Estratificação social: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Foram revertidas as edições de 191.190.237.195 (usando Huggle) (3.1.20)
Fiz ligações internas, adicionei novas informações, referências e três imagens.
Linha 1: Linha 1:
{{Ver desambig||Estrato}}
{{Ver desambig||Estrato}}
Na [[sociologia]], '''estratificação social''' é um conceito que envolve a "classificação das pessoas em grupos com base em condições sócio-econômicas comuns... um conjunto relacional das desigualdades com as dimensões econômicas, social, política e ideológica". Quando as diferenças levam a um ''status'' de poder ou privilégio de alguns grupos em detrimento de outros isso é chamado de estratificação social.<ref>Barker, Chris. ''Cultural Studies: Theory and Practice''. London: Sage. ISBN 0-7619-4156-8 p 436</ref> É um sistema pelo qual a sociedade classifica categorias de pessoas em uma hierarquia<ref>Macionis, J., and Gerber, L. (2010). Sociology, 7th edition</ref> A estratificação social é baseada em quatro princípios básicos: (1) É uma característica da sociedade, e não simplesmente um reflexo das diferenças individuais, (2) A estratificação social continua de geração para geração, (3) É universal, mas variável; (4) Envolve não só a desigualdade, mas também crenças.<ref>Macionis, Gerber, John, Linda (2010). Sociology 7th Canadian Ed. Toronto, Ontario: Pearson Canada Inc.. pp. 224, 225.</ref>
'''Estratificação social''', no campo da [[sociologia]], é um [[conceito]] que envolve a "classificação das pessoas em grupos com base em condições sócio-econômicas comuns... um conjunto relacional das desigualdades com as dimensões econômicas, social, política e ideológica". Quando as diferenças levam a um ''status'' de poder ou privilégio de alguns grupos em detrimento de outros isso é chamado de estratificação social.<ref>Barker, Chris. ''Cultural Studies: Theory and Practice''. London: Sage. ISBN 0-7619-4156-8 p 436</ref> É um sistema pelo qual a sociedade classifica categorias de pessoas em uma hierarquia<ref>Macionis, J., and Gerber, L. (2010). Sociology, 7th edition</ref> A estratificação social é baseada em quatro princípios básicos:
# É uma característica da sociedade, e não simplesmente um reflexo das diferenças individuais,
# A estratificação social continua de geração para geração,
# É universal, mas variável;
# Envolve não só a desigualdade, mas também crenças.<ref>Macionis, Gerber, John, Linda (2010). Sociology 7th Canadian Ed. Toronto, Ontario: Pearson Canada Inc.. pp. 224, 225.</ref>


Na cultura ocidental moderna, a estratificação é amplamente organizada em três camadas principais: [[classe alta]], [[classe média]] e [[classe baixa]]. Cada uma destas classes podem ser ainda subdivididas em classes menores (por exemplo, ocupação).<ref>{{cite book | last=Saunders | first=Peter | author-link=Peter Robert Saunders | year=1990 | title=Social Class and Stratification | publisher=Routledge | url=http://books.google.com/books?id=FK-004p0J_EC | isbn=9780415041256}}</ref>
Na [[cultura ocidental]] moderna, a estratificação é amplamente organizada em três camadas principais: [[classe alta]], [[classe média]] e [[classe baixa]]. Cada uma destas classes podem ser ainda subdivididas em classes menores (por exemplo, ocupação).<ref>{{cite book | last=Saunders | first=Peter | author-link=Peter Robert Saunders | year=1990 | title=Social Class and Stratification | publisher=Routledge | url=http://books.google.com/books?id=FK-004p0J_EC | isbn=9780415041256}}</ref>


