Saltar para o conteúdo

Chalcidoidea: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Etiqueta: Inserção de predefinição obsoleta
Linha 1: Linha 1:
{{Info/Taxonomia
{{Info/Taxonomia
|imagem = Eupelmus urozonus g1.jpg
|imagem = Omphale-cornula.png
|imagem_legenda = ''[[Eupelmus urozonus]]''
|imagem_legenda = ''[[Omphale cornula]]''
|reino = [[Animalia]]
|reino = [[Animalia]]
|filo = [[Arthropoda]]
|filo = [[Arthropoda]]
Linha 10: Linha 10:
|superfamília_autoridade =[[Latreille]], 1817
|superfamília_autoridade =[[Latreille]], 1817
}}
}}
Os membros da superfamília '''Chalcidoidea''' estão dentro dos Hymenoptera [[Apocrita]]. Descrevem-se 22 000 [[espécie]]s, mas estima-se existir 100 000 ou até mesmo 500 000 espécies o que resulta 10% das espécies de [[inseto]]s.
São [[vespa]]s pequeninas, de cores escuras, muitas vezes com detalhes no corpo complexos de cor azul ou verde metálico. Também são reconhecidas pela característica de nervação reduzida das [[asa]]s, similar ao que é visto em outras [[superfamília]]s de vespas [[parasitas]].


'''Chalcidoidea''' é uma [[superfamília]] de vespas que pertence à ordem de [[insetos]] [[Hymenoptera]]. É um dos grupos mais numerosos dentro de Hymenoptera, com cerca de 22.000 espécies conhecidas. Estima-se que existam entre 60.000 a 100.000 espécies, extrapolando-se até a 500.000 ou 10% das espécies de insetos.<ref>{{citar web|URL=https://chalcidoidea.ufes.br/posts/5c5321f6150fab002a5c4aff|título=Sobre Os Chalcidoidea|autor=|data=2019-01-31|publicado=Portal de Biodiversidade de Chalcidoidea {{!}} UFES|acessodata=2020-10-20}}</ref>
== Características ==


Vespas calcidoides são minúsculas; a maioria tem menos de 3 mm de comprimento. Os machos adultos das menores espécies conhecidas ([[Mymaridae]]) têm apenas 0,11 mm de comprimento. A maioria são vespas de cores escuras, muitas vezes com detalhes no corpo complexos de cor azul ou verde metálico. Também são reconhecidas pela característica de nervação reduzida das [[asa]]s, similar ao que é visto em outras [[superfamília]]s de vespas [[parasitas]].
Geralmente com até 5&nbsp;mm de cumprimento o que permite a muitas espécies serem [[parasitoide]]s de outros [[invertebrado]]s, parasitando principalmente [[ovo]]s, [[larva]]s e [[pupa]]s de insetos. São encontradas em 12 ordens de insetos inclusive [[Lepidoptera]], [[Diptera]], [[Coleoptera]], [[Hemiptera]] e outros [[Hymenoptera]], bem como duas ordens de [[Arachnida]] e também uma família de [[Nematoda]].


São importantes tanto como agentes de [[controle biológico]] de pragas agrícolas quanto como as próprias pragas.
Além dos parasitoides, há algumas espécies com o hábito [[fitófago]], as larvas alimentam-se dentro de sementes, caules, [[galha]]s etc., são encontrados nas [[família]]s [[Agaonidae]], [[Eurytomidae]], [[Eulophidae]], [[Pteromalidae]], [[Tanaostigmatidae]] e [[Torymidae]]. E o hábito [[predador]] é encontrado em larvas de [[Encyrtidae]] que alimentam-se de ovos de [[Coccoidea]] e Eurytomidae que predam larvas de [[Cynipoidea]].


