Mandioca: diferenças entre revisões

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==Lenda==
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Reza a lenda que em épocas remotas, a filha de um poderoso tuxaua foi expulsa de sua tribo e foi viver em uma velha cabana distante por ter engravidado misteriosamente. Parentes longínquos iam levar-lhe comida para seu sustento, e assim a índia viveu até dar a luz a uma linda menina, muito branca, o qual chamou de Mani. A notícia do nascimento se espalhou por todas as aldeias e fez o grande chefe tuxaua esquecer as dores e rancores e cruzar os rios para ver sua filha. O novo avô se rendeu aos encantos da linda criança a qual se tornou muito amada por todos. No entanto, ao completar três anos, Mani morreu de forma também misteriosa, sem nunca ter adoecido. A mãe ficou desolada e enterrou a filha perto da cabana onde vivia e sobre ela derramou seu pranto por horas. Mesmo com os olhos cansados e cheios de lágrimas ela viu brotar de lá uma planta que cresceu rápida e fresca. Todos vieram ver a planta miraculosa que mostrava raízes grossas e brancas em forma de chifre, e todos queriam prová-la em honra daquela criança que tanto amavam. Desde então a mandioca passou a ser um excelente alimento para os índios e se tornou um importante alimento em toda a região. Mandi = Mani, nome da criança. oca = casa.
[[Imagem:Iwata kenichi cassava.jpg|thumb|250px|left|<center>Mandioca<center>]]Reza a lenda que em épocas remotas, a filha de um poderoso tuxaua foi expulsa de sua tribo e foi viver em uma velha cabana distante por ter engravidado misteriosamente. Parentes longínquos iam levar-lhe comida para seu sustento, e assim a índia viveu até dar a luz a uma linda menina, muito branca, o qual chamou de Mani. A notícia do nascimento se espalhou por todas as aldeias e fez o grande chefe tuxaua esquecer as dores e rancores e cruzar os rios para ver sua filha. O novo avô se rendeu aos encantos da linda criança a qual se tornou muito amada por todos. No entanto, ao completar três anos, Mani morreu de forma também misteriosa, sem nunca ter adoecido. A mãe ficou desolada e enterrou a filha perto da cabana onde vivia e sobre ela derramou seu pranto por horas. Mesmo com os olhos cansados e cheios de lágrimas ela viu brotar de lá uma planta que cresceu rápida e fresca. Todos vieram ver a planta miraculosa que mostrava raízes grossas e brancas em forma de chifre, e todos queriam prová-la em honra daquela criança que tanto amavam. Desde então a mandioca passou a ser um excelente alimento para os índios e se tornou um importante alimento em toda a região. Mandi = Mani, nome da criança. oca = casa.


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==Utilização==
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No [[Brasil]], a [[Raiz#Raízes subterrâneas|raiz tuberosa]] da mandioca é consumida na forma de [[farinhas]], da qual se faz a [[farinha de mandioca]] e [[tapioca]] ou, em pedaços [[cozido]]s ou [[frito]]s. Está presente também no preparo de [[receita]]s típicas da [[Amazônia]] como o [[tacacá]], a [[maniçoba]] e o [[molho]] [[tucupí]].
[[Imagem:Farofa brazil.jpg|thumb|300px|right|<center>[[Farofa]]<center>]]No [[Brasil]], a [[Raiz#Raízes subterrâneas|raiz tuberosa]] da mandioca é consumida na forma de [[farinhas]], da qual se faz a [[farinha de mandioca]] e [[tapioca]] ou, em pedaços [[cozido]]s ou [[frito]]s. Está presente também no preparo de [[receita]]s típicas da [[Amazônia]] como o [[tacacá]], o [[molho]] [[tucupí]] e com suas folhas cozidas prepara-se a [[maniçoba]].


Dela também são feitas [[bebida]]s. Como o ''[[cauim/caium]]'' (indígena) feito através de [[fermentação]]. Por meio de um processo de [[destilação]] é produzida uma [[cachaça]] ou [[aguardente]] de mandioca a ''[[tiquira]]''. Possui elevado ter alcoólico. É comum no Estado do [[Maranhão]] mas é pouco conhecida no restante do Brasil.
Dela também são feitas [[bebida]]s. Como o ''[[cauim]]'' (indígena) feito através de [[fermentação]]. Por meio de um processo de [[destilação]] é produzida uma [[cachaça]] ou [[aguardente]] de mandioca a ''[[tiquira]]''. Possui elevado ter alcoólico. É comum no Estado do [[Maranhão]] mas é pouco conhecida no restante do Brasil.


Dela também se faz outra farinha o [[polvilho]] ([[fécula de mandioca]]), doce ou azedo, que serve para a preparação de diversas comidas típicas como, o [[pão de queijo]]. Apesar de freqüente em países da [[África]] e da [[Ásia]], para onde foram levadas pelos [[colonização|colonizadores]] [[Península Ibérica|ibéricos]], o hábito de utilizar as [[folha (botânica)|folha]]s da planta para [[alimentação]], no Brasil, só ocorre na região Norte.
Dela também se faz outra farinha o [[polvilho]] ([[fécula de mandioca]]), doce ou azedo, que serve para a preparação de diversas comidas típicas como, o [[pão de queijo]]. Apesar de freqüente em países da [[África]] e da [[Ásia]], para onde foram levadas pelos [[colonização|colonizadores]] [[Península Ibérica|ibéricos]], o hábito de utilizar as [[folha (botânica)|folha]]s da planta para [[alimentação]], no Brasil, só ocorre na região Norte.