Essas categorias não são particulares de sociedades baseadas em estado como distinguido de sociedades feudais compostas da relação [[nobreza]]-[[camponeses]]. A estratificação pode também ser definida por laços de parentesco ou [[casta]]s. Para [[Max Weber]], a classe social pertencente amplamente à riqueza material é diferente do ''status'' de classe, que é baseado em variáveis ​​tais como a honra, prestígio e filiação religiosa.<ref name="Ringer2001">{{cite book|author=Fritz K. Ringer|title=Declínio dos Mandarins Alemães - A Comunidade Acadêmica Alemã 1890 - 1933|url=http://books.google.com/books?id=9X8h283yFHQC&pg=PA170|year=2001|publisher=Edusp|isbn=978-85-314-0511-2|page=170}}</ref> [[Talcott Parsons]] argumentou que as forças de diferenciação social e do seguinte padrão de individualização institucionalizada diminuiria fortemente o papel da classe (como um importante fator de estratificação), assim como toda a evolução social. É discutível se o primeiro grupo [[caçadores-coletores]] pudesse ser definido como "estratificada", ou se tais diferenciais começou com a [[agricultura]] e os grandes intercâmbios entre os grupos. Uma das questões em curso para determinar a estratificação social surge a partir do ponto que as desigualdades de ''status'' entre os indivíduos são comuns, por isso se torna uma questão quantitativa para determinar o quanto a desigualdade se qualifica como estratificação.<ref>{{citar livro|autor1=Tania Quintaneiro|autor2=MARCIA GARDENIA MONTEIRO OLIVEIRA|título=Labirintos simétricos: introdução à teoria sociológica de Talcott Parsons|url=http://books.google.com/books?id=vDfXz0j5F2wC&pg=PA178|ano=2002|publicado=Editora UFMG|isbn=978-85-7041-300-0|página=178}}</ref>
Essas categorias não são particulares de sociedades baseadas em estado como distinguido de [[Feudalismo|sociedades feudais]] compostas da relação [[nobreza]]-[[camponeses]]. A estratificação pode também ser definida por laços de parentesco ou [[casta]]s. Para [[Max Weber]], a classe social pertencente amplamente à riqueza material é diferente do ''status'' de classe, que é baseado em variáveis ​​tais como a honra, prestígio e filiação religiosa.<ref name="Ringer2001">{{cite book|author=Fritz K. Ringer|title=Declínio dos Mandarins Alemães - A Comunidade Acadêmica Alemã 1890 - 1933|url=http://books.google.com/books?id=9X8h283yFHQC&pg=PA170|year=2001|publisher=Edusp|isbn=978-85-314-0511-2|page=170}}</ref> [[Talcott Parsons]] argumentou que as forças de diferenciação social e do seguinte padrão de individualização institucionalizada diminuiria fortemente o papel da classe (como um importante fator de estratificação), assim como toda a [[Evolucionismo social|evolução (evolucionismo) social]]. É discutível se o primeiro grupo [[caçadores-coletores]] pudesse ser definido como "estratificada", ou se tais diferenciais começou com a [[Revolução Agrícola|revolução agrícola]] e os grandes intercâmbios entre os grupos. Uma das questões em curso para determinar a estratificação social surge a partir do ponto que as desigualdades de ''status'' entre os indivíduos são comuns, por isso se torna uma questão quantitativa para determinar o quanto a desigualdade se qualifica como estratificação.<ref>{{citar livro|autor1=Tania Quintaneiro|autor2=MARCIA GARDENIA MONTEIRO OLIVEIRA|título=Labirintos simétricos: introdução à teoria sociológica de Talcott Parsons|url=http://books.google.com/books?id=vDfXz0j5F2wC&pg=PA178|ano=2002|publicado=Editora UFMG|isbn=978-85-7041-300-0|página=178}}</ref>