== Características ==
Outras características da superfamília são, conforme citado no trabalho de Damolin & Melo (2004):<ref>{{Citation
[[Ficheiro:Torymus calcaratus (2).JPG|miniaturadaimagem|esquerda|Algumas espécies, como ''[[Torymus calcaratus]]'', são coloridas e possuem brilho metálico]]
|último = DALMOLIN
São pequenos insetos, que geralmente variam de 0,5 mm a 8 mm, mas também existem espécies de apenas 0,2 mm. A maioria apresenta cores escuras, às vezes marrons, amarelas ou avermelhadas; muitas vezes com complexos detalhes de cor azul ou verde iridescente ou com reflexos metálicos. A cabeça e mesossoma são fortemente esclerotizados, geralmente pontuados. A cabeça possui antenas geniculadas, ou seja, dobradas em ângulo, compostas por menos de 15 artículos.<ref>{{citar web|url=https://sites.google.com/site/hymenopteramzsp/mzusp/pesquisa-1/|titulo=Hymenoptera|autor=Antonio Macedo |publicado=Laboratório de Hymenoptera do Museu de Zoologia da USP|data=|acessodata=2020-10-20}}</ref>O pronoto em vista lateral não atinge a tégula (exceto para espécies muito pequenas).<ref>{{Citar tese|autor=Martins, A. L.|título=Dryinidae (Hymenoptera, Chrysidoidea) de áreas de preservação da Mata Atlântica do estado de São Paulo, com especial referência a Dryinus Latreille|data=2013-07-28|url=https://repositorio.unesp.br/handle/11449/91309}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.faculty.ucr.edu/~legneref/bckeys/palear-6.key.htm|titulo=Key to Superfamilies, Families and Some Subfamilies of Parasitic Hymenoptera|website=ucr.edu|publicado=|data=2013-08-14|acessodata=2020-10-20}}</ref><ref name="catalog">{{Cite book| publisher = Washington :Smithsonian Institution Press,| volume = vol. 1| last = Krombein| first = Karl V.| title = Catalog of hymenoptera in America north of Mexico| date = 1979}}</ref> As asas são caracterizadas pela ausência de veias transversas no pterostigma e pela venulação muito reduzida, composta por um único ramo.<ref name="catalog"/>
|primeiro = A.
|autorlink =
|último2 = MELO
|primeiro2 = G.A.R.
|autorlink2 =
|data-publicacao= ago. 2004
|data= 21 jan. 2010
|título= Chalcidoidea
|edição=
| volume =
| series =
|local-publicação=
|local= UFPR Online
|publicado=
|páginas=
|página=
| id =
| isbn =
| doi =
| oclc =
| url = http://zoo.bio.ufpr.br/hymenoptera/chalcidoidea/chalc_inicio.htm
|acessodata=2010-01-25
}}</ref>


Outras características da superfamília são, conforme citado no trabalho de Damolin & Melo (2004):<ref>{{Citation|último = DALMOLIN |primeiro = A.|último2 = MELO|primeiro2 = G.A.R.|data-publicacao= ago. 2004|data= 21 jan. 2010|título= Chalcidoidea|publicado= UFPR Online | url = http://zoo.bio.ufpr.br/hymenoptera/chalcidoidea/chalc_inicio.htm|acessodata=2010-01-25}}</ref>
* Ausência de [[célula]]s fechadas na asa anterior (no caso de espécies em que as asas estão presentes);
* Ausência de "células" fechadas,<ref group="nota">em entomologia, células são áreas da asa, delimitadas pelas nervuras ou por estas e a margem da asa.</ref> na asa anterior (no caso de espécies em que as asas estão presentes);
* [[Sensila]]s placoides (placas multiporosas) em pelo menos um dos flagelômeros antenais;
* [[Sensila]]s placoides (placas multiporosas) em pelo menos um dos flagelômeros antenais;
* [[Prepecto]] externamente visível (oculto em membros da família [[Rotoitidae]]);
* [[Prepecto]] externamente visível (oculto em membros da família [[Rotoitidae]]);
Linha 52: Linha 29:


[[Ficheiro:IC Leucospis gigas.JPG|thumb|300px|''[[Leucospis gigas]]'', família [[Leucospidae]].]]
[[Ficheiro:IC Leucospis gigas.JPG|thumb|300px|''[[Leucospis gigas]]'', família [[Leucospidae]].]]

