Batalha de Sirte (janeiro de 2020)

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Batalha de Sirte
Segunda Guerra Civil Líbia
Data 6 de janeiro de 2020
Local Sirte, Líbia
Desfecho Vitória do Exército Nacional Líbio.
Beligerantes
Líbia Governo de União Nacional Líbia Câmara dos Representantes da Líbia
Comandantes
Khalifa Haftar

Batalha de Sirte ocorre em 6 de janeiro de 2020 durante a Segunda Guerra Civil Líbia. O Exército Nacional Líbio do Marechal Khalifa Haftar captura a cidade de Sirte das forças do Governo do Acordo Nacional sob Fayez al-Sarraj.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Em 2011, durante a Primeira Guerra Civil Líbia, Sirte formou o último bastião do ditador Muammar Gaddafi, que morreu ali em 20 de outubro.[1][2]

Em 2015, durante a Segunda Guerra Civil Líbia, a cidade caiu para os jihadistas do Estado Islâmico.[1][2] Entretanto, seria tomada posteriormente em dezembro de 2016 pelas forças do Governo de Unidade Nacional, após uma batalha de seis meses e mais de 700 mortos nas fileiras das Brigadas de Misrata.[1][2]

Após a derrota do Estado Islâmico, Sirte foi ocupada pelas Brigadas de Misrata, agrupadas na coalizão Al-Bounyan Al-Marsous, e pela Brigada 604, uma milícia salafista madkhalista.[1] Todas essas tropas estão reunidas sob a “Força de Proteção de Sirte”.[2] A Brigada 604 alega não tomar partido entre Sarraj e Haftar,[3] sendo seus inimigos declarados a Irmandade Muçulmana e os salafistas jihadistas[1], porém a maioria de seus combatentes são Firjans, a tribo do Marechal Haftar.[1][2] Além disso, em 2019, Rabi al-Madkhali pede que seus partidários apoiem Haftar.[4][2]

Sirte e sua região são habitadas principalmente por duas tribos: os Qadhadhfa - a tribo de Muammar Gaddafi - e os Uarfalas, considerada fiel à memória da Jamahiriya Árabe Líbia.[1]

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

Em 6 de janeiro de 2020, forças do Exército Nacional Líbio do Marechal Haftar lançaram um ataque repentino à cidade de Sirte.[1] O Aeroporto de Ghardabiya, ao sul da cidade, é capturado e seus defensores se rendem.[2][4][5] Os homens do Exército Nacional Líbio entram na cidade por cinco flancos ao sul e ao leste.[1] As forças especiais tomam o porto pelo mar.[5] A Brigada 604, na sequência, desertou e atacou as Brigadas Misrata na sua retaguarda.[1][2][4] Desorganizadas, recuam e abandonam a cidade.[1] Após apenas três horas de combates, Sirte passou para o controle das forças do Exército Nacional Líbio, que encontraram pouca resistência.[1][2][4] Os homens de Haftar são recebidos com entusiasmo por moradores segurando efígies de Gaddafi e bandeiras verdes da Jamahiriya Árabe Líbia.[1]

O Exército Nacional Líbio proclama que "Sirte foi totalmente libertada (...) dos grupos terroristas".[6] O porta-voz do Exército Nacional Líbio, general Ahmed al-Mesmari, afirma que a ofensiva foi objeto de uma "preparação minuciosa que durou meses", com incursões aéreas realizadas regularmente contra a "Força de Proteção de Sirte".[4][5].

Consequências[editar | editar código-fonte]

Com a captura de Sirte, as forças do Exército Nacional Líbio ameaçam a cidade de Misrata, localizada a 250 quilômetros a noroeste, uma vez que suas brigadas participam ativamente da Campanha de Trípoli.[1][4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n Frédéric Bobin, La prise de Syrte est une étape majeure dans l’offensive du maréchal Haftar en Libye, Le Monde, 7 de janeiro de 2020.
  2. a b c d e f g h i Célian Macé, Libye : Haftar annonce la prise de Syrte, Libération, 6 de janeiro de 2020.
  3. Frederic Wehrey, « Quiet No More? », Fondation Carnegie pour la paix internationale, 13 de outubro de 2016.
  4. a b c d e f Laurent Lagneau, Libye : Les troupes du maréchal Haftar s’emparent Syrte, grâce au ralliement d’une milice salafiste, Zone militaire Opex360.com , 7 de janeiro de 2020.
  5. a b c Libye: prise surprise de Syrte par les forces de Khalifa Haftar, RFI, 6 de janeiro de 2020.
  6. Libye: les forces pro-Haftar annoncent avoir pris le contrôle de Syrte, Le Figaro com AFP, 6 de janeiro de 2020.