==Visão sociológica==
== Visão sociológica ==
O conceito de estratificação social é interpretado de forma diferente pelas várias perspectivas teóricas da sociologia. Os defensores da teoria da ação sugeriram que desde que a estratificação social é comumente encontrada nas sociedades desenvolvidas, a hierarquia pode ser necessária a fim de estabilizar a estrutura social. [[Talcott Parsons]],<ref name="Fetahu2010">{{cite book|author=Besnik Fetahu|title=The social system according to Talcott Parson|url=http://books.google.com/books?id=r8t1N5WOb-MC|publisher=GRIN Verlag|isbn=978-3-640-77891-1}}</ref> sociólogo americano, afirmou que a estabilidade e a ordem social são regulamentados, em parte, pelo valor universal, embora os valores universais não eram idênticos em "consenso", mas poderiam muito bem ser o impulso para um conflito como tinha sido várias vezes ao longo da história. Parsons nunca alegou que os valores universais e por eles próprios "satisfaziam" os pré-requisitos funcionais de uma sociedade, de fato, a constituição da sociedade foi uma codificação muito mais complicada de fatores históricos emergentes. As chamadas teorias do conflito, como o [[marxismo]], apontam para a falta de acesso aos recursos e falta de mobilidade social nas sociedades estratificadas. Muitos teóricos sociológicos têm criticado a medida em que as classes trabalhadoras não são susceptíveis de avançar socioeconomicamente, os ricos tendem a manter o poder político que usam para explorar o proletariado intergeracional. Teóricos como [[Ralf Dahrendorf]], no entanto, notaram a tendência em direção a uma classe média alargada nas sociedades ocidentais modernas, devido à necessidade de uma força de trabalho educada nas economias tecnológicas e de serviço. Várias perspectivas sociais e políticas sobre a [[globalização]], como a teoria da dependência, sugerem que estes efeitos são devidos à mudança de trabalhadores para o [[terceiro mundo]].<ref name="Dahrendorf1976">{{cite book|author=Ralf Dahrendorf|title=Class and Class Conflict in Industrial Society|url=http://books.google.com/books?id=Za09AAAAIAAJ&pg=PA324|year=1976|publisher=Routledge & Kegan Paul|isbn=978-0-7100-7461-4|page=324}}</ref>


O conceito de estratificação social é interpretado de forma diferente pelas várias perspectivas teóricas da sociologia. Os defensores da teoria da ação sugeriram que desde que a estratificação social é comumente encontrada nas sociedades desenvolvidas, a hierarquia pode ser necessária a fim de estabilizar a estrutura social. [[Talcott Parsons]],<ref name="Fetahu2010">{{cite book|author=Besnik Fetahu|title=The social system according to Talcott Parson|url=http://books.google.com/books?id=r8t1N5WOb-MC|publisher=GRIN Verlag|isbn=978-3-640-77891-1}}</ref> sociólogo americano, afirmou que a estabilidade e a ordem social são regulamentados, em parte, pelo [[valor (ética)|valor]] universal, embora os valores universais não eram idênticos em "consenso", mas poderiam muito bem ser o impulso para um conflito como tinha sido várias vezes ao longo da história. Parsons nunca alegou que os valores universais e por eles próprios "satisfaziam" os pré-requisitos funcionais de uma sociedade, de fato, a constituição da sociedade foi uma codificação muito mais complicada de fatores históricos emergentes. [[Pitirim Sorokin]], estudioso da estratificação social, colega e crítico de Parsons,<ref>CTI Reviews. ''Sociology in a Changing World: Sociology, Sociology.'' Cram101 Textbook Reviews, 2016, (especificar página) ISBN 9781467212120 (17-10-2016).</ref> afirma que: "qualquer grupo social organizado é sempre um corpo social estratificado. Não existe qualquer grupo social permanente que seja 'plano' e no qual todos os membros são iguais."<ref>Sorokin, Pitirim. ''Social mobility.'' Harper & Brothers, 1927, pág. 12. (17-10-2016).</ref>
Na teoria marxista, o [[modo de produção capitalista]] consiste de duas partes econômicas: a infra-estrutura e a superestrutura. Marx via as classes definidas pela relação das pessoas com os meios de produção em duas formas básicas: ou elas possuem bens produtivos ou de trabalho para os outros.<ref>{{cite book|last=Macionis, Gerber|first=John, Linda|title=Sociology 7th Canadian Ed|year=2010|publisher=Pearson Canada Inc.|location=Toronto, Ontario|pages=233}}</ref>


