Gilbués

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Gilbués
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Gilbués
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Brasão de armas de Gilbués
Brasão de armas
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Gentílico gilbueense
Localização
Localização de Gilbués no Piauí
Localização de Gilbués no Piauí
Localização de Gilbués no Piauí
Gilbués está localizado em: Brasil
Gilbués
Localização de Gilbués no Brasil
Mapa
Mapa de Gilbués
Coordenadas 9° 49' 55" S 45° 20' 38" O
País Brasil
Unidade federativa Piauí
Municípios limítrofes Monte Alegre do Piauí, São Gonçalo do Gurguéia, Barreiras do Piauí e Santa Filomena
Distância até a capital 797 km
História
Fundação 4 de setembro de 1933 (90 anos)
Administração
Prefeito(a) Amilton Lustosa Figueiredo Filho (PP, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 3 495,016 km²
População total (IBGE/2022[2]) 10,892 hab.
Densidade 0 hab./km²
Clima Não disponível
Altitude 481 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000[3]) 0,651 médio
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 59 666,050 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 5 603,50
Sítio gilbues.pi.gov.br (Prefeitura)

Gilbués é um município brasileiro do estado do Piauí, situado na microrregião do Alto Médio Gurguéia, estando localizado em uma das principais zonas de desertificação do Brasil[5][6].

História[editar | editar código-fonte]

Ocupada originalmente por povos indígenas que foram exterminados, assimilados ou expulsos por colonizadores lusobrasileiros, população indígena conhecida pela tradição oral como "gilbués", esta área acabou dando origem a algumas fazendas de criação de gado, consolidando a colonização na região. Em 1839, um fato histórico marcou as terras que compõem o município de Gilbués, quando elas foram palco nas lutas da Balaiada, movimento revolucionário popular ocorrido nos estados do Piauí e do Maranhão, quando os rebeldes balaios sofreram um ataque na Fazenda Santa Maria, tendo sido os rebeldes derrotados depois de quase 5 horas de fogo cerrado disparado pelas tropas o Exército Imperial.[7]

Gilbués teria sido emancipado pela primeira vez no século XIX com sede no povoado de Santo Antônio de Gilbués, por desmembramento do município de Corrente, pelo Decreto nº 68, de 14 de maio de 1891, e instalado em 14 de julho de 1892. A partir de 1910, passou a denominar-se apenas Gilbués.[7][8]

Com a revolução de 1930, houve uma mudança política na região, pois, entre 1931 e 1933, Gilbués perdeu sua autonomia, convertendo-se em distrito do município de Corrente até que em 4 de setembro de 1933, a localidade voltou a se emancipar politicamente formando o contemporâneo município de Gilbués e sede de comarca desde 1940.[7][8]

Em fevereiro de 1947, foram descobertas as primeiras jazidas de diamante em Gilbués, surgindo garimpos que atraíram pessoas de diversas regiões do Brasil[7].

Isto levou a um surto de crescimento econômico e aumento populacional na região, que chegou a ter até 18 mil habitantes no auge do garimpo entre as décadas de 1940 e 1950. Com a redução do extrativismo mineral por causa do esgotamento das jazidas diamantíferas, a economia de Gilbués se estagnou, mas os danos ambientais causados ao solo devastado acabaram sendo o passivo deixado pela ação antrópica oriundas do extrativismo combinadas com fatores climáticos, os quais contribuíram em parte para o processo de desertificação que foi identificado no final da década de 1990.[6]

Geografia[editar | editar código-fonte]

O município de Gilbués tem por limites: Norte: Santa Filomena, Bom Jesus, Baixa Grande do Ribeiro; Sul: Barreiras do Piauí, São Gonçalo do Gurguéia e Riacho Frio; Leste: Riacho Frio, Monte Alegre do Piauí e Bom Jesus e a Oeste: estado do Maranhão.[6]

Este município localiza-se à latitude 09º49'54" sul e à longitude 45º20'38" oeste, estando situado a 481 m de altitude.[6]

Gilbués se encontra numa área rebaixada cercada por chapadões, de clima subúmido seco, com precipitação anual média de 1200 mm, que “despencam” torrencialmente, durante um período médio de cinco meses. Essa precipitação torrencial tende a favorecer o surgimento de novas voçorocas e a intensificação das existentes, estando o município tomado por processos de erosão que contribui para que a degradação dos cursos d'água locais.[6][9][10]

Meio ambiente e desertificação[editar | editar código-fonte]