Revisão das 18h27min de 8 de novembro de 2007

Mandioca
Raízes de mandioca após colheita
Classificação científica
Reino:
Divisão:
Classe:
Ordem:
Família:
Gênero:
Espécies:
M. esculenta
Nome binomial
Manihot esculenta

Mandioca, de nome científico Manihot esculenta, é um arbusto que, segundo as pesquisas do agrônomo Nagib Nassar, teria tido sua origem mais remota no oeste do Brasil (sudoeste da Amazônia) e que, antes da chegada dos europeus à América, já estaria disseminado, como cultivo alimentar, até à Mesoamérica (Guatemala, México). No Brasil, possui muitos sinónimos, usados em diferentes regiões, tais como aipi, aipim, aimpim, candinga, castelinha, macamba, macaxeira, macaxera, mandioca-brava (variedade venenosa da espécie), mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira, moogo, mucamba, pão-da-américa, pão-de-pobre, pau-de-farinha, pau-farinha, tapioca, uaipi, xagala.

Origem

Foi cultivada por várias nações indígenas da América Latina que consumiam suas raízes, tendo sido exportada para outros pontos do planeta, principalmente para a África, onde constitui, em muitos casos, a base da dieta alimentar. No Brasil, o hábito de cultivo e consumo continua, com a raiz.

Lenda

Mandioca

Reza a lenda que em épocas remotas, a filha de um poderoso tuxaua foi expulsa de sua tribo e foi viver em uma velha cabana distante por ter engravidado misteriosamente. Parentes longínquos iam levar-lhe comida para seu sustento, e assim a índia viveu até dar a luz a uma linda menina, muito branca, o qual chamou de Mani. A notícia do nascimento se espalhou por todas as aldeias e fez o grande chefe tuxaua esquecer as dores e rancores e cruzar os rios para ver sua filha. O novo avô se rendeu aos encantos da linda criança a qual se tornou muito amada por todos. No entanto, ao completar três anos, Mani morreu de forma também misteriosa, sem nunca ter adoecido. A mãe ficou desolada e enterrou a filha perto da cabana onde vivia e sobre ela derramou seu pranto por horas. Mesmo com os olhos cansados e cheios de lágrimas ela viu brotar de lá uma planta que cresceu rápida e fresca. Todos vieram ver a planta miraculosa que mostrava raízes grossas e brancas em forma de chifre, e todos queriam prová-la em honra daquela criança que tanto amavam. Desde então a mandioca passou a ser um excelente alimento para os índios e se tornou um importante alimento em toda a região. Mandi = Mani, nome da criança. oca = casa.

Variedades

Existem diversas variedades da planta, que se dividem em mandioca-doce e mandioca-brava (ou mandioca-amarga), de acordo com a presença de ácido cianídrico (que é venenoso se não for destruído pelo calor do cozimento ou do sol). Algumas regiões usam o nome aipim ou macaxeira para designar a mandioca-doce. As variações não se restringem apenas a quantidade de ácido cianídrico, variam também as cores das partes de folhas, caules e raíz, bem como sua forma.

Utilização

Farofa

No Brasil, a raiz tuberosa da mandioca é consumida na forma de farinhas, da qual se faz a farinha de mandioca e tapioca ou, em pedaços cozidos ou fritos. Está presente também no preparo de receitas típicas da Amazônia como o tacacá, o molho tucupí e com suas folhas cozidas prepara-se a maniçoba.

Dela também são feitas bebidas. Como o cauim (indígena) feito através de fermentação. Por meio de um processo de destilação é produzida uma cachaça ou aguardente de mandioca a tiquira. Possui elevado ter alcoólico. É comum no Estado do Maranhão mas é pouco conhecida no restante do Brasil.

Dela também se faz outra farinha o polvilho (fécula de mandioca), doce ou azedo, que serve para a preparação de diversas comidas típicas como, o pão de queijo. Apesar de freqüente em países da África e da Ásia, para onde foram levadas pelos colonizadores ibéricos, o hábito de utilizar as folhas da planta para alimentação, no Brasil, só ocorre na região Norte.

Em África é comum consumir-se, além da raiz, também as folhas jovens em forma de esparregado. Em Moçambique, estas são piladas (moídas no pilão), juntamente com alho e a própria farinha seca da raiz e depois cozinhada normalmente com um marisco (caranguejo ou camarão); esta comida se chama "matapa" e é uma das mais populares da culinária moçambicana. Em Angola este esparregado é conhecido como "kissaca".

A farinha de mandioca comumente é preparada a partir da mandioca-brava. Para se extrair a manipuera é necessário o uso do tipiti ou outro tipo de prensa e dela retira-se a caiarema ou carimã, no linguajado popular, polvilho. Manipuera, o prefixo mani = o nome da menina, o sufixo puera = tem o significado de ruim (a parte ruim da mani).

No Brasil durante a crise do petróleo, enquanto o Pró-álcool era organizado, considerou-se a possibilidade de se produzir etanol combustível de mandioca.


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