37] As bactérias em Anoplura ficam abrigadas em uma célula do intestino médio do inseto chamada de micetócito, que ocorre também em cupins e baratas.[19] Nas fêmeas de H. suis foram identificados micetócitos também nos ovários, indicando uma possível transmissão transovariana dos microrganismos simbiontes de geração para geração.[19]

Classificação, Filogenia e Evolução

Piolho mastigador bovícola , notar peças bucais.
Piolho de pombo (Columbicola columbae), um Mallophaga

Para a classificação científica desses animais, comumente são utilizadas as características morfológicas de estrutura de antenas, peças bucais e tarsos,[11] além de dados moleculares.

Amblycera e Ischnocera em literatura antiga estão classificadas como Mallophaga (3000 spp), mas desde Lyal (1985) há uma nova posição cladística, sendo considerado pela maioria dos taxonomistas como grupo parafilético.[19] Os primeiros piolhos de Mallophaga foram estudados em aves e são encontrados em todas as ordens de aves e possuem em comum o fato de suas peças bucais serem adaptadas para mastigar, sendo então designados “mastigadores”. No Brasil, cerca de 90 espécies de mamíferos hospedam piolhos mastigadores, especialmente roedores e carnívoros.[6]

Algumas Famílias em Amblycera:A subordem Amblycera contém seis famílias, das quais a Menoponidae, Boopidae, Gyropidae e Trimenoponidae apresentam relevância em Medicina Veterinária.

Em Menoponidae há os Menacanthus pode causar anemia grave e é o piolho mais patogênico de frangos domésticos adultos e de aves em cativeiro, em especial canários. Menopon é encontrado principalmente em frangos domésticos, mas pode se espalhar para outras aves domésticas contactantes, como perus e patos. Holomenopon, Ciconiphilus e Trinoton são encontrados em patos; Amyrsidea e Mecanthus são encontrados em aves de caça.[5][10][18]

Membros da família Boopidae parasitam marsupiais. Heterodoxus pode ser de importância em cães e outros Canidae. O ancestral do piolho do cão, Heterodoxus spiniger, presumivelmente colonizou dingos após seu transporte para a Austrália pelos primeiros humanos. Do dingo, o piolho foi transferido para os cães domésticos e daí os piolhos se espalharam para outras partes do mundo.[5]

Gyropus e Gliricola da família Gyropidae podem ser importantes em porquinhos-da-índia; Aotiella é encontrado em primatas. Espécies dessa família podem ser distinguidos de outras famílias de piolhos mastigadores em razão dos seus tarsos das pernas médias e posteriores, que apresentam uma ou nenhuma garra. Membros da família Trimenoponidae também são encontrados em porquinhos-da-índia.[5]

Algumas Famílias em Ischnocera: A subordem Ischnocera inclui cinco famílias, sendo que três delas apresentam maior importância veterinária: Philopteridae em aves domésticas e mamíferos, e Trichodectidae e Bovicoliidae em mamíferos.

A família Philopteridae contém os gêneros Cuclotogaster, Lipeurus, Goniodes, Goniocotes e Columbicola, espécies que são parasitas importantes de aves domésticas. Outras espécies de menor importância pertencem aos gêneros Anaticola, Acidoproctus, Anatoecus e Ornithobius, que são encontrados em patos, gansos e outras aves aquáticas; Lagopoecus, que é encontrado em aves de caça; Struthiolipeurus, encontrado em avestruzes; Tricholipeurus, encontrado em veados; e Trichophilopterus, encontrado em primatas. Os Philopteridae apresentam antenas com cinco segmentos e tarso com um par de garras.[5]

A família Trichodectidae contém os gêneros Felicola, a única espécie de piolho encontrada em gatos; Trichodectes, encontrado em cães e primatas, e Eutrichophilus e Cebidicola, encontrados em primatas. A família Bovicolidae contém o gênero Bovicola (antes chamado Damalinia), encontrado em bovinos, ovinos, equinos e veados. Werneckiella, algumas vezes descrito como um gênero, mas aqui descrito como um subgênero de Bovicola, contém a espécie Bovicola (Werneckiella) ocellatus, encontrado em jumentos.[5]

Rhyncophthirina: compreende apenas duas espécies de piolhos muito pequenos encontrados na África parasitando elefantes e porcos selvagens. Possui mandíbulas na extremidade de um focinho longo semelhante a uma probóscide e também são considerados mastigadores.