No município de Gilbués está localizado em uma das quatros principais zonas de maior desertificação do país[5], sendo as outras três: Cabrobó (PE); Seridó (RN) e Irauçuba (CE).[6]

Essas regiões de desertificação possuem em comum a existência de desmatamento indiscriminado, queimadas e pastoreio de caprinos, ovinos e bovinos acima da capacidade de suporte do ambiente local. No caso específico de Gilbués, constata-se um grave quadro de erosão em sulco, causado principalmente por fatores antrópicos e naturais[6], crateras e ondulações que a população gilbueense chama de "grotas".[10]

Demografia[editar | editar código-fonte]

A população gilbueense foi recenseada em 2022 pelo IBGE em 10.892 habitantes, com uma população, sob a ótica racial, composta majoritariamente por pessoas pretas (15,4%) e pardas (71,1%), enquanto a população branca é minoria (13,2%).[2]

De acordo com dados da amostra do IBGE de 2010, em termos de crenças religiosas[11], a população de Gilbués possuiria a seguinte distribuição:

Religião %
Catolicismo 86,7
Protestantismo 12,0
Outras 0,5
Sem religião 0,8

Tem por padroeira Divina Pastora, comemorada a 15 de agosto.[7]

Organização Político-Administrativa[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Lista de prefeitos de Gilbués

Sendo um município do Brasil, Gilbués é administrada por dois poderes, o executivo e o legislativo, independentes e harmônicos entre si. O primeiro é representado pelo prefeito, auxiliado pelo seu gabinete de secretários e eleito pelo voto popular para um mandato de quatro anos, sendo permitida uma única reeleição para mais um mandato consecutivo, enquanto que o segundo é representado pela Câmara Municipal de Gilbués, órgão colegiado de representação dos munícipes que é composto por 9 vereadores também eleitos por sufrágio universal.[12]

As atuais autoridades que ocupam cargos da organização político-administrativa de Gilbués são as seguintes (data: 31 de janeiro de 2024):

Economia[editar | editar código-fonte]

A economia de Gilbués se baseia na agricultura, tendo o arroz, mandioca, soja, feijão e milho como produtos principais, e na pecuária, especialmente do gado para corte.[6]

Referências

  1. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. a b «Censo Populacional 2022». Censo Populacional 2022. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 2022. Consultado em 31 de janeiro de 2024 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  5. a b «Fotos mostram desertificação em Gilbués, no Piauí, com cenário que lembra Marte». G1. 3 de novembro de 2023. Consultado em 3 de novembro de 2023 
  6. a b c d e f g h MARCELINO PATRÍCIO, M. D. C.; MIRTES DE ALCÂNTARA SILVA, V.; & DIONÍSIO RAMOS, A. R. (2012). «GILBUÉS - NÚCLEO DE DESERTIFICAÇÃO DO PIAUÍ, CARACTERIZAÇÃO FÍSICA, VARIABILIDADE CLIMÁTICA E IMPACTOS AMBIENTAIS». UERJ. Revista POLÊM!CA. 11 (3). doi:10.12957/polemica.2012.3738. Consultado em 31 de janeiro de 2023 
  7. a b c d e Gonçalves, J. (14 de novembro de 2023). «História». Câmara Municipal de Gilbués. Consultado em 31 de janeiro de 2023 
  8. a b «Gilbués». Cidades. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 21 de abril de 2016. Consultado em 21 de abril de 2016 
  9. AGUIAR, R. B.; GOMES, J. R.C. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea, estado do Piauí. Diagnóstico do município de Gilbués. Fortaleza: CPRM - Serviço Geológico do Brasil, CDD 551.49098122 p. 1-19, 2004.
  10. a b Fernandes, K. (12 de dezembro de 2004). «Deserto pode afetar 16% da área do país». Folha de São Paulo. Consultado em 31 de janeiro de 2023 
  11. «Gilbués: Censo 2010: Amostra - Religião». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 31 de janeiro de 2023 
  12. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito municipal brasileiro. 18. ed. São Paulo: Malheiros, 2017.
  13. a b «Prefeito e vereadores de Gilbués tomam posse; veja lista de eleitos». G1. Consultado em 31 de janeiro de 2023 
  14. «Ata da solenidade de posse da Mesa Diretora para o biênio 2023/2024». Câmara Municipal de Gilbués. 1 de janeiro de 2023. Consultado em 31 de janeiro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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