As chamadas teorias do conflito, como o [[marxismo]], apontam para a falta de acesso aos recursos e falta de [[mobilidade social]] nas sociedades estratificadas. Muitos teóricos sociológicos têm criticado a medida em que as classes trabalhadoras não são susceptíveis de avançar socioeconomicamente, os ricos tendem a manter o poder político que usam para explorar o [[proletariado]] intergeracional. Teóricos como [[Ralf Dahrendorf]], no entanto, notaram a tendência em direção a uma [[classe média]] alargada nas sociedades ocidentais modernas, devido à necessidade de uma força de trabalho educada nas economias tecnológicas e de serviço. Várias perspectivas sociais e políticas sobre a [[globalização]], como a [[teoria da dependência]], sugerem que estes efeitos são devidos à mudança de trabalhadores para o [[terceiro mundo]].<ref name="Dahrendorf1976">{{cite book|author=Ralf Dahrendorf|title=Class and Class Conflict in Industrial Society|url=http://books.google.com/books?id=Za09AAAAIAAJ&pg=PA324|year=1976|publisher=Routledge & Kegan Paul|isbn=978-0-7100-7461-4|page=324}}</ref>
Marx descreveu também outras duas classes, a pequena burguesia e o lumpemproletariado. A pequena burguesia é como uma classe pequena empresa que nunca acumula lucro suficiente para se tornar parte da burguesia, ou mesmo desafiar seu poder absoluto. O lumpemproletariado é a parte degradada do proletariado. Isso inclui prostitutas, mendigos, vigaristas, etc Nenhuma dessas subclasses tem muita influência nos dois sistemas de classes de Marx, mas é útil saber que Marx fez reconhecer as diferenças dentro das classes.<ref>Doob, Christopher. ''Social Inequality and Social Stratification in US Society'' (1st ed.), Pearson Education, 2012, ISBN 0205792413</ref>

Na teoria marxista, o [[modo de produção capitalista]] consiste de duas partes econômicas: [[infraestrutura e superestrutura]]. Marx via as classes definidas pela relação das pessoas com os [[meios de produção]] em duas formas básicas: ou elas possuem [[Bem (economia)|bens produtivos]] ou de trabalho para os outros.<ref>{{cite book|last=Macionis, Gerber|first=John, Linda|title=Sociology 7th Canadian Ed|year=2010|publisher=Pearson Canada Inc.|location=Toronto, Ontario|pages=233}}</ref> Marx descreveu também outras duas classes, a [[pequena burguesia]] e o [[lumpemproletariado]]. A pequena burguesia é como uma classe pequena empresa que nunca acumula [[lucro]] suficiente para se tornar parte da burguesia, ou mesmo desafiar seu poder absoluto. O lumpemproletariado é a parte degradada do proletariado. Isso inclui [[prostituta]]s, [[mendigo]]s, [[vigarista]]s, etc. Nenhuma dessas subclasses tem muita influência nos dois sistemas de classes de Marx, mas é útil saber que Marx fez reconhecer as diferenças dentro das classes.<ref>Doob, Christopher. ''Social Inequality and Social Stratification in US Society'' (1st ed.), Pearson Education, 2012, ISBN 0205792413</ref>