===Biologia===
Apesar de seu pequeno tamanho, eles desempenham um papel significativo no ecossistema.<ref name="catalog"/> A maioria das espécies são [[Parasitoide|parasitoides]] de outros insetos,<ref>{{Citar periódico| volume = 25| pages = 53–64| last1 = Bhuiya| first1 = BA| last2 = Chowdhury| first2 = SH| last3 = Kabir| first3 = MH| title = An annotated list of chalcidoid parasitoids (Hymenoptera) of coccoidea (Hemoptera) on guava in Bangladesh| journal = Bangladesh Journal of Zoology| date = 1997}}</ref> atacando o ovo ou estágio larval de seu hospedeiro, embora muitos outros ciclos de vida sejam conhecidos. Os casos de hiperparasitismo também são frequentes.<ref>{{citar periódico|URL=https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-06032007000200024|título=Espécies de Chalcididae (Hymenoptera, Insecta) do Estado do Espírito Santo, Brasil|autor=Tavares, M. T.; Araujo, B. C.|data=2007|publicado=Biota Neotropica|volume=7|numero=2|local=Campinas|doi=10.1590/S1676-06032007000200024|issn=1676-0611}}</ref> Esses hospedeiros podem ser encontrados em pelo menos 12 ordens de insetos diferentes, incluindo [[Lepidoptera]] (borboletas e mariposas), [[Diptera]] (moscas verdadeiras), [[Coleoptera]] (besouros), [[Hemiptera]] (insetos verdadeiros) e outros Hymenoptera, bem como duas ordens de [[Arachnida]] e até mesmo uma família de [[Nematoda]].<ref>{{Citar livro|autores=Constantino, Reginaldo; Diniz, Ivone R; Motta, Paulo C|titulo=Textos de entomologia|local=Brasília|publicado=Universidade de Brasília|data=2002}}</ref>

Além dos parasitoides, há algumas espécies com o hábito [[fitófago]], as larvas alimentam-se dentro de [[semente]]s, [[caule]]s, [[galha]]s etc.<ref name="catalog"/> Espécies da família [[Agaonidae]] se desenvolvem apenas em [[figo]]s, e outras também são fitófagas, como [[Eurytomidae]], [[Eulophidae]], [[Pteromalidae]], [[Tanaostigmatidae]] e [[Torymidae]], associadas a 44 famílias de plantas diferentes. O hábito [[predador]] é encontrado em algumas larvas, como, por exemplo, algumas larvas de [[Encyrtidae]] que alimentam-se de ovos de [[Coccoidea]], e [[Eurytomidae]] que são predadores de larvas de [[Cynipoidea]].


[[Ficheiro:K9933-1.jpg|thumb| Imagem de [[MEV]] de ''[[Tachinaephagus zealandicus]]''.]]
[[Ficheiro:K9933-1.jpg|thumb| Imagem de [[MEV]] de ''[[Tachinaephagus zealandicus]]''.]]


== Taxonomia ==
== Taxonomia ==
Chalcidoidea é uma [[superfamília]] de [[Hymenoptera]], cujas famílias estão em fluxo constante à medida que novas hipóteses estão sendo propostas e rejeitadas constantemente. Por se tratar de um agrupamento tão vasto em termos de número e distribuição geográfica, a [[Sistemática|sistemática]] de Chalcidoidea ainda está se desenvolvendo, de modo que a posição de muitas espécies é ambígua e objeto de novas propostas. O número, a definição e os limites das famílias estão em um estado de mudança desde o início do século XIX.<ref>{{citar web|URL=http://www.sel.barc.usda.gov/hym/chalcids/biology.html|título=Chalcidoidea {{!}} Systematics, Biology, and General Information|autor=Grissell, E. Eric;Schauff, M. E.|data=1997|publicado=|acessodata=|urlmorta=morta|wayb=20071009184920}}</ref> Com os avanços da sistemática molecular, novas revisões da classificação em uso hoje serão vistas futuramente.


Existem dezenove famílias existentes reconhecidas no momento:
A taxonomia das famílias de Chalcidoidea está em fluxo contínuo à medida que surgem novas hipóteses. Com o advento de análises moleculares de DNA seguramente haverá novas revisões.