Anoplura (500 spp): por possuírem aparelho bucal do tipo perfurante, sugando o sangue do qual se alimenta, são denominados piolhos “sugadores”, parasitas exclusivos de mamíferos. Os mais conhecidos e estudados são os P. humanus spp., que habitam o corpo humano. No Brasil são conhecidas sete famílias, com dez gêneros e 36 espécies dessa ordem.[6]

A origem de Pediculus humanus spp., compostos de duas linhagens antigas antecede o Homo sapiens moderno em uma ordem de grandeza (cerca de 1,18 milhões de anos).[38] Estudos como este tentam inferir partes da história evolutiva humana a partir da história evolutiva de seus parasitas, a especificidade do hospedeiro freqüentemente anda de mãos dadas com padrões coevolutivos de longo prazo entre hospedeiros e parasitas, tornando os piolhos de primata excelentes candidatos para inferir a história evolutiva do hospedeiro.[38]

Algumas Famílias em Anoplura: A família Haematopinidae contém o gênero Haematopinus, com vinte e seis espécies descritas, que é um dos principais gêneros de importância veterinária, espécie que está entre os maiores piolhos de animais domésticos, com até 0,5 cm de comprimento, encontrados em bovinos, suínos e equinos. [5]

Na família Linognathidae, na qual os membros são distinguidos pela ausência de olhos e de pontos oculares, há dois gêneros de importância veterinária: Linognathus, em que há mais de 60 espécies, e Solenoptes. A maioria das espécies de Linognathus é encontrada em Artiodactyla, e alguns em carnívoros. A diferenciação entre espécies, em geral, é baseada no hospedeiro e na localização no corpo. Não há placas paratergais no abdome. O segundo e terceiro pares de pernas são maiores que o primeiro par e terminam em garras robustas. Esses piolhos podem ser distinguidos daqueles do gênero Linognathus pela presença de espiráculos abdominais posicionados em tubérculos pouco esclerotizados, que se projetam levemente de cada segmento abdominal. Também, em contraste com as espécies de Linognathus, a placa esternal torácica é distinta.[5]

A família Microthoraciidae contém quatro espécies do gênero Microthoracius, três das quais parasitam lhamas, e a quarta espécie parasita camelos. Possuem cabeça longa com formato de fuso, com segmentos clipeais muito mais curtos que os segmentos antena-oculares. Os olhos são evidentes e as antenas, em geral, apresentam cinco segmentos. As pernas têm formato e tamanho similares, com garras pontiagudas e uma cerda apical espessa.[5]

Na família Polyplacidae, encontramos os piolhos do gênero Polyplax, que infestam roedores e podem causar problemas em colônias de laboratório e do gênero Haemodipsus, encontrado em coelhos e lebres, e pode estar envolvido na transmissão de tularemia em lagomorfos selvagens. Os Polyplax possuem uma placa esternal distinta na superfície ventral do tórax e o primeiro estágio ninfal é encontrado em todo o corpo do hospedeiro, enquanto os estágios mais maduros são encontrados predominantemente na parte anterior do corpo. O ciclo total se completa em, aproximadamente, 2 semanas.[5]

A maioria das espécies de mamíferos e aves está infestada por pelo menos 1, chegando até 6 espécies de piolhos. A opinião atual é que os piolhos evoluíram a partir de Psocoptera de vida livre. Transferências de piolhos entre mamíferos e aves ocorreram algumas ocasiões durante a evolução dos piolhos; 2 dos 4 principais grupos de piolhos, o Ischnocera e o Amblycera, contêm famílias que infestam pássaros e famílias que infestam mamíferos. Pensava-se que predominava a coevolução estrita entre os piolhos,no entanto, estudos detalhados indicam que isso não é o que ocorre.[39][40]

Liposcelidae

Anoplura

Rhyncophthirina

Ischnocera

Amblycera

[41]

Métodos de Coleta e Fixação

 Raramente são encontrados fora do corpo hospedeiro, sendo que mais de uma espécie de piolho frequentemente pode ocorrer em diferentes partes do mesmo animal, portanto para coletá-los é preciso examinar todas as partes do corpo. O melhor método para localizar os piolhos é examinar cuidadosamente o hospedeiro com uma pinça ou um pente fino.Os piolhos de cada indivíduo analisado devem ser separados em vidros e conservados em álcool (70 a 75%), acompanhados de dados de coleta que devem incluir a espécie do hospedeiro, a data, a localidade e o nome do coletor.[11]

Registros Fósseis

Exoesqueleto completo de Megamenopon rasnitsyni. [42]

A ordem Phthiraptera foi uma das últimas ordens de insetos a ter um registro fóssil confirmado. Até o ano de 1999, havia apenas o registro de ovos de anoplura em pelos de mamífero preservados em âmbar.[43] Em 2004, foi descrito um provável fóssil de um piolho de ave aquática datado com 44 milhões de anos. Este fóssil mostra que, assim como outros parasitas, a ordem provavelmente apresenta coevolução com seus hospedeiros desde sua origem.[42]

Ver também

Referências Bibliográficas

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Ligações externas