[[Hermann Heller]] definiu a estratificação como um tipo de diferenciação social ou sistema de desigualdade estruturada nas coisas que cotornam em uma determinada sociedade, que pode ser bens tangíveis ou simbólicos. Para [[Kingsley Davis]] e [[Wilbert E. Moore]] a estratificação é universal e a sociedade deve fazer uso de recompensa para o preenchimento de papeis. A abordagem de Davis e Moore é que toda sociedade deve criar meios de motivar seus trabalhadores mais competentes a preencher as funções mais difíceis e importantes, criando assim uma hierarquia de recompensas que privilegie os encarregadores de tarefas funcionalmente importantes. Isso representa estabelecer um sistema de desigualdade institucionalizada.<ref>{{cite book|title=Sociologia: consensos e conflitos"|url=http://books.google.com/books?id=wcrIXQS09fgC&pg=PA56|year=2001|publisher=Editora UEPG|isbn=978-85-86941-10-8|page=56}}</ref>
[[Hermann Heller]] definiu a estratificação como um tipo de diferenciação social ou sistema de desigualdade estruturada nas coisas que cotornam em uma determinada sociedade, que pode ser bens tangíveis ou simbólicos. Para [[Kingsley Davis]] e [[Wilbert E. Moore]] a estratificação é universal e a sociedade deve fazer uso de recompensa para o preenchimento de papeis. A abordagem de Davis e Moore é que toda sociedade deve criar meios de motivar seus trabalhadores mais competentes a preencher as funções mais difíceis e importantes, criando assim uma hierarquia de recompensas que privilegie os encarregadores de tarefas funcionalmente importantes. Isso representa estabelecer um sistema de desigualdade institucionalizada.<ref>{{cite book|title=Sociologia: consensos e conflitos"|url=http://books.google.com/books?id=wcrIXQS09fgC&pg=PA56|year=2001|publisher=Editora UEPG|isbn=978-85-86941-10-8|page=56}}</ref>

<gallery mode="packed" heights="200">
Imagem:Pyramid of Capitalist System.jpg|[[Ilustração]] "[[Pirâmide do Sistema Capitalista]]" no Jornal ''[[Industrial Worker]]'', [[1911]], do ''[[Industrial Workers of the World]].'' Esta publicação defende o [[sindicalismo]] e [[Anticapitalismo|critica o capitalismo]]. É baseado num folheto do ''Union of Russian Socialists'' divulgado em 1900 e 1901.
Imagem:Pyramid of Caste system in India.png|Pirâmide do [[sistema de castas da Índia]]. <br />[[Brâmane]]s (sacerdotes e letrados) <br />[[Xátria]]s (guerreiros) <br />[[Vaixá]]s (comerciantes) <br />[[Shudra]]s (camponeses, artesãos e operários) <br />Os [[Dalit]]s ("impuros"/"intocáveis" não fazem parte da pirâmide.)
Imagem:Distribution of Wealth in Brazil.svg|Faixas [[Distribuição de renda|de renda]] no [[Brasil]] em [[2015]], de dados do banco [[Credit Suisse]].<ref>Credit Suisse - [http://publications.credit-suisse.com/tasks/render/file/index.cfm?fileid=C26E3824-E868-56E0-CCA04D4BB9B9ADD5 Research Institute.] Markus Stierli. Outubro de 2015. Tabela 6-5, pág. 149, {{en}} 17-10-2016.</ref>
</gallery>


== Ver também ==
== Ver também ==

* [[Classe social]]
* [[Classe social]]
* [[Posição social]]
* [[Desigualdade econômica]]
* [[Estamento]]
* [[Desigualdade social]]
* [[Elitismo]]
* [[Elitismo]]
* [[Estamento]]
* [[Igualitarismo]]
* [[Igualitarismo]]
* [[Meritocracia]]
* [[Posição social]]

{{Referências|col=2}}


== Ligações externas ==
{{Referências}}


==Ligações externas==
*[http://filosofiaacademico.no.comunidades.net/index.php?pagina=1584293296 Estratificação e Classe Social, filosofiaacademico]
*[http://filosofiaacademico.no.comunidades.net/index.php?pagina=1584293296 Estratificação e Classe Social, filosofiaacademico]


{{Portal3|Filosofia|Sociologia}}
{{Portal3|Filosofia|Sociedade|Sociologia}}


{{DEFAULTSORT:Estratificação social}}
{{DEFAULTSORT:Estratificação social}}

Revisão das 23h18min de 17 de outubro de 2016

 Nota: Para outros significados, veja Estrato.