*[[Agaonidae]] <small>[[Francis Walker|Walker]], 1846</small>
Existem 19 famílias reconhecidas atualmente:
*[[Aphelinidae]] <small>[[Carl Gustaf Thomson|Thomson]], 1876</small>
*[[Chalcididae]] <small>[[Pierre André Latreille|Latreille]], 1817</small>
*[[Encyrtidae]] <small>[[Francis Walker|Walker]], 1837</small>
*[[Eucharitidae]] <small>[[Pierre André Latreille|Latreille]], 1809</small>
*[[Eulophidae]] <small>[[John Obadiah Westwood|Westwood]], 1829</small> (incluindo Elasmidae)
*[[Eupelmidae]] <small>[[Francis Walker|Walker]], 1833</small>
*[[Eurytomidae]] <small>[[Francis Walker|Walker]], 1832</small>
*[[Leucospidae]] <small>[[Johan Christian Fabricius|Fabricius]], 1775</small>
*[[Mymaridae]] <small>[[Alexander Henry Haliday|Haliday]], 1833</small>
*[[Ormyridae]] <small>[[Arnold Förster|Förster]], 1856</small>
*[[Perilampidae]] <small>[[Pierre André Latreille|Latreille]], 1809</small>
*[[Pteromalidae]] <small>[[Johan Wilhelm Dalman|Dalman]], 1820</small>
*[[Rotoitidae]] <small>[[Zdeněk Bouček|Bouček]] & [[John Noyes|Noyes]], 1987</small>
*[[Signiphoridae]] <small>[[William Harris Ashmead|Ashmead]], 1880</small>
*[[Tanaostigmatidae]] <small>Howard, 1890</small>
*[[Tetracampidae]] <small>[[Arnold Förster|Förster]], 1856</small>
*[[Torymidae]] <small>[[Francis Walker|Walker]], 1833</small>
*[[Trichogrammatidae]] <small>[[Alexander Henry Haliday|Haliday]], 1851</small>


Existem também duas famílias extintas:
* [[Agaonidae]] <small>[[Francis Walker (entomologist)|Walker]], 1846</small>
* [[Aphelinidae]] <small>[[Carl Gustaf Thomson|Thomson]], 1876</small>
*[[Khutelchalcididae]] <small>Rasnitsyn, Basibuyuk & Quicke, 2004</small>
* [[Chalcididae]] <small>[[Pierre André Latreille|Latreille]], 1817</small>
*[[Diversinitidae]] <small>Haas, Burks & Krogmann, 2018</small>
* [[Encyrtidae]] <small>[[Francis Walker (entomologist)|Walker]], 1837</small>
* [[Eucharitidae]] <small>[[Pierre André Latreille|Latreille]], 1809</small>
* [[Eulophidae]] <small>[[John Obadiah Westwood|Westwood]], 1829</small> (inclusive [[Elasmidae]])
* [[Eupelmidae]] <small>[[Francis Walker (entomologist)|Walker]], 1833</small>
* [[Eurytomidae]] <small>[[Francis Walker (entomologist)|Walker]], 1832</small>
* [[Leucospidae]] <small>[[Johan Christian Fabricius|Fabricius]], 1775</small>
* [[Mymaridae]] <small>[[Alexander Henry Haliday|Haliday]], 1833</small>
* [[Ormyridae]] <small>[[Arnold Förster|Förster]], 1856</small>
* [[Perilampidae]] <small>[[Pierre André Latreille|Latreille]], 1809</small>
* [[Pteromalidae]] <small>[[Johan Wilhelm Dalman|Dalman]], 1820</small>
* [[Rotoitidae]] <small>[[Bouček]] & [[Noyes]], 1987</small>
* [[Signiphoridae]] <small>[[Ashmead]], 1880</small>
* [[Tanaostigmatidae]] <small>Howard, 1890</small>
* [[Tetracampidae]] <small>[[Arnold Förster|Förster]], 1856</small>
* [[Torymidae]] <small>[[Francis Walker (entomologist)|Walker]], 1833</small>
* [[Trichogrammatidae]] <small>[[Alexander Henry Haliday|Haliday]], 1851</small>


Destas famílias, pelo menos cinco são conhecidos como grupos artificiais ([[parafilético]]s), e estão sendo - ou serão - subdivididos em várias famílias, ou talvez fundidos com famílias existentes. O mais problemático é [[Pteromalidae]] e, em algumas classificações, considera-se que há até oito linhagens independentes, agrupadas por causa de semelhanças superficiais.
É conhecida apenas uma família extinta, [[Khutelchalcididae]] <small>[[Alex Rasnitsyn|Rasnitsyn]], Basibuyuk & Quicke, 2004</small>.


