Emissário submarino

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Emissário submarino ("marine outfall" em inglês) é uma tubulação utilizada para lançamento de esgotos sanitários ou industriais no mar, aproveitando-se a elevada capacidade de autodepuração das águas marinhas que promovem a diluição, a dispersão e o decaimento de cargas poluentes a elas lançadas. Atualmente, os emissários submarinos são considerados complementares e integrados aos sistemas de tratamento e disposição de esgotos sanitários das cidades litorâneas.

A emissão de dejetos líquidos no ambiente foi regulamentada pelo Protocolo de Annapolis da mesma forma que a emissão de gases foi regulamentada pelo Protocolo de Quioto.

O seu funcionamento é extremamente simples e eficiente no tratamento dos esgotos. Geralmente é precedido por um interceptor de esgotos e por um emissário terrestre.

O primeiro emissário do mundo foi construído em 1910 em Santa Mônica (Califórnia).

O maior emissário do mundo foi construído em Boston, EUA, com os seguintes dados principais:

Profundidade de descarga 38,50 m
Diluição inicial mínima 100:1
Shaft vertical 38,48 m
Túnel horizontal 13.200 m
Número de orifícios difusores 440
Diâmetro do emissário 7,32 m
Vazão de projeto 54,76 m³/s.

No Brasil, existem algumas dezenas de emissários submarinos e subfluviais, entre os quais os de Ipanema, Barra da Tijuca e Rio das Ostras, no Estado do Rio de Janeiro, o de Fortaleza, Ceará, e os dois de Maceió em Alagoas, Aracaju (Sergipe), Salvador (Bahia) e Guarujá, Santos, São Vicente e Praia Grande, em São Paulo.

O primeiro emissário submarino projetado no Brasil foi o da praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, em 1970, com um diâmetro da tubulação de 2,40 metros e com uma vazão de projeto igual a 12 m³/s. Este emissário contou, entre os projetistas, com Russel Ludwig e Fernando Botafogo Gonçalves.

Saturnino de Brito Filho, em 1972, junto com o engenheiro sanitarista Jorge Paes Rios, projetaram e construíram o primeiro emissário subfluvial do Brasil em Manaus, no estado do Amazonas, e o segundo em Belém, no estado do Pará.

Para o cálculo da diluição, da dispersão e do decaimento bacteriano ou químico são utilizados, normalmente modelos matemáticos e, eventualmente, em lançamentos de efluentes industriais, com grandes vazões, como o de uma usina nuclear, também modelos físicos.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Rios, Jorge L. Paes - "Estudo de um Lançamento Subfluvial.Metodologia de Projeto e Aspectos Construtivos do Emissário de Manaus" - Congresso Interamericano de AIDIS - Panamá, 1982.
  • Azevedo Netto et al. - Manual de Hidráulica - Editora Blucher - São Paulo, 2001.
  • Gonçalves, Fernando B. e Souza, Amarílio P. - "Disposição Oceânica de Esgotos" - ABES - Rio de Janeiro, 1997.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]