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Em 1920 tornou-se professor da [[Universidade Estatal de Moscovo]], mas, poucos meses depois, preso em encarcerado.
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Durante [[Segunda Guerra Mundial]], continuou a escrever livros que foram publicados após a guerra, alguns deles após sua morte.
Durante [[Segunda Guerra Mundial]], continuou a escrever livros que foram publicados após a guerra, alguns deles após sua morte.

Revisão das 14h37min de 8 de setembro de 2022

Nikolai Berdiaev
Nikolai Berdiaev
Nascimento 18 de março de 1874
Kiev, Ucrânia
Morte 24 de março de 1948 (74 anos)
Clamart, Île-de-France
Residência Kiev, São Petersburgo, Berlim, Moscovo, Paris, Clamart
Sepultamento Clamart Communal Cemetery
Cidadania França, Império Russo, União Soviética, República Russa, República Socialista Federativa Soviética da Rússia, República de Weimar
Progenitores
  • Alexandre Michailovitch Berdiaev
  • Alina Sergeevna Kudasheva
Cônjuge Lydia Yudifovna Berdyaev
Alma mater
Ocupação filósofo, jornalista de opinião, professor universitário, teólogo
Empregador(a) Universidade Estatal de Moscovo
Escola/tradição Existencialismo cristão
Principais interesses Criatividade, moralidade, liberdade
Movimento estético Russian religious philosophy, existencialismo, personalismo
Religião Igreja Ortodoxa

Nikolai Alexandrovich Berdyaev (em russo: Никола́й Алекса́ндрович Бердя́ев) (18 de março de 187424 de março de 1948) foi um religioso e filósofo político russo.

Biografia

Nasceu em Obukhovo, na Ucrânia, em uma família de militares de alta patente, mas ele não seguiu carreira militar. Sua mãe tinhas alguns ascendentes franceses.

Seu pai era adepto de algumas ideias de Voltaire e, desse modo se considerava um livre pensador e expressava grande ceticismo em relação à religião. Por outro lado, sua mãe era uma cristã praticante. Passou uma infância solitária em casa e, desse modo, leu muitos livros da biblioteca de seu pai. Leu Hegel, Schopenhauer e Kant.

Em 1894, ingressou na Universidade de Kiev, onde se tornou marxista, preso em uma manifestação estudantil e expulso da universidade.

Em 1897, devido ao seu envolvimento em atividades ilegais, foi condenado a três anos de exílio interno em Vologda.[1]

Em 1904, ele se casou com Lydia Yudifovna Trusheff. O casal mudou-se para São Petersburgo, onde se afastou do marxismo radical para concentrar sua atenção na filosofia e na espiritualidade cristã.

Em 1913, foi acusado de blasfêmia por ter escrito um artigo contra a repressão contra monges russos dissidentes, no entanto, a eclosão da Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa impediram que fosse condenado.[2]

Em 1920 tornou-se professor da Universidade Estatal de Moscovo, mas, poucos meses depois, preso em encarcerado.

Em setembro de 1922, com outros intelectuais, foi expulso da Rússia por ordens de Lenin, na ação conhecida como "Navios dos filósofos".[3] Inicialmente foi para Berlin, mas, em 1923, mudou-se para Paris.

Durante Segunda Guerra Mundial, continuou a escrever livros que foram publicados após a guerra, alguns deles após sua morte.

Nos anos que passou na França, Berdyaev escreveu 15 livros, incluindo a maioria de suas obras mais importantes. Ele morreu em Clamart, perto de Paris, em 1948.

Ideias

Ele foi defensor de um Cristianismo universalista.[4][5] Berdyaev escreveu que:

Boa parte dos mestres orientais da Igreja, a partir de Clemente de Alexandria até Máximo, o Confessor, eram partidários da 'Apokatastisis', de reconciliação universal e ressurreição. [...] No pensamento ortodoxo nunca foi suprimida a idéia de justiça divina e nunca esqueceu-se da idéia do amor Divino. Principalmente - não definem o homem do ponto de vista da justiça Divina, mas a partir da idéia de transfiguração e deificação do homem e do cosmos.[6]

Crítico do capitalismo

Era um crítico do capitalismo, ao dizer que:

A civilização capitalista dos tempos mais recentes assassinou Deus, sendo a mais impudente das civilizações; a responsabilidade pelo crime de deicídio é dela, não do socialismo revolucionário, que somente assimilou o espírito da civilização burguesa e adotou a sua herança negativa.
O Deus, útil e ativamente necessário para os avanços da civilização, para o desenvolvimento industrial capitalista, não pode ser o Deus verdadeiro. Pode ser facilmente desmascarado. O socialismo está certo, embora haja chegado a ser detentor da razão por uma via negativa. O Deus das revelações religiosas, o Deus da cultura simbólica, já há muito partiu da civilização capitalista, e ela também o abandonou.
O sistema industrial capitalista de civilização destrói as bases espirituais da economia e, com isso, cava o seu próprio túmulo. O trabalho deixa de ter um sentido espiritual consciente e espiritual justificado espiritualmente e levanta-se contra todo o sistema. A civilização capitalista encontra o seu merecido castigo no socialismo. Este, porém, da mesma forma, dá continuidade à obra da civilização; ele é a outra face daquela mesma civilização "burguesa"; tenta levar adiante o desenvolvimento da civilização, sem introduzir um novo espírito nela. O industrialismo da civilização, a qual gera ficções e fantasmas, solapa, inevitavelmente, a disciplina e a motivação espirituais do trabalho e, com isso, condena-se ao malogro.

[7]

Crítico do marxismo

Era um crítico do marxismo, ao dizer que:[7]

O marxismo pretende ser uma concepção universal, integral, que responde a todas as questões primordiais, e dá o sentido à vida. O marxismo é ao mesmo tempo uma política, uma moral, uma ciência e uma filosofia. Os verdadeiros marxistas são, segundo o seu tipo, dogmáticos fervorosos. Não são nem céticos, nem críticos. Confessam o sistema dos dogmas.

Legado

Berdyaev influenciou muitos pensadores, mas seu trabalho também foi muitas vezes objeto de discussões polêmicas. Sua obra tem sido lida principalmente nos círculos de existencialismo [filosofia] e teologia Ortodoxa. Fora da compreensão de Berdyaev de livre e criatividade, Davor Dzalto desenvolveu a sua compreensão arte contemporânea e produção e sua importância para o ser humano. Ele é creditado com o desenvolvimento de uma influente escola de pensamento, às vezes chamado de realismo Místico, com influência dentro e fora da Rússia, mas especialmente refletir aspectos do pensamento filosófico russo não costumam ser vistos no Ocidente.

Obras

Ver também

Referências

  1. La Philosophie de l'inégalité et les idées politiques de Nicolas Berdiaev. Marko Marković (Paris: Nouvelles Editions Latines, 1978).
  2. Self-Knowledge: An Essay in Autobiography, by Nicolas Berdyaev (Autor), Katharine Lampert (trad.).
  3. Alexey Timofeychev (15 de novembro de 2017). «The 'Philosophy Steamer': Why did Lenin expel Russian intellectuals?». Russia Beyond (em inglês). Consultado em 8 de setembro de 2022 
  4. Apokatastasis Arquivado em 2006-06-20 na Archive.today Theandros, O Jornal Online do Cristianismo Ortodoxo; teologia e filosofia. Acessado Aug. 12, 2007
  5. Sergeev, Mikhail."Temas da pós-modernidade na filosofia de Berdiaev". Religiões no leste europeu. Acessado Aug. 12, 2007
  6. Berdyaev, Nikolai. "The Truth of Orthodoxy". Acessado Aug. 12, 2007.
  7. a b LAURO BRETONES, Um protestante heterodoxo no Brasil de 1948 a 1956, acesso em 13/04/2021.

Trabalhos citados

  • N. Berdyaev. Dream and reality: An essay in autobiography. Bles, London, 1950.
  • M. A. Vallon. An apostle of freedom: Life and teachings of Nicolas Berdyaev. Philosophical Library, New York, 1960.
  • Lesley Chamberlain. Lenin's Private War: The Voyage of the Philosophy Steamer and the Exile of the Intelligentsia. St. Martin’s Press, New York, 2007.

Ligações externas