==Controle biológico==
Sabe-se que pelo menos cinco de todas estas famílias são grupos artificiais ([[parafilético]]s) e estão subdivididos em várias famílias ou em outros casos fusionando-se com outras famílias. A mais problemática é [[Pteromalidae]] e em algumas classificações considera-se que há hasta oito linhagens independentes que têm sido agrupados devido a semelhanças superficiais.
Os insetos da superfamília '''Chalcidoidea''' estão entre mais utilizados para o [[controle biológico]] de organismos prejudiciais. Algumas das espécies utilizadas pertencem às famílias [[Pteromalidae]], [[Aphelinidae]], [[Mymaridae]], [[Chalcididae]] e [[Encyrtidae]].<ref>{{citar web|URL=https://www.museudeentomologia.ufv.br/wp-content/uploads/2020/03/Inimigos-Naturais-de-Pragas-Agrícolas-final.pdf|título=Inimigos Naturais de Pragas Agrícolas|autor=Daiane Carmo, Daniel Neves e Lucas Arcanjo|data=|publicado=Museu de Entomologia {{!}} UFV|acessodata=2020-10-20}}</ref><ref name="catalog"/>


{{Referências}}
{{Referências}}

{{Referências|grupo=nota|título=Notas}}


{{Hymenoptera}}
{{Hymenoptera}}

Revisão das 01h18min de 21 de outubro de 2020

Como ler uma infocaixa de taxonomiaChalcidoidea
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Hymenoptera
Subordem: Apocrita
Superfamília: Chalcidoidea
Latreille, 1817

Chalcidoidea é uma superfamília de vespas que pertence à ordem de insetos Hymenoptera. É um dos grupos mais numerosos dentro de Hymenoptera, com cerca de 22.000 espécies conhecidas. Estima-se que existam entre 60.000 a 100.000 espécies, extrapolando-se até a 500.000 ou 10% das espécies de insetos.[1]

Vespas calcidoides são minúsculas; a maioria tem menos de 3 mm de comprimento. Os machos adultos das menores espécies conhecidas (Mymaridae) têm apenas 0,11 mm de comprimento. A maioria são vespas de cores escuras, muitas vezes com detalhes no corpo complexos de cor azul ou verde metálico. Também são reconhecidas pela característica de nervação reduzida das asas, similar ao que é visto em outras superfamílias de vespas parasitas.

São importantes tanto como agentes de controle biológico de pragas agrícolas quanto como as próprias pragas.

Características

Algumas espécies, como Torymus calcaratus, são coloridas e possuem brilho metálico

São pequenos insetos, que geralmente variam de 0,5 mm a 8 mm, mas também existem espécies de apenas 0,2 mm. A maioria apresenta cores escuras, às vezes marrons, amarelas ou avermelhadas; muitas vezes com complexos detalhes de cor azul ou verde iridescente ou com reflexos metálicos. A cabeça e mesossoma são fortemente esclerotizados, geralmente pontuados. A cabeça possui antenas geniculadas, ou seja, dobradas em ângulo, compostas por menos de 15 artículos.[2]O pronoto em vista lateral não atinge a tégula (exceto para espécies muito pequenas).[3][4][5] As asas são caracterizadas pela ausência de veias transversas no pterostigma e pela venulação muito reduzida, composta por um único ramo.[5]

Outras características da superfamília são, conforme citado no trabalho de Damolin & Melo (2004):[6]

  • Ausência de "células" fechadas,[nota 1] na asa anterior (no caso de espécies em que as asas estão presentes);
  • Sensilas placoides (placas multiporosas) em pelo menos um dos flagelômeros antenais;
  • Prepecto externamente visível (oculto em membros da família Rotoitidae);
  • Espiráculo mesotorácico na margem lateral do mesoscuto (caráter mais confiável);
  • Antenas geniculadas, com normalmente menos de 15 artículos e com o flagelo diferenciado em clava e funículo.
Leucospis gigas, família Leucospidae.

Biologia

Apesar de seu pequeno tamanho, eles desempenham um papel significativo no ecossistema.[5] A maioria das espécies são parasitoides de outros insetos,[7] atacando o ovo ou estágio larval de seu hospedeiro, embora muitos outros ciclos de vida sejam conhecidos. Os casos de hiperparasitismo também são frequentes.[8] Esses hospedeiros podem ser encontrados em pelo menos 12 ordens de insetos diferentes, incluindo Lepidoptera (borboletas e mariposas), Diptera (moscas verdadeiras), Coleoptera (besouros), Hemiptera (insetos verdadeiros) e outros Hymenoptera, bem como duas ordens de Arachnida e até mesmo uma família de Nematoda.[9]

Além dos parasitoides, há algumas espécies com o hábito fitófago, as larvas alimentam-se dentro de sementes, caules, galhas etc.[5] Espécies da família Agaonidae se desenvolvem apenas em figos, e outras também são fitófagas, como Eurytomidae, Eulophidae, Pteromalidae, Tanaostigmatidae e Torymidae, associadas a 44 famílias de plantas diferentes. O hábito predador é encontrado em algumas larvas, como, por exemplo, algumas larvas de Encyrtidae que alimentam-se de ovos de Coccoidea, e Eurytomidae que são predadores de larvas de Cynipoidea.

