Programa Nacional do Álcool: diferenças entre revisões

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Uma das primeiras [[destilaria]]s construídas pelo programa Pro Álcool foi a Destilaria Guaricanga de Presidente Alves SP, em 1977.
Uma das primeiras [[destilaria]]s construídas pelo programa Pro Álcool foi a Destilaria Guaricanga de Presidente Alves SP, em 1977.

O país passou a produzir álcool combustível da [[celulose]] ("etanol de 2ª geração") em Setembro de 2014, quando a primeira usina para a produção de [[etanol celulósico]] entrou em operação na cidade de [[São Miguel dos Campos]] em [[Alagoas]].<ref>[http://sna.agr.br/usina-em-alagoas-comeca-a-produzir-etanol-celulosico-de-2a-geracao/ Sociedade Nacional de Agricultura] - Usina em Alagoas começa a produzir etanol celulósico de 2ª geração. Publicado em 9de Dezembro de 2014. Acessado em 18/06/2016.</ref>


== Prós e contras ==
== Prós e contras ==

Revisão das 15h02min de 18 de junho de 2016

Primeiro veículo equipado com motor a álcool (Dodge Polara), em exposição no Memorial Aeroespacial Brasileiro, de São José dos Campos.

O Pró-Álcool ou Programa Nacional do Álcool foi um programa de substituição em larga escala dos combustíveis veiculares derivados de petróleo por álcool combustível, financiado pelo governo do Brasil a partir de 1975 devido a crise do petróleo em 1973 e mais agravante depois da crise de 1979.

História

Em 14 de Novembro de 1975 o decreto n° 76.593 cria o Pró álcool, sendo os engenheiros Lamartine Navarro Júnior e Cícero Junqueira Franco considerados "os pais do Pró álcool", acompanhado pelo empresário Maurílio Biagi. O programa de motores à álcool foi idealizado pelo físico José Walter Bautista Vidal e pelo engenheiro Urbano Ernesto Stumpf este último conhecido como o pai do motor a álcool entre outros.

O programa substituiu por álcool etílico a gasolina, o que gerou 10 milhões de automóveis a gasolina a menos rodando no Brasil, diminuindo a dependência do país ao petróleo importado.

A decisão de produzir etanol a partir da cana-de-açúcar por via fermentativa foi por causa da baixa nos preços do açúcar na época. Foram testadas outras alternativas de fonte de matéria-prima, como por exemplo a mandioca.

A produção de álcool no Brasil no período de 1975-76 foi de 600 milhões de litros; no período de 1979-80 foi de 3,4 bilhões e de 1986-87 chegou ao auge, com 12,3 bilhões de litros.

Com a substituição do combustível, os automóveis precisaram passar por alterações. Como exemplo, os tubos tiveram seu material substituído; o calibre do percurso de combustível teve de ser aumentado; por causa do poder calorífico menor do álcool, foi necessário instalar injeção auxiliar a gasolina para partida a frio; o carburador teve de ser feito com material anticorrosivo, assim como a bomba de combustível, que passou a ser composta de cádmio.

O primeiro automóvel produzido em série, equipado com motor a álcool, foi Fiat 147 lançado em 1979.[1]

A disponibilidade de álcool nesse período rendeu a pesquisadores a possibilidade de estudos da alcoolquímica, análoga da petroquímica baseada no petróleo, como, por exemplo, estudos sobre a viabilidade da produção de óxido de etileno e monômeros a partir do etanol, matérias-primas básicas para a produção de uma gama de compostos químicos usados no dia-a-dia.

O Programa começou a ruir à medida que o preço internacional do petróleo baixava, tornando o álcool combustível pouco vantajoso tanto para o consumidor quanto para o produtor. Para agravar o problema, o preço do açúcar começou a aumentar no mercado internacional na mesma época em que o preço do petróleo baixava, fazendo com que fosse muito mais vantajoso para os usineiros produzir açúcar no lugar do álcool.

E por causa disso, começou a faltar regularmente álcool combustível nos postos, deixando os donos dos carros movidos a combustível vegetal sem opções. Essas sucessivas crises de desabastecimento, aliadas ao maior consumo do carro a álcool e o menor preço da gasolina, levaram o pró-álcool a descrença geral por parte dos consumidores e das montadoras de automóveis, e desde então, a produção de álcool combustível e de carros movidos a esse combustível entraram em um declínio que parecia não ter fim, chegando ao ponto de a maioria das montadoras não oferecerem mais modelos novos movidos a álcool.

Apesar do pioneirismo brasileiro no ramo do álcool combustível, a "volta" do carro a álcool foi possível por causa de uma tecnologia desenvolvida nos Estados Unidos, tecnologia essa que conhecemos hoje por bi-combustíveis, ou somente "flex".