Estratificação social, no campo da sociologia, é um conceito que envolve a "classificação das pessoas em grupos com base em condições sócio-econômicas comuns... um conjunto relacional das desigualdades com as dimensões econômicas, social, política e ideológica". Quando as diferenças levam a um status de poder ou privilégio de alguns grupos em detrimento de outros isso é chamado de estratificação social.[1] É um sistema pelo qual a sociedade classifica categorias de pessoas em uma hierarquia[2] A estratificação social é baseada em quatro princípios básicos:

  1. É uma característica da sociedade, e não simplesmente um reflexo das diferenças individuais,
  2. A estratificação social continua de geração para geração,
  3. É universal, mas variável;
  4. Envolve não só a desigualdade, mas também crenças.[3]

Na cultura ocidental moderna, a estratificação é amplamente organizada em três camadas principais: classe alta, classe média e classe baixa. Cada uma destas classes podem ser ainda subdivididas em classes menores (por exemplo, ocupação).[4]

Essas categorias não são particulares de sociedades baseadas em estado como distinguido de sociedades feudais compostas da relação nobreza-camponeses. A estratificação pode também ser definida por laços de parentesco ou castas. Para Max Weber, a classe social pertencente amplamente à riqueza material é diferente do status de classe, que é baseado em variáveis ​​tais como a honra, prestígio e filiação religiosa.[5] Talcott Parsons argumentou que as forças de diferenciação social e do seguinte padrão de individualização institucionalizada diminuiria fortemente o papel da classe (como um importante fator de estratificação), assim como toda a evolução (evolucionismo) social. É discutível se o primeiro grupo caçadores-coletores pudesse ser definido como "estratificada", ou se tais diferenciais começou com a revolução agrícola e os grandes intercâmbios entre os grupos. Uma das questões em curso para determinar a estratificação social surge a partir do ponto que as desigualdades de status entre os indivíduos são comuns, por isso se torna uma questão quantitativa para determinar o quanto a desigualdade se qualifica como estratificação.[6]

Visão sociológica

O conceito de estratificação social é interpretado de forma diferente pelas várias perspectivas teóricas da sociologia. Os defensores da teoria da ação sugeriram que desde que a estratificação social é comumente encontrada nas sociedades desenvolvidas, a hierarquia pode ser necessária a fim de estabilizar a estrutura social. Talcott Parsons,[7] sociólogo americano, afirmou que a estabilidade e a ordem social são regulamentados, em parte, pelo valor universal, embora os valores universais não eram idênticos em "consenso", mas poderiam muito bem ser o impulso para um conflito como tinha sido várias vezes ao longo da história. Parsons nunca alegou que os valores universais e por eles próprios "satisfaziam" os pré-requisitos funcionais de uma sociedade, de fato, a constituição da sociedade foi uma codificação muito mais complicada de fatores históricos emergentes. Pitirim Sorokin, estudioso da estratificação social, colega e crítico de Parsons,[8] afirma que: "qualquer grupo social organizado é sempre um corpo social estratificado. Não existe qualquer grupo social permanente que seja 'plano' e no qual todos os membros são iguais."[9]

As chamadas teorias do conflito, como o marxismo, apontam para a falta de acesso aos recursos e falta de mobilidade social nas sociedades estratificadas. Muitos teóricos sociológicos têm criticado a medida em que as classes trabalhadoras não são susceptíveis de avançar socioeconomicamente, os ricos tendem a manter o poder político que usam para explorar o proletariado intergeracional. Teóricos como Ralf Dahrendorf, no entanto, notaram a tendência em direção a uma classe média alargada nas sociedades ocidentais modernas, devido à necessidade de uma força de trabalho educada nas economias tecnológicas e de serviço. Várias perspectivas sociais e políticas sobre a globalização, como a teoria da dependência, sugerem que estes efeitos são devidos à mudança de trabalhadores para o terceiro mundo.[10]