Imagem de MEV de Tachinaephagus zealandicus.

Taxonomia

Chalcidoidea é uma superfamília de Hymenoptera, cujas famílias estão em fluxo constante à medida que novas hipóteses estão sendo propostas e rejeitadas constantemente. Por se tratar de um agrupamento tão vasto em termos de número e distribuição geográfica, a sistemática de Chalcidoidea ainda está se desenvolvendo, de modo que a posição de muitas espécies é ambígua e objeto de novas propostas. O número, a definição e os limites das famílias estão em um estado de mudança desde o início do século XIX.[10] Com os avanços da sistemática molecular, novas revisões da classificação em uso hoje serão vistas futuramente.

Existem dezenove famílias existentes reconhecidas no momento:

Existem também duas famílias extintas:

Destas famílias, pelo menos cinco são conhecidos como grupos artificiais (parafiléticos), e estão sendo - ou serão - subdivididos em várias famílias, ou talvez fundidos com famílias existentes. O mais problemático é Pteromalidae e, em algumas classificações, considera-se que há até oito linhagens independentes, agrupadas por causa de semelhanças superficiais.

Controle biológico

Os insetos da superfamília Chalcidoidea estão entre mais utilizados para o controle biológico de organismos prejudiciais. Algumas das espécies utilizadas pertencem às famílias Pteromalidae, Aphelinidae, Mymaridae, Chalcididae e Encyrtidae.[11][5]

Referências

  1. «Sobre Os Chalcidoidea». Portal de Biodiversidade de Chalcidoidea | UFES. 31 de janeiro de 2019. Consultado em 20 de outubro de 2020 
  2. Antonio Macedo. «Hymenoptera». Laboratório de Hymenoptera do Museu de Zoologia da USP. Consultado em 20 de outubro de 2020 
  3. Martins, A. L. (28 de julho de 2013). Dryinidae (Hymenoptera, Chrysidoidea) de áreas de preservação da Mata Atlântica do estado de São Paulo, com especial referência a Dryinus Latreille (Tese) 
  4. «Key to Superfamilies, Families and Some Subfamilies of Parasitic Hymenoptera». ucr.edu. 14 de agosto de 2013. Consultado em 20 de outubro de 2020 
  5. a b c d e Krombein, Karl V. (1979). Catalog of hymenoptera in America north of Mexico. vol. 1. [S.l.]: Washington :Smithsonian Institution Press, 
  6. DALMOLIN, A.; MELO, G.A.R. (21 jan. 2010), Chalcidoidea, UFPR Online (publicado em ago. 2004), consultado em 25 de janeiro de 2010 
  7. Bhuiya, BA; Chowdhury, SH; Kabir, MH (1997). «An annotated list of chalcidoid parasitoids (Hymenoptera) of coccoidea (Hemoptera) on guava in Bangladesh». Bangladesh Journal of Zoology. 25: 53–64 
  8. Tavares, M. T.; Araujo, B. C. (2007). «Espécies de Chalcididae (Hymenoptera, Insecta) do Estado do Espírito Santo, Brasil». Campinas: Biota Neotropica. 7 (2). ISSN 1676-0611. doi:10.1590/S1676-06032007000200024 
  9. Constantino, Reginaldo; Diniz, Ivone R; Motta, Paulo C (2002). Textos de entomologia. Brasília: Universidade de Brasília 
  10. Grissell, E. Eric;Schauff, M. E. (1997). «Chalcidoidea | Systematics, Biology, and General Information». Arquivado do original em 9 de outubro de 2007 
  11. Daiane Carmo, Daniel Neves e Lucas Arcanjo. «Inimigos Naturais de Pragas Agrícolas» (PDF). Museu de Entomologia | UFV. Consultado em 20 de outubro de 2020 

Notas

  1. em entomologia, células são áreas da asa, delimitadas pelas nervuras ou por estas e a margem da asa.