Essa tecnologia surgiu no final da década de 1980 por causa da crescente pressão do estado americano da Califórnia por carros menos poluentes, e junto com essa pressão, eram oferecidos vantajosos descontos em impostos para os carros que poluíssem menos o ambiente, foi quando as montadoras dos EUA apontaram para o etanol.

Mas como a demanda por veículos lá é muito maior que no Brasil, e a cadeia produtiva de álcool ainda não estava (e ainda não está) preparada para suprir tal demanda, as montadoras não poderiam simplesmente passar a vender modelos movidos a álcool, pois os consumidores não teriam como abastece-los, foi então que em 1993 surgiram os primeiros carros bi-combustíveis, ou seja, aptos para rodar tanto com álcool quanto com gasolina, e com a mistura em qualquer proporção desses 2 combustíveis.

Porém, nesse meio tempo as montadoras conseguiram reduzir a emissão de poluentes de seus modelos movidos a gasolina, e pelo fato de mais uma vez o preço do petróleo estar baixo a ponto de não valer a pena produzir álcool, esses modelos caíram no esquecimento.

Tecnologias

O VW Gol 1.6 Total Flex modelo 2003 foi o primeiro veículo de combustível flexible desenvolvido e comercializado no Brasil, com capacidade de operar com qualquer mistura de gasolina (E20-E25) e etanol (E100).

A tecnologia flex-fuel já estava em testes de adaptação no Brasil desde meados da década de 1990, porém por falta de regulamentação governamental, esses modelos não podiam ser vendidos ao público. Essa regulamentação só saiu no final de 2002, e logo no início de 2003 a VW apresentou ao mercado o primeiro carro flexível em combustível, o Gol Total-Flex, rapidamente seguida pela General Motors, com o seu Chevrolet Corsa FlexPower. Desde então, salvo algumas exceções, todas as montadoras instaladas no Brasil produzem carros bí-combustíveis, e hoje, 12 anos após o lançamento do primeiro carro bi-combustível, os carros equipados com motores flex já correspondem 85% das vendas de automóveis 0 km, colocando novamente o Brasil na vanguarda do chamado combustível verde.

Uma das primeiras destilarias construídas pelo programa Pro Álcool foi a Destilaria Guaricanga de Presidente Alves SP, em 1977.

O país passou a produzir álcool combustível da celulose ("etanol de 2ª geração") em Setembro de 2014, quando a primeira usina para a produção de etanol celulósico entrou em operação na cidade de São Miguel dos Campos em Alagoas.[2]

Prós e contras

O uso do álcool (etanol) como combustível é discutível. A produção de álcool tira terras que poderiam ser usadas para produção de alimentos[carece de fontes?]. Os que defendem a monocultura de cana-de-açúcar e produção de etanol alegam que ela gera empregos[carece de fontes?], entretanto pequenas e médias propriedades geram mais empregos e divisas produzindo alimentos do que grandes extensões de uma única cultura.

Vantagens do uso do álcool combustível[carece de fontes?]
  • Menor dependência de combustíveis fósseis importados, e da variação do preço dos mesmos.
  • Menor emissão de poluentes, já que grande parte dos poluentes resultantes da queima do combustível no motor são reabsorvidos no ciclo de crescimento da cana de açúcar, e os resíduos das usinas são totalmente reaproveitados na lavoura e na indústria.
  • Os subprodutos da cana são utilizados no próprio ciclo produtor de álcool, como fonte de energia elétrica obtida pela queima do bagaço, e como fertilizante da terra utilizada no plantio, através do chamado vinhoto, tornando uma usina de álcool auto-dependente.
  • Menor emissão de CO2, cooperando com a camada de ozônio.
Desvantagens do uso do álcool[carece de fontes?]
  • Ocupação de uma área produtiva que poderia ser utilizada para produção de alimentos.
  • Dissolve parte da película lubrificante de óleo do interior dos cilindros.
  • Exige ficar atento ao nível do reservatório de partida a frio, em veículos equipados com esta tecnologia.
  • Tem maior poder corrosivo que a gasolina;
  • Pelo menor poder calorífico que a gasolina, gera um consumo maior.

Ver também

Referências

  1. Terra - Primeiro carro produzido pela Fiat no Brasil, 147 completa 35 anos. Acessado em 14/06/2016.
  2. Sociedade Nacional de Agricultura - Usina em Alagoas começa a produzir etanol celulósico de 2ª geração. Publicado em 9de Dezembro de 2014. Acessado em 18/06/2016.

Bibliografia

Ligações externas

http://www.epe.gov.br/Petroleo/Paginas/Estudos_28.aspx?CategoriaID =