Na teoria marxista, o modo de produção capitalista consiste de duas partes econômicas: infraestrutura e superestrutura. Marx via as classes definidas pela relação das pessoas com os meios de produção em duas formas básicas: ou elas possuem bens produtivos ou de trabalho para os outros.[11] Marx descreveu também outras duas classes, a pequena burguesia e o lumpemproletariado. A pequena burguesia é como uma classe pequena empresa que nunca acumula lucro suficiente para se tornar parte da burguesia, ou mesmo desafiar seu poder absoluto. O lumpemproletariado é a parte degradada do proletariado. Isso inclui prostitutas, mendigos, vigaristas, etc. Nenhuma dessas subclasses tem muita influência nos dois sistemas de classes de Marx, mas é útil saber que Marx fez reconhecer as diferenças dentro das classes.[12]

Hermann Heller definiu a estratificação como um tipo de diferenciação social ou sistema de desigualdade estruturada nas coisas que cotornam em uma determinada sociedade, que pode ser bens tangíveis ou simbólicos. Para Kingsley Davis e Wilbert E. Moore a estratificação é universal e a sociedade deve fazer uso de recompensa para o preenchimento de papeis. A abordagem de Davis e Moore é que toda sociedade deve criar meios de motivar seus trabalhadores mais competentes a preencher as funções mais difíceis e importantes, criando assim uma hierarquia de recompensas que privilegie os encarregadores de tarefas funcionalmente importantes. Isso representa estabelecer um sistema de desigualdade institucionalizada.[13]

Ver também

Referências

  1. Barker, Chris. Cultural Studies: Theory and Practice. London: Sage. ISBN 0-7619-4156-8 p 436
  2. Macionis, J., and Gerber, L. (2010). Sociology, 7th edition
  3. Macionis, Gerber, John, Linda (2010). Sociology 7th Canadian Ed. Toronto, Ontario: Pearson Canada Inc.. pp. 224, 225.
  4. Saunders, Peter (1990). Social Class and Stratification. [S.l.]: Routledge. ISBN 9780415041256 
  5. Fritz K. Ringer (2001). Declínio dos Mandarins Alemães - A Comunidade Acadêmica Alemã 1890 - 1933. [S.l.]: Edusp. p. 170. ISBN 978-85-314-0511-2 
  6. Tania Quintaneiro; MARCIA GARDENIA MONTEIRO OLIVEIRA (2002). Labirintos simétricos: introdução à teoria sociológica de Talcott Parsons. [S.l.]: Editora UFMG. p. 178. ISBN 978-85-7041-300-0 
  7. Besnik Fetahu. The social system according to Talcott Parson. [S.l.]: GRIN Verlag. ISBN 978-3-640-77891-1 
  8. CTI Reviews. Sociology in a Changing World: Sociology, Sociology. Cram101 Textbook Reviews, 2016, (especificar página) ISBN 9781467212120 (17-10-2016).
  9. Sorokin, Pitirim. Social mobility. Harper & Brothers, 1927, pág. 12. (17-10-2016).
  10. Ralf Dahrendorf (1976). Class and Class Conflict in Industrial Society. [S.l.]: Routledge & Kegan Paul. p. 324. ISBN 978-0-7100-7461-4 
  11. Macionis, Gerber, John, Linda (2010). Sociology 7th Canadian Ed. Toronto, Ontario: Pearson Canada Inc. 233 páginas 
  12. Doob, Christopher. Social Inequality and Social Stratification in US Society (1st ed.), Pearson Education, 2012, ISBN 0205792413
  13. Sociologia: consensos e conflitos". [S.l.]: Editora UEPG. 2001. p. 56. ISBN 978-85-86941-10-8 
  14. Credit Suisse - Research Institute. Markus Stierli. Outubro de 2015. Tabela 6-5, pág. 149, (em inglês) 17-10-2016.

